Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Desenvolvimento do equilíbrio postural e prevenção

de quedas em idosos: estratégias de intervenção

Development of Postural Balance and Fall Prevention in Elderly: Intervention Strategies

Desarrollo del equilibrio postural y prevención de caídas en personas mayores: estrategias de intervención

 

Marckson da Silva Paula*

profmarckson@gmail.com

Jani Cléria Pereira Bezerra**

j.cleria@gmail.com

Neilson Duarte Gomes***

neilsondg@hotmail.com

 

*Pós-graduado em treinamento desportivo e fisiologia do exercício

Universidade Castelo Branco (UCB)

Aluno especial do curso de pós-graduação stricto sensu

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

**Doutora em Enfermagem e Biociências

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Graduada em Licenciatura Plena em Educação Física

pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Mestrado em Ciência da Motricidade Humana pela UCB

Doutora em Medicina do Esporte

Universidad Católica Nuestra Señora de La Asunción

Doutorado em Doutorado em Saúde Pública

Universidad Internacional Tres Fronteras

***Licenciado em Educação Física

pelo Centro Universitário da Cidade (UNIVERCIDADE).

Pós-graduando em treinamento desportivo

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ)

(Brasil)

 

Recepción: 24/06/2024 - Aceptación: 24/09/2024

1ª Revisión: 08/09/2024 - 2ª Revisión: 21/09/2024

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Paula, M. da S., Bezerra, J.C.P., e Gomes, N.D. (2024). Desenvolvimento do equilíbrio postural e prevenção de quedas em idosos: estratégias de intervenção. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(317), 210-230. https://doi.org/10.46642/efd.v29i317.7754

 

Resumo

    O equilíbrio postural é relevante para a estabilidade corporal, tanto em repouso quanto em movimento, e torna-se mais vulnerável com o envelhecimento devido à perda de força muscular, flexibilidade e problemas de visão, aumentando o risco de quedas graves em idosos. A prevenção eficaz de quedas inclui programas de exercícios específicos para melhorar o equilíbrio, visando promover segurança e qualidade de vida. Objetivo: Investigar as estratégias de prevenção de quedas focadas no aprimoramento do equilíbrio postural em idosos. Metodologia: Este estudo se trata de uma revisão integrativa, onde foram realizadas buscas nas bases de dados como Pubmed, Embase e Lilacs, no período de 2012 a 2024. Resultados: De 504 artigos inicialmente identificados, 492 foram analisados após a remoção de duplicatas, resultando na seleção final de 40 artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade. Conclui-se que, vários programas de treinamento de equilíbrio postural foram eficientes na redução do risco de quedas entre idosos, incluindo estratégias como treinamento com perturbação e uso de jogos de realidade virtual, que emergiram como tendências promissoras para melhorar a estabilidade e minimizar os impactos negativos das quedas nesta população.

    Unitermos: Idosos. Equilíbrio postural. Acidentes por quedas.

 

Abstract

    Postural balance is relevant for bodily stability, both at rest and during movement, and becomes more vulnerable with aging due to loss of muscle strength, flexibility, and vision problems, increasing the risk of severe falls in older adults. Effective fall prevention includes specific exercise programs aimed at improving balance to promote safety and quality of life. Objective: To investigate fall prevention strategies focused on enhancing postural balance in older adults. Methodology: This study is an integrative review, conducting searches in databases such as PubMed, Embase, and Lilacs from 2012 to 2024. Results: Out of 504 articles initially identified, 492 were analyzed after removing duplicates, resulting in a final selection of 40 articles that met eligibility criteria. It was concluded that several postural balance training programs were effective in reducing the risk of falls among older adults, including strategies such as perturbation training and the use of virtual reality games, which emerged as promising trends to improve stability and minimize the negative impacts of falls in this population.

    Keywords: Aged. Postural balance. Accidental falls.

 

Resumen

    El equilibrio postural es relevante para la estabilidad corporal, tanto en reposo como en movimiento, y se vuelve más vulnerable con el envejecimiento debido a la pérdida de fuerza muscular, flexibilidad y problemas de visión, aumentando el riesgo de caídas graves en las personas mayores. La prevención eficaz de caídas incluye programas de ejercicio específicos para mejorar el equilibrio, con el objetivo de promover la seguridad y la calidad de vida. Objetivo: Investigar estrategias de prevención de caídas enfocadas a mejorar el equilibrio postural en personas mayores. Metodología: Este estudio es una revisión integradora, donde se realizaron búsquedas en bases de datos como Pubmed, Embase y Lilacs, desde 2012 hasta 2024. Resultados: De 504 artículos identificados inicialmente, se analizaron 492 luego de eliminar duplicados, resultando en la selección final de 40 artículos que cumplieron con los criterios de elegibilidad. Se concluye que varios programas de entrenamiento del equilibrio postural fueron eficientes para reducir el riesgo de caídas entre los ancianos, incluidas estrategias como el entrenamiento de perturbación y el uso de juegos de realidad virtual, que han surgido como tendencias prometedoras para mejorar la estabilidad y minimizar los impactos negativos de caídas en esta población.

    Palabras clave: Personas mayores. Equilibrio postural. Accidentes por caídas.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 317, Oct. (2024)


 

Introdução 

 

    O processo de envelhecimento é natural, contínuo e irreversível. Como resultado das mudanças na distribuição da população mundial, há um aumento significativo no número de idosos. Este aumento na expectativa de vida traz consigo particularidades, como a diminuição das funções físicas e cognitivas entre os idosos. Essas mudanças aumentam a probabilidade de incidência de doenças relacionadas à idade nessa população. (Thomas et al., 2019)

 

    Como consequência desse processo, há um declínio nos sistemas fisiológicos responsáveis pela estabilidade postural, aumentando assim o risco de quedas em idosos. Essas quedas representam um sério problema de saúde pública, pois, sobrecarregam os sistemas de saúde com custos significativos. Além dos custos financeiros, as quedas têm impactos negativos profundos nos indivíduos afetados, resultando em isolamento social, depressão, medo de cair, insegurança, dependência funcional, são causas significativas de morbidade e mortalidade. (Ambrens et al., 2022; Pereira, e Kanashiro, 2022)

 

    A prevenção de quedas é uma questão relevante à saúde pública. Programas de treinamento que incorporam exercícios de equilíbrio têm demonstrado reduzir a incidência de quedas em aproximadamente 25%. Essas intervenções são eficazes porque melhoram o controle do equilíbrio, permitindo uma sustentação mais estável das posturas, facilitando a transição entre diferentes posturas e fortalecendo a capacidade de reagir a perturbações externas que possam comprometer o equilíbrio. (Devasahayam et al., 2022)

 

    Diante desse contexto, é relevante examinar os métodos utilizados para melhorar o equilíbrio postural em idosos, visando prevenir quedas nessa população vulnerável. O objetivo deste estudo é investigar estratégias de prevenção de quedas que empreguem exercícios específicos para o aprimoramento do equilíbrio postural em idosos, com o intuito de reduzir significativamente o risco de quedas nessa faixa etária.

