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ISSN 1514-3465

 

Treinamento resistido de alta velocidade e 

mobilidade em idosos. Uma revisão sistemática

High-Speed Resistance Training and Mobility in Older Adults. A Systematic Review

Entrenamiento resistido de alta velocidad y movilidad en personas mayors. Una revisión sistemática

 

Marckson da Silva Paula*

profmarckson@gmail.com

Jani Cléria Pereira Bezerra**

j.cleria@gmail.com

Rodrigo Gomes de Souza Vale+

rodrigogsvale@gmail.com

Estélio Henrique Martin Dantas++

estelio.dantas@unirio.br

 

*Pós-graduado em treinamento desportivo e fisiologia do exercício

Universidade Castelo Branco (UCB)

Aluno especial do curso de pós-graduação stricto sensu

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

**Doutora em Enfermagem e Biociências (UNIRIO)

Doutora em Medicina do Esporte

Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción

Doutora em Saúde Pública

Universidad Internacional Tres Fronteras

+Doutor em Ciências da Saúde

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

++Doutor em Educação Física

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

(Brasil)

 

Recepción: 31/10/2024 - Aceptación: 17/01/2025

1ª Revisión: 29/12/2024 - 2ª Revisión: 14/01/2025

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Paula, M. da S., Bezerra, J.C.P., Vale, R.G. de S., e Dantas, E.H.M. (2025). Treinamento resistido de alta velocidade e mobilidade em idosos. Uma revisão sistemática. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(321), 200-220. https://doi.org/10.46642/efd.v29i321.7992

 

Resumo

    Esta revisão sistemática teve como objetivo avaliar a eficácia do treinamento resistido de alta velocidade na melhoria da mobilidade de idosos com limitação de movimento. Foram inicialmente identificados 1667 artigos nas bases de dados Pubmed, Web of Science, Scopus, Embase e Lilacs, dos quais 1489 foram analisados e 6 selecionados para o estudo, com uma amostra de 374 idosos (118 homens e 256 mulheres), com idades entre 65 e 94 anos. O Short Physical Performance Battery (SPPB) foi o instrumento mais utilizado para avaliar a mobilidade (83,3%). Todos os estudos demonstraram melhorias na mobilidade e/ou na potência muscular dos membros inferiores. A qualidade metodológica variou de 12 a 13 pontos na escala Testex (máximo de 15). Conclui-se que o treinamento resistido de alta velocidade é eficaz na melhoria da mobilidade de idosos com limitações de mobilidade.

    Unitermos: Idosos. Treinamento resistido. Limitação de mobilidade.

 

Abstract

    This systematic review aimed to assess the effectiveness of high-speed resistance training in improving mobility in older adults with movement limitations. A total of 1,667 articles were initially identified from the PubMed, Web of Science, Scopus, Embase, and Lilacs databases. Of these, 1,489 were screened and 6 were selected for inclusion in the study, with a sample of 374 older adults (118 men and 256 women), aged between 65 and 94 years. The Short Physical Performance Battery (SPPB) was the most commonly used tool to assess mobility (83.3%). All studies showed improvements in mobility and/or lower limb muscle power. The methodological quality of the studies ranged from 12 to 13 points on the Testex scale (maximum of 15). It was concluded that high-speed resistance training is effective in improving mobility in older adults with mobility limitations.

    Keywords: Aged. Resistance training. Mobility limitation.

 

Resumen

    Esta revisión sistemática tuvo como objetivo evaluar la efectividad del entrenamiento resistido de alta velocidad para mejorar la movilidad de las personas mayores con limitaciones de movimiento. Inicialmente se identificaron 1667 artículos en las bases de datos Pubmed, Web of Science, Scopus, Embase y Lilacs, de los cuales 1489 fueron analizados y 6 seleccionados para el estudio, con una muestra de 374 personas mayores (118 hombres y 256 mujeres), con edades entre 65 y 94 años. El Short Physical Performance Battery (SPPB) fue el instrumento más utilizado para evaluar la movilidad (83,3%). Todos los estudios demostraron mejoras en la movilidad y/o la potencia muscular de las extremidades inferiores. La calidad metodológica osciló entre 12 y 13 puntos en la escala Testex (máximo 15). Se concluye que el entrenamiento de resistencia a alta velocidad es eficaz para mejorar la movilidad de personas mayores con limitaciones de movimiento.

    Palabras clave: Personas mayores. Entrenamiento de resistencia. Limitación de movilidad.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)


 

Introdução 

 

    Estimativas indicam um aumento significativo na população idosa mundial, com o número de pessoas com 65 anos ou mais nos EUA mais que dobrando até 2030, totalizando cerca de 71 milhões. No Brasil, essa população poderá crescer de 19,2 milhões para 58,2 milhões em 2060. À medida que envelhecem, os indivíduos tendem a reduzir a prática de atividades físicas, o que resulta na perda de força muscular, essencial para a mobilidade funcional.

