Benefícios do surfe adaptado para o portador de paralisia cerebral - o estado da arte

Revisão da literatura

Resumo

O surfe adaptado seria um modo de surfe capaz de proporcionar ao indivíduo com paralisia cerebral (PC) uma experiência muito semelhante à do surfe convencional. Acredita-se que a prática regular do surfe possa levar a um desenvolvimento nas aquisições motoras fora dos padrões habituais para pessoas com deficiência (PCD) com diagnóstico de PC. Desse modo, o objetivo deste estudo é compreender como a prática regular do surfe adaptado pode influenciar a vida de uma pessoa diagnosticada com PC. Esse estudo tem como característica uma pesquisa de revisão da literatura, com abordagem qualitativa. Com uma quantidade de estudos muito limitada é possível afirmar que o surfe adaptado pode servir como uma atividade física de muita relevância para essa população, além de ser um esporte alternativo diferenciado pelo contato constante com a natureza, traz diversos benefícios fisiológicos, sociais, motores, mentais e também como meio de conscientização de inclusão para PCD na sociedade como um todo, sendo uma ferramenta importante para combater estigmas e preconceitos.

Palavras-chave: Esportes aquáticos, Surfe, Surfe adaptado, Paralisia cerebral

Referências

Baranello, G., Signorini, S., Tinelli, F., Guzzetta, A., Pagliano, E., Rossi, A., Foscan, M., Tramacere, I., Romeo, DMM, Ricci, D., e VFCS Study Group (2020). Visual Function Classification System for children with cerebral palsy: development and validation. Developmental Medicine & Child Neurology, 62(1), 104-110. https://doi.org/10.1111/dmcn.14270

Bissolotti, R.R., e Santos, I.F. (2009). Surf: como proposta de lazer para pessoa com deficiência [Manual de trabalho de conclusão de curso. Pós Graduação em natação e atividades aquáticas. Faculdades Metropolitanas Unidas]. https://ibrasurf.com.br/wp-content/uploads/2010/07/21.pdf

Blum, R.W. (1991). Overview of transition issues for youth with disabilities. Pediatrician, 8(2), 101-104. https://doi.org/10.1007/BF01788598

Brasil (2014). Diretrizes de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral. Estratégicas. Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_paralisia_cerebral.pdf

Cans, C., Dolk, H., Platt, M.J., Colver, A., Prasausk, E.N.E., e Rageloh-Mann, M.D. (2007). Recommendations from the SCPE collaborative group for defining and classifying cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, 49, 35-38. https://doi.org/10.1111/j.1469-8749.2007.tb12626.x

Clapham, E.D., Armitano-Lago, C., Lamont, L., e Audette, J. (2014). The Ocean as a Unique Therapeutic Environment: Developing a Surfing Program. Journal of Physical Education, Recreation & Dance, 85(4), 8-14. http://dx.doi.org/10.1080/07303084.2014.884424

Clapham, E.D., Lamont, L.S., Shim, M., Lateef, S., e Armitano, C. (2020). Effectiveness of surf therapy for children with disabilities. Disability and Health Journal, 13(1), 100828. https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2019.100828

Cordeiro, A.M., Oliveira, G.M., Rentería, J.M., e Guimarães, C.A. (2007). Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 34(6), 428-431. https://doi.org/10.1590/S0100-69912007000600016

Eliasson, A.C., Krumlinde-Sundholm, L., Rosblad, B., Beckung, E., Arner, M., Ohrvall, A.-M., & Rosenbaum, P. (2007). The Manual Ability Classification System (MACS) for children with cerebral palsy: scale development and evidence of validity and reliability. Developmental Medicine & Child Neurology, 48(7), 549-554. https://doi.org/10.1017/s0012162206001162

Gibson, C.S., MacLennan, A.H., Hague, W.M., Haan, E.A., Priest, K., Chan, A., e Dekker, G.A., e South Australian Cerebral Palsy Research Group (2005). Associations between inherited thrombophilias, gestationalage, and cerebral palsy. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 193(4), 1437.e1-1437.e12. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2005.02.107

Guedes-Granzotti, R.B., Andrade, L.A., Silva, K. de, Bicalho, I.C.S., Fukuda, M.T.H., e Domenis, D.R. (2016). Cross-cultural adaptation of Communication Function Classification System for individuals with cerebral palsy. Revista CEFAC, 18, 1020-1028. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161840716

Gutemberg, A. (1989). A história do surf no Brasil. Grupo Fluir, Editora Azul.

Himpens, E., Oostra, A., Franki, I., Vansteelant, S., Vanhaesebrouck, P., e Van Den Broeck, C. (2010). Predictability of cerebral palsy in a high-risk NICU population. Early Human Development, 86(7): 413-417. https://doi.org/10.1016/j.earlhumdev.2010.05.019

ISA Surf (2023). Para surf. https://isasurf.org/learning/para-surfing/

Le Breton, D., e Fuhrmann, S.M.S. (2006). A sociologia do corpo. Editora Vozes.

