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ISSN 1514-3465

 

Impactos das atividades físicas ao ar livre 

sobre a saúde e bem-estar em Santos/Brasil

Impacts of Outdoor Physical Activity on Health and Well-Being in Santos/Brazil

Impactos de las actividades físicas al aire libre en la salud y el bienestar en Santos/Brasil

 

Prof. Dr. Ricardo José Gomes*

rgomes@unifesp.br

Andrea Gamito Santos Aguiar Miguel**

agamito2007@gmail.com

 

*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Campus Baixada Santista

Departamento de Biociências, UNIFESP/BS

Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde (UNIFESP)

**Mestre pelo Programa Interdisciplinar em

Ciências da Saúde (UNIFESP)

(Brasil)

 

Recepción: 07/09/2024 - Aceptación: 01/01/2025

1ª Revisión: 12/12/2024 - 2ª Revisión: 28/12/2024

 

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Cita sugerida: Gomes, R.J., e Miguel, A.G.S.A. (2025). Impactos das atividades físicas ao ar livre sobre a saúde e bem-estar em Santos/Brasil. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(321), 17-36. https://doi.org/10.46642/efd.v29i321.7882

 

Resumo

    A prática de atividade física (AF) no tempo de lazer tem se mostrado uma ferramenta essencial para a melhoria da qualidade de vida, saúde e bem-estar. O objetivo deste projeto foi investigar o impacto de atividades físicas desenvolvidas no parque e orla do município de Santos/SP sobre a saúde, percepção de qualidade de vida e fatores de adesão (permanência). Foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas a 76 usuários matriculados e 26 usuários espontâneos, praticantes regulares de AF nos cenários do Parque Roberto Mário Santini e Postos Orla no município de Santos/Brasil. A pesquisa buscou avaliar a percepção dos participantes sobre saúde, qualidade de vida, bem-estar e aspectos relacionados à estrutura dos locais. Os resultados indicaram que a oferta de espaços públicos adequados para a prática de AF é uma relevante estratégia para a promoção e proteção da saúde, destacando a importância da supervisão de profissionais de educação física. Independentemente da modalidade praticada, houve uma melhora significativa no autorrelato de saúde dos usuários após o início das atividades. Esses resultados podem auxiliar na formulação de políticas públicas nas áreas de saúde, esportes e meio ambiente, promovendo a prática de AF ao ar livre como estratégia de saúde comunitária.

    Unitermos: Atividade física ao ar livre. Autorrelato de saúde. Qualidade de vida. Supervisão profissional.

 

Abstract

    The practice of physical activity (PA) during leisure time has proven to be an essential tool for improving quality of life, health and well-being. The objective of this study was to investigate the impact of physical activities carried out in the park and waterfront in the city of Santos/SP on the health, perception of quality of life and adherence factors. Questionnaires with open and closed questions were administered to 76 registered users and 26 spontaneous users, all regular practitioners of PAs at Parque Roberto Mário Santini and Orla Posts, in the municipality of Santos/Brazil. The research sought to assess participants' perceptions of health, quality of life, well-being, and aspects related to the facilities. The results indicated that providing adequate public spaces for PA is crucial for health promotion and protection, highlighting the importance of supervision by physical education professionals. Regardless of the type of activity performed, there was a significant improvement in users' health perception after starting the practices. These findings can inform public policies in health, sports, and environmental management, promoting outdoor PA as a community health strategy.

    Keywords: Outdoor physical activity. Self-reported health. Quality of life. Professional supervision.

 

Resumen

    La práctica de actividad física (AF) durante el tiempo libre ha demostrado ser una herramienta esencial para mejorar la calidad de vida, la salud y el bienestar. El objetivo de este proyecto fue investigar el impacto de las actividades físicas realizadas en el parque y en el paseo marítimo de la ciudad de Santos/SP sobre la salud, la percepción de la calidad de vida y los factores de adherencia (permanencia). Se aplicaron cuestionarios con preguntas abiertas y cerradas a 76 usuarios matriculados y 26 usuarios espontáneos, practicantes habituales de AF en los escenarios Parque Roberto Mário Santini y Postos Orla en el municipio de Santos/Brasil. La investigación buscó evaluar la percepción de los participantes sobre la salud, la calidad de vida, el bienestar y aspectos relacionados con la estructura de los lugares. Los resultados indicaron que la provisión de espacios públicos adecuados para la práctica de la AF es una estrategia relevante para la promoción y protección de la salud, destacando la importancia de la supervisión por parte de profesionales de la educación física. Independientemente de la modalidad practicada, hubo una mejora significativa en la salud autoinformada de los usuarios después de iniciar las actividades. Estos resultados pueden ayudar en la formulación de políticas públicas en las áreas de salud, deporte y medio ambiente, promoviendo la práctica de AF al aire libre como estrategia de salud comunitaria.

