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Perfil Morfo-Funcional dos Jogadores de Rugby Juniores
(Avançados / Linha Atrasada)

   
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
(Portugal)
 
Luís Miguel Teixeira Vaz
irmaos.vaz@mail.telepac.pt

 

 

 

 
Resumo:
    Os objectivos do presente estudo são: (I) Caracterizar as capacidades morfológicas, funcionais e motoras dos jogadores de rugby nacional no escalão júnior (Portugal); (II) Identificar e determinar o nível de adaptação e estruturação dos nossos jogadores, em relação ás exigências do jogo e da posição ocupada. (III) Identificar quais os indicadores mais sensíveis que permitam distinguir os jogadores pelas posiçães que ocupam no jogo.
    A amostra é constituída por 41 jogadores pertencentes a 10 clubes nacionais do escalão júnior, com idades compreendidas entre os 17 e 18 anos do sexo masculino, participantes no campeonato nacional e integrados nos programas de preparação das selecçães regionais e nacionais. Do total da amostra (n=41), 25 jogadores pertencem ao grupo dos Avançados e (n=16) pertencem ao grupo da linha atrasada.
    A metodologia utilizada, constou da recolha de medidas somáticas e de indicadores motores, tendo como referência a aplicação da bateria de testes EVAL, Godemet et al. (1987).
    Foram calculadas as estatísticas descritivas i.e.; média e desvio padrão, e foram testados todos os pressupostos necessários à realização de análises multivariadas.
    A comparação dos resultados do estudo, evidenciaram diferenças estatisticamente significativas em todas as medidas morfológicas absolutas e relativas, o que evidencia a desigualdade somática entre avançados e linha atrasada.
    Os indicadores somáticos permitiram-nos concluir com clareza as diferenças existentes entre os jogadores nas diferentes posiçães. Os jogadores avançados registaram os valores mais elevados de estatura, e de peso, sendo simultaneamente os que sugerem um maior cuidado na sua selecção em função das exigências e da estrutura do próprio jogo.
    Concluímos que os indicadores utilizados no estudo, evidenciaram sensibilidade suficiente, para distinguir em cada grupo, os jogadores em função da sua posição.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 40 - Setiembre de 2001

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Pertinência do estudo

  • Como antigo atleta das selecçães nacionais de juniores e Sub 21.

  • Como actual jogador , treinador e formador de rugby em Portugal.

  • Como Ex-seleccionador regional da A.R.N de juvenis e juniores.

  • Por considerar que a selecção de jogadores de rugby em Portugal tem obedecido a iniciativas isoladas dos seus responsáveis técnicos.

  • Por ter constatado a ausência de um modelo de identificação e selecção de jogadores, de acordo com a realidade do rugby nacional

Delimitação do problema

  • Constata-se facilmente nos jogos internacionais de rugby que um dos problemas das nossas Selecçães são o tamanho dos jogadores e a respectiva morfologia.

  • Pretendemos com o estudo determinar as capacidades morfológicas, funcionais e motoras dos jogadores juniores do rugby nacional.

Utilizamos para o efeito

  • Bateria de testes físicos devidamente normalizados .

  • Mediçães antropómetricas.

No intuíto de determinar e comparar

  • O nível de adaptação e estruturação dos nossos jogadores de rugby em relação às exigências do jogo e da posição ocupada em jogo.

  • As diferenças mais significativas e a relação existente entre a estrutura e função representadas pelas aptidães e competências do jogador.


Amostra

  • A amostra global é constituída por n = 41 jogadores do escalão júnior.

  • Idades compreendidas entre os 17 e 18 anos do sexo masculino.

  • Pertencentes a 10 clubes nacionais Portugueses.

  • Participantes no campeonato nacional de juniores da época 95/96.

  • Integrados nas selecçães Regionais e Nacionais.

  • n = 25 pertencentes ao grupo dos Avançados.

  • n = 16 pertencentes ao grupo da Linha Atrasada ( ¾´s).


Técnicas e instrumentos

  • A recolha dos indicadores motores teve como base a bateria de testes específicos de avaliação do jogador de rugby (EVAL), realizada pela comissão Médica e Técnica da F.F.R; Georges Cazorla e Max Godemet (1987).

  • A avaliação das dimensães lineares absolutas dos jogadores foi realizada de acordo com o protocolo proposto pelo International Working Group on Kinanthropometry (IWGK) e descrito por Ross e Marfell-Jones (1983).

Avaliação e determinação do perfil de capacidade motora

  • Corrida de Velocidade de 50 metros . Registo do tempo aos 20 e 50 metros.

  • Velocidade - Coordenação - Agilidade - 10 x 5 metros.

  • Força Abdominal (Máx. de repetiçães em 40 segundos).

  • Força dos membros superiores (Máx. de repetiçães realizadas na barra).

  • Força Resistente - Tempo de Suspensão na Barra.

  • Força Resistente - Flexão - Extensão de Braços (Máx. repetiçães).

  • Velocidade em Regime de Força - Impulsão Vertical (Sargent Test).

  • Força Máxima Isómétrica (F.preensores Mão Dir/Esq) 5 a 10 seg.

  • Força Extensores do Tronco (F. Ext .Lombar) 10 a 15 seg.