 

Métodos 

 

    O estudo em questão consiste em uma revisão integrativa conduzida em múltiplas bases de dados (Pubmed, Lilacs e Embase), com abrangência no período entre 2012 e 2024, a fim de verificar informações dos últimos 12 anos de pesquisa na área. A busca de palavras-chave foi realizada utilizando os vocabulários controlados DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e Mesh (Medical Subject Headings), empregando os seguintes termos: "idosos", "equilíbrio postural", "acidentes por quedas", juntamente com os operadores booleanos AND e OR.

 

    Critérios de inclusão: os artigos deveriam conter as palavras-chave pesquisadas, abordar uma população idosa saudável e terem sido revisados por pares.

 

    Critérios de exclusão: os artigos não pertinentes aos termos-chave, duplicados, incompletos, não revisados por pares, bem como, intervenções realizadas em indivíduos com qualquer patologia.

 

    A pesquisa foi conduzida utilizando os critérios de elegibilidade e resultou na identificação de 504 artigos, que foram submetidos ao Rayyan - Intelligent Systematic Review (Ouzzani et al., 2016) para a seleção dos estudos. Após a exclusão de 12 duplicatas, resultaram em 492 artigos para análise. Ao concluir a triagem, 40 estudos foram selecionados para integrar esta revisão.

 

Resultados e discussão 

 

    O Quadro 1 apresenta os estudos realizados com o objetivo de desenvolver o equilíbrio postural e, com isso, propiciar a redução de quedas em idosos.

 

Quadro 1. Métodos de prevenção de quedas por meio do equilíbrio postural utilizados nos estudos

Referência

Método utilizado

Allin et al. (2020); Arghavani et al. (2020); Donath et al. (2014); Gerards et al. (2023); Gimmon et al. (2018); Hamed et al. (2018); Jagdhane et al. (2016); Kurz et al. (2016); Nørgaard et al. (2023); Okubo et al. (2019); Pai et al. (2014); Rieger et al. (2020, 2024)

Treinamento de equilíbrio baseado em perturbações (TEP) ou treinamento de equilíbrio reativo (TER)

Sato et al. (2015); Yang et al. (2020); Yeşilyaprak et al. (2016); Montero-Alía et al. (2019); Prasertsakul et al. (2018); Zahedian-Nasab et al. (2021); Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021)

Exergames e realidade virtual (RV)

Mesquita et al. (2015); Sohn et al. (2015); Roaldsen et al. (2014); Tisher et al. (2019); Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021); Zhao et al. (2017)

Exercícios de equilíbrio convencionais (EC)

Hewitt et al. (2018); Liu-Ambrose et al. (2019); Liu-Ambrose et al. (2020); Okubo et al. (2015); Szanton et al. (2020)

Exercícios de força e equilíbrio (FE)

Mesquita et al. (2015); Josephs et al. (2016); Roller et al. (2017); Patti et al. (2021); Długosz-Boś et al. (2021)

Pilates

Okubo et al. (2015); Phoobangkerdphol et al. (2022)

Caminhada com e sem meditação (CCSM)

Bae, e Cho (2014); Nematollahi et al. (2016); Oliveira et al. (2014); Pirauá et al. (2019); Thomas, e Kalicinski (2016)

Outras intervenções (OI)

Fonte: Elaboração própria

 

Treinamento de equilíbrio baseado em perturbações (TEP) ou treinamento de equilíbrio reativo (TER) 

 

Tabela 1. Resumo dos resultados do método TEP

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=13)

Síntese dos resultados

Allin et al. (2020); Okubo et al., 2019; Pai et al. (2014); Rieger et al. (2020, 2024); Nørgaard et al. (2023); Gimmon et al. (2018); Hamed et al. (2018); Arghavani et al. (2020); Jagdhane et al. (2016); Kurz et al. (2016)

11 (84,6%)

Melhora no APC e APA, nas rotações transversais de quadril e tronco, na manutenção do equilíbrio em pé, nos passos voluntários mais rápidos, em exercícios de tarefa única e dupla, com olhos abertos e fechados, aumento da confiança, da mobilidade e redução de quedas.

Donath et al. (2014); Gerards et al. (2023)

2 (15,4%)

Sem diferenças significativas no medo de cair, equilíbrio e padrão de marcha.

Nota: APC: Ajuste postural compensatório; APA: Ajuste postural antecipatório. Fonte: Elaboração própria

 

    Recentemente, o TEP tem ganhado destaque como estratégia para melhorar o equilíbrio postural. Estudos, como o de Allin et al. (2020), mostram melhorias significativas no equilíbrio reativo e reduções relevantes nas quedas após escorregões e tropeços simulados com 34 participantes. Resultados semelhantes foram observados em estudos como os de Okubo et al. (2019), Pai et al. (2014), e Rieger et al. (2020, 2024), que relataram reduções de quedas entre 50 e 60%. Entretanto, o estudo de Nørgaard et al. (2023), envolvendo 140 idosos, revelou que, embora tenham observado uma significativa redução de quedas em ambiente controlado, a taxa de quedas no cotidiano diminuiu apenas 22%, uma diferença relevante, mas não estatisticamente significativa.

 

    Os estudos de Hamed et al. (2018), Arghavani et al. (2020), e Kurz et al. (2016) investigaram os efeitos do treinamento de equilíbrio baseado em perturbações (TEP) em diferentes aspectos do controle postural e da redução do risco de quedas em idosos. Hamed et al. (2018) encontraram melhorias significativas tanto na recuperação do equilíbrio após quedas simuladas para frente (80%, d=1,08) quanto na capacidade de manter o equilíbrio em pé (38%, d=1,61), após exercícios de TEP em superfícies instáveis, o que mostrou que esse tipo de método é eficiente em melhorar o ajuste postural compensatório (APC).

 

    Por sua vez, Arghavani et al. (2020) descobriram que o TEP resultou em melhorias no atraso na contração muscular (p ≤ 0,001), melhorando o ajuste postural antecipatório (APA) e aumentando a confiança no equilíbrio específica para atividades (p ≤ 0,000). Esses resultados são complementados pelos achados de Kurz et al. (2016) que observaram tempos de execução de passos voluntários mais rápidos em tarefa única (p=0,002) e tarefa dupla (p=0,003), além de melhor desempenho em movimentos com os olhos fechados (p=0,012), indicando melhor controle do equilíbrio e tempos de reação mais rápidos, ambos essenciais para mitigar o risco de quedas em idosos.