    Palabras clave: Actividad física al aire libre. Autoinforme de salud. Calidad de vida. Supervisión profesional.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)


 

Introdução 

 

    A atividade física (AF) é definida como qualquer movimento corporal produzido pelo corpo humano, que resulte em aumento do gasto energético, acima do nível de repouso (Nahas, 2010; Benedetti et al., 2021; Matsudo et al., 2019). Sabe-se que a AF colabora com a redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão (Oliveira, e Wenger, 202; Pitanga et al., 2020; Antunes et al., 2020), além de melhorar cognição, sono, autoestima, autoconfiança, cooperação e socialização. (Nahas, 2010; Crochemore-Silva et al., 2020; Wicks et al., 2022)

 

    Não obstante, a vida moderna impõe novas rotinas que aumentam o estresse e o sedentarismo, atingindo todas as classes sociais. Outro problema que emerge na sociedade contemporânea é o comportamento sedentário, caracterizado pela proporção de tempo diário despendido em atividades de intensidade inferior a 1,5 MET (estimativa do equivalente metabólico), especialmente, o tempo no qual o indivíduo permanece sentado. (Katzmarzyk et al., 2009)

 

    Por outro lado, há evidências de que o contato com a natureza melhore a qualidade de vida e a saúde das pessoas (Reyes-Rincón, e Campos-Uscanga, 2020; White et al., 2021; Barbosa Granados, e Cuéllar, 2018), sobretudo, pela possibilidade de aumento dos níveis de AF e controle do estresse. Acredita-se que estar em um ambiente verde, ou ao ar livre, favoreça a motivação para realização de atividades físicas. (Jimenez et al., 2021)

 

    Diante disso, a cidade de Santos/SP tem uma vocação para a prática de esportes e atividades físicas ao ar livre, sendo considerada uma das cidades mais esportivas do Brasil, contando com 7,8 km de praias, e o maior jardim de orla do mundo (5800 metros), reconhecido pelo Guinness World Records (Guinness, 2005). Além disso, a cidade oferece, gratuitamente, diversas modalidades esportivas e de lazer na orla, muitas delas, acessíveis para pessoas com deficiência (Siqueira et al., 2020). Portanto, a cidade de Santos se apresenta como um local de interesse para estudos nessa área.

 

    Contudo, ainda há escassez de pesquisas científicas envolvendo variadas modalidades esportivas praticadas em ambientes praianos, com supervisão profissional, e ofertadas gratuitamente, por meio de políticas públicas.

 

    Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi investigar o impacto de atividades físicas realizadas ao ar livre no município de Santos/SP, sobre a saúde, autopercepção de qualidade de vida e fatores que facilitam a adesão (permanência) dos seus praticantes. A pesquisa busca compreender se as atividades realizadas em programas regulares, amplia o grau de satisfação dos praticantes, em comparação com as pessoas que praticam atividades de forma espontânea. Os resultados dessa pesquisa podem ajudar a subsidiar a elaboração de novos projetos e políticas públicas que envolvam a promoção da saúde a partir do contato com a natureza.

 

Método 

 

    O projeto foi previamente aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Unifesp, CAAE: 26921519.7.0000.5505. Foi realizada uma pesquisa exploratória mista, de característica quantitativa e qualitativa (acesso aos cadastros e aplicação de questionários semiestruturados). Segundo Minayo (2001, p. 21-22) “a pesquisa qualitativa se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade [...] Fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”, do tipo exploratório-descritivo.

 

Cenário 

 

    A escolha pelo Parque e Postos da Praia, deveu-se ao fato de estes locais serem os principais espaços públicos de lazer ao ar livre da cidade, onde há maior número de pessoas inscritas nos projetos e grande circulação de pessoas, muitas das quais, praticantes espontâneos de atividades físicas.