 

    A perda de potência muscular ocorre antes da perda de força, com uma redução de 3,5% a 6% ao ano, enquanto a força diminui entre 0% e 1,5% ao ano. A potência muscular, portanto, é um indicador precoce do declínio funcional (Papa, Dong, e Hassan, 2017; Katsoulis et al., 2019; McKinnon et al., 2017; Silva et al., 2024). Martins et al. (2022) confirmam que a perda de potência muscular acelera com o envelhecimento e está estreitamente ligada à perda de força. Uma das capacidades que também declina com o envelhecimento é a mobilidade. (Maranhão et al., 2023; Alcântara et al., 2024)

 

    Mobilidade é a capacidade de uma pessoa se deslocar, mudando de posição ou local. Esse aspecto físico é essencial para um envelhecimento saudável e com qualidade de vida. Fatores como alterações nos ossos, problemas nas articulações, fraqueza muscular e condições neurológicas podem afetar a mobilidade. O declínio dessa capacidade pode levar a deficiências físicas, lesões e dependência funcional. (Soubra, Chkeir, e Novella, 2019)

 

    Falck et al. (2022) afirmam que as limitações funcionais em idosos representam um alto custo para a saúde pública, com gastos anuais médios de $27.380,74 por pessoa (valores de 2020), destacando a gravidade do problema. Nicolson et al. (2021) corroboram essa ideia, apontando que a deficiência na mobilidade está associada aos custos públicos com saúde, ao declínio funcional e à mortalidade.

 

    Entre as intervenções para melhorar a mobilidade funcional, o treinamento resistido de alta velocidade (TRAV) tem se destacado como uma alternativa ao treinamento resistido tradicional, recomendado pelo American College of Sports Medicine (ACSM). O TRAV visa maximizar a potência muscular e, assim, melhorar a mobilidade funcional em idosos (Byrne et al., 2016).

 

    Com base nisso, o objetivo deste estudo é investigar a eficácia do TRAV na melhoria da mobilidade de idosos com limitações de mobilidade.

 

Métodos 

 

    Esta revisão sistemática foi conduzida conforme as diretrizes PRISMA (Page et al., 2021) e o Handbook da Cochrane (Higgins et al., 2024). O protocolo de busca foi registrado na plataforma PROSPERO sob o número CRD42024587574. A questão de pesquisa formulada foi: "O treinamento resistido de alta velocidade pode ser uma alternativa eficaz para melhorar a mobilidade em idosos com limitação de mobilidade?"

 

    A estratégia de busca, de alta sensibilidade, foi baseada no acrônimo PICO (Santos, Pimenta e Nobre, 2007), onde: P: População; I: Intervenção; C: Comparador; O: Outcomes ou Desfecho. Para este estudo: P (idosos com limitação de mobilidade), I (treinamento resistido de alta velocidade), C (grupo controle ou outras intervenções para melhorar a mobilidade de idosos) e O (melhoria da mobilidade funcional, da velocidade de marcha e, secundariamente, da potência muscular dos membros inferiores).

 

    As buscas foram realizadas em cinco bases de dados: PubMed, Embase, Web of Science, Scopus e Lilacs, abrangendo publicações até 10 de outubro de 2024. As palavras-chave foram selecionadas a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Medical Subject Headings (MeSH), incluindo sinônimos relacionados. Os descritores utilizados foram: "idosos", "treinamento resistido" e "limitação da mobilidade". Para refinar a busca, foram empregados operadores booleanos, como OR e AND, sem restrições de data ou idioma.

 

    Para a inclusão dos estudos nesta revisão sistemática, foram adotados os seguintes critérios de elegibilidade.

 

    Critérios de inclusão: I) estudos realizados com idosos (≥ 60 anos e de ambos os sexos); II) intervenções com treinamento resistido de alta velocidade; III) os desfechos relacionados à melhoria da mobilidade e, secundariamente, à potência muscular de membros inferiores; IV) os estudos selecionados devem ser Ensaios Clínicos Randomizados (ECR’s); V) indivíduos idosos com limitação de mobilidade leve ou moderada, podendo ser causada por comprometimento cognitivo leve ou sem causa específica; VI) intervenções com grupo controle ou outras intervenções alternativas focadas na melhoria da mobilidade.

 

    Critérios de exclusão: I) revisões bibliográficas, artigos de opinião, resumos, estudos longitudinais ou transversais; II) estudos não revisados por pares; III) estudos sem grupo controle ou intervenções alternativas para melhoria da mobilidade; IV) estudos realizados com animais; V) artigos restritos e/ou incompletos; VI) intervenções de reabilitação pós-cirúrgica; VII) indivíduos com doenças neurológicas graves (esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, etc.); VIII) intervenções combinadas.