 

    Confirmando os achados de Arghavani et al. (2020), Jagdhane et al. (2016) verificaram que o TEP produz um efeito de contração muscular precoce dos grupamentos musculares envolvidos em um movimento e que foi observada pelos autores por meio de eletromiografia (EMG). Isso remete à reflexão de que o TEP promove melhorias no APA, o que pode ser relevante para a prevenção de quedas, uma vez que o idoso se torna mais reativo a uma perturbação externa ou apenas em uma mudança de posição corporal durante o movimento.

 

    Adicionalmente, Gimmon et al. (2018), ao realizar o TEP, observaram um aumento médio de 32% na rotação transversal da pelve (de 6,05° para 7,98°, p=0,017) e 29% na rotação transversal do tronco (de 13,1° para 16,9°, p=0,017). Os autores analisam que houve um processo de aumento da mobilidade da coluna lombar, que diminui com o envelhecimento, e foi modificado positivamente com o treinamento. Além disso, as melhorias na rotação transversal pélvica e do tronco ocasionam uma maior eficiência da marcha, com passos menores, estabilidade e menor probabilidade de tropeços e escorregões, impactando diretamente na redução de quedas.

 

    Em contrapartida, alguns estudos não encontraram efeitos positivos do TEP em idosos. Por exemplo, Donath et al. (2014) realizaram uma intervenção com 18 idosos entre 65 e 85 anos, focada no treinamento para quedas no judô, mas não observaram melhorias significativas no medo de cair, no equilíbrio ou no padrão de marcha dos participantes. Os autores afirmaram que a amostra pequena em seu estudo pode ter limitado os resultados e que esse tipo de treinamento não seja recomendável em idosos frágeis devido à possibilidade de lesões, embora o conhecimento sobre como lidar com a queda seja relevante a essa população.

 

    Da mesma forma, Gerards et al. (2023) não encontraram benefícios do TEP em 82 idosos (idade média de 73 anos), pois, não houve redução no medo de cair e melhoria no equilíbrio postural após a intervenção comparando com um grupo controle. Esses resultados indicam que o TEP não foi eficiente em promover melhorias no equilíbrio postural ou nos índices psicológicos que são essenciais para aumentar a auto-confiança dos idosos e proporcionar a redução de quedas.

 

Exergames e realidade virtual (RV) 

 

Tabela 2. Resumo dos resultados do método RV

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=7)

Síntese dos resultados

Sato et al. (2015); Yang et al. (2020); Yeşilyaprak et al. (2016); Prasertsakul et al. (2018); Zahedian-Nasab et al. (2021); Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021)

6 (85,7%)

Melhorias significativas no tempo de duplo apoio reduzido, equilíbrio em várias posições em pé, capacidade funcional, equilíbrio unipodal com olhos abertos e fechados, facilitação da aprendizagem motora, redução de desequilíbrio.

Montero-Alía et al. (2019)

1 (14,3%)

Não houve melhorias significativas no equilíbrio, mas houve redução do medo de cair por 3 meses.

Fonte: Elaboração própria

 

    Outra estratégia adotada ultimamente para desenvolver o equilíbrio postural em idosos tem sido os jogos de RV. Como forma de proporcionar o acesso à prática regular de exercícios, os exergames têm sido uma opção interessante. Sato et al. (2015) observaram bons resultados após aplicação desse método em 57 idosos (idade média de 70 anos). Segundo os autores, foram verificadas melhorias significativas no tempo de duplo apoio reduzido, que é um indicador de eficiência da marcha (p=0,03), nos valores da escala de equilíbrio de Berg (p < 0,01), no teste de 30 segundos de levantamento da cadeira (p < 0,01) e no teste de alcance funcional (p < 0,01).

 

    Yang et al. (2020) realizaram a intervenção com RV e treinamento de equilíbrio convencional. Os autores obtiveram resultados significativos quando realizaram a comparação no grupo de RV no pré-teste e pós-teste dos testes de levantar da cadeira por 30 segundos, teste de levantar-se e andar (TUG), teste de alcance funcional (TAF), teste de equilíbrio em uma perna com olhos abertos e fechados. Os resultados obtidos com o treinamento de equilíbrio convencional foram similares, divergindo apenas no teste TAF e no teste de equilíbrio em uma perna com olhos fechados. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Yeşilyaprak et al. (2016) e Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021), o que reflete a eficiência do método de RV e sua similaridade com métodos já aplicados anteriormente com o intuito de promover o desenvolvimento do equilíbrio postural e prevenção de quedas em idosos, destacando-se por fazer isso de forma lúdica.

 

    Da mesma forma, Prasertsakul et al. (2018) também realizaram a comparação entre o método de treinamento de equilíbrio convencional e os jogos de RV. Os autores verificaram que os jogos de realidade virtual melhoraram o equilíbrio em várias posições em pé, já o treinamento convencional obteve melhoria em apenas algumas posições em pé. Uma das diferenças entre os métodos citada pelos autores foi a possibilidade de feedback em tempo real sobre os testes, o que facilita a aprendizagem motora. Os exergames promoveram melhorias nos escores de desempenho do jogo. No âmbito do controle postural, o treinamento utilizando a realidade virtual foi mais eficaz que o treinamento de equilíbrio convencional, pois, possibilitou redução nos parâmetros de desequilíbrio, o que é relevante para a prevenção de quedas em idosos.

 

    No entanto, Zahedian-Nasab et al. (2021) realizaram a intervenção por meio dos exergames e compararam com os resultados de um grupo controle e não com intervenções relacionadas a exercícios convencionais (EC). Os autores observaram que após a intervenção, ocorreu um aumento significativo do equilíbrio no grupo submetido à intervenção (p < 0,001), ao passo que essa melhoria não foi evidenciada no grupo de controle (p=0,687). Ademais, as variações médias no equilíbrio apresentaram diferenças significativas entre os grupos controle e intervenção (p < 0,001). Mesmo com a consideração do efeito inicial do teste, o impacto da intervenção na estabilidade do grupo de intervenção foi notável (p < 0,001). Os resultados do estudo também apontaram que a média do tempo do teste TUG após a intervenção diminuiu em cerca de 2,33 segundos no grupo de intervenção (p < 0,001). Esses resultados destacam o potencial dos exergames como uma ferramenta eficaz para melhorar o equilíbrio e a estabilidade postural em idosos, principalmente pelo fato de haver a dificuldade de se locomover a ambientes de prática de exercícios físicos, podendo ser realizados nos locais em que residem.