  • Parque Roberto Mário Santini (Emissário), localizado na Av. Presidente Wilson s.n. bairro José Menino, Santos-SP, sendo um ambiente praiano;

  • Postos da Orla da Praia 2, 5 e 6, localizados nos bairros José Menino, Boqueirão e Ponta da Praia/Santos/SP, sendo todos ambientes praianos.

Público participante da pesquisa 

  • Usuários do Parque (matriculados até janeiro 2020 e usuários espontâneos).

  • Usuários Matriculados: São os munícipes vinculados às atividades regulares da Secretaria de Esportes (SEMES), desenvolvidas no Parque e Postos da Orla.

  • Usuários Espontâneos (não matriculados): São os participantes não cadastrados nas atividades oficiais da SEMES, que utilizam os locais cenário com regularidade para prática de AF e são moradores de Santos/SP.

    Os locais foram selecionados, em função de receberem projetos com maior diversidade de atividades e maior número de participantes. Todos os matriculados foram convidados a participar da pesquisa. Quanto aos espontâneos, houve uma busca ativa nos horários das aulas, convidando as pessoas que realizavam atividades físicas espontaneamente, nos mesmo locais, verificando-se os critérios de inclusão.

 

Critérios de inclusão 

 

    Foram incluídos na pesquisa:

  • Usuários: de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que residem na baixada santista e que participem dos projetos (ou espontâneos) há pelo menos 3 meses, com frequência mínima de 2 vezes por semana.

  • Os voluntários que aceitaram participar da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Procedimentos e instrumentos 

 

    A primeira etapa do estudo envolveu a consulta aos bancos de dados da (SEMES) para obtenção de informações relevantes. Na segunda etapa, foram aplicados questionários quantitativos, elaborados em formulários do Google Docs e respondidos eletronicamente, direcionados a usuários cadastrados e espontâneos:

  • 1ª Parte: Avaliou a descrição das características sociodemográficas dos participantes. Contemplou também aspectos sobre o autorrelato de saúde, qualidade de vida, e aspectos sobre as práticas de AF.

  • 2ª parte: Compreendeu a autopercepção do ambiente para a prática de AF, no que diz respeito à avaliação dos fatores que compõem as dimensões físicas (geográficos e tecnológicos/arquitetônicos) e socioculturais (político-normativos e valores e atitudes) do ambiente (Reis et al., 2002).

    A base para elaboração de questões relativas à qualidade vida foi o instrumento Whoqol-bref, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (Fleck et al., 2000). Para avaliar aspectos relativos à AF, foram elaboradas questões sobre a frequência semanal e tempo de prática. Algumas questões elaboradas foram baseadas no instrumento IPAQ (Questionário internacional de nível de AF), validado no Brasil. (Matsudo et al., 2001)

 

Análise dos dados 

 

    As variáveis numéricas foram expressas pela média e desvio-padrão e as variáveis categóricas pelas frequências absolutas e relativas. Para verificar as associações entre as variáveis de interesse e o Grupo (Matriculado e Não matriculado) foram usados o teste de qui-quadrado (X²) ou teste exato de Fisher, para as variáveis categóricas, e o teste t de Student para as variáveis numéricas. O nível de significância foi estabelecido em 5% (p<0,05). As respostas das questões abertas foram agrupadas de acordo com sua maior prevalência, para colaborar com a interpretação dos resultados.

 

Resultados 

 

    A Tabela 1 apresenta o número de participantes, idade média, tempo de prática de AF nos locais cenário do estudo, sexo, grupo étnico, escolaridade, empregabilidade e renda, nos grupos matriculados, não matriculados e total. Nota-se que a maior parte da amostra é constituída por mulheres, adultas, brancas, com ensino superior completo. Sobre a empregabilidade, o grupo de matriculados apresenta maior percentual de pessoas aposentadas, enquanto o grupo não matriculado possui um percentual maior de empregados. Sobre a renda familiar, a maior parte está na faixa entre 3 e 5 salários-mínimos, para ambos os grupos.