 

    Após as buscas, os resultados obtidos nas bases de dados foram encaminhados para avaliação independente de dois revisores, utilizando a plataforma Rayyan (Ouzzani et al., 2016), com o objetivo de selecionar os estudos para esta revisão sistemática. Os títulos e resumos de todos os resultados encontrados foram avaliados, e, caso não houvesse elementos suficientes para inclusão ou exclusão, os estudos eram mantidos para análise posterior do texto completo.

 

    Em seguida, os estudos selecionados foram avaliados na íntegra pelos revisores para garantir sua elegibilidade. Em caso de discordâncias quanto à inclusão ou exclusão de um estudo, o conflito foi resolvido por consenso ou, se necessário, a opinião de um terceiro revisor foi consultada. Também foram verificadas as referências dos estudos analisados para identificar outros artigos elegíveis por meio de busca manual.

 

    Após a seleção final e o acesso completo aos artigos, a extração de dados foi realizada em outubro de 2024, abrangendo informações sobre: fonte, métodos, intervenções, desfechos, resultados, participantes, além de outros aspectos como conclusões e limitações dos estudos. Os dados foram analisados e agrupados conforme suas características, a fim de otimizar a discussão.

 

    A qualidade metodológica dos estudos selecionados foi avaliada por meio da escala de análise de risco de viés Testex (Tool for the assessment of study quality and reporting in exercise) (Smart et al., 2015), aplicada a Ensaios Clínicos Randomizados (ECR’s). Os critérios de análise incluíram a elegibilidade dos estudos, geração da sequência de randomização, sigilo da alocação, similaridade dos grupos na linha de base, cegamento do avaliador para pelo menos um desfecho-chave, medidas de desfecho em 85%, análise por intenção de tratar, comparações estatísticas entre grupos, medidas pontuais e variabilidade para todas as medidas de desfecho, monitoramento de atividades nos grupos controle, intensidade constante do exercício e características do volume de exercício e gasto energético.

 

    A escala Testex possui 12 critérios, com uma pontuação mínima de 0 e máxima de 15 pontos. A pontuação é dividida da seguinte forma: 5 pontos para avaliação da qualidade do estudo (critérios 1 a 5) e 10 pontos para avaliação da qualidade de relato (critérios 6 a 12). Cada critério pode pontuar até 1 ponto (critérios 1-5, 7, 9-12), até 2 pontos (critério 8) e até 3 pontos (critério 6).

 

Resultados 

 

    A Figura 1 apresenta o fluxo de identificação, triagem e seleção dos estudos. As bases de dados consultadas foram: PubMed (Medline), Scopus (Elsevier), Embase (Elsevier), Lilacs (Portal BVS) e Web of Science. Não houve restrições quanto ao idioma e ao período de publicação, com estudos selecionados entre os anos de 2008 e 2020, sendo o inglês o idioma predominante.

 

    Foram encontrados 1667 resultados, dos quais 40 artigos foram excluídos por duplicidade, restando 1489 resultados para análise. Desses, 6 estudos foram incluídos nesta revisão sistemática. A amostra total consistiu em 374 indivíduos, com idades entre 65 e 94 anos, sendo 118 homens e 256 mulheres.

 

    Os estudos foram realizados nos seguintes países: Estados Unidos (n=3), Dinamarca (n=1), Coreia do Sul (n=1) e Canadá (n=1).

 

    A Tabela 1 apresenta detalhes sobre os estudos, incluindo os locais das intervenções, objetivos, características da amostra, grupos envolvidos e instrumentos utilizados para avaliação das medidas de desfecho. Nas intervenções, o treinamento resistido de alta velocidade (TRAV) foi comparado com um grupo controle (GC) e com as seguintes intervenções alternativas: treinamento resistido de baixa velocidade (TRBV) e treinamento de força (TF).

 

    O instrumento mais utilizado para avaliar a mobilidade foi o SPPB (presente em 83,3% dos estudos). O SPPB é uma ferramenta amplamente empregada para avaliar o desempenho funcional das extremidades inferiores e é um forte preditor de desfechos adversos na saúde de idosos, como internações, incapacidade e mortalidade (Jacob et al., 2018).

