Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Cortisol salivar, perfil psicológico e disfunções temporomandibulares

em pacientes renais crônicos em hemodiálise

Salivary Cortisol, Psychological Profile and Temporomandibular

Disorders in Chronic Renal Failure Patients on Hemodialysis

Cortisol salival, perfil psicológico y trastornos temporomandibulares

en pacientes con enfermedad renal crónica en hemodiálisis

 

Cleide Dejaira Martins Vieira*

cleidedmvieira@gmail.com

Caroline Martins Vieira**

carolmv2001@gmail.com

Paulo Ricardo Moreira+

prm.paulomoreira@gmail.com

Eliane Roseli Winkelmann++

elianew@unijui.edu.br

Rodrigo de Rosso Krug+++

rkrug@unicruz.edu.br

 

*Fisioterapeuta (UNICRUZ)

Mestre em Atenção Integral à Saúde (UNICRUZ/ URI Erechim/UNIJUI)

Docente da UNICRUZ e da UNIJUI

**Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

+Médico Nefrologista. Professor da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)

e do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral a Saúde

(UNICRUZ/URI Erechim/UNIJUI)

++Fisioterapeuta. Doutora em Ciências Cardiovasculares

Professora do Núcleo da Saúde da Universidade Regional do Noroeste

do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)

e do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral a Saúde

(UNICRUZ/URI Erechim/UNIJUI).

+++Doutor em Ciências Médicas (UFSC)

Professor do Programa de Pós-Graduação

em Atenção Integral á Saúde (PPGAIS)

(Brasil)

 

Recepción: 17/07/2024 - Aceptación: 13/12/2024

1ª Revisión: 27/10/2024 - 2ª Revisión: 09/12/2024

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Vieira, C.D.M., Vieira, C.M., Moreira, P.R., Winkelmann, E.R., y Krug, R. de R. (2025). Cortisol salivar, perfil psicológico e disfunções temporomandibulares em pacientes renais crônicos em hemodiálise. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(320), 85-100. https://doi.org/10.46642/efd.v29i320.7782

 

Resumo

    O objetivo foi verificar o nível de cortisol salivar, o perfil psicológico e a presença de Disfunção Temporomandibular (DTM) em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) submetidos a hemodiálise (HD). Tratou-se de uma pesquisa transversal, realizada com 18 pacientes com idade média de 60,39 anos, sendo a maioria, 83,33% do sexo masculino. Foram incluídos os pacientes com pontuação maior que 19 pontos no questionário do Miniexame de Estado Mental e ao menos uma resposta positiva no questionário de triagem DTM da American Academy of Orofacial Pain e que realizavam HD por mais que 3 meses. Foram excluídos, os pacientes que na coleta de dados apresentaram quantidade de saliva insuficiente para análise laboratorial, que estavam em isolamento ou em internação hospitalar. Após a análise dos resultados da triagem, os pacientes foram submetidos ao protocolo de pesquisa: Questionário para coleta dos dados clínicos e sociodemográfico; Índice Anamnésico de Fonseca; Escala de Ansiedade de Hamilton; Inventário de Depressão de Beck e análise do cortisol salvar. Aplicou-se o Teste Exato de Fisher (p≤0,05). Como resultado, verificou-se que a maioria dos pacientes pesquisados apresentaram algum grau de DTM (66,67%), sintomas de ansiedade (94,44%) e sintomas de depressão (55,56%). Em 94,44% da amostra os níveis de cortisol salivar se encontraram normais, mesmo que 83.33% dos pacientes têm se autopercebido estressados. Concluiu-se que os pacientes com DRC em HD apresentam algum grau de DTM, sintomas de ansiedade e depressão, entretanto, seus níveis de cortisol salivar se encontram normais, mesmo os pacientes se autopercebendo estressados.

    Unitermos: Doença renal crônica. Disfunção temporomandibular. Cortisol salivar. Perfil psicológico.