 

    Por outro lado, Montero-Alía et al. (2019) não encontraram benefícios significativos dos exergames em relação ao equilíbrio ou à redução de quedas em idosos. Embora tenham observado uma diminuição no medo de cair em 0,63 pontos aos 3 meses (p=0,008), essa melhoria não foi sustentada ao longo dos 12 meses. Os autores identificaram várias limitações que podem ter influenciado os resultados: possível influência do "efeito teto" nas variáveis de equilíbrio, uma população de estudo inicialmente bem equilibrada e saudável, desequilíbrios basais entre os grupos, incluindo uma maior proporção de mulheres e indivíduos com histórico de quedas, além da não realização de alocação aleatória, o que pode ter introduzido viés nos resultados.

 

Exercícios de equilíbrio convencionais (EC) 

 

Tabela 3. Resumo dos resultados do método EC

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=6)

Síntese dos resultados

Mesquita et al. (2015); Sohn et al. (2015); Roaldsen et al. (2014); Tisher et al. (2019); Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021); Zhao et al. (2017)

6 (100%)

Melhoria no equilíbrio postural, capacidade funcional, equilíbrio dinâmico e estático, no APC, na função geral, básica e avançada de MMII, flexibilidade, agilidade, resistência aeróbica.

Nota: APC: Ajuste postural compensatório; MMII: Membros inferiores. Fonte: Elaboração própria

 

    Os exercícios convencionais (EC) continuam sendo uma excelente alternativa para o desenvolvimento do equilíbrio postural em idosos. Reforçando essa ideia, Mesquita et al. (2015) realizaram um estudo comparativo entre programas de EC e Pilates em idosos. Eles observaram que o grupo EC apresentou melhorias significativas nos parâmetros de estabilidade postural, assim como melhores resultados nos testes de equilíbrio, alcance funcional e tempo de levantar e caminhar (TUG) em comparação com o grupo controle (p < 0,05). Ambos os métodos foram eficazes na melhoria do equilíbrio, sendo que o EC beneficiou tanto o equilíbrio dinâmico quanto o estático, o que parece ser uma necessidade mais próxima das demandas diárias dos idosos, que requer melhorias no equilíbrio em movimento.

 

    Da mesma forma, Sohn et al. (2015) conduziram um estudo comparando métodos, dividindo os participantes em 3 grupos (equilíbrio, força e controle), onde observaram que a sensibilidade proprioceptiva foi melhorada em todos os grupos após 8 semanas de treinamento. Eles concluíram que o equilíbrio pode ser desenvolvido até mesmo com atividades naturais, como a caminhada. Além disso, os exercícios de equilíbrio e força resultaram em melhorias significativas na área e deslocamento do centro de pressão (COP), o que contribui para uma melhor manutenção do equilíbrio e previne quedas. Em relação à recuperação de quedas, os idosos que participaram do treinamento mostraram uma capacidade aumentada de se recuperar de escorregões, em comparação com o grupo de controle. Esses achados sugerem que o treinamento pode melhorar a estabilidade postural durante a locomoção de idosos.

 

    Ainda sobre a comparação de métodos, Zhao et al. (2017) compararam o EC ao treinamento de Tai chi (TC). Os resultados obtidos pelo EC foram similares na bateria de testes de aptidão física. Ambos protocolos foram capazes de melhorar flexibilidade, agilidade e equilíbrio em idosos. Porém, o EC apresentou diferenças significativas na resistência aeróbica quando comparou-se ao TC (p < 0,025), tendo 11% e o TC com 5% de aumento no pós-teste do teste de caminhada de 2 minutos.

 

    Outros estudos realizaram o programa de EC sem realizar comparações com outros métodos, como foi o caso do estudo de Roaldsen et al. (2014), que investigaram os efeitos de um programa de EC com duração de 12 semanas em idosos. A amostra incluiu 59 participantes de ambos os sexos, com idades variando entre 67 e 93 anos. Eles encontraram melhorias significativas na função geral (p=0,016), assim como na função básica (p=0,044) e avançada da extremidade inferior (p=0,025) comparadas ao grupo controle. No entanto, não foram observadas melhorias na incapacidade geral ou na função da extremidade superior.

 

    Cabe salientar que o EC foi eficiente quando realizado em casa pelos idosos, o que pôde ser comprovado por Tisher et al. (2019), que observaram melhorias em relação às pontuações de uma curta bateria de testes físicos. Já o grupo que não realizou EC, teve diminuição dessas pontuações (p=0,002). Além disso, o grupo EC teve efeitos significativos obtidos no Índice de Incapacidade para Atividades da Vida Diária de Longo Prazo (LLFDI) e na escala de equilíbrio de Berg. Esses resultados são semelhantes aos obtidos por Yousefi Babadi, e Daneshmandi (2021), que observaram melhorias em alguns testes funcionais (teste de equilíbrio unipodal e de olhos abertos e fechados, TUG teste, além de uma escala de equilíbrio avançado de Fullerton (p ˂ 0,05).

 

    Os estudos analisados sobre esse método destacam a eficiência em se desenvolver o equilíbrio e a capacidade funcional em idosos, pois, foi possível observar que o método não desenvolveu apenas o equilíbrio, mas também, a funcionalidade dos idosos que fizeram parte do grupo de intervenção.

 

Exercícios de força e equilíbrio (FE) 

 

Tabela 4. Resumo dos resultados do método FE

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=5)

Síntese dos resultados

Hewitt et al. (2018); Liu-Ambrose et al. (2019);  Liu-Ambrose et al. (2020); Szanton et al. (2020)

4 (80%)

Melhorias no desempenho físico, taxa de quedas, capacidade funcional, confiança subjetiva, manutenção da postura em tandem.

Okubo et al. (2015)

1 (20%)

Maior taxa de quedas por dia de pessoa fisicamente ativa e quedas por passo de pessoa.

Fonte: Elaboração própria

 

    Vários estudos investigaram programas de treinamento que combinam exercícios de FE para reduzir quedas em idosos. Hewitt et al. (2018) realizaram um protocolo de treinamento de 25 semanas com 221 idosos, resultando em uma diminuição significativa na taxa de quedas (55%) e melhoria no desempenho físico (p=0,02). Liu-Ambrose et al. (2019) e Liu-Ambrose et al. (2020) também observaram reduções significativas na taxa de quedas após intervenções similares de FE ao longo de 12 meses (p=0,006 e p=0,002, respectivamente), enfatizando a eficácia desses programas na qualidade de vida dos idosos. Szanton et al. (2020) constataram melhorias significativas nos testes de TUG e tandem, além da confiança subjetiva, após 16 semanas de intervenção combinada.