 

Figura 1. Fluxograma de seleção de estudos

Figura 1. Fluxograma de seleção de estudos

Fonte: Adaptado de Page et al. (2021)

 

Tabela 1. Características gerais dos estudos

Referência

Objetivo

Amostra

Grupos

Instrumento de avaliação

Bean et al. (2009)

Avaliar os benefícios do TRAV na PM dos membros e na MOB entre idosos com limitações de MOB

N=138; idosos ≥ 65 anos

GE 1 (TRAV: N=72; 22M e 50F; X̄: 74,7 ± 6,8 anos) e GE 2 (TF: N=66; 21M e 45F; 76,1 ± 6,9 anos)

SPPB e IFDVA

Hvid et al. (2016)

Examinar os efeitos de 12 SEM de TRAV nos resultados da ativação muscular voluntária e da VM em idosos com limitações de MOB

N=37; idosos ≥ 75 anos

GE (TRAV: N=16; 7M e 9F; X̄: 82,3 ± 1,3 anos,) e GC (N=21; 7M e 14F; X̄: 81,6 ± 1,1 anos,)

SPPB e TC2min

Lee et al. (2020)

Investigar os efeitos de 8 SEM de TRAV na FM, de marcha e FE em idosos frágeis com CCL

N=40; idosos ≥ 65 anos

GE (TRAV: N=18; 7M e 11F; X̄: 73,7 ± 4,6 anos) e GC (N=22; 9M e 13F; X̄: 74,2 ± 4,4 anos)

TUG

Reid et al. (2008)

Investigar se o TRAV melhorou a PM e a CF dos MMII em idosos com limitações funcionais, em comparação com o TRBV

N=57; idades entre 65 e 94 anos; X̄: 74,2 ± 7 anos

GE 1 (TRAV: N=23; 11M e 12F; 72,3 ± 6 anos). GE 2 (TRBV: N=22; 9M e 13F; 73,1 ± 6 anos) e GC (N=12; 6M e 6F; 79,7 ± 9 anos)

SPPB e Teste de potência de pico (Callahan et al., 2007)

Reid et al. (2015)

Comparar os efeitos de duas intervenções de treinamento de PM para os MMII, sobre a PM, DF, ativação neuromuscular e área de seção transversal muscular em idosos com limitações de MOB

N=52; idades entre 70 e 85 anos; X̄: 78 ± 5 anos

GE 1 (TRAV: N=27; 9M e 18F; X̄: 77,6 ± 4 anos) e GE 2 (TRBV: N=25; 10M e 15F; X̄: 78,3 ± 5 anos)

SPPB

Webber e Porter (2010)

Determinar os efeitos do TRAV no tempo de movimento do pé e, secundariamente, na FM e PM do tornozelo em mulheres idosas com MOB reduzida

N=50F; idades entre 70 e 88 anos; Med: 75 anos

GE 1 (TRAV: N=17; Med: 74 anos), GE 2 (TF: N=17; Med: 77 anos) e GC (N=16; Med: 75 anos)

 

SPPB e dinamômetro Biodex System 3 Pro (Biodex Medical Systems, Inc., Shirley, NY) para a avaliação da PM

Total de estudos (N=6)

--

Total amostral dos estudos (N=374 idosos; idades entre 65 e 94 anos)

118M e 256F em todos os estudos analisados

Instrumento mais utilizado para avaliar a mobilidade funcional: SPPB (83,3%)

Legenda: X̄: média; Med: mediana; M: masculino; F: feminino; N: amostra; GE: grupo experimental; GC: grupo controle; TF: treinamento de força; TRAV: treinamento resistido de alta velocidade; TRBV: treinamento resistido de baixa velocidade; SPPB: Short Physical Performance Battery; IFDVA: Instrumento de Funcionalidade e Discapacidade na Vida Adulta; TUG: Timed Up and Go; TC2min: teste de caminhada de 2 minutos; MOB: mobilidade; FE: função executiva; CF: capacidade funcional; DF: desempenho físico; CCL: comprometimento cognitivo leve; FM: força muscular; PM: potência muscular; VM: velocidade de marcha; MMII: membros inferiores; SEM: semana (s). Fonte: Elaboração própria

 

    A Tabela 2 apresenta os protocolos de TRAV dos estudos analisados. A frequência semanal variou entre 2 e 3 vezes por semana, com sessões de treinamento de 45 a 60 minutos. A duração das intervenções foi de 8 a 16 semanas, sendo 12 semanas o período mais utilizado (Reid et al., 2008; Webber e Porter, 2010; Hvid et al., 2016).

 

    A intensidade do treinamento foi monitorada por meio de percentuais do teste de 1RM (Reid et al., 2008; Reid et al., 2015), escala de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) (Bean et al., 2009; Lee et al., 2020), intensidades variadas de faixas elásticas (Webber e Porter, 2010) e, em um estudo, não foi especificada (Hvid et al., 2016).

 

    Quanto à quantidade de exercícios, esta variou entre 2 (Reid et al., 2008; Reid et al., 2015; Webber e Porter, 2010) e 8 exercícios (Lee et al., 2020), com 2 a 3 séries de 8 a 10 repetições e intervalos de descanso entre 60 e 120 segundos.

