Tecnologias digitais e autorregulação: investigação sobre a percepção de acadêmicos do curso de Educação Física
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi verificar e analisar as percepções de acadêmicos de Educação Física sobre a utilização de tecnologias digitais e seu processo de autorregulação. Caracterizada como quantitativa e exploratória, teve como participantes 47 alunos das disciplinas de Patologia Humana e Anatomia Humana do curso de Educação Física de uma universidade privada da região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados ocorreu no primeiro trimestre de 2019, por meio da aplicação de um questionário com questões fechadas e do tipo Likert, criado no Google Formulários e disponibilizado através de um link. Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva, através dos escores das porcentagens apresentadas nas respostas. Os participantes indicaram que os professores utilizam tecnologias digitais em boa parte das aulas, e o Power Point destaca-se como o recurso mais frequente, o qual também foi apontado pelos estudantes como o de sua preferência para as aulas. Quanto ao tempo de conexão, grande parte do público investigado permanece conectado por várias horas ao dia; apesar disso, classificaram seus conhecimentos sobre tecnologias digitais como básicos ou intermediários. Quanto à autorregulação, os acadêmicos demonstraram preocupação em aspectos como aprender o máximo possível nas aulas e em não entender os conteúdos previstos. Outros pontos como saber o que fazer para aprender melhor o conteúdo e utilizar adequadamente o tempo de estudo apresentaram maior variação nos escores, o que indica que são aspectos a serem aprimorados no seu processo de autorregulação.
Referências
Almeida, C.M.M. (2018). Sequências didáticas eletrônicas com ferramentas metacognitivas no ensino superior do Brasil e Portugal: construção e avaliação [Tese Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Luterana do Brasil]. http://www.ppgecim.ulbra.br/teses/index.php/ppgecim/article/view/331/326
Alves, D.C.L. (2018). O uso de tecnologias na sala de aula: percepção dos professores. In: Congresso Internacional de Educação e Tecnologias, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1-7. Anais. https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2018/article/view/246.
Basso, F.P., e Abrahão, M.H.B. (2018). Atividades de ensino que desenvolvem a autorregulação da aprendizagem. Educação e Realidade, 43(2), 495-512. https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/65212
Berkhout, J.J., Teunissen, P.W., Helmich, E., Van Exel, J., Van Der Vleute, C.P., e Jaarsma, D. (2017). Patterns in clinical students’ self-regulated learning behavior: a Q-methodology study. Advances in Health Sciences Education, 22(1), 105-121. https://doi.org/10.1007/s10459-016-9687-4
Bonin, J.A. (2012). Pesquisa exploratória: reflexões em torno do papel desta prática metodológica na concretização de um projeto investigativo. In: Encontro Anual da Compós, 21, Universidade Federal de Juiz de Fora. http://www.compos.org.br/data/biblioteca_1939.pdf
Cavalcante, M.T.L., e Vasconcellos, M.M. (2007). Tecnologia de informação para a educação na saúde: duas revisões e uma proposta. Ciência & Saúde Coletiva, 12(3), 611-622. https://www.scielo.br/pdf/csc/v12n3/11.pdf
Chagas, D.M.F., Araújo, E., Alencar, D.L., e Filho, L.U.N. (2020). A influência das mídias nas aulas de Educação Física do ensino médio em escolas públicas. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(268). https://doi.org/10.46642/efd.v25i268.2040
Durall, E., e Gros, B. (2014). Learning Analytics as a Metacognitive Tool. In: Proceedings of the 6th International Conference on Computer Supported Education, 380–384. https://doi.org/10.5220-0004933203800384
Ferreira, P.L. (2005). Estatística descritiva e inferencial. Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra. https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/9961.
Fornaziero, C.C., e Gil, C.R.R. (2003). Novas tecnologias aplicadas ao ensino de Anatomia Humana. Revista Brasileira de Educação Médica, 27(2),141-146. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-353005
Junior, F.L., Rolim, A.T., e Carvalho, S.F. (2015). Dispositivos Digitais no Ensino Superior: Percepções de Alunos de Administração. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, 16(5),483-491. https://doi.org/10.17921/2447-8733.2015v16n5p483-491
Kipnis, M., e Hofstein, A. (2008).The inquiry laboratory as a source for development of metacognitive skills. International Journal of Science and Mathematics Education, 6(3), 601-627. https://doi.org/10.1007/s10763-007-9066-y
Lima, J.C., e Silva, B. (2010). TIC e processos de autorregulação da aprendizagem. In: L.S. Almeida, B.D. Silva, e S. Caires (orgs.). Seminário Internacional “Contributos da Psicologia em Contextos Educativos”, 1, Braga: CIEd - Universidade do Minho. 747-759. http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/14681
Lima, R.A., Sá, R.A., e Vasconcelos, F.C.G.C. (2018). Propostas de uso de Aplicativo: QUIMITICs como recurso para Aprendizagem móvel no Ensino de Química. Revista Tecnologias na Educação, 10(25),1-12. http://tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2018/07/Art23-vol.25-Junho-2018.pdf
Neira, D.J.M., Bajaña, R.A.R., Toledo, H.M.R., García, A.M.M., Guerrero, I.K.M., e Andrade, F.L.M. (2018). Modelo Blended learning em Educación Superior. Lecturas: Educación Física y Deportes, 23(239). https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/view/448
Oliveira, J.L. (2018). Ensinar e aprender com as tecnologias digitais em rede: possibilidades, desafios e tensões. Revista Docência e Cibercultura, 2(2), 161-184. https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33476
Oliveira, A.V.A., e Azevedo, S.M.S. (2020). A importância das tecnologias da informação e da comunicação no processo da aprendizagem e inclusão digital. Revista Imersão, 1(1), 86-94. http://www.fcgba.com.br/revista/index.php/1/article/view/13
Pereira, G., e Ortigão, M.I.R. (2016). Pesquisa quantitativa em educação: algumas considerações. Periferia: educação, cultura e comunicação, 8(1), 66-79. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/view/27341
Perrenoud, P. (1999). Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Artmed Editora.
