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Metodologia do treino de força no tênis de campo

   
Consultoria Esportiva Performance ONE
(Brasil)
 
 
Adriano Vretaros
professorav@bol.com.br 
 

 

 

 

 
Resumo
    A pesquisa acerca da qualidade física força vem sendo desenvolvida a mais de quatro décadas pelos cientistas russos. O foco dessas investigações tem sido sobre a influencia que esta qualidade física proporciona no treinamento do atleta e o quanto pode afetar o rendimento. Nos programas contemporâneos de treinamento desportivo a força tem sido notada como um elemento importante para o aprimoramento do atleta. Assim, o conhecimento em relação à metodologia adequada do treino da força por parte dos treinadores permitirá que seus atletas otimizem melhor sua performance. Os componentes da força se apresentam de diferentes maneiras no jogo de tênis. Este artigo objetiva inter-relacionar o conceito de força e suas manifestações na modalidade tênis, além da apresentação de exercícios visando potencializar o treinamento na modalidade.
    Unitermos: Treinamento de força. Tênis. Atividades acíclicas de lançamento.
 
Summary
    The research about physical force quality hás been developed over four decades by russian scientists. The focus of these investigations has been about the influence that this physical quality provides in the athlete's training and how much it may affect the performance. In the contemporaneous programmes of sporting training, force has been noticed as an important element for the athlet's development.
    In this manner, knowledge in relation to the adequate methodology of the force training on the part of coaches will allow the athletes to optimise their performance. The components of the force are revealed in different ways in the tennis match. This article has in view to related the conception of force to its manifestations in the modality tennis, furthermore to present exercises aiming to improve the training in the modality.
     Keywords: Force training. Tennis. Non cyclical activities of throwing.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 47 - Abril de 2002

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Introdução

    Nas modalidades esportivas de caráter acíclico, como o tênis, o treinamento da qualidade física força torna-se de fundamental importância para efetivo desenvolvimento e aprimoramento na performance do atleta.

    O jogo de tênis cuja característica predominante durante uma partida são as constantes trocas de bola com golpes desferidos para o fundo da quadra, acabam exigindo do atleta um limiar de manutenção da força. Também, os membros inferiores são solicitados, pois, as saídas rápidas, paradas bruscas, mudanças de direção e constantes deslocamentos frontais alternados de laterais são situações típicas vivenciadas pelos jogadores em uma partida e que acabam solicitando da valência física força nas suas diferentes manifestações.

    O acirrado circuito mundial com seu calendário exigente em termos de participações dos jogadores nas competições faz com que alguns tenistas de alto nível sejam obrigados a competir entre 25 e 30 semanas por ano. Tal situação torna-se um estresse elevado para o atleta levando-o a aquisição de lesões, se porventura, o mesmo não estiver com seu preparo físico adequado.

    Levando em consideração os aspectos acima citados e o atual cenário do tênis mundial, este estudo visa abordar os componentes da preparação física de força voltada aos jogadores de tênis profissional buscando transmitir informações relevantes aos atuais treinadores e tênis.


Força

    A força vista na lei da Física é igual a todo aquele agente capaz de atribuir aceleração a um corpo. Conforme Verkhoshansky(2001) a força empregada na ação humana esportiva relaciona-se a uma atividade do sistema nervoso central, que permite nosso aparelho locomotor reagir aos estímulos externos mediante a utilização da tensão muscular.

    A qualidade da força que é utilizada na preparação física dos jogadores de tênis visa aprimorar o recrutamento neural do músculo, como também suas propriedades elásticas, permitindo com isoo, uma melhor reação do músculo as forças de ação contrária(Groppel&Roetert, 1992 ; Spassov, 1989).

    No jogo de tênis, Skorodumova(1989) reporta que a força manifesta-se predominantemente na forma de resistência de força rápida, força explosiva e força máxima. Porém, no aspecto metodológico não bastaria apenas isso. É preciso criar condições para que estas manifestações da força possam ser transferidas para o movimento esportivo da modalidade. Para tanto, existe uma seqüência pedagógica devolução do trabalho de força que pode ser empregado no tênis.


Resistência muscular localizada

    O primeiro trabalho de força a ser desenvolvido é o da resistência muscular localizada, que objetiva criar condições fisiológicas nas estruturas musculares para permitir que o corpo do jogador suporte trabalhos de longa duração e prevenir o surgimento de futuras lesões.

    Normalmente, esse tipo de trabalho pode ser feito na sala de musculação ou em um sistema de circuito, utilizando-se de quase toda a cadeia muscular agonista e antagonista, através e exercícios contendo muitas repetições e cargas baixas. Tais exercícios, contribuem para reforçar os músculos que poderiam estar mais débeis e adequar grande parte da musculatura geral (Harre&Leopold, 1990).

    A resistência muscular localizada propicia uma adaptação anatômica primária (Bompa, 2001) nas estruturas musculares para o trabalho de força que virá posteriormente.


Características dos Exercícios para Resistência Muscular (quadro 01)


Exemplo de Exercício do Programa de Resistência Muscular (quadro 02)


Força máxima

    O segundo tipo de trabalho de força tem como premissa o fato de que somente com esforço máximo é que se pode adicionar cargas mais intensas.

    A maior força que o sistema neuromuscular consegue mobilizar por meio e uma contração máxima representaria a força máxima (Weineck, 1999).

    Este tipo de treinamento não se aplica a atletas que se encontram na fase pubertaria (Weineck, 1999).

    Na força máxima pode-se priorizar exercícios gerais em detrenimento aos de caráter específico, pois, o interesse direciona-se aos principais grupos musculares. Portanto, no tênis, o supino e o agachamento satisfazem as necessidades reais do treino de força máxima.

    O desenvolver da força máxima permitirá ao tenista transferir a força solicitada nos treinos em picos de aumento na potência. Devido as cargas serem muito próximas ao esforço máximo (85-95%), acabam ocasionando uma grande descarga de ativação neuromuscular que permite melhorar a coordenação intra e intermuscular (Bompa, 2001).


Exercícios de Força Máxima para Tenistas (quadro 03)


Resistência de força rápida

    Uma particularidade muito importante do jogo de tênis é que durante uma partida de profissionais são executadas uma média de 1100 batidas(dependendo do tempo de duração do jogo e do tipo de piso) (Skorodumova, 1998). Esse fato, por si só, justifica o treino da val6encia resistência de força rápida, que permitiria ao tenista executar as batidas por um longo período de tempo, sem perder a velocidade de execução de sua ação motora.

    Esta demanda repetitiva de movimentos dos golpes efetuados pelo membro superior ocasiona um desbalanço na musculatura dos rotatores internos e externos. Segundo Treiber et alii, (1998) os rotatores internos cuja solicitação é mais acentuada, acabam desenvolvendo-se em maior escala se comparado aos rotatores externos, que possuem a função de desaceleração do movimento. Isto implicaria no aparecimento de lesões a médio e longo prazo caso esse desbalanço não seja corrigido (Chandler et alii, 1992). Somando-se a isto, o membro dominante pelo seu uso excessivo torna-se mais hipertrofiado quando comparado ao membro contralateral (König et alii, 2001). Portanto, no início do programa de resistência de força rápida esse desbalanço deve ser avaliado e minimizado por meio de um trabalho corretivo de força.

    Em relação aos principais músculos solicitados durante os movimentos, os estudos eletromiográficos apontam para a musculatura do peitoral maior, tríceps braquial, deltóide anterior e posterior, oblíquo externo, reto abdominal e extensor radial do carpo (Chow et alii, 1999; Giangarra et alii, 1993).


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