Conceito de tensegridade na transferência de energia da unidade músculo tendínea. Revisão de literatura

Resumo

A tensegridade é uma propriedade presente nos sistemas estruturais e pode ser compreendida através do estudo das forças que atuam sob uma determinada estrutura. O entendimento sobre a transmissão da força que se dissipa pelo corpo até a unidade músculo tendínea (UMT) é importante para os profissionais da saúde e esporte, especialmente para os que atuam na avaliação, treinamento, prevenção e recuperação do movimento humano. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar como o conceito de tensegridade se aplica na análise da transmissão de força mecânica na unidade músculo tendínea durante o movimento humano. Foi realizada uma revisão de literatura sistematizada utilizando descritores (Tensegridade e Energia elástica) nas línguas Portuguesa, Inglesa e Espanhola, em 4 bases de dados (Google Acadêmico, PUBMED, Scielo e Lilacs), e selecionados 10 estudos. Baseado nos achados dos estudos selecionados, foi possível verificar que o corpo humano funciona baseado nos princípios da tensegridade, e a tensão é transmitida principalmente pelas fáscias corporais. A participação da tensão passiva, assim como a capacidade de armazenamento de energia elástica e transferência de energia cinética, permite que o movimento seja realizado com menor custo metabólico, tal como ocorre no ciclo de alongamento e encurtamento durante movimentos cíclicos como correr, saltar e caminhar.

Palavras-chave: Biotensegridade, Ciclo de alongamento e encurtamento, Tensegridade

Referências

Amadio, A.C. (2000). Metodologia biomecânica para o estudo das forças internas ao aparelho locomotor: importância e aplicações no movimento humano. In: A biodinâmica do movimento humano e suas relações interdisciplinares (pp. 45-70). Estação Liberdade. https://repositorio.usp.br/item/001176048

Blottner, D., Huang, Y., Trautmann, G., e Sun, L. (2019). The fascia: Continuum linking bone and myofascial bag for global and local body movement control on Earth and in Space. A scoping review. Reach, 14-15(4), 100030. http://dx.doi.org/10.1016/j.reach.2019.100030

Bontempo, M.P. (2012). Editorial Atlántida: un continente de publicaciones, 1918-1936. Universidad de San Andrés.

Bordoni, B., e Myers, T. (2020). A review of the theoretical fascial models: biotensegrity, fascintegrity, and myofascial chains. Cureus, 12(2). https://doi.org/10.7759/cureus.7092

Bordoni, B., Lintonbon, D., e Morabito, B. (2018). Meaning of the solid and liquid fascia to reconsider the model of biotensegrity. Cureus, 10(7). https://doi.org/10.7759/cureus.2922

Borges, M.D.O. (2018). Mudança nas propriedades passivas da unidade musculo-tendínea do tríceps sural durante 10 minutos de alongamento estático passivo [Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/181842

Cardoso, É.K. (2013). O uso de uma órtese para a reeducação da marcha hemiparética com Genu Recurvatum: efeitos sobre a distribuição das pressões plantares [Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação. Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre]. https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/213

Carvalho, D.J.A. de (2010). Força reactiva em ciclo muscular de alongamento- encurtamento: revisão perspectivada [Doctoral dissertation, Universidade da Beira Interior]. https://ubibliorum.ubi.pt/handle/10400.6/2280

Dischiavi, S.L., Wright, A.A., Hegedus, E.J., e Bleakley, C.M. (2018). Biotensegrity and myofascial chains: A global approach to an integrated kinetic chain. Medical hypotheses, 110, 90-96. https://doi.org/10.1016/j.mehy.2017.11.008

Fraldi, M., Palumbo, S., Carotenuto, A.R., Cutolo, A., Deseri, L., e Pugno, N. (2019). Buckling soft tensegrities: Fickle elasticity and configurational switching in living cells. Journal of the Mechanics and Physics of Solids, 124, 299-324. https://doi.org/10.1016/j.jmps.2018.10.017

Kircher, M. (2005). La prensa escrita: actor social y político, espacio de producción cultural y fuente de información histórica. Revista de Historia. Facultad de Humanidades Universidad Nacional del Comahue, 10. https://revele.uncoma.edu.ar/index.php/historia/article/view/219

Konstantinos, V. (2017). Myofascial Tissue in Physical Training (Doctoral dissertation. Αριστοτέλειο Πανεπιστήμιο Θεσσαλονίκης). http://ikee.lib.auth.gr/record/289990/files/Bachelor%27s%20Thesis.pdf

Levin, S., e Martin, D.C. (2012). Biotensegrity. The Mechanics of Fascia. In: The Tensional Network of the Human Body (pp. 137-142). Churchill Livingstone. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-7020-3425-1.00054-4