 

Abstract

    The objective was to verify the level of salivary cortisol, the psychological profile and the presence of Temporomandibular Dysfunction (TMD) in patients with chronic kidney disease (CKD) undergoing hemodialysis (HD). This was a cross-sectional study, carried out with 18 patients with a mean age of 60.39 years, the majority of whom, 83.33%, were male. Patients with a score higher than 19 points on the Mini-Mental State Examination questionnaire and at least one positive response on the American Academy of Orofacial Pain TMD screening questionnaire and who had been undergoing HD for more than 3 months were included. Patients who, during data collection, presented an insufficient amount of saliva for laboratory analysis, who were in isolation or hospitalized were excluded. After analyzing the screening results, patients underwent the research protocol: Questionnaire for collecting clinical and sociodemographic data; Fonseca Anamnestic Index; Hamilton Anxiety Scale; Beck Depression Inventory and cortisol analysis. Fisher's exact test was applied (p≤0.05). As a result, it was found that most of the patients studied had some degree of TMD (66.67%), symptoms of anxiety (94.44%) and symptoms of depression (55.56%). In 94.44% of the sample, salivary cortisol levels were normal, although 83.33% of the patients perceived themselves as stressed. It was concluded that patients with CKD on HD have some degree of TMD, symptoms of anxiety and depression, however, their salivary cortisol levels are normal, even though the patients perceive themselves as stressed.

    Keywords: Chronic kidney disease. Temporomandibular disorder. Salivary cortisol. Psychological profile.

 

Resumen

    El objetivo fue verificar el nivel de cortisol salival, perfil psicológico y presencia de Trastorno Temporomandibular (TTM) en pacientes con Enfermedad Renal Crónica (ERC) sometidos a hemodiálisis (HD). Se trató de una encuesta transversal, realizada a 18 pacientes con edad promedio de 60,39 años, la mayoría 83,33% del sexo masculino. Se incluyeron pacientes con una puntuación superior a 19 puntos en el cuestionario Miniexamen del Estado Mental y al menos una respuesta positiva en el cuestionario de cribado de TTD de la American Academy of Orofacial Pain y que se sometieron a HD durante más de 3 meses. Fueron excluidos pacientes que durante la recolección de datos presentaron cantidad insuficiente de saliva para análisis de laboratorio, que se encontraban en aislamiento u hospitalizados. Luego del análisis de los resultados del screening, los pacientes fueron sometidos al protocolo de investigación: Cuestionario para recolección de datos clínicos y sociodemográficos, Índice anamnésico de Fonseca, Escala de ansiedad de Hamilton, Inventario de depresión de Beck y análisis de cortisol. Se aplicó la Prueba Exacta de Fisher (p≤0,05). Como resultado, la mayoría de los pacientes encuestados presentaban algún grado de TTM (66,67%), síntomas de ansiedad (94,44%) y síntomas de depresión (55,56%). Un 94,44% muestra niveles de cortisol salival normales, aunque el 83,33% de los pacientes se percibían estresados. Se concluyó que los pacientes con ERC en HD presentan algún grado de TTM, síntomas de ansiedad y depresión, sin embargo, sus niveles de cortisol salival son normales, a pesar de que los pacientes se perciben estresados.

    Palabras clave: Enfermedad renal crónica. Disfunción temporomandibular. Cortisol salival. Perfil psicológico.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 320, Ene. (2025)


 

Introdução 

 

    A doença renal crônica (DRC) é uma das condições crônicas que apresenta altos índices de depressão, ansiedade e estresse, devido às limitações na qualidade de vida impostas pela doença e as repercussões na cavidade bucal em cerca de 90% dos pacientes, levando a desconfortos na região orofacial. (Castro et al., 2017; Andaloro et al., 2018; Shiraishi et al., 2021; David et al., 2013)

 

    A ansiedade grave pode estar relacionada ao maior número de comorbidades e intercorrências pós-hemodiálise, e a probabilidade de desenvolvimento de transtornos de humor, estresse e ansiedade vão aumentando do estágio inicial ao final da DRC, pois o paciente com doença rena crônica precisa lidar com perdas e mudanças estressantes nas funções de imagem e orgânicas, e como consequência podem tornar-se ansiosos e deprimidos. (Ćwiek et al., 2017; Santos, e Nakasu, 2017; Aguiar Ferreira et al., 2021; Araujo et al., 2021; Pretto et al., 2020; Muscat et al., 2020)

