Perfil Morfo-Funcional dos Jogadores de Rugby Juniores (Avançados / Linha Atrasada) |
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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) |
Luís Miguel Teixeira Vaz irmaos.vaz@mail.telepac.pt |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 40 - Setiembre de 2001 |
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Pertinência do estudo
Como antigo atleta das selecçães nacionais de juniores e Sub 21.
Como actual jogador , treinador e formador de rugby em Portugal.
Como Ex-seleccionador regional da A.R.N de juvenis e juniores.
Por considerar que a selecção de jogadores de rugby em Portugal tem obedecido a iniciativas isoladas dos seus responsáveis técnicos.
Por ter constatado a ausência de um modelo de identificação e selecção de jogadores, de acordo com a realidade do rugby nacional
Delimitação do problema
Constata-se facilmente nos jogos internacionais de rugby que um dos problemas das nossas Selecçães são o tamanho dos jogadores e a respectiva morfologia.
Pretendemos com o estudo determinar as capacidades morfológicas, funcionais e motoras dos jogadores juniores do rugby nacional.
Utilizamos para o efeito
Bateria de testes físicos devidamente normalizados .
Mediçães antropómetricas.
No intuíto de determinar e comparar
O nível de adaptação e estruturação dos nossos jogadores de rugby em relação às exigências do jogo e da posição ocupada em jogo.
As diferenças mais significativas e a relação existente entre a estrutura e função representadas pelas aptidães e competências do jogador.
Amostra
A amostra global é constituída por n = 41 jogadores do escalão júnior.
Idades compreendidas entre os 17 e 18 anos do sexo masculino.
Pertencentes a 10 clubes nacionais Portugueses.
Participantes no campeonato nacional de juniores da época 95/96.
Integrados nas selecçães Regionais e Nacionais.
n = 25 pertencentes ao grupo dos Avançados.
n = 16 pertencentes ao grupo da Linha Atrasada ( ¾´s).
Técnicas e instrumentos
A recolha dos indicadores motores teve como base a bateria de testes específicos de avaliação do jogador de rugby (EVAL), realizada pela comissão Médica e Técnica da F.F.R; Georges Cazorla e Max Godemet (1987).
A avaliação das dimensães lineares absolutas dos jogadores foi realizada de acordo com o protocolo proposto pelo International Working Group on Kinanthropometry (IWGK) e descrito por Ross e Marfell-Jones (1983).
Avaliação e determinação do perfil de capacidade motora
Corrida de Velocidade de 50 metros . Registo do tempo aos 20 e 50 metros.
Velocidade - Coordenação - Agilidade - 10 x 5 metros.
Força Abdominal (Máx. de repetiçães em 40 segundos).
Força dos membros superiores (Máx. de repetiçães realizadas na barra).
Força Resistente - Tempo de Suspensão na Barra.
Força Resistente - Flexão - Extensão de Braços (Máx. repetiçães).
Velocidade em Regime de Força - Impulsão Vertical (Sargent Test).
Força Máxima Isómétrica (F.preensores Mão Dir/Esq) 5 a 10 seg.
Força Extensores do Tronco (F. Ext .Lombar) 10 a 15 seg.
Flexibilidade - “Teste Sit and Reach”
Teste de VO2 Máx. ( Progressive Shuttle Run Test form Multistage Fitness Test, Ramsbottom et al (1988). - 20 metros / n.º Percursos
Avaliação e determinação do perfil de capacidade morfológica
Peso: Medido com o indivíduo despido e totalmente imóvel.
Altura: Medida entre o “Vertex” e o plano de referência do solo.
Diâmetro bi-acromial (Dba): Medido horizontalmente entre pontos acromiais.
Diâmetro bicôndilo-humeral (Dbh): Medido entre o epicôndilo e a epitróclea, com o cotovelo flectido a 90 º e a mão supinada.
Diâmetro bicôndilo femural (Dbf): Medido com o membro inferior flectido a 90 º entre os pontos mais salientes dos côndilos femurais.
Perímetro braquial tenso (Pbt): Medido com o cotovelo flectido e o "biceps braquiais' em contracção máxima, na maior saliência do ventre muscular.