 

    Na maioria dos estudos (83,3%), a velocidade do movimento foi a mais rápida possível na fase concêntrica, enquanto a fase excêntrica foi executada em 2 a 3 segundos (Bean et al., 2009; Hvid et al., 2016; Reid et al., 2008; Reid et al., 2015; Webber e Porter, 2010).

 

Tabela 2. Protocolos de treinamento

Referência

FS/TS/TI

Intensidade

Descrição

Bean et al. (2009)

FS: 3x/sem (dias alternados); TI: 16 sem; TS: 45-60’

11-17 PSE (escala de 6-20) ou ≥ 85% FCM; Sobrecarga usada com coletes corporais; aumento da resistência em 2% do PC

QE: N/I; 2x (séries) em todos os exercícios. CAD: CONC: + rápido possível; EXC: 3”. OBS: O exercício de subir/descer escadas era realizado apenas após 4 sem (se o praticante tivesse condição física para realizá-lo)

Hvid et al. (2016)

FS: 2x/sem; TI: 12 sem

70-80% do máximo. OBS: Não há uma indicação se houve algum teste de RM.

QE: N/I; exercícios para MMSS e MMII. Exercícios para MMII: Leg P e FP. SEM 1-6: 3x10; SEM 7-12: 3x8; CAD: CONC: + rápido possível; EXC: forma controlada.

Lee et al. (2020)

FS: 3x/sem; TI: 8 sem; TS: 50’

12-13 PSE (escala de 6-20)

QE: 8; 2-3x10-12; IS: 60”. SEM 1: Rem sent, Leg P unil, voador, Elev lat, Elev de pernas sentado, Agach parc, Agach e ponte; SEM 2-4: utilização de banda elástica para os mesmos exercícios; SEM 5-8: manteve os exercícios, porém, incluiu Elev de pernas sentado ISO 5” e o Agach largo. CAD: 4” (1” CONC e 3” EXC)

Reid et al. (2008)

FS: 3x/sem; TI: 12 sem

70%1RM

QE: 2; 3x8. Leg P e EJ unil. CAD: 3” (CONC: + rápido possível e 2” EXC)

Reid et al. (2015)

FS: 2x/sem; TI: 16 sem

70%1RM; ajuste a cada 3 SEM

QE: 2; 3x10; Leg P e EJ unil. CAD: 3” (CONC: + rápido possível e 2” EXC)

Webber e Porter (2010)

FS: 2x/sem; TS: 45’; TI: 12 sem

Aumento progressivo da intensidade das faixas elásticas de 2-3 sem

QE: 2; 3x8. DF unil e FP unil; IS: 120”; CAD: 3-4” (CONC: + rápido possível e EXC: 2-3”)

Legenda: MMSS: membros superiores; MMII: membros inferiores; PC: peso corporal; 1RM: teste de 1 repetição máxima; FCM: frequência cardíaca máxima; PSE: percepção subjetiva de esforço; QE: quantidade de exercícios; FS: frequência semanal; TS: tempo de sessão; TI: tempo de intervenção; IS: intervalo entre séries; CAD: cadência; CONC: concêntrica; EXC: excêntrica; N/I: não informado; OBS: observação; Rem sent: remada sentada; Leg P: leg press; Elev lat: elevação lateral; Agach parc: agachamento parcial; EJ: extensão de joelhos; DF: dorsiflexão; FP: flexão plantar; unil: unilateral; ISO: isometria. Fonte: Elaboração própria

 

    A Tabela 3 apresenta os resultados dos estudos. Em todos os estudos, foi observada melhoria na mobilidade e/ou potência muscular após a intervenção com o TRAV. Os estudos que utilizaram esse método mostraram resultados superiores no SPPB quando comparados a outras intervenções alternativas ou ao grupo controle. (Bean et al., 2009; Reid et al., 2015)

 

    Outros indicadores de mobilidade também foram avaliados, como a velocidade de marcha (VM) e o teste TUG, ambos mostrando resultados significativos nos grupos que realizaram TRAV (Lee et al., 2020; Hvid et al., 2016). Secundariamente, a melhoria da potência muscular (PM) foi observada em alguns estudos, nos quais os participantes do grupo TRAV apresentaram melhorias significativas em comparação aos do grupo de treinamento resistido de baixa velocidade (TRBV) (Reid et al., 2008; Webber e Porter, 2010). Entretanto, em outros estudos, não foram observadas diferenças entre os grupos. (Reid et al., 2015)

 

Tabela 3. Resultados dos estudos

Referência

Resultados

Bean et al. (2009)

Houve DS no efeito temporal para o SPPB (p < 0,001) e para o IFDVA (p = 0,005) em ambos os grupos. Contudo, não houve DS entre os grupos na mudança do SPPB (TRAV: 1,75; TF: 1,42; p = 0,44) nem na mudança do IFDVA (TRAV: 2,6; TF: 1,1; p = 0,18).