 

    Em contraste, Okubo et al. (2015) encontraram resultados desfavoráveis comparando um programa de FE com caminhada, onde foi possível observar menor risco de quedas, avaliado pelas quedas por dia de pessoa fisicamente ativa (razão de taxa 0,38, IC de 95% 0,19-0,77) e quedas por passo de pessoa (razão de taxa 0,47, IC de 95% 0,26-0,85) no grupo de caminhada, porém, evidenciou maior taxa de tropeços diários nesse grupo (razão de taxa 1,50, IC de 95% 1,12-2,00). Esses resultados ressaltam a importância de programas variados de prevenção de quedas, considerando diferentes necessidades e capacidades dos idosos. No caso de idosos frágeis, o treinamento de FE foi eficaz em aumentar a força muscular de membros inferiores e proporcionou maior estabilidade corporal em posição ortostática e dinâmica, o que fez reduzir os tropeços diários nessa população.

 

Pilates 

 

Tabela 5. Resumo dos resultados do método Pilates

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=5)

Síntese dos resultados

Mesquita et al. (2015); Roller et al. (2017); Josephs et al. (2016); Długosz-Boś et al. (2021); Patti et al. (2021)

5 (100%)

Melhorias no equilíbrio dinâmico, no equilíbrio unipodal, na capacidade funcional, na confiança, na força, na mobilidade e redução do risco de quedas.

Fonte: Elaboração própria

 

    O método Pilates tem sido amplamente adotado como uma estratégia para melhorar o equilíbrio postural em idosos. Por exemplo, Mesquita et al. (2015) constataram em sua pesquisa que os praticantes dessa modalidade apresentaram melhorias significativas no equilíbrio dinâmico, teste de alcance funcional e teste TUG em comparação com os participantes do grupo controle. Contudo, o grupo de Pilates não mostrou redução significativa na oscilação do centro de pressão (COP). Segundo os autores, os parâmetros de estabilidade do COP têm sido utilizados como medidas de equilíbrio postural, sendo controverso na literatura quais as medidas do COP estão mais relacionadas ao equilíbrio (velocidade média, amplitude do deslocamento ântero-posterior, médio-lateral). Embora não tenha havido reduções significativas na oscilação do COP com o método Pilates, os autores enfatizam que esse método é responsável por promover fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral, que são responsáveis pela boa postura e contribuem para a melhor utilização dos membros inferiores e superiores e, consequentemente, melhor equilíbrio e marcha.

 

    Roller et al. (2017) encontraram melhorias significativas na amplitude de movimento (ADM) em várias articulações após um programa de Pilates, incluindo aumento de aproximadamente 3º na extensão do quadril bilateralmente, 7 a 8º na ADM do levantamento da perna reta em ambas as pernas, e cerca de 4º na dorsiflexão do tornozelo bilateralmente. Os autores destacaram que essas melhorias são essenciais para atividades cotidianas como levantar de uma cadeira, subir e descer escadas, e para um padrão normal de marcha, que requer pelo menos 10º de ADM na dorsiflexão do tornozelo. Esses resultados demonstram que o Pilates pode beneficiar significativamente a ADM e a mobilidade em idosos, promovendo movimento e melhorando o padrão de marcha, o que pode reduzir os riscos de quedas relacionados à mobilidade funcional.

 

    Além disso, Josephs et al. (2016) demonstraram em seu estudo uma melhoria significativa na Escala de Equilíbrio Avançado de Fullerton (diferença média de 6,31, p < 0,05) e na Escala de Confiança no Equilíbrio Específica para Atividades (diferença média de 10,57, p=0,008) entre os participantes do Pilates. Os autores afirmam que a aprendizagem de diferentes habilidades em equipamentos diferentes possa ter aumentado a confiança no equilíbrio. Esses resultados corroboram com os resultados encontrados por Długosz-Boś et al. (2021), que também constataram melhorias no equilíbrio e redução do risco de quedas. Os participantes do grupo controle pioraram seus índices no teste TUG, além disso, o grupo de intervenção obteve melhoria no equilíbrio unipodal até 10 segundos, o que é essencial nas atividades cotidianas em que há a necessidade de apoio reduzido no solo. Por fim, os autores verificaram aumento no teste LoS em 37% (mais do que o dobro obtido no grupo controle), no qual é avaliado o equilíbrio em plataforma de equilíbrio. Esses resultados podem ser relacionados à mobilidade articular do tornozelo e a força dos flexores dos pés e do hálux, que são alvos do treinamento de Pilates.

 

    Por fim, Patti et al. (2021) destacaram em sua pesquisa diferenças significativas entre o método Pilates e um programa geral de atividade física em relação à força e equilíbrio. Os autores relatam que, embora o Pilates seja um programa que prioriza a melhoria da flexibilidade do corpo (com foco no core, postura e coordenação da respiração), ele pode ser uma ferramenta para prevenir quedas em idosos. Essa afirmação se dá pelo fato desse método ser mais eficiente em melhorar o equilíbrio quando comparado a outros métodos. Segundo os autores, a literatura tem mostrado que a força muscular afeta o equilíbrio, sendo os idosos a população que tem declínio tanto da força muscular quanto do equilíbrio e o Pilates surge como uma das formas de restabelecer a força muscular.

 

Caminhada com e sem meditação (CCSM) 

 

Tabela 6. Resumo dos resultados do método CCSM

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=2)

Síntese dos resultados

Phoobangkerdphol et al. (2022)

1 (50%)

Melhorias no equilíbrio estático e dinâmico, na manutenção da postura unipodal, qualidade de vida e saúde mental.

Okubo et al. (2015)

1 (50%)

Houve maior taxa de tropeços diários.

Fonte: Elaboração própria

 

    O treinamento de caminhada com meditação foi comparado ao treinamento de equilíbrio no estudo de Phoobangkerdphol et al. (2022). Os autores afirmaram que houve similaridade nos resultados encontrados entre os métodos de treinamento, nos quais não foi possível verificar diferença significativa em testes de equilíbrio estático, dinâmico, no teste de manutenção da postura unipodal, além de testes relacionados à qualidade de vida e saúde mental. Esses autores divergem de Okubo et al. (2015), pois, recomendam a caminhada como forma de prevenção a quedas mesmo em idosos frágeis e com histórico de quedas.