 

    O estresse é o produto da interação do homem com o meio ambiente físico e sociocultural, sendo cortisol um hormônio glicocorticoide vital, que permite ao indivíduo se adaptar às alterações externas e ao estresse e, por isso, é considerado um marcador biológico de sintomas de estresse (Miller et al., 2016; Guerreiro et al., 2021). Os estudos sobre presença de Disfunções temporomandibulares (DTM) em pacientes com DRC submetidos a HD (Somay, e Tekkarismaz, 2020; Yilmaz, 2022) ainda são bem escassos na literatura, sendo a maioria das pesquisas voltadas a outros públicos. (Pala Mendes et al., 2022; Baad‐Hansen et al., 2019; Santos et al., 2022; Minervini et al., 2023; Melo et al., 2019)

 

    O cortisol é como um marcador para o diagnóstico de depressão e o perfil psicológico do DRC vai modificando desde o seu diagnóstico e durante a evolução da doença, e esses fatores podem favorecer o surgimento de sintomas DTM (Hou et al., 2017; Erbay et al., 201; Pretto et al., 2020; Muscat et al., 2020). Neste sentido, pesquisar sobre cortisol, perfil psicológico e DTM em saúde se torna importante, tendo em vista a alta prevalência de depressão, ansiedade e estresse nos pacientes com doença renal crônica, podendo, a presença destes quadros levar os mesmos a desenvolverem DTM e dores orofaciais (Almeida et al., 2022; Somay, e Tekkarismaz, 2020; Pretto et al., 2020; Kunwar et al., 2020). Diante do exposto, este estudo teve como objetivo: verificar o nível de cortisol salivar, o perfil psicológico e a presença de DTM em pacientes com DRC submetidos a HD.

 

Métodos 

 

    Estudo do tipo transversal, analítico e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unijuí (CAAE: 63054822.5.0000.5350), realizado na Unidade de Terapia Renal Jorge Bandarra Westphalen Corrêa do Hospital São Vicente de Paulo, localizada na cidade de Cruz Alta/RS. O período de coleta de dados ocorreu nos meses de novembro e dezembro de 2022.

 

    A população do estudo foi composta por pacientes que realizam HD na referida Unidade Renal (cerca de 98 pacientes). Foram incluídos os pacientes com pontuação maior que 19 pontos no questionário do Miniexame de Estado Mental e ao menos uma resposta positiva no questionário de triagem DTM da American Academy of Orofacial Pain e que realizavam HD por mais que 3 meses, 3 vezes por semana. Foram excluídos, os pacientes que na coleta de dados apresentaram quantidade de saliva insuficiente para análise laboratorial, que estavam em isolamento ou em internação hospitalar. Sendo assim, os pacientes da Unidade de Terapia Renal foram abordados durantes a diálise, momento que foi explicado o projeto e questionado se gostariam de participar.

 

    No caso do aceite, assinaram o Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TClE) e responderam aos questionários de triagem da pesquisa, que foi composto por:

  • Mini Exame do Estado Mental – MEEM, para verificar se estavam aptos para responderem os questionários do protocolo de avaliação. O MEEM, é um teste utilizado para a avaliação da função cognitiva e rastreamento de declínio cognitiva, onde a pontuação máxima é de 30 pontos, e pode ser influenciada pela escolaridade do indivíduo. A nota de corte para indivíduos com baixa/média escolaridade é 19 pontos e para os de alta escolaridade é 26 pontos. Os itens avaliados pelo MEEM são: Orientação; Memória Imediata; Atenção e Cálculo; Memória de Evocação e Linguagem. (Lourenço, e Veras, 2006)

  • Questionário de Triagem DTM: É um questionário para triagem inicial de DTM da American Academy of Orofacial Pain – AAOP para potenciais pacientes com dores orofaciais e DTM. Apresenta dez questões específicas relacionadas a DTM, onde o paciente respondendo de forma positiva a uma dessas questões, sugere possíveis problemas de DTM, estando apto para seguir o protocolo de pesquisa. (Chaves, Oliveira, e Grossi, 2008)