Levin, S., de Solórzano, S.L., e Scarr, G. (2017). The significance of closed kinematic chains to biological movement and dynamic stability. Journal of bodywork and movement therapies, 21(3), 664-672. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2017.03.012

Li, W.Y., Nabae, H., Endo, G., e Suzumori, K. (2020). New soft robot hand configuration with combined biotensegrity and thin artificial muscle. IEEE Robotics and Automation Letters, 5(3), 4345-4351. https://doi.org/10.1109/LRA.2020.2983668

Lucci, G., e Preziosi, L. (2021). A nonlinear elastic description of cell preferential orientations over a stretched substrate. Biomechanics and Modeling in Mechanobiology, 20, 631-649. https://doi.org/10.1007/s10237-020-01406-4

Marinho, HVR, Amaral, GM, Souza Moreira, B., Araújo, VL, Souza, TR, Ocarino, JM, e Fonseca, ST (2017). Influence of passive joint stiffness on proprioceptive acuity in individuals with functional instability of the ankle. Journal of orthopaedic & sports physical therapy, 47(12), 899-905. https://www.jospt.org/doi/10.2519/jospt.2017.7030

Myers, T.W. (2010). Trilhos anatômicos (1ª ed.). Editora Elsevier.

Myers, T.W. (2020). Tension-dependent structures in a stretch-activated system. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 24(1), 131-133. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2019.12.001

Pires, J.B. dos S. (2019). Efeitos do treinamento de flexibilidade e de força sobre o tecido conectivo [Monografias de Especialização, Curso de Especialização em Avanços Clínicos em Fisioterapia. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Universidade Federal de Minas Gerais]. http://hdl.handle.net/1843/31609

Roberts, T.J., e Azizi, E. (2011). Flexible mechanisms: the diverse roles of biological springs in vertebrate movement. Journal of experimental biology, 214(3), 353-361. https://doi.org/10.1242/jeb.038588

Rodrigues, A.F.T. (2014). Estudo de uma estrutura adaptativa baseada no conceito de tensegridade [Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia Civil, Universidade Nova]. https://run.unl.pt/handle/10362/14035

Rodríguez-Camacho, D.F., e Correa-Mesa, J.F. (2020). Relación entre la flexibilidad lumbar e isquiotibial en pentatletas de la Escuela Militar de Cadetes. In: J.R. Cubides Amézquita (ed.), Caracterización del fitness del militar colombiano (pp. 109-122). Escuela Militar de Cadetes. http://dx.doi.org/10.21830/9789585241466.06

Rossetto, N.P. (2009). A viscoelasticidade no alongamento de tendões [Monografia de Bacharelato. Unicamp]. https://repositorio.unicamp.br/Busca/Download?codigoArquivo=514838

Scarr, G. (2020). Biotensegrity: What is the big deal? Journal of Bodywork and Movement Therapies, 24(1), 134-137. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2019.09.006

Soares, T.L.D.F., Arruda, A.J.V.D., Hartkopf, C.L.F., Barbosa, J.S.N., e Balestra, R.F.P. (2016). A relação entre a biomimética e a geodésica de Buckminster Fuller no planejamento de construções sustentáveis. Pluris, 7, 1-11. http://dx.doi.org/10.4995/IFDP.2016.3369

Tamayo Bullon, M. (2019). Estudio de la relación entre los pies y la organización de la postura del cuerpo para la comprensión corporal del desequilibrio en la danza contemporánea [Tesis, Licenciatura en Danza. Pontificia Universidad Católica del Perú]. http://hdl.handle.net/20.500.12404/14421

Ugrinowitsch, C., e Barbanti, V.J. (1998). O ciclo de alongamento e encurtamento e a “performance” no salto vertical. Revista Paulista de Educação Física, 12(1), 85-94. https://www.treinamentoesportivo.com/wp-content/uploads/2011/08/CAE.pdf

Vishala, F.N.U. (2018). Non-linear trajectory control of tensegrity prosthetic (protense) leg [Master's thesis, Texas A & M University]. https://oaktrust.library.tamu.edu/handle/1969.1/174368

Biografias Autor

Nícolas Lourenço de Oliveira,

http://lattes.cnpq.br/4494192655550900

Beatriz Magalhães Pereira,

https://lattes.cnpq.br/5499301143159910

Publicado
2024-02-05
Como Citar
Oliveira, N. L. de, & Pereira, B. M. (2024). Conceito de tensegridade na transferência de energia da unidade músculo tendínea. Revisão de literatura. Lecturas: Educación Física Y Deportes, 28(309), 198-210. https://doi.org/10.46642/efd.v28i309.3378
Seção
Artigos de Revisão