Hvid et al. (2016)

Houve aumento significativo da VM no grupo TRAV após a intervenção (p < 0,05), enquanto o GC apresentou diminuição (p < 0,05). Além disso, foi observada DS entre os grupos na VM do TC2min, com o grupo TRAV mostrando uma mudança de +0,12 m/s em comparação ao GC (p < 0,05).

Lee et al. (2020)

Houve DS para a VM de 4,44 m e para o teste TUG na interação entre grupos e tempos, antes e após as intervenções (p < 0,05). A VM de 4,44 m aumentou significativamente no grupo TRAV em comparação ao GC entre os tempos pré e pós (p < 0,001; IC 95%: -1,33 a -0,44). O mesmo ocorreu para o teste TUG, com DS entre os tempos pré e pós no grupo TRAV, em comparação ao GC (p < 0,001; IC 95%: -2,62 a -1,14).

Reid et al. (2008)

Houve DS na PM máxima em 40% e 70% de 1RM, que aumentou significativamente do início ao final da intervenção nos grupos TRBV e TRAV em comparação ao GC (p < 0,01), sem DS entre TRBV e TRAV. Para a PM de LP, não houve DS entre os grupos/tempos em 40% ou 70% de 1RM. A PM máxima específica de EJ aumentou significativamente no TRBV e no TRAV em comparação ao GC (p ≤ 0,004), sem DS nas melhorias entre TRAV e TRBV. Em 40% de 1RM, o grupo TRAV apresentou aumento maior na PM máxima de LP (36%) em relação ao GC (19%) e ao TRBV (18%) (p < 0,05). Em 70% de 1RM, o aumento foi significativamente maior no grupo TRAV (46%) em comparação ao GC (14%) e ao TRBV (20%) (p < 0,05).

Reid et al. (2015)

Houve DS na melhoria das pontuações do SPPB em ambos os grupos, com aumentos de 1,8 unidades no grupo TRAV e 1,3 unidades no grupo TRBV (p < 0,001), mas sem DS entre os grupos (p = 0,32). Na semana 4, não houve DS nas medidas de PM de LP, EJ, VC e FM. No entanto, na semana 16, houve DS em PM, VC e FM de LP em ambos os grupos, com ganhos relevantes em EJ, mas sem DS entre os grupos.

Webber e Porter (2010)

Na linha de base, não houve DS em FM ou PM de DF ou FP entre os grupos. No entanto, foram identificados efeitos principais significativos para o tempo em todas as variáveis de FM e PM, embora as interações entre grupo e tempo não tenham sido relevantes. As mudanças percentuais e os tamanhos de efeito foram semelhantes entre os grupos para FM e PM de DF. Em contrapartida, as alterações em FM e PM de FP foram mais pronunciadas no grupo TRAV.

Legenda: DS: diferenças significativas; GC: grupo controle; SPPB: Short Physical Performance Battery; IFDVA: Instrumento de Funcionalidade e Discapacidade na Vida Adulta; TUG: Timed Up and Go; TC2min: teste de caminhada de 2 minutos; TRAV: treinamento de resistência de alta velocidade; TRBV: treinamento resistido de baixa velocidade; PM: potência muscular; FM: força muscular; VC: velocidade de contração; VM: velocidade de marcha; EJ: extensão de joelhos; LP: leg press; DF: dorsiflexão; FP: flexão plantar. Fonte: Elaboração própria

 

    A Tabela 4 apresenta a avaliação dos estudos quanto ao risco de viés, utilizando os 12 critérios da escala Testex (Smart et al., 2015). Todos os seis estudos foram avaliados quanto ao risco de viés, e os resultados foram: 13 pontos (N=3) para os estudos de Bean et al. (2009), Hvid et al. (2016) e Webber e Porter (2010), e 12 pontos (N=3) para os estudos de Lee et al. (2020), Reid et al. (2008) e Reid et al. (2015).

 

    Os parâmetros relacionados aos critérios de elegibilidade, ocultação da alocação, comparações estatísticas entre grupos, medidas pontuais e de variabilidade para as medidas de desfecho relatadas, monitoramento de atividades dos grupos controle e manutenção da intensidade relativa do exercício constante receberam as pontuações máximas nos estudos analisados.