 

Tabela 1. Caracterização dos Voluntários dos Programas e Projetos de Atividades Físicas em Santos/SP

Variáveis

Matriculados

Não Matriculados

Total

Participantes (N)

76

26

102

Idade média ± (DP)

55,33 (12,5)

48,96 (15,2)

52,14 (13,9)

Tempo de Prática de AF (anos)

 Até 1 ano (N) e %

13 (17,1%)

3 (11,5%)

16 (15,7%)

 1 a 3 anos (N) e %

23 (30,3%)

5 (19,2%)

28 (27,5%)

 3 a 5 anos N e %

21 (27,6%)

2 (7,7%)

23 (22,5%)

 Mais de 5 anos N e %

19 (25,0%)

16 (61,5%)

35 (34,3%)

Sexo

 Feminino (N) e %

57 (75,0%)

16 (61,5%)

73 (71,5%)

 Masculino (N) e %

19 (25%)

10 (38,5%)

29 (28,4%)

Grupo étnico

 Amarelo (N) e %

0 (0%)

1 (3,85%)

1 (0,9%)

 Branco (N) e %

62 (81,6%)

23 (88,5%)

85 (83,3%)

 Pardo (N) e %

9 (11,8%)

2 (7,7%)

11 (10,8%)

 Preto (N) e %

5 (6,6%)

0 (0%)

5 (4,9%)

Escolaridade

 Fundamental (N) e %

2 (2,6%)

0 (0%)

2 (2,0%)

 Ensino Médio (N) e %

13 (17,1%)

4 (15,4%)

17 (16,7%)

 Superior Completo (N) e %

61 (80,3%)

 22 (84,6%)

 83 (81,4%)

Empregabilidade

 Aposentado (N) e %

40 (52,6%)

9 (34,6%)

49 (48%)

 Autônomo (N) e %

9 (11,8%)

6 (23,1%)

15 (14,7%

 Desempregado (N) e %

7 (9,2%)

1 (3,8%)

8 (7,8%)

 Empregado (N) e %

20 (26,3%)

10 (38,5%)

30 (29,4%)

Renda

 1 S.m. (N) e %

7 (9,2%)

4 (15,4%)

11 (10,8%)

 2 S.m. (N) e %

7 (9,2%)

2 (7,7%)

9 (8,8%)

 3 S.m. (N) e %

14 (18,4%)

4 (15,4%)

18 (17,6%)

 4 S.m. (N) e %

14 (18,4%)

3 (11,5%)

15 (14,7%)

 5 S.m. ou mais (N) e %

16 (21,1%)

7 (26,9%)

23 (22,5%)

 Não desejo declarar (N) e %

20 (26,3%)

6 (23,1%)

26 (25,5%)

Notas: *S.m significa salário-mínimo no Brasil. **Os valores apresentados estão expressos em números absolutos e valores percentuais para cada item. ***Apenas a variável idade é apresentada como média ± desvio padrão. Fonte: Autores

 

    A Tabela 2 apresenta os dados referentes as modalidades de AF ao ar livre praticadas pelos grupos matriculados, não matriculados e total. As modalidades mais procuradas pelos matriculados são a ginástica localizada, seguida da corrida ou caminhada, musculação terceira idade, canoagem, musculação, surfe, Tai Chi e Stand Up. No grupo não matriculados as modalidades mais procuradas são a corrida ou caminhada, seguida de surfe, futevôlei, tamboréu e skate.

 

Tabela 2. Modalidades de atividades físicas praticadas pelos voluntários

Modalidade

Matriculados

Não Matriculados

Total

Ginástica localizada (N) e %

23 (28,7%)

0 (0%)

23 (21,1%)

Caminhada/Corrida (N) e %

17 (21,2%)

21 (72,4%)

38 (34,9%)

Musculação Terceira Idade (N) e %

12 (15,0%)

0 (0%)

 12 (11,0%)

Canoagem (N) e %

8 (10,0 %)

1 (3,4 %)

9 (8,2 %)

Musculação (N) e %

6 (7,5 %)

0 (0 %)

6 (5,5 %)

Surf (N) e %

6 (7,5 %)

2 (6,9 %)

8 (7,3 %)

Tai Chi (N) e %

4 (5,0 %)

0 (0 %)

4 (3,7 %)

 Futvolei (N) e %

0 (0 %)

2 (6,9 %)