    Após a avaliação do MEEM, os pacientes que estava com suas funções cognitivas preservadas (nota de corte de 19 pontos) ou seja, estavam em condições de responder os questionários do protocolo de avaliação, participaram do questionário de triagem de DTM, onde os pacientes que responderam de forma afirmativa a pelo menos a uma questão, foram submetidos ao protocolo de pesquisa descritos os procedimentos da triagem e do protocolo de pesquisa:

  • Questionário para coleta dos dados clínicos e sociodemográfico: O questionário sociodemográfico e clínico contemplou duas partes, a primeira parte para traçar o perfil geral do paciente, com os dados de identificação, tais como sexo, idade, endereço, renda, ocupação, escolaridade, estado civil e medicamentos em uso. Na segunda parte, foram questionadas as condições de saúde, sintomatologia de DTM.

  • Índice anamnésico de Fonseca - IAF: Avaliou os sinais e sintomas da DTM. Consiste em um questionário composto por 10 questões que verificam presença de dor na articulação temporomandibular, na nuca, hábitos parafuncionais, percepção da má oclusão e sensação de estresse emocional. Permitindo três tipos de respostas, sim (10 pontos), às vezes (5 pontos) e não (0 pontos). Através da soma dos pontos, o índice classifica os participantes em categoria de sintomas, como Ausência de DTM (0 a 15 pontos), DTM Leve (20 a 40 pontos), DTM moderada (de 45 a 65 pontos) e DTM severa (70 a 100 pontos) (Chaves; Oliveira & Grossi, 2008).

  • Inventário de Depressão de Beck - BDI: Avaliou os sintomas de depressão, sendo classificadas quanto aos sintomas depressivos em: Ausência de Depressão (0-9), Depressão Leve (10-18), Depressão Moderada (19-29), Depressão Severa (30-63) e Depressão Muito Severa (Acima de 64). A escala original consiste em 21 itens, incluindo sintomas e atitudes, cuja intensidade varia de 0 a 3 pontos. (Gorenstein, e Andrade, 1998)

  • Escala de ansiedade de Hamilton – HAM: Avalia os sintomas de ansiedade. A escala é composta por 14 itens graduados de 0 a 4, indo, portanto, de 0 a 56 e é usada para avaliar o grau de intensidade de ansiedade (somática e psíquica), sendo classificadas em: Ausência de ansiedade (0), Ansiedade Leve (1 - 17), Ansiedade moderada (18 - 24) e Ansiedade Severa (25 - 56). (Hamilton, 1959)

  • Teste de cortisol salivar: Foi utilizado o Teste de cortisol salivar para mensurar quantitativamente os níveis de estresse, causados pela ansiedade e depressão. A coleta foi realizada com uso de Tubos Salivettes ® com rolos de algodão, os tubos foram transportados em condições adequadas de conservação até o laboratório responsável pela análise. No momento da coleta, os pacientes já estavam em hemodiálise por pelo menos duas horas. A coleta foi feita a partir de esfregaços de algodão na área sublingual, visando coletar pelo menos 3 ml de saliva. A comparação dos valores de cortisol salivar com referência na literatura considerou: manhã entre 06h e 10h: inferior a 0,736 µg/dl; tarde entre 16h e 20h: inferior a 0,252 µg/dl; e noite entre 23h30 e 00h30: inferior a 0,274 µg/dl (Miller et al., 2016). As análises foram realizadas pelo Laboratório Oswaldo Cruz, na cidade de Cruz Alta - RS. Além disso, os pacientes foram indagados no momento da coleta com relação ao estresse, com opções de respostas: Sim (me sinto estressado) e Não (não me sinto estressado).

    Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 22.0. As variáveis categóricas foram descritas em frequência e percentual, e variáveis contínuas em média ± desvio padrão. Para as associações propostas no estudo foi realizado o Teste Exato de Fisher com a significância estatística de 5%. 