 

    A randomização dos estudos não foi especificada em apenas um deles (Reid et al., 2015). Além disso, apenas um estudo obteve pontuação no critério de análise por intenção de tratar. (Bean et al., 2009)

 

    A similaridade entre os grupos na linha de base também foi um critério em que apenas um estudo não pontuou, apresentando diferenças entre os participantes em alguma medida de desfecho ou característica antes da intervenção. (Reid et al., 2008)

 

Tabela 4. Avaliação do risco de viés, escala Testex (Smart et al., 2015)

Referência

C1

C2

C3

C4

C5

C6

C7

C8

C9

C10

C11

C12

PT

Bean et al. (2009)

1

1

1

1

0

3

1

2

1

1

1

0

13

Hvid et al. (2016)

1

1

1

1

1

2

0

2

1

1

1

1

13

Lee et al. (2020)

1

1

1

1

0

3

0

2

1

1

1

0

12

Reid et al. (2008)

1

1

1

0

0

3

0

2

1

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1

1

12

Reid et al. (2015)

1

0

1

1

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2

0

2

1

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1

1

12

Webber, e Porter (2010)

1

1

1

1

1

2

0

2

1

1

1

1

13

Legenda: C1-C12 (pontuação do critério): critérios da escala de avaliação de 

risco de viés da escala Testex; PT: pontuação total. Fonte: Elaboração própria

 

Discussão 

 

    Esta revisão sistemática teve como objetivo investigar se o treinamento resistido de alta velocidade (TRAV) é eficaz em melhorar a mobilidade de idosos com limitação de mobilidade.

 

    A velocidade de marcha (VM) tem se mostrado um bom indicador de mobilidade, uma vez que diminui com o envelhecimento. Além da redução da VM, outros padrões da marcha também se alteram, como a cadência, o comprimento da passada e do passo, resultando em uma marcha mais cautelosa entre os idosos. (Herssens et al., 2018)

 

    Secundariamente, esta revisão verificou estudos que apresentaram aumentos na potência muscular como desfecho. Segundo Kirn et al. (2016), a potência muscular é uma variável importante para a mobilidade de idosos, sendo um preditor mais forte do desempenho físico, especialmente quando há ganhos nos músculos extensores do joelho.

 

    A mobilidade e a potência muscular foram avaliadas em diversos estudos. Bean et al. (2009) observaram que o TRAV aumentou duas vezes mais a velocidade dos membros inferiores em comparação com um protocolo de treinamento de força (TF), sugerindo que a diferença na potência entre os grupos poderia ser explicada pela maior velocidade, já que as alterações no teste de 1RM foram semelhantes entre os grupos. Os autores destacam a importância de intervenções que melhorem a mobilidade e a potência muscular dos membros inferiores, especialmente no contexto de prevenção de quedas e lesões associadas a quedas em idosos, embora este não tenha sido o foco principal do estudo. Alguns autores citam a mobilidade e a potência muscular como fatores de risco para quedas em idosos. (Jehu et al., 2021; Passos et al., 2022)

 

    Hvid et al. (2016) afirmam em seu estudo que o aumento da ativação muscular voluntária dos músculos extensores do joelho está associado ao aumento da velocidade máxima de caminhada de 2 minutos. Assim, a ativação muscular incompleta ou deficiente representa um mecanismo relevante de perda da função mecânica muscular e física, contribuindo para a trajetória da incapacidade de mobilidade. Os autores realizaram o TRAV em indivíduos com limitação de mobilidade e utilizaram a VM como indicador da mobilidade desses indivíduos, adotando a VM de <0,90 m/s para classificar os avaliados com essa deficiência. As melhorias na mobilidade, segundo os autores, podem ter sido atribuídas ao TRAV com altas cargas (70-80% 1RM), aliado à instrução de realizar a fase concêntrica “o mais rápido possível”, o que pode exigir muito do sistema neural, maximizando a ativação de unidades motoras e promovendo avanços na função mecânica muscular dos idosos.

 

    Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Lee et al. (2020). Os autores relataram o aumento da VM e da taxa de elevação de eletromiografia dos músculos extensores do joelho, representando a velocidade da atividade elétrica nos músculos durante a contração e sugerindo maior capacidade de recrutamento de unidades motoras, assim como observado por Hvid et al. (2016).

 

    Outros autores também observaram melhorias na ativação muscular, potência muscular e mobilidade em idosos com limitação de mobilidade após o TRAV, reforçando a eficácia desse método para essa população. Além disso, sugerem a aplicação do TRAV em adultos de meia-idade, considerando que a redução da capacidade funcional pode ocorrer antes da velhice. (Schaun et al., 2022)

 

    Reid et al. (2008) observaram aumentos na potência muscular de idosos com limitações de mobilidade, sugerindo que os ganhos na qualidade muscular ocorreram sem aumento de hipertrofia, indicando adaptações neurais após a intervenção com TRAV. Esses achados reforçam a importância da ativação muscular, especialmente na melhoria da velocidade de recrutamento das unidades motoras.