2 (1,8 %)

 Tamboréu (N) e %

0 (0 %)

2 (6,9 %)

2 (1,8 %)

 Skate (N) e %

0 (0 %)

1 (3,4 %)

1 (0,9 %)

 Stand up (N) e %

4 (5,0 %)

0 (0 %)

4 (3,7 %)

Total

80*

29**

109

Notas: *O total de 80 matriculados é superior aos 76 participantes, pois alguns indivíduos praticam mais de uma modalidade. **O total de 29 é superior aos 26 participantes não matriculados, pois alguns indivíduos praticam mais de uma modalidade. Os valores apresentados estão expressos em números absolutos e valores percentuais para cada item. Fonte: Autores

 

    A Tabela 3 apresenta a percepção de saúde antes da prática de AF ao ar livre com opções de resposta divididas entre igual, pior ou melhor. Nota-se uma evidência de valor estatístico na resposta “pior” na referida variável (p<0,001). No grupo matriculado houve um número significativamente maior de pessoas que indicaram que sua saúde estava pior antes de iniciar a prática de AF, em comparação ao outro grupo.

 

    Na variável comparativo de saúde, houve evidência de associação, porém sem diferenças significativas entre os grupos. Quanto a local de residência dos participantes, não foi registrada associação nem diferenças significativas entre os grupos. No grupo matriculado houve um número significativamente maior de pessoas que indicaram que sua saúde estava pior antes de iniciar a prática de atividades físicas, em comparação ao outro grupo.

 

Tabela 3. Descrição e comparação INFERENCIAL das variáveis sexo, idade, grupo étnico, percepção de saúde atual, percepção de saúde anterior às práticas, apresentadas nas respostas dos voluntários participantes da amostra dos grupos matriculados e não matriculados

Variáveis

Grupos

P-value

Matriculados

Não matriculados

N

%

N

%

Sexo

Feminino

57

75,0 %

16

61,5 %

0,189

Masculino

19

25,0 %

10

38,5 %

 

Idade - média ± DP (anos)

55,33 (12,5)

48,96 (15,2)

0,063 

Grupo étnico

Amarelo**

0

0,0 %

1

3,8 %

 

 0,21

Branco

62

81,6 %

23

88,5 %

 

Pardo

9

11,8 %

2

7,7 %

 

Preto**

5

6,6 %

0

0,0 %

 

Percepção de estado de saúde - atualmente

Boa

50

65,8 %

17

65,4 %

0,907

Ótima

19

25,0 %

6

23,1 %

 

Regular

6

7,9 %

3

11,5 %

 

Ruim**

1

1,3 %

0

0,0 %

 

Percepção de saúde antes da prática de atividades físicas ao ar livre

Igual

34a

44,7 %

15a

57,7 %

<0,001*

Melhor**

1

0, 0%

4

15,4 %

Pior

42a

55,3 %

7b

26,9 %

Notas: *Evidência de associação (p<0,05). **Essa categoria não é usada em comparações porque sua proporção é igual a zero ou um. Valores com letras diferentes (a,b) indicam diferença estatística significativa entre os grupos (p<0,05). Os valores apresentados estão expressos em números absolutos e valores percentuais para cada item. Apenas a variável idade é apresentada como média ± desvio padrão. Fonte: Autores

 

    A Tabela 4, apresenta também os dados referentes as variáveis de interesse comparadas entre os grupos matriculado e não matriculado participantes da amostra. Nota-se que a frequência semanal da prática de AF foi destaca com opções divididas entre 2, 3, 4 e 5 vezes de prática por semana. Observa-se nesta variável uma evidência de valor estatístico no item “3 vezes por semana” (p<0,05), indicando maior percentual de pessoas do grupo não matriculado que realizaram AF 3X por semana, em comparação ao grupo de matriculados.

 

    A Tabela 4 também apresenta a avaliação dos participantes sobre a prática de AF ao ar livre, sendo dividida nas opções “boa”, “ótima” e “regular”. Observa-se que houve associação (p<0,001) e que a opção” boa” foi significativamente maior no grupo não matriculados. Já a opção “ótima” foi significativamente maior no grupo de matriculados. A prática de AF fora dos locais objeto do estudo também faz parte das variáveis comparadas na Tabela 4, porém sem registro de diferenças significativas entre os grupos.