  • Flexibilidade - “Teste Sit and Reach”

  • Teste de VO2 Máx. ( Progressive Shuttle Run Test form Multistage Fitness Test, Ramsbottom et al (1988). - 20 metros / n.º Percursos


Avaliação e determinação do perfil de capacidade morfológica

  • Peso: Medido com o indivíduo despido e totalmente imóvel.

  • Altura: Medida entre o “Vertex” e o plano de referência do solo.

  • Diâmetro bi-acromial (Dba): Medido horizontalmente entre pontos acromiais.

  • Diâmetro bicôndilo-humeral (Dbh): Medido entre o epicôndilo e a epitróclea, com o cotovelo flectido a 90 º e a mão supinada.

  • Diâmetro bicôndilo femural (Dbf): Medido com o membro inferior flectido a 90 º entre os pontos mais salientes dos côndilos femurais.

  • Perímetro braquial tenso (Pbt): Medido com o cotovelo flectido e o "biceps braquiais' em contracção máxima, na maior saliência do ventre muscular.

  • Perímetro geminal (Pge): Medido ao nível da maior circunferência da perna.

  • "Skinfold" tricipital (St): Medida na face posterior do braço a meia distância entre o ponto acromial e o olecrâneo. Prega vertical.

  • "Skinfold" subescapular (Se): Medida no vértice inferior da omoplata. Prega oblíqua para fora e para baixo.

  • "Skinfold" ilíaca (Si): Medida sobre a crista ilíaca na linha vertical midaxilar. Prega horizontal.

  • "Skinfold" abdominal (Sa): Medida ao nível do "omphalion" afastada 5 cm para a direita. Prega vertical.

  • "Skinfold" crural (Sc): Medida na face anterior da coxa, sobre a sua linha média, a meia distância entre os pontos "iliocristale”e tibial, com o sujeito sentado e o joelho flectido a 90º. Prega vertical.

  • "Skinfold" geminal (Sg): Medida ao nível da maior circunferência da perna, sobre a sua face interna, com o sujeito sentado e o joelho flectido a 90º. Prega vertical.

    O somatótipo foi determinado de acordo com a técnica proposta por Heath Carter (1975) e o cálculo das três componentes (Endomorfismo, Mesomorfismo e Ectomorfismo) baseou-se nas equaçães propostas por Ross e Marfell- Jones (1983).


Procedimentos estatísticos utilizados

  1. Em primeiro lugar foram calculadas as Estatísticas Descritivas i.e., a Média e o Desvio Padrão e foram testados os pressupostos necessários à realização de Análises Multivariadas.

  2. De seguida, realizou-se uma Análise Comparativa Univariada através do teste-T para amostras independentes, em cada variável, face aos Avançados e Linha Atrasada, em que o nível de significância foi mantido em 5%.

  3. Procedeu-se à Análise Comparativa Multivariada entre Avançados e Linha Atrasada, pela função discriminante.

  4. Realizou-se uma Análise da Estrutura da Matriz, pelos Valores dos Coeficientes Canónicos Estruturais, no sentido de identificar os índices que melhor separam os grupos (Avançados e Linha atrasada). Consideram-se significativos os |CCE| ³ 0,30

  5. Por fim, foi testada a Qualidade do Ajuste da Função Linear encontradas pelas matrizes de confusão, em que nos irá apresentar uma reclassificação final do total dos casos classificados dos grupos originais (Avançados e Linha atrasada).

    A análise estatística foi efectuada pelo programa Statical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows 1995.


Hipóteses a serem testadas

  1. - Não existem diferenças significativas entre os indicadores que definem o Perfil Morfo-Funcional dos jogadores Avançados e da Linha Atrasada associadas à especificidade da posição ocupada e que correspondam aos diferentes constrangimentos colocados pelas exigências do jogo.

  2. - Existem diferenças significativas entre os indicadores que definem o Perfil Morfo-Funcional dos jogadores Avançados e da Linha Atrasada associadas à especificidade da posição ocupada e que correspondam aos diferentes constrangimentos colocados pelas exigências do jogo.


Apresentação e discussão dos resultados


Tabela 1 - Análise das médias e desvio padrão das variáveis: Idade (anos);Altura (cm); Peso (kg).


  • A Altura e o Peso são duas variáveis fortemente associadas ao sucesso desportivo por inúmeros investigadores e treinadores (Maia,1989).

  • Os jogadores Avançados, apresentaram os valores mais elevados pela análise das médias das variáveis avaliadas da Idade/ Altura Peso.

  • A comparação do presente estudo com o realizado por Ferreira (1985), permite-nos constatar a existência de diferenças significativas dos jogadores avançados actuais relativamente à altura + 6,0 cm e peso + 11 Kg . Este facto poderá ser justificado no nosso entender pela maior objectividade nos critérios de selecção de jogadores.

  • Os nossos jogadores juniores avançados e da linha atrasada, ainda estão a baixo da média tida como ideal segundo as diferentes tabelas normativas referenciadas por diferentes autores.


Tabela 2 - Análise Univariada entre Avançados e Linha Atrasada * p < 0,05



Tabela 3 - Análise Multivariada entre Avançados e Linha Atrasada* p < 0,05



Tabela 4 -Estrutura da Matriz, Coeficientes Canónicos Estruturais,*|CCE |> 0,30



Lecturas: Educación Física y Deportes · http://www.efdeportes.com · Año 7 · Nº 40   sigue Ü