 

Outras intervenções (OI) 

 

Tabela 7. Resumo dos resultados de OI

Referência (s)

Estudos sobre o método e %

(n=5)

Síntese dos resultados

Oliveira et al. (2014); Nematollahi et al. (2016); Bae, e Cho (2014); Thomas, e Kalicinski (2016); Pirauá et al. (2019)

5 (100%)

Melhorias no equilíbrio estático, na capacidade funcional, na força muscular de MMII, no tempo de permanência unipodal em plataforma de equilíbrio, na preocupação com quedas, diminuição da instabilidade nessa plataforma e redução de quedas.

Nota: MMII: Membros inferiores. Fonte: Elaboração própria

 

    Oliveira et al. (2014) examinaram diferentes intervenções para melhorar o equilíbrio postural em idosos, constatando melhorias significativas após a aplicação de três métodos distintos: mini-trampolim, ginástica aquática e ginástica geral no chão (p < 0,05). O estudo teve como objetivo avaliar o efeito desses três tipos de exercícios no equilíbrio dos participantes, sendo avaliados em uma plataforma de força, com quantificação das alterações do centro de pressão (COP), a fim de verificar a instabilidade no equilíbrio. Os autores afirmam que todos exercícios foram eficientes em desenvolver a força e promover adaptações neurofisiológicas, o que fez gerar maiores respostas reflexas e proprioceptivas nos avaliados.

 

    Por sua vez, Nematollahi et al. (2016) também investigaram os efeitos de três métodos diferentes (convencionais, multisensoriais e de dupla tarefa) sobre a capacidade de equilíbrio de idosos da comunidade ao longo de quatro semanas. Todos os grupos apresentaram melhorias significativas nas pontuações da Escala de Equilíbrio Avançado de Fullerton (FAB) após o treinamento (p < 0,001), sem diferenças estatisticamente significativas entre os métodos (p = 0,23). Não foram encontradas diferenças significativas na razão de estabilidade da marcha e na velocidade de caminhada tanto dentro de cada grupo quanto entre os grupos. Portanto, todos os métodos investigados foram eficazes na melhoria do equilíbrio postural em idosos da comunidade.

 

    Bae & Cho (2014) observaram em seu estudo que houve diferenças significativas em relação à força muscular dos membros inferiores, equilíbrio postural e nos valores dos índices de eficiência em prevenção de quedas quando comparados os grupos experimentais com os grupos controles, demonstrando a eficiência de um programa integrado com exercícios de equilíbrio, força e educação preventiva.

 

    Pirauá et al. (2019) realizaram um estudo comparando os efeitos do treinamento de força em superfícies estáveis e instáveis com um grupo controle, utilizando medidas de desempenho de equilíbrio e funcionalidade em idosos. Após uma intervenção de 24 semanas, ambos os grupos de treinamento (superfícies estáveis e instáveis) mostraram melhorias significativas no desempenho do equilíbrio, avaliado pela escala de equilíbrio de Berg. O grupo que treinou em superfícies estáveis teve um aumento médio de 1,22 pontos (IC 95% -0,19 a 2,63), enquanto o grupo que treinou em superfícies instáveis teve um aumento maior de 2,26 pontos (IC 95% 0,83 a 3,70), ambos em comparação ao grupo controle. Além disso, o treinamento em superfícies instáveis demonstrou melhorias significativas na capacidade funcional, com uma redução média de 2,44 segundos no teste de levantar e andar (TUG) (IC 95% -4,41 a -0,48) e um aumento médio de 1,12 segundos no teste de sentar e levantar da cadeira (IC 95% 0,08 a 2,17). Houve também uma melhoria na preocupação com quedas, conforme medido pelo escore FESI (Escala de Eficácia de Medo de Cair), com uma diminuição média de 4,41 pontos (IC 95% -9,30 a -0,27).

 

    Esses resultados se assemelham ao que foi encontrado por Thomas, e Kalicinski (2016) durante intervenção utilizando uma superfície instável, o slackline e sugerem que o treinamento em superfícies instáveis pode proporcionar um ambiente mais desafiador para o equilíbrio postural, uma vez que há o desequilíbrio proporcionado pelo método, o que faz com que sejam melhorados os ajustes posturais compensatórios e, consequentemente, maior equilíbrio reativo, o que é ainda mais específico que o equilíbrio estático proporcionado em superfícies estáveis. Além disso, a medida que os idosos são inseridos nesse ambiente, adquirem também a auto-confiança em sua capacidade e diminuem o medo de cair.

 

Conclusões 

 

    Conclui-se que existem diversos programas desenvolvidos para melhorar o equilíbrio postural e, assim, reduzir quedas em idosos, um problema significativo de saúde pública. Estudos têm mostrado resultados promissores nessa área. Atualmente, programas de treinamento que envolvem perturbação do equilíbrio e jogos de realidade virtual estão em destaque, mas, é essencial adaptar esses métodos às necessidades específicas de cada público. A caminhada, por outro lado, não é recomendada para idosos frágeis com alto risco de quedas, pois, para esse grupo, programas de treinamento que focam no desenvolvimento conjunto da força muscular e do equilíbrio postural são mais apropriados.

 

Referências 

 

Allin, LJ, Brolinson, PG, Beach, BM, Kim, S., Nussbaum, MA, Roberto, KA, e Madigan, ML (2020). Perturbation-based balance training targeting both slip- and trip-induced falls among older adults: a randomized controlled trial. BMC Geriatrics, 20(1). https://doi.org/10.1186/s12877-020-01605-9

 

Ambrens, M., Alley, S., Oliveira, JS, To, Q., Delbaere, K., Vandelanotte, C., e Tiedemann, A. (2022). Effect of eHealth-delivered exercise programmes on balance in people aged 65 years and over living in the community: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ Open, 12(6), e051377. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2021-051377

 

Arghavani, H., Zolaktaf, V., e Lenjannejadian, S. (2020). Comparing the effects of anticipatory postural adjustments focused training and balance training on postural preparation, balance confidence and quality of life in elderly with history of a fall. Aging Clinical and Experimental Research, 32(9), 1757-1765. https://doi.org/10.1007/s40520-019-01358-5

 

Bae, J., e Cho, S.-I. (2014). Effects of community-based comprehensive fall prevention program on muscle strength, postural balance and fall efficacy in elderly people. Journal of Korean academy of nursing, 44(6), 697. https://doi.org/10.4040/jkan.2014.44.6.697

 

Devasahayam, AJ, Farwell, K., Lim, B., Morton, A., Fleming, N., Jagroop, D., Raabeae, A., Saumuer, TM, e Mansfield, A. (2022). The effect of reactive balance training on falls in daily life: An updated systematic review and meta-analysis. Physical Therapy, 103(1). https://doi.org/10.1093/ptj/pzac154

 