 

Resultados 

 

    Faziam parte do serviço de HD 91 pacientes e após aplicação dos critérios de exclusão 65 foram elegíveis para seguirem para o protocolo de triagem. Após a aplicação do questionário de triagem de DTM, 35 pacientes foram excluídos pois não apresentavam sintomas, portanto, foram incluídos no protocolo de pesquisa 30 pacientes com sintomas de DTM. Durante a coleta de dados, 04 pacientes não quiseram participar da coleta do cortisol salivar e 08 não apresentaram quantidade de saliva suficiente durante a coleta, o que dificultou a análise em laboratório (Figura 1).

 

Figura 1

Figura 1

Fonte: Dados da pesquisa

 

    No presente estudo participaram 18 pacientes com idade média de 60,39 (±13,50) anos, sendo a maioria, 83,33% (n=15) do sexo masculino que estavam em hemodiálise em média a 3,55 (±4,84) e apresentaram um resultado médio no MEEM de 25,32 (±2,98) pontos. Também observamos que os pacientes tinham em média 79,98 (±12,57) kg de peso seco, a altura média de 1,63 (±0,13) metros e um IMC médio de 22,24 (±4,98). Na triagem de DTM, os pacientes responderam de forma positiva a 1,60 (±1,06) questões. Observou-se que 77,77% (n=14) dos indivíduos apresentavam doenças associadas como hipertensão arterial sistêmica (85,71% - n=12), diabete mellitus (42,85% - n=6) e Insuficiência cardíaca (14,28% - n=2).

 

Tabela 1. Características clínicas e demográficas dos pacientes com 

DRC em HD, na cidade de Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil, 2022 (n=18)

Variáveis

Média ± DP

Idade, anos

60,39±13,50

Peso seco, Kg

79,98±12,57

Altura, m

1,63±0,13

IMC

22,24±4,98

Tempo de Hemodiálise, anos

3,55±4,84

MEEM, pontos

25,32±2,98

Triagem de DTM

1,60±1,06

Sexo, n%

 

Masculino

15 (83,33)

Comorbidades, n%

14 (77,77)

Hipertensão Arterial Sistêmica

12 (85,71)

Diabetes Mellitus

6 (42,85)

Insuficiência cardiaca

2 (14,28)

Legenda: DP: Desvio padrão; IMC: Índice de massa corporal; Kg: Quilograma; m: Metro; 

%: Percentual; DTM: Disfunção temporomandibular; MEEM: Mini Exame do Estado Mental. 

Fonte: Dados da Pesquisa

 

    A Tabela 2 apresenta os Graus de DTM, níveis de ansiedade, depressão, estresse e análise do cortisol salivar. Na avaliação pelo Índice Anamnésico de Fonseca, para os graus de DTM, que 33,3 % (n=6) da amostra apresentaram ausência de graus de DTM mesmo apresentando no protocolo de triagem pelo menos um sintoma. Ainda se observa que a maioria dos indivíduos apresentou algum grau de DTM (66,67%; n=12), sintomas de ansiedade (94,44%; n=17) e depressão leve (55,56%; n=9). Observou-se que 94,44% (n=17) dos indivíduos apresentaram níveis de cortisol salivar normal, mesmo 83.33% (n=15) ao serem questionados durante o protocolo de avaliação tenham se autopercebiam estressados.

 

Tabela 2. Graus de DTM, níveis de depressão, ansiedade, 

estresse autopercebido e análise do cortisol salivar (n=18)

Variáveis

n (%)

ÍAF

n=18

Ausência de DTM (0 a 15 pontos)

6 (33,33)

DTM leve (20 a 40 pontos)

6 (33,33)

DTM moderada (45 a 65 pontos)

4 (22,22)

DTM severa (70 a 100 pontos)

2 (11,12)

BDI

Ausência de depressão (0-9)

8 (44,44)

Depressão leve (10-18)

8 (44,44)

Depressão moderada (19-29)

1 (11,12)

Depressão severa (30-63)

0 (00)

Depressão muito severa (Acima de 64)