Perímetro geminal (Pge): Medido ao nível da maior circunferência da perna.
"Skinfold" tricipital (St): Medida na face posterior do braço a meia distância entre o ponto acromial e o olecrâneo. Prega vertical.
"Skinfold" subescapular (Se): Medida no vértice inferior da omoplata. Prega oblíqua para fora e para baixo.
"Skinfold" ilíaca (Si): Medida sobre a crista ilíaca na linha vertical midaxilar. Prega horizontal.
"Skinfold" abdominal (Sa): Medida ao nível do "omphalion" afastada 5 cm para a direita. Prega vertical.
"Skinfold" crural (Sc): Medida na face anterior da coxa, sobre a sua linha média, a meia distância entre os pontos "iliocristale”e tibial, com o sujeito sentado e o joelho flectido a 90º. Prega vertical.
"Skinfold" geminal (Sg): Medida ao nível da maior circunferência da perna, sobre a sua face interna, com o sujeito sentado e o joelho flectido a 90º. Prega vertical.
O somatótipo foi determinado de acordo com a técnica proposta por Heath Carter (1975) e o cálculo das três componentes (Endomorfismo, Mesomorfismo e Ectomorfismo) baseou-se nas equaçães propostas por Ross e Marfell- Jones (1983).
Procedimentos estatísticos utilizados
Em primeiro lugar foram calculadas as Estatísticas Descritivas i.e., a Média e o Desvio Padrão e foram testados os pressupostos necessários à realização de Análises Multivariadas.
De seguida, realizou-se uma Análise Comparativa Univariada através do teste-T para amostras independentes, em cada variável, face aos Avançados e Linha Atrasada, em que o nível de significância foi mantido em 5%.
Procedeu-se à Análise Comparativa Multivariada entre Avançados e Linha Atrasada, pela função discriminante.
Realizou-se uma Análise da Estrutura da Matriz, pelos Valores dos Coeficientes Canónicos Estruturais, no sentido de identificar os índices que melhor separam os grupos (Avançados e Linha atrasada). Consideram-se significativos os |CCE| ³ 0,30
Por fim, foi testada a Qualidade do Ajuste da Função Linear encontradas pelas matrizes de confusão, em que nos irá apresentar uma reclassificação final do total dos casos classificados dos grupos originais (Avançados e Linha atrasada).
A análise estatística foi efectuada pelo programa Statical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows 1995.
Hipóteses a serem testadas
- Não existem diferenças significativas entre os indicadores que definem o Perfil Morfo-Funcional dos jogadores Avançados e da Linha Atrasada associadas à especificidade da posição ocupada e que correspondam aos diferentes constrangimentos colocados pelas exigências do jogo.
- Existem diferenças significativas entre os indicadores que definem o Perfil Morfo-Funcional dos jogadores Avançados e da Linha Atrasada associadas à especificidade da posição ocupada e que correspondam aos diferentes constrangimentos colocados pelas exigências do jogo.
Apresentação e discussão dos resultados
Tabela 1 - Análise das médias e desvio padrão das variáveis: Idade (anos);Altura (cm); Peso (kg).
A Altura e o Peso são duas variáveis fortemente associadas ao sucesso desportivo por inúmeros investigadores e treinadores (Maia,1989).
Os jogadores Avançados, apresentaram os valores mais elevados pela análise das médias das variáveis avaliadas da Idade/ Altura Peso.
A comparação do presente estudo com o realizado por Ferreira (1985), permite-nos constatar a existência de diferenças significativas dos jogadores avançados actuais relativamente à altura + 6,0 cm e peso + 11 Kg . Este facto poderá ser justificado no nosso entender pela maior objectividade nos critérios de selecção de jogadores.
Os nossos jogadores juniores avançados e da linha atrasada, ainda estão a baixo da média tida como ideal segundo as diferentes tabelas normativas referenciadas por diferentes autores.
Tabela 2 - Análise Univariada entre Avançados e Linha Atrasada * p < 0,05
Tabela 3 - Análise Multivariada entre Avançados e Linha Atrasada* p < 0,05
Tabela 4 -Estrutura da Matriz, Coeficientes Canónicos Estruturais,*|CCE |> 0,30
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