Leite, J.M.R.S., e Prado, G.F. do (2004). Paralisia cerebral Aspectos Fisioterapêuticos e Clínicos. Revista Neurociências, 12(1), 41-45. https://doi.org/10.4181/RNC.2004.12.41

Lopes, J.T. (2015). Adapted Surfing as a Tool to Promote Inclusion and Rising Disability Awareness in Portugal. Journal of Sport for Development, 3(5), 4-10. https://jsfd.org/2015/05/01/adapted-surfing-as-a-tool-to-promote-inclusion-and-rising-disability-awareness-in-portugal/

Maltais, D.B., Wiart, L., Fowler, E., Verschuren, O., e Damiano, D.L. (2015). Health-related physical fitness for children with cerebral palsy. Journal of Children Neurology. 29(8), 1091-100. https://doi.org/10.1177/0883073814533152

Mancini, MC, Fiuza, PM, Rebelo, JM, Magalhães, LC, Coelho, ZAC, Paixão, ML, Gontijo, APB, e Fonseca, ST (2002). Comparação do desempenho de atividades funcionais em crianças com desenvolvimento normal e crianças com paralisia cerebral. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 60, 446-452. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2002000300020

Mancini, MC, Alves, ACM, Schaper, C., Figueiredo, EM, Sampaio, RF, Coelho, ZAC, e Tirado, MGA (2004). Gravidade da paralisia cerebral e desempenho funcional. Brazilian Journal of Physical Therapy, 8(3), 253-260. https://www.researchgate.net/publication/238674945

Martins, J.S., e Sandoval R.A. (2017). Influência de um programa de orientação fisioterapêutica no saber de cuidadores de crianças com paralisia cerebral. Revista Científica da Escola Estadual de Saúde Pública de Goiás "Cândido Santiago", 3(2), 67-81. https://doi.org/10.22491/2447-3405.2017.V3N2.art02

Matos, D.S.F.S. (2015). Perfil do praticante do subsetor desportivo do surf adaptado: estudo de caso da SURFaddict [Dissertação, Mestrado. Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa]. http://hdl.handle.net/10400.5/10369

Oliveira, A.I.A. de, Golin, M.O., e Cunha, M.C.B. (2010). Aplicabilidade do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) na paralisia cerebral - revisão da literatura. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, 35(3). https://doi.org/10.7322/abcs.v35i3.85

Palisano, R., Rosenbaum, P., Walter, S., Russel, D., Wood, E., e Galuppi, B. (2007). GMFCS - E & R Sistema de Classificação da Função Motora Grossa Ampliado e Revisto. Hamilton: CanChild Centre for Childhood Disability Research, McMaster University. https://canchild.ca/system/tenon/assets/attachments/000/000/075/original/GMFCS-ER_Translation-Portuguese2.pdf

Resegue, R., Puccini, R.F., e Silva, E.M. (2007). Fatores de risco associados a alterações do desenvolvimento da criança. Pediatria, 29(2), 117-128. https://doi.org/10.1590/S1516-31802008000100002

Rosario, M.L.V.V., Dias, E.R.A., e Pereira, B.N. (2021). Surf Adaptado e Parasurf: uma revisão integrativa. Revista da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada, 21(2), 317-332. https://doi.org/10.36311/2674-8681.2021.v22n2.p295-306

Santos, A.A.D., Fontes, P.L.B., Rodrigues, N.F., Matta, B.L. da, Dias, E.S.S. (2018). Benefícios da Atividade Física na Paralisia Cerebral: Uma Revisão da Literatura. Sinapse Múltipla, 7(1), 37-58. https://periodicos.pucminas.br/index.php/sinapsemultipla/article/view/16086

Santos, T.C.D. (2014). Ondas de Possibilidades: A Ressignificação Corporal de Portadores de Lesão Medular Traumática no Surf Adaptado [Trabalho de Conclusão de Curso, Bacharelado em Ciências Sociais. Universidade Federal de Santa Catarina].

Souza, J.V. de, e Chaves, R. de S. (2016). O Surfe Adaptado para Pessoas com Deficiência Visual: Uma "Onda" de Sensações. Revista Profissional da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada, 11(1). https://revista.fct.unesp.br/index.php/adapta/article/view/4564

Souza Neto, A.M., e Wendhausen, M. (2010). A prática do surf e sua influência no desenvolvimento infanto-juvenil [Curso de Pós-graduação em Gestão e Treinamento no Surf. Instituto Catarinense de Pós-graduação - ICPG]. http://www.ibrasurf.com.br/wp-content/uploads/2010/07/11.pdf

Souza, P.C. (2013). Surf: do desenvolvimento histórico ao profissionalismo. Revista Acta Brasileira do Movimento Humano, 3(3), 84-98.

Tamega, I.E., Barros Filho, A.A., e Pinto, E.A.L.C. (2011). Growth in children with encephalopathy, a longitudinal study from the 6th to the 24th month. International Journal of Nutrition and Metabolism, 3(5), 55-64. https://doi.org/10.5897/IJNAM.9000019

Valdiviesso, V., Cardillo, V., e Guimarães, E.L. (2005). A influência da equoterapia no desempenho motor e alinhamento postural da criança com paralisia cerebral espástico- atetóide-acompanhamento de um caso. Revista Uniara, 16, 235-241. https://doi.org/10.25061/2527-2675/

Vasconcelos, R.L.M., Moura, T.L., Campos, T.F., Lindquist, A.R.R., e Guerra, R.O. (2009). Avaliação do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral de acordo com níveis de comprometimento motor. Revista Brasileira de Fisioterapia, 13(5), 390-397. https://doi.org/10.1590/S1413-35552009005000051

World Surf League (2023). History. https://www.worldsurfleague.com/pages/history

Zanini, G., Cemin, N.F., e Peralles, S.N. (2009). Paralisia Cerebral: Causas e Prevalências. Revista Fisioterapia em Movimento, 22(3), 375-381. https://periodicos.pucpr.br/fisio/article/view/19461

Biografias Autor

Enzo Aleixo Souza,

http://lattes.cnpq.br/0117988427851155

Emilson Colantonio,

http://lattes.cnpq.br/9840076091240222

Publicado
2025-02-03
Como Citar
Souza, E. A., & Colantonio, E. (2025). Benefícios do surfe adaptado para o portador de paralisia cerebral - o estado da arte: Revisão da literatura. Lecturas: Educación Física Y Deportes, 29(321), 180-199. https://doi.org/10.46642/efd.v29i321.7752
Seção
Artigos de Revisão