Długosz-Boś, M., Filar-Mierzwa, K., Stawarz, R., Ścisłowska-Czarnecka, A., Jankowicz-Szymańska, A., e Bac, A. (2021). Effect of three months Pilates training on balance and fall risk in older women. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(7), 3663. https://doi.org/10.3390/ijerph18073663

 

Donath, L., Faude, O., Bridenbaugh, SA, Roth, R., Soltermann, M., Kressig, RW, e Zahner, L. (2014). Transfer effects of fall training on balance performance and spatiotemporal gait parameters in healthy community-dwelling older adults: A pilot study. Journal of aging and physical activity, 22(3), 324-333. https://doi.org/10.1123/japa.2013-0010

 

Gerards, M., Marcellis, R., Senden, R., Poeze, M., de Bie, R., Meijer, K., e Lenssen, A. (2023). The effect of perturbation-based balance training on balance control and fear of falling in older adults: a single-blind randomised controlled trial. BMC Geriatrics, 23(1). https://doi.org/10.1186/s12877-023-03988-x

 

Gimmon, Y., Riemer, R., Kurz, I., Shapiro, A., Debbi, R., e Melzer, I. (2018). Perturbation exercises during treadmill walking improve pelvic and trunk motion in older adults. A randomized control trial. Archives of Gerontology and Geriatrics, 75, 132-138. https://doi.org/10.1016/j.archger.2017.12.004

 

Hamed, A., Bohm, S., Mersmann, F., e Arampatzis, A. (2018). Exercises of dynamic stability under unstable conditions increase muscle strength and balance ability in the elderly. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 28(3), 961-971. https://doi.org/10.1111/sms.13019

 

Hewitt, J., Goodall, S., Clemson, L., Henwood, T., e Refshauge, K. (2018). Progressive resistance and balance training for falls prevention in long-term residential aged care: A cluster randomized trial of the sunbeam program. Journal of the American Medical Directors Association, 19(4), 361-369. https://doi.org/10.1016/j.jamda.2017.12.014

 

Jagdhane, S., Kanekar, N., e Aruin, A.S. (2016). The effect of a four-week balance training program on anticipatory postural adjustments in older adults: A pilot feasibility study. Current Aging Science, 9(4), 295-300. https://doi.org/10.2174/1874609809666160413113443

 

Josephs, S., Pratt, M.L., Calk Meadows, E., Thurmond, S., e Wagner, A. (2016). The effectiveness of Pilates on balance and falls in community dwelling older adults. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 20(4), 815-823. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2016.02.003

 

Kurz, I., Gimmon, Y., Shapiro, A., Debi, R., Snir, Y., e Melzer, I. (2016). Unexpected perturbations training improves balance control and voluntary stepping times in older adults - a double blind randomized control trial. BMC Geriatrics, 16(1). https://doi.org/10.1186/s12877-016-0223-4

 

Liu-Ambrose, T., Davis, JC, Best, JR, Dian, L., Madden, K., Cook, W., Hsu, CL, e Khan, KM (2019). Effect of a home-based exercise program on subsequent falls among community-dwelling high-risk older adults after a fall: A randomized clinical trial. JAMA: The Journal of the American Medical Association, 321(21), 2092. https://doi.org/10.1001/jama.2019.5795

 

Liu-Ambrose, T., Davis, JC, Falck, RS, Best, JR, Dao, E., Vesely, K., Ghag, C., Rosano, C., Hsu, CL, Dian, L., Cook, W., e Madden, KM, e Khan, KM (2020). Exercise, processing speed, and subsequent falls: A secondary analysis of a 12-month randomized controlled trial. The Journals of Gerontology. Series A, 76(4), 675-682. https://doi.org/10.1093/gerona/glaa239

 

Mesquita, L.S. de A., Carvalho, F.T. de, Freire, L.S. de A., Neto, O.P., e Zângaro, R.A. (2015). Effects of two exercise protocols on postural balance of elderly women: a randomized controlled trial. BMC Geriatrics, 15(1). https://doi.org/10.1186/s12877-015-0059-3

 

Montero-Alía, P., Miralles-Basseda, R., López-Jiménez, T., Muñoz-Ortiz, L., Jiménez-González, M., Prat-Rovira, J., Albarrán-Sánchez, JL, Manresa-Domínguez, JM, Andreu-Concha, CM, Rodríguez-Pérez, MC, Martí-Cervantes, JJ, Sañudo-Blanco, L., Sánchez-Pérez, CA, e Dolader-Olivé, S., e Torán-Monserrat, P. (2019). Controlled trial of balance training using a video game console in community-dwelling older adults. Age and Ageing, 48(4), 506-512. https://doi.org/10.1093/ageing/afz047

 

Nematollahi, A., Kamali, F., Ghanbari, A., Etminan, Z., e Sobhani, S. (2016). Improving balance in older people: A double-blind randomized clinical trial of three modes of balance training. Journal of aging and physical activity, 24(2), 189-195. https://doi.org/10.1123/japa.2014-0286

 

Nørgaard JE, Andersen S., Ryg, J., Stevenson, AJT, Andreasen, J., Oliveira, AS, Danielsen, MB, e Jorgensen, MG (2023). Effect of treadmill perturbation-based balance training on fall rates in community-dwelling older adults: A randomized clinical trial. JAMA Netw Open, 6(4), e238422. http://dx.doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2023.8422

 

Okubo, Y., Osuka, Y., Jung, S., Rafael, F., Tsujimoto, T., Aiba, T., Kim, T., e Tanaka, K. (2015). Walking can be more effective than balance training in fall prevention among community‐dwelling older adults. Geriatrics & Gerontology International, 16(1), 118-125. https://doi.org/10.1111/ggi.12444

 

Okubo, Y., Sturnieks, D.L., Brodie, M.A., Duran, L., e Lord, S.R. (2019). Effect of reactive balance training involving repeated slips and trips on balance recovery among older adults: A blinded randomized controlled trial. The Journals of Gerontology. Series A, 74(9), 1489-1496. https://doi.org/10.1093/gerona/glz021

 

Oliveira, M.R. de, Silva, R.A. da, Dascal, J.B., e Teixeira, D.C. (2014). Effect of different types of exercise on postural balance in elderly women: A randomized controlled trial. Archives of Gerontology and Geriatrics, 59(3), 506-514. https://doi.org/10.1016/j.archger.2014.08.009

 

Ouzzani, M., Hammady, H., Fedorowicz, Z., e Elmagarmid, A. (2016). Rayyan—a web and mobile app for systematic reviews. Systematic Reviews, 5(1). https://doi.org/10.1186/s13643-016-0384-4

 