 

Tabela 4. Descrição e comparação INFERENCIAL das variáveis frequência semanal, comparativo de saúde com pessoas da mesma idade, interferência da localização das práticas, avaliação da atividade praticada, se pratica outras atividades fora do local de pesquisa, apresentadas nas respostas dos voluntários participantes da amostra dos grupos matriculados e não matriculados

Variáveis

Grupos

P-value

Matriculados

Não matriculados

N

%

N

%

Frequência semanal #

2x semana

40a

52,6 %

8a

30,8 %

0,048

3x semana

11a

14,5 %

10b

38,5 %

4x semana

11a

14,5 %

3a

11,5 %

5x semana ou mais

14a

18,4 %

5a

19,2 %

Comparativo de saúde com pessoas da mesma idade

Igual

15

19,7 %

11

42,3 %

0,026*

Melhor

60

78,9 %

15

57,7 %

 

Pior**

0

0,0 %

0

0,0 %

 

 

A localização dos cenários e sua interferência em sua prática de atividades físicas

Indiferente

6

7,9 %

4

15,4 %

0,461

Não**

1

1,3 %

0

0,0 %

Sim

69

90,8 %

22

84,6 %

Avaliação da atividade que pratica

Boa

24a

31,6 %

16b

61,5 %

 <0,001*

Ótima

52a

68,4 %

3b

11,5 %

 

Regular**

1

0,0 %

7

26,9 %

 

Você pratica ou praticava outras atividades físicas fora do Parque (Orla)

Não

20

26,3 %

4

15,4 %

0,257

Sim

56

73,7 %

22

84,6 %

 

 

 

 

 

 

 

Notas: #Os dados referentes a Variável “Frequência Semanal”, foram coletados através de questionários aplicados pelo entrevistador aos participantes da amostra. Valores na mesma linha com letras diferentes significam evidência de diferença estatística (p<0,05). **Essa categoria não é usada em comparações porque sua proporção é igual a zero ou um. *Evidência de associação (p<0,05). Fonte: Autores

 

Discussão 

 

    O presente estudo teve por objetivo investigar o impacto de atividades físicas desenvolvidas no parque/orla de Santos, sobre a saúde e qualidade de vida das pessoas matriculadas e não matriculadas.

 

Autorrelato de saúde 

 

    Observa-se que os participantes da pesquisa relataram bom estado de saúde atual, sem diferenças significativas entre os grupos (matriculados e não matriculados). Porém, em relação ao comparativo do estado de saúde, considerando o período anterior ao início das práticas, houve diferença significativa entre os grupos (p<0,001) em favor do grupo matriculados. Tal aspecto sugere que as atividades realizadas com acompanhamento profissional (matriculados) produziram maior percepção do estado de saúde geral. Segundo a literatura, verifica-se que a inserção do profissional de educação física em programas de AF é de extrema importância, visando estratégias de saúde pública (Ferreira et al., 2022). Neste contexto, o grupo matriculado apresentou ótima avaliação das atividades praticadas, enquanto o grupo não matriculado uma avaliação boa, com diferença significativa entre os grupos (p<0,001). Sabe-se que o encontro do profissional com as pessoas atendidas, pode ser um aspecto relevante para motivação e incorporação de hábitos saudáveis (Santana et al., 2017; Lima et al., 2020). Estudos têm demonstrado que a realização de atividades físicas ao ar livre pode ser mais agradável e gerar maior motivação intrínseca, quando se compara com ambientes fechados ou urbanos. Realizar AF ao ar livre pode melhorar aspectos imunológicos, psicossociais, cardiovasculares, cognição, além de reduzir estresse e risco doenças crônicas (Jimenez et al., 2023; Peddie et al., 2024; Maddock, e Frumkin, 2024). Os benefícios adicionais de AF realizadas ao ar livre, podem ser explicados pela teoria da autodeterminação (TDA), segundo a qual, as pessoas são motivadas intrinsecamente a crescer e se desenvolver, e essa motivação é alimentada por três necessidades psicológicas básicas: autonomia, competência e relacionamento, as quais são influenciadas por aspectos sociais e culturais. Segundo a TDA, quando essas necessidades básicas são atendidas, as pessoas tendem a ter maior engajamento, de forma mais autônoma e intrínseca, realizando as atividades físicas por prazer e interesse pessoal, favorecendo o bem-estar e permanência nessas práticas. (Ryan, e Deci, 2017)