Pessoni, A., e Goulart, E. (2015). Tecnologias e o ensino na área da Saúde. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, 40(3), 270-275. http://dx.doi.org/10.7322/abcshs.v40i3.807
Pintrich, P. R. (2000). The role of goal orientation in self-regulated learning. In: M. Boekaerts, P.R. Pintrich, e M. Zeidner (Eds.). Handbook of self-regulation. Academic Press, 451-502. https://ssrlsite.files.wordpress.com/2018/01/pintrich-2005-the-role-of-goal-orientation-in-srl.pdf
Quilamaqui, R.G.G., Ordoñez, L.F.M., e Garcés, W.R.S. (2019). El blog académico: herramienta didáctica en la formación integral de los estudiantes de Cultura Física. Lecturas: Educación Física y Deportes, 24(253). https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/view/133
Rosa, C.T.W., e Ghiggi, C.M. (2017). Monitoramento e controle metacognitivo na resolução de problemas em física: análise de um estudo comparativo. Alexandria: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, 10(2),105-125. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2017v10n2p105
Salbego, C., Oliveira, E.M.D., Silba, M.A., e Bugança, P.R. (2015). Percepções acadêmicas sobre o Ensino e a Aprendizagem em Anatomia Humana. Revista Brasileira de Educação Médica, 39(1), 23-31. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v39n1e00732014
Sanches, C. E. (2016). Power Point como ferramenta educacional e sua contextualização nas TICs. Revista Tecnologias na Educação, 8(15), 1-9. Disponível em: http://tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2016/08/Texto7-Powerpoint-como-ferramenta-educacional-e-sua-contextualiza%C3%A7%C3%A3o-nas-TICs.pdf
Silva, J.C.S., Souza, F.F., Ramos, J.L.C., Rodrigues, R.L., Zambom, E.G., e Cavalcanti, A. (2018). Avaliação da usabilidade de um recurso de "Learning Analytics" dedicado à promoção da Autorregulação da Aprendizagem em "Flipped Classroom". Revista Latinoamericana de Tecnologia Educativa, 17(2), 10-23. http://dx.doi.org/10.17398/1695-288X.17.2.9
Silva, R.S., e Novello, T.P. (2020). O uso das tecnologias digitais no ensinar matemática: recursos, percepções e desafios. Revista Internacional de Educação Superior, 6, 1-15. https://doi.org/10.20396/riesup.v6i0.8655884
Simão, A.M.V., e Frison, L.M.B. (2013). Autorregulação da aprendizagem: abordagens teóricas e desafios para as práticas em contextos educativos. Cadernos de Educação, 45(2), 1-20. https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/3814/3061
Spizzirri, R.C.P., Wagner, A., Mosmann, C.P., e Armani, A.B. (2012). Adolescência conectada: mapeando o uso da internet em jovens internautas. Psicologia Argumento, 30(69), 327-335. https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/23288
Teixeira, F.M., e Sobral, A.C.M.B. (2010). Como novos conhecimentos podem ser construídos a partir dos conhecimentos prévios: um estudo de caso. Ciência & Educação, 16(3), 667-677. https://doi.org/10.1590/S1516-73132010000300011
Vrugt, A., e Oort, F.J. (2008). Metacognition, achievement goals, study strategies and academic achievement: pathways to achievement. Metacognition and learning, 3(2), 123-146. https://doi.org/10.1007/s11409-008-9022-4
Yot-Domínguez, C., e Marcelo, C. (2017). University students’ self-regulated learning using digital technologies. International Journal of Educational Technology in Higher Education, 14(38),1-18. https://doi.org/10.1186/s41239-017-0076-8
Zanella, l.C.H. (2013). Metodologia de pesquisa (2ª Ed. Reimp.). Departamento de ciências da administração, UFSC.
Zimmerman, B.J. (2002). Becoming a Self-Regulated Learner: An Overview. Theory into practice, 41(2), 64-70. https://doi.org/10.1207/s15430421tip4102_2
Zoltowski, A.P.C., e Teixeira, M.A.P. (2020). Desenvolvimento da autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários: um estudo qualitativo. Psicologia em Estudo, 25, 1-14. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v25i0.47501
Direitos de Autor (c) 2021 Lecturas: Educación Física y Deportes
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