Pai, Y.-C., Bhatt, T., Yang, F., e Wang, E. (2014). Perturbation training can reduce community-dwelling older adults’ annual fall risk: A randomized controlled trial. The Journals of Gerontology. Series A, 69(12), 1586-1594. https://doi.org/10.1093/gerona/glu087

 

Patti, A., Zangla, D., Sahin, FN, Cataldi, S., Lavanco, G., Palma, A., e Fischietti, F. (2021). Physical exercise and prevention of falls. Effects of a Pilates training method compared with a general physical activity program: A randomized controlled trial. Medicine, 100(13), e25289. https://doi.org/10.1097/md.0000000000025289

 

Pereira, C.B., e Kanashiro, A.M.K. (2022). Falls in older adults: a practical approach. Arquivos de neuro-psiquiatria, 80(5 suppl 1), 313-323. https://doi.org/10.1590/0004-282x-anp-2022-s107

 

Phoobangkerdphol, C., Limampai, P., Dasri, S., e Kuptniratsaikul, V. (2022). Walking meditation versus balance training for improving balance abilities among older adults with history of fall: A randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation, 36(4), 538-549. https://doi.org/10.1177/02692155211068232

 

Pirauá, ALT, Cavalcante, BR, Oliveira, VMA, Beltrão, NB, Batista, GA, Pitangui, ACR, Behm, D., e Araújo, RC (2019). Effect of 24‐week strength training on unstable surfaces on mobility, balance, and concern about falling in older adults. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 29(11), 1805-1812. https://doi.org/10.1111/sms.13510

 

Prasertsakul, T., Kaimuk, P., Chinjenpradit, W., Limroongreungrat, W., e Charoensuk, W. (2018). The effect of virtual reality-based balance training on motor learning and postural control in healthy adults: a randomized preliminary study. Biomedical Engineering Online, 17(1). https://doi.org/10.1186/s12938-018-0550-0

 

Rieger, M.M., Papegaaij, S., Pijnappels, M., Steenbrink, F., e van Dieën, J.H. (2020). Transfer and retention effects of gait training with anterior-posterior perturbations to postural responses after medio-lateral gait perturbations in older adults. Clinical Biomechanics, 75, 104988. https://doi.org/10.1016/j.clinbiomech.2020.104988

 

Rieger, M.M., Papegaaij, S., Steenbrink, F., van Dieën, J.H., e Pijnappels, M. (2024). Effects of perturbation-based treadmill training on balance performance, daily life gait, and falls in older adults: REACT randomized controlled trial. Physical Therapy & Rehabilitation Journal, 104(1). https://doi.org/10.1093/ptj/pzad136

 

Roaldsen, K.S., Halvarsson, A., Sahlström, T., e Ståhle, A. (2014). Task-specific balance training improves self-assessed function in community-dwelling older adults with balance deficits and fear of falling: a randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation, 28(12), 1189-1197. https://doi.org/10.1177/0269215514534087

 

Roller, M., Kachingwe, A., Beling, J., Ickes, D.-M., Cabot, A., e Shrier, G. (2017). Pilates Reformer exercises for fall risk reduction in older adults: A randomized controlled trial. Journal of Bodywork and Movement Therapies, 22(4), 983-998. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2017.09.004

 

Sato, K., Kuroki, K., Saiki, S., e Nagatomi, R. (2015). Improving walking, muscle strength, and balance in the elderly with an exergame using Kinect: A randomized controlled trial. Games for Health, 4(3), 161-167. https://doi.org/10.1089/g4h.2014.0057

 

Sohn, J., e Kim, S. (2015). Falls study: Proprioception, postural stability, and slips. Bio-medical materials and engineering, 26(s1), S693-S703. https://doi.org/10.3233/bme-151361

 

Szanton, SL, Clemson, L., Liu, M., Gitlin, LN, Hladek, MD, LaFave, SE, Roth, DL, Marx, KA, Felix, C., Okoye, SM, Zhang, X, Bautista, S., e Granbom, M. (2020). Pilot outcomes of a multicomponent fall risk program integrated into daily lives of community-dwelling older adults. Journal of Applied Gerontology: The Official Journal of the Southern Gerontological Society, 40(3), 320-327. https://doi.org/10.1177/0733464820912664

 

Thomas, M., e Kalicinski, M. (2016). The effects of slackline balance training on postural control in older adults. Journal of Aging and Physical Activity, 24(3), 393-398. https://doi.org/10.1123/japa.2015-0099

 

Thomas, E., Battaglia, G., Patti, A., Brusa, J., Leonardi, V., Palma, A., e Bellafiore, M. (2019). Physical activity programs for balance and fall prevention in elderly: A systematic review. Medicine, 98(27), e16218. https://doi.org/10.1097/md.0000000000016218

 

Tisher, K., Mann, K., VanDyke, S., Johansson, C., e Vallabhajosula, S. (2019). Functional measures show improvements after a home exercise program following supervised balance training in older adults with elevated fall risk. Physiotherapy Theory and Practice, 35(4), 305-317. https://doi.org/10.1080/09593985.2018.1444116

 

Yang, C.-M., Chen Hsieh, J. (Scott), Chen, Y.-C., Yang, S.-Y., e Lin, H.-C. K. (2020). Effects of Kinect exergames on balance training among community older adults: A randomized controlled trial. Medicine, 99(28), e21228. https://doi.org/10.1097/md.0000000000021228

 

Yeşilyaprak, S.S., Yıldırım, M.Ş., Tomruk, M., Ertekin, Ö., e Algun, Z.C. (2016). Comparison of the effects of virtual reality-based balance exercises and conventional exercises on balance and fall risk in older adults living in nursing homes in Turkey. Physiotherapy Theory and Practice, 32(3), 191-201. https://doi.org/10.3109/09593985.2015.1138009

 

Yousefi Babadi, S., e Daneshmandi, H. (2021). Effects of virtual reality versus conventional balance training on balance of the elderly. Experimental Gerontology, 153(111498), 111498. https://doi.org/10.1016/j.exger.2021.111498

 

Zahedian-Nasab, N., Jaberi, A., Shirazi, F., e Kavousipor, S. (2021). Effect of virtual reality exercises on balance and fall in elderly people with fall risk: a randomized controlled trial. BMC Geriatrics, 21(1). https://doi.org/10.1186/s12877-021-02462-w

 

Zhao, Y., Chung, P.-K., e Tong, T. K. (2017). Effectiveness of a balance-focused exercise program for enhancing functional fitness of older adults at risk of falling: A randomised controlled trial. Geriatric Nursing, 38(6), 491-497. https://doi.org/10.1016/j.gerinurse.2017.02.011


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 317, Oct. (2024)