 

Características da amostra 

 

    Observa-se que ambos os grupos foram compostos principalmente por mulheres, adultas, brancas, com ensino superior e renda entre 03 e 05 salários-mínimos. Sabe-se que as mulheres costumam aderir mais aos programas de AF do que os homens, como destacado por da Socoloski (2021). No ano de 2019, a população Santista tinha um salário médio mensal de 3,2 salários-mínimos e uma proporção de pessoas ocupadas em relação à população total de 47,9% (IBGE, 2019). Assim, a população incluída no presente estudo tem características compatíveis com a média da população Santista que vive em territórios próximos ao local do estudo (praia). Além disso, a população incluída também tem características similares às relatadas por outros autores, em programas de AF, sendo basicamente composta por mulheres brancas, com ensino médio completo e faixa etária entre 40 e 59 anos. (Silva, Tribelss, e Papini, 2019; Battistel et al., 2021)

 

    Outro fato relevante, é que no grupo de matriculados, há um número maior de aposentados, enquanto no outro grupo há maior percentual de empregados. Isso pode ser explicado, parcialmente, pela maior disponibilidade de tempo. Contudo, como o processo de adesão é multifatorial, outros fatores, além do tempo disponível, podem ter influenciado a maior inserção de aposentados nas atividades formais. Uma hipótese levantada, é que, para os aposentados, talvez seja mais motivante participar de atividades em grupo, para ampliar o contato social (reduzido com a aposentadoria) e cuidar melhor de sua saúde, uma vez que a supervisão profissional pode gerar maior acolhimento e segurança para realização das práticas. (Lima et al., 2020; Gama et al., 2019)

 

    Em relação aos dados do grupo não matriculado, é esperado que as pessoas busquem praticar AF nos horários disponíveis, o que faz com que empregados, que tem horários mais restritos, busquem realizar atividades espontâneas, sem vínculo com projetos oficiais.

 

Avaliação das modalidades praticadas 

 

    Nota-se que as modalidades mais procuradas pelos matriculados são a ginástica localizada e a caminhada, enquanto para os não matriculados, caminhada e corrida são prevalentes. O ambiente ao ar livre e agradável, bem como, a faixa de areia extensa e plana facilitam a prática das caminhadas e corridas. Esse aspecto também já foi evidenciado por Cortês (2010), White et al. (2021) que mencionam a importância do contato com a natureza durante a prática de atividades físicas, como a caminhada na praia. Outro ponto que pode explicar a prevalência desta modalidade, se deve ao fato de que a caminhada não necessita de muitos recursos materiais para sua realização. Segundo Marcones, e Zamai, (2019), exercícios como caminhar ou correr na areia da praia provocam menor impacto articular, e, por isso, tem grande procura pela população.

 

    Um detalhe relevante deste estudo, é que, a frequência semanal de realização das atividades foi significativamente maior no grupo não matriculados (p<0,05). Isto ocorreu porque os programas oficiais, são oferecidos apenas 2X por semana. Mesmo assim, houve melhor avalição das práticas, por parte dos matriculados (p<0,001). Desta forma, pode-se inferir que que estar matriculado e possuir orientação profissional seja um aspecto que aumente a percepção de importância da prática realizada, como previamente descrito por Pina et al. (2014), Santana et al. (2017), e Ferreira et al. (2022).

 

Atividades praticadas, saúde e bem-estar 

 

    As atividades realizadas foram consideradas muito importantes, principalmente devido à fatores físicos e sociais relatados pelos usuários. Neste contexto, no grupo “matriculados”, destaca-se o relato do usuário número 08: “Sinto na prática das atividades físicas ao ar livre uma melhora em minha disposição para todas minhas atividades diárias”. O usuário número 12 do mesmo grupo, relatou: “Percebi melhoras em minha saúde em geral, no meu peso, e mais energia para o dia a dia”.