0 (00)

HAM

Ausência de ansiedade (0)

1 (5,56)

Ansiedade leve (1 - 17)

16 (88,88)

Ansiedade moderada (18 - 24)

1 (5,56)

Ansiedade severa (25 - 56)

0 (00)

Autopercepção estresse

Sim

15 (83.33)

Não

3 (16,67)

Resultado elevado na análise cortisol salivar, µg/dl

Sim

1 (5,56)

Não

17 (94,44)

Legenda: DP: Desvio padrão; %: Percentual; DTM: Disfunção temporomandibular; 

IAF: Índice anamnésico de Fonseca; BDI: Inventário de depressão de Beck; 

HAM: Escala de ansiedade de Hamilton; DTM: Disfunção Temporomandibular, 

µg/dl: micrograma por decilitro. Fonte: Dados da Pesquisa

 

Discussão 

 

    Em nosso estudo os indivíduos apresentavam a idade média de 60,39 (±13,50) anos, sendo a maioria do sexo masculino 83,33% (n=15). Esses dados estão de acordo com outros estudos (Fernandes et al., 2020; Vieira et al., 2024; Somay, e Tekkarismaz, 2020), onde os participantes eram predominantemente do sexo masculino (67%) e a idade média era de 57 anos. Os pacientes do estudo apresentaram um resultado médio no MEEM de 25,32 (±2,98) pontos, embora a literatura evidencie uma relação entre doença renal crônica e o aparecimento de déficits cognitivos, porém a maioria desses estudos foram realizados em populações acima de 65 anos, nas quais a DRC associa-se ao processo de envelhecimento. (Vieira et al., 2024; Magalhães, e Abi-Abib, 2021; Otobe et al., 2019; Tamura, 2008; Khatri et al., 2009)

 

    Na triagem de DTM, os pacientes responderam de forma positiva a 1,60 (±1,06) questões. A função renal inadequada causa comprometimentos na cavidade bucal em cerca de 90% dos pacientes podendo levar a desconfortos e dores na região orofacial e a presença de sintomas de DTM (Vieira et al., 2024; Castro et al., 2017; Andaloro et al., 2018; Shiraishi et al., 2021; Almeida et al., 2022; Somay, e Tekkarismaz, 2020; Pretto et al., 2020; Kunwar et al., 2020). Observa-semos ainda, que 77,77% dos indivíduos apresentavam doenças associadas como hipertensão arterial sistêmica (85,71%), diabete mellitus (42,85%) e insuficiência cardíaca (14,28%). Dados parecidos são encontrados em outros estudos (Dino, e Campos, 2018; Aguiar Ferreira et al., 2021), que apresentam a diabetes e a hipertensão arterial sistêmica como os fatores associados ao aumento do número de casos de DRC nos últimos anos. Os sistemas renal, cardíaco, respiratório, muscular e nervoso são interdependentes, e quando o rim está comprometido, ocorre a progressão para outras afecções, pois à medida que ocorre a perda da função renal, surgem comorbidades em outros sistemas. (Dino, e Campos, 2018; Ribeiro, Jorge, e Queiroz, 2020)

 

    Na avaliação pelo Índice Anamnésico de Fonseca, para os graus de DTMs, observou-se que a maioria dos indivíduos apresentaram algum grau de DTM (66,67%; n=12). Como já dito, os pacientes com DRC e em hemodiálise são mais propensos a desenvolverem DTM, bruxismo e problemas de saúde bucal, pois a função renal inadequada pode levar a repercussões na cavidade bucal em cerca de 90% dos pacientes, gerando desconfortos na região orofacial (Castro et al., 2017; Andaloro et al., 2018; Shiraishi et al., 2021). Desta forma, a presença de sintomas orofaciais tem sido observada em uma boa parte dos pacientes, com uma prevalência de DTM de 41,5%, sendo o sintoma mais comum a dor na ATM, e o subtipo de DTM mais comum foi o tipo muscular. (Somay, e Tekkarismaz, 2020; Yilmaz, 2022; Vieira et al., 2024)

 

