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Problemas posturais em alunos do Centro
de Ensino Médio 01 - Paranoá - Brasilia DF.
Heloiza Helena Costa Pinto y Dr. Ramón F. Alonso Lópes

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 42 - Noviembre de 2001

3 / 3


    No Plano Posterior observou-se um registro de 9,7 % de escoliose com predomínio no sexo masculino em relação ao sexo feminino, embora no total tenha predominado a normalidade e em 66,4 % verificou-se que a escápula caída foi a alteração mais freqüente, sendo mais significativa no sexo masculino (48,3%), do que no sexo feminino. (tabela 04)


Tabela 04 - Resultados Nível Posterior
 
Freq. Fem.
% Fem.
Freq. Masc.
% Masc.
Total
%
 
 
 
 
 
 
 
CABEÇA
 
 
 
 
 
 
Normal
85
95,5
113
97,4
198
96,6
Flexão
4
4,5
2
1,7
6
2,9
Hiperext.
-
-
1
0,9
1
0,5
 
 
 
 
 
 
 
OMBROS
 
 
 
 
 
 
Normal
42
47,2
27
23,3
69
33,6
Aladas
22
24,7
33
28,5
62
30,2
Caído D Caído E Caídos Aduzidos
17 5 2 1
19,1 5,6 2,2 1,1
40 8 8 -
34,5 6,9 6,9 -
57 13 10 1
27,8 6,3 4,9 0,5
 
 
 
 
 
 
 
COLUNA
 
 
 
 
 
 
Normal
83
93,3
102
87,9
185
90,3
Escoliose E
4
4,5
9
7,8
13
6,3
Escoliose D
2
2,2
5
4,3
7
3,4
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL
89
100,0
116
100,0
205
100,0

    Observou-se ainda que, metade dos alunos estava na faixa de normalidade do IMC, e que 42,9% do total, estavam na faixa de baixo peso com predominância para o sexo feminino, 48,3%. (tabela 05)


Tabela 05 - Resultados -IMC
Alteraçõ,es
Freq. Fem.
% Fem.
Freq. Masc.
% Masc.
Total
%
 
 
 
 
 
 
 
Baixopeso
43
48,3
45
38,8
88
42,9
Normal
37
41,6
66
56,9
103
50,3
Sobrepeso
8
9,0
5
4,3
13
6,3
Obesidade
1
1,1
-
-
1
0,5
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL
89
100,0
116
100,0
205
100,0

    Nas alteraçõ,es de ambos os pés, observou-se que o pé cavo aparece em ambos os sexos como a alteração mais freqüente com o índice de 45,9 % pé direito e 57,5% pé esquerdo no total. (tabela 06/07)


Tabela 06 - Resultados - Pé Direito
Alteraçõ,es
Freq. Fem.
% Fem.
Freq. Masc.
% Masc.
Total
%
 
 
 
 
 
 
 
Cavo
42
47,2
52
44,8
94
45,9
Cavo Forte
24
27,0
17
14,7
41
20,0
Normal Cavo
14
15,7
22
19,0
36
17,5
Cavo Extremo
5
5,6
7
6,0
12
5,8
Normal
4
4,5
12
10,3
16
7,8
Plano
 
 
5
4,3
5
2,5
Plano Normal
 
 
1
0,9
1
0,5
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL
89
100,0
116
100,0
205
100,0


Tabela 07 - Resultados - Pé Esquerdo
Alteraçõ,es
Freq. Fem.
% Fem.
Freq. Masc.
% Masc.
Total
%
 
 
 
 
 
 
 
Cavo
51
57,3
67
57,8
118
57,6
Cavo Forte
15
16,9
9
7,8
24
11,7
Normal Cavo
12
13,5
20
17,2
32
15,6
Cavo Extremo
8
9,0
4
3,4
12
5,8
Normal
3
3,4
9
7,8
12
5,8
Plano
 
 
7
6,0
7
3,5
Plano Normal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL
89
100,0
116
100,0
205
100,0


Discussão

    Uma das causas de maior significação percentual para a interrupção da atividade produtiva em pacientes adultos (40 a 45 anos),foram as lombalgias. , assim como os problemas posturais, cerca de 80% da população adulta, têm a probabilidade de apresenta-los, sendo que estes se apresentam como a segunda causa do afastamento de trabalhadores do serviço, estando mais relacionados à coluna vertebral, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares (14,26,33).

    Partindo de queixas preliminares no CECOM - Centro de Saúde para a sua Comunidade, da UNICAMP - Universidade de Campinas, advindas principalmente da equipe de enfermagem, constatou-se um alto percentual, 96,2% de queixas precedentes, mostrando o risco ocupacional deste segmento de trabalhadores (2).

    Os resultados encontrados no presente estudo diferem dos apresentados por ROSA NETO (1991), no que diz respeito à incidência de desvios posturais. Ele mostrou em seu estudo, que a protrusão de ombros foi o desvio mais freqüente em escolares de nível médio em ambos os sexos, e nós a hiperextensão, que no sexo feminino ocorreu grande incidência de geno-varo, enquanto que no nosso aparece o geno-valgo (gráfico 1).

    STULZER (1994) confirma os resultados obtidos em nosso estudo em relação à incidência de problemas posturais. Ressalta que 28% dos avaliados apresentaram pelo menos uma possível alteração postural (gráfico 2) .

    KNOPLICH (1989) cita que a incidência de problemas posturais é muito maior nas meninas do que nos meninos, contrapondo os resultados encontrados neste trabalho (gráfico 3) .

    Das manifestaçõ,es posturais verificadas, percebemos que, as lordoses, protrusão de ombros e cifose seguidos pelo geno-varo, foram as que mais comumente incidiram nos jovens de ambos os sexos. Importante salientar que a lordose é a que mais se associa com as demais possíveis alteraçõ,es, embora os problemas posturais apresentem-se em todas as idades e sexos com índices variados.

    Acredita-se que os altos índices de incidência de alteraçõ,es posturais nestes jovens advêm da falta de conhecimento e desinteresse, como também da inexistência de um trabalho preventivo no âmbito escolar, caracterizando o descaso do sistema em que estes escolares estão inseridos, pela Educação e Saúde. Conclusão

    Diante dos resultados obtidos e analisados neste estudo, concluiu-se que os estudantes do Centro de Ensino Médio 01 - Paranoá , apresentaram-se com 51,8 % de pés cavos, 39,6% de joelho valgo, 29,3% de joelho varo e 53,6% joelho hiperextendido, 60,0 % de quadril antevertido, e 58,6% de desvios no dorso lombar.

    Os achados ao nível de tronco e abdômen foram sem significância estatística.

    Observamos que não ocorreram diferenças significativas entre os sexos, no que se refere à incidência de problemas posturais embora no sexo masculino tenha ocorrido prevalência de joelhos varos, ombros em protrusão, escápulas caídas, escoliose e protrusão da cabeça, enquanto que no feminino a prevalência foi de IMC/baixo peso, joelhos valgos, quadril antevertido e lordose.

    Confirmamos também a hipótese levantada da existência de um alto grau de afetaçõ,es posturais em alunos do ensino médio do Centro Ensino Médio 01 - Paranoá, Brasília - DF.

    A avaliação postural previne problemas maiores para os jovens no futuro, pois quanto mais precocemente se trabalhar no sentido de reeducação postural, com uma ação eficaz junto àqueles que apresentem alteraçõ,es, maiores os índices e possibilidades de sucesso.


Referências bibliográficas

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  • MOCHIZUKI, Luiz; FERNANDEZ, Eliane. Anais do III Fórum Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde, s.n, págs. 29-30, 1996.

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