 

    Como discutido por de Oliveira; (2014), a prática de AF está diretamente vinculada aos cuidados da saúde. Neste ínterim, é citada a fala do usuário número 74 do grupo “matriculados”: “Sinto melhoras em minhas dores musculares e dores de cabeça”. Todavia, notou-se também que a prática de AF é marcada por forte sociabilidade, sendo que o encontro e o “estar junto”, é essencial para motivar a permanência das pessoas nas atividades (Oliveira 2014; Ferreira et al., 2022). Corroborando com o referido estudo, é destacada a fala do usuário número 54 do grupo matriculado: “Sinto mais alegria de viver e liberdade, me sinto mais feliz com as amizades que fiz nas aulas”.

 

    Tais relatos confirmam os benefícios da AF sobre a saúde da população envolvida, principalmente, quando há um vínculo com programas supervisionados por um profissional de Educação Física. Foram relatadas ainda melhoras nos aspectos físicos, na redução de doenças pré-existentes, maior disposição, maior agilidade para atividades do dia a dia, redução de peso e gordura corporal. Além disso, os benefícios emocionais e psicológicos (humor, interação social, sensação de alegria e liberdade, melhora do sono), também foram citados nos relatos dos participantes, corroborando pesquisas anteriores. (Brito et al., 2021; Ballester-Martínez et al., 2022; Wicks et al., 2022)

 

    Uma hipótese que busca explicar os efeitos benéficos do contato com a natureza, é a hipótese da “biofilia”, que postula que os seres humanos evoluíram com a natureza e, por esta razão, tem alta afinidade com a mesma (Keller, e Wilson, 1995). Com base neste conceito, duas teorias principais têm sido estudadas: a Teoria da Restauração da Atenção e a Teoria da Redução do Estresse. A primeira, indica que que a fadiga mental associada à vida moderna se relaciona a uma capacidade reduzida de direcionar a atenção, e, portanto, atividades em ambientes naturais permitem que as pessoas superem essa fadiga mental e restaurem a capacidade de direcionar a atenção (Kaplan, 1995). A Teoria da Redução do Estresse descreve que estar em contato com a natureza pode influenciar sentimentos ou emoções ao ativar o sistema nervoso parassimpático para reduzir o estresse e a excitação autônoma devido à conexão inata das pessoas com o mundo natural (Ulrich et al., 1991). Portanto, praticar atividades físicas ao ar livre, pode promover ganhos adicionais sobre a saúde e o bem-estar, como descrito previamente. (Kruize et al., 2019; Jimenez et al., 2023)

 

    Por fim, é necessário refletir que a participação das pessoas em programas oficiais oferecidos pelas entidades públicas, nem sempre é uma questão de escolha ou conhecimento, mas também de condição ou privilégio, em função da grande desigualdade social e de gênero, observadas no Brasil, como discutido por Trapé et al. (2017), Knuth, e Antunes (2021).

 

Limitações e perspectivas futuras 

 

    A ausência de grupo controle, de randomização dos grupos, bem como, do histórico médico e nível de condicionamento físico inicial dos participantes pode limitar a capacidade de generalização dos nossos resultados. Além disso, alguns dados foram coletados por meio de autorrelatos, que podem ser afetados por viesses de memória ou desejo social.

 

    Sugere-se que futuros estudos longitudinais, com maior controle dessas variáveis, possam ser realizados para verificar a evolução dos efeitos da AF ao ar livre em diferentes populações.

 

Conclusão 

 

    A partir dos relatos dos participantes matriculados e espontâneos, a prática de atividade física ao ar livre, em contato com a natureza, produziu relevantes benefícios à saúde (físicos, mentais e sociais), que foram reconhecidos pelos participantes, especialmente, no que se refere às modalidades de caminhada, corrida e ginástica localizada.

 

    Estar matriculado em algum dos projetos oferecidos produziu impactos superiores sobre o autorrelato de saúde, em comparação ao grupo não matriculado (p<0,01), reforçando a importância da interação social (grupos) e da supervisão profissional.

 

    Oferecer espaço públicos adequados para a prática de AF é uma importante estratégia de promoção e proteção da saúde pública, sobretudo, quando as atividades ofertadas são gratuitas e supervisionadas. Sugere-se que estudos futuros (longitudinais) sejam realizados para avaliar, por exemplo, o impacto de modalidades específicas de atividade física, comparando-se diferentes ambientes (ao ar livre ou urbanos).

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)