    Observou-se ainda que a maioria dos indivíduos pesquisados apresentavam sintomas de ansiedade (94,44%; n=17) e depressão leve (55,56%; n=9) e 83.33% (n=15) se autopercebiam estressados. Existe alta prevalência nos níveis ansiedade e depressão nos pacientes com DRC, onde 20% dos pacientes passam a apresentar sintomas depressivos a partir da descoberta da doença, devido ao fato que desde o momento do diagnóstico, o paciente renal precisa encarar uma série de questões, no âmbito pessoal, familiar, financeiro e social e no decorrer da doença a prevalência de depressão pode chegar 78%. (Araujo et al., 2021; Aguiar Ferreira et al., 2021; Martins et al., 2021; Rodrigues et al., 2021; Vieira et al., 2024)

 

    Os sintomas depressivos em 60,3% dos pacientes com DRC podem ser associados à maior número de comorbidades e intercorrências pós-hemodiálise, sintomas físicos, emocionais e comportamentais, como deixar de realizar atividades habituais e a necessidade de auxílio no dia a dia (Pretto et al., 2020; Muscat et al., 2020; Santos, e Nakasu, 2017; Santos et al., 2022; Vieira et al., 2024). O estresse também é um sintoma presente na DRC devido a toda mudança de rotina e vida que se fazem necessários após o diagnóstico, onde o tratamento dialítico muitas vezes se torna para o paciente um agente estressor, interferindo na condição emocional. (Santos Junior, e Celeri, 2023; Martins et al., 2021)

 

    Observa-se no presente estudo que 94,44% (n=17) dos indivíduos apresentaram níveis de cortisol salivar normal, fato este que poderia ser justificado, visto que no momento da coleta, os indivíduos estavam deitados, descansando e dialisando a duas horas, pois a hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer, liberando o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde (SBN, 2023; Ribeiro; Jorge, e Queiroz, 2020). Estudos (Hou et al., 2017; Erbay et al., 2018; Kara et al., 2019; Polat et al., 2018) demonstram que o cortisol pode ser utilizado como um marcador para o diagnóstico de depressão entre pacientes em hemodiálise, além de estar envolvido na resposta clínica ao estresse, bem como para níveis de ansiedade e depressão em outras populações. O ritmo circadiano faz as concentrações de cortisol pela manhã evidenciarem o pico, e no decorrer do dia, os níveis de concentração tendem a reduzir, apresentando o menor pico durante a noite (Clow et al., 2010). Dos integrantes da amostra, 60,72% (n=17) se consideram estressados, mesmo apresentando níveis de cortisol salivar normal. Estudos (Martins et al., 2021; Rodrigues et al., 2021) apontam que em torno de 40% a 70 % dos pacientes em hemodiálise encontram-se estressados e 27% em estágio grave de estresse, valores parecidos são encontrados no estudo de Somay, e Tekkarismaz (2020), onde o estresse emocional foi autopercebido em 69,1% da amostra.

 

    A partir da análise dos nossos resultados verificamos a importância deste estudo para a prática clínica dos fisioterapeutas nesta área, pois reforça o olhar para os sinais e sintomas de DTM nos pacientes com DRC, tendo em vista o limitado número de pesquisas publicados com essa temática. Porém, o estudo mostra algumas limitações, destacamos: 1) o estudo não teve um grupo controle comparativo de saudáveis pareados por sexo e idade, o que torna uma fragilidade dos resultados na evidência científica; 2) a amostra é reduzida e foi recrutada em um único centro, o que fragiliza a generalização dos resultados.

 

Conclusão 

 

    Os pacientes com DRC em HD apresentam algum grau de DTM, sintomas de ansiedade e depressão e os níveis de cortisol salivar se encontram normais, mesmo os pacientes se autopercebendo estressados. Este é um indicativo de que a DTM deve ser avaliada e tratada nestes pacientes com potencial na melhora da qualidade de vida. Como não há estudos suficientes sobre esse assunto na literatura, são necessários mais estudos em grandes grupos de pacientes no futuro.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 320, Ene. (2025)