 

    Reid et al. (2015) também encontraram bons resultados com TRAV e treinamento resistido de baixa velocidade (TRBV) na mobilidade, com melhorias de 26-42%, superiores aos 15% observados em idosos saudáveis. Eles atribuem esses resultados à longa duração das intervenções (16 semanas) e às adaptações neuromusculares e musculares. No entanto, a comparação entre idosos com e sem limitações de mobilidade deve ser feita com cautela, pois, os idosos com limitações tendem a apresentar avanços mais graduais e lentos na mobilidade.

 

    Diferentemente de outros estudos, Webber e Porter (2010) realizaram o TRAV utilizando faixas elásticas em idosas com limitações de mobilidade. Os autores observaram melhorias significativas no tempo de movimento durante uma tarefa de frenagem realizada pelos tornozelos, o que é relevante não apenas para a mobilidade, mas também para a redução do risco de quedas. Eles recomendam o uso de faixas elásticas para aumentar a velocidade do movimento, como alternativa às cargas mais pesadas que podem limitar a velocidade. Cargas leves e contrações concêntricas rápidas podem melhorar a função neural e o controle do movimento, tornando-se uma estratégia eficaz para idosos com limitação de mobilidade.

 

    Flandez et al. (2020) também observaram melhorias na função física de idosas sedentárias sem limitações de mobilidade ao realizar o TRAV com faixas elásticas. O treinamento com cargas leves e alta velocidade pode minimizar os efeitos negativos do envelhecimento na força muscular, composição corporal e função física. Portanto, as faixas elásticas são uma boa alternativa para melhorar a potência muscular de idosos com e sem limitações de mobilidade.

 

    Embora o TRAV tenha mostrado eficiência na melhoria da mobilidade em idosos com limitações de mobilidade, alguns autores sugerem que o tipo de exercício deve ser adaptado ao estado de mobilidade. Indivíduos com mobilidade reduzida (VM entre 0,8 e 1,4 m/s) devem realizar treinamento de equilíbrio e resistência com cargas progressivas, exercícios de perturbação e tarefas duplas (Brahms et al., 2021). Essas intervenções também são recomendadas para o desenvolvimento do equilíbrio postural e a prevenção de quedas em populações idosas. (Paula, Bezerra, e Gomes, 2024)

 

    Esta revisão sistemática apresenta algumas limitações. A heterogeneidade entre os estudos, em termos de intervenções, desfechos e instrumentos utilizados, dificulta a análise comparativa dos resultados. Além disso, o número reduzido de estudos limita a generalização das conclusões. Os estudos incluídos também não são recentes e empregaram diferentes protocolos de treinamento, o que dificulta a identificação de um protocolo ideal para melhorar a mobilidade em idosos com limitações.

 

    Apesar dessas limitações, a revisão apresenta qualidades, especialmente no que se refere à qualidade metodológica, com os estudos incluídos obtendo pontuações entre 12 e 13 pontos na escala Testex, que possui pontuação máxima de 15. Outro ponto positivo é que, enquanto muitas revisões focaram na eficiência do TRAV para populações idosas saudáveis, este estudo destaca-se por avaliar o TRAV em idosos com limitações de mobilidade, com o objetivo de melhorar a mobilidade e aumentar a potência muscular dos membros inferiores.

 

    Para estudos futuros, recomenda-se a realização de mais intervenções com TRAV focadas em idosos com limitações de mobilidade. É fundamental que os protocolos de treinamento sejam padronizados para reduzir a heterogeneidade nos resultados. Além disso, outras intervenções alternativas, como o uso de faixas elásticas e treinamento com cargas leves/moderadas e altas velocidades concêntricas, também devem ser consideradas para otimizar os resultados.

 

Conclusões 

 

    Conclui-se que o treinamento resistido de alta velocidade é eficiente para melhorar a mobilidade de idosos com limitação de mobilidade. A utilização desse método pode aprimorar a ativação muscular voluntária, gerando maior recrutamento de unidades motoras e tornando o movimento mais rápido e eficiente. Esses resultados são clinicamente relevantes, pois, a melhoria da mobilidade promove também a independência funcional em indivíduos idosos e ajuda a evitar acidentes domésticos ocasionados por quedas em idosos com limitações de mobilidade, que frequentemente apresentam ativação muscular incompleta ou deficiente.

 

    Portanto, estudos que realizem intervenções com o treinamento resistido de alta velocidade são essenciais para a saúde pública, uma vez que a potência muscular se deteriora e diminui com o tempo ainda mais rapidamente do que a força muscular, reduzindo, assim, a capacidade funcional dessa população.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)