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ISSN 1514-3465

 

Prevalência de insatisfação corporal entre 

universitários brasileiros. Revisão sistemática e metanálise

Prevalence of Body Dissatisfaction among Brazilian University Students. Systematic Review and Meta-Analysis

Prevalencia de insatisfacción corporal entre estudiantes universitarios brasileños. Revisión sistemática y metanálisis

 

Cláudio Oliveira da Gama*

claudiodagama@hotmail.com

Gláucio Oliveira da Gama**

glaucio_gama@hotmail.com

Nancy Vieira Ferreira***

nancyvireiraferreira@yahoo.com.br

Agnaldo José Lopes+

alopes@souunisuam.com.br

Valéria Nascimento Lebeis Pires++

valerianlp@uol.com.br

Amparo Villa Cupolillo++

amparo@ufrrj.br

Jose Ueleres Braga+++

ueleres@gmail.com

Elvira Maria Godinho de Seixas Maciel+++

seixasmaciel@gmail.com

 

*Pós Doutor em Educação

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

**Doutorando em Ciências da Reabilitação

Universidade Augusto Motta (UNISUAM)

***Mestre em Saúde Pública

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

+Docente Universidade Augusto Motta (UNISUAM)

++Docente Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

+++Pesquisador Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

 

 Recepción: 21/01/2024 - Aceptación: 26/03/2024

1ª Revisión: 23/02/2024 - 2ª Revisión: 20/03/2024

 

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Cita sugerida: Gama, CO, Gama, GO, Ferreira, NV, Lopes, AJ, Pires, VNL, Cupolillo, AV, Braga, JU, y Maciel, EMGS (2024). Prevalência de insatisfação corporal entre universitários: revisão sistemática e metanálise. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(313), 161-178. https://doi.org/10.46642/efd.v29i313.7437

 

Resumo

    Objetivo: Estimar a magnitude da insatisfação corporal de estudantes universitários no Brasil. Método: Revisão sistemática de estudos transversais que utilizaram o instrumento Body Shape Questionnaire (BSQ), com buscas realizadas entre janeiro e março de 2021, sem restrições ao ano de publicação. Foram pesquisadas as bases MEDLINE, EMBASE, LILACS e outras fontes, adotando descritores de Ciências da Saúde. As prevalências foram sumarizadas pela classificação do BSQ. Foram analisados os subgrupos sexo, tipo de universidade, região territorial e pontos de corte do instrumento. Resultados: A estratégia de pesquisa recuperou 563 registros. Após triagem/rastreamento, 104 artigos foram selecionados para elegibilidade. Quarenta e nove estudos preencheram os critérios e foram incluídos na revisão e metanálise. O estudo totalizou 10.848 participantes entre os anos de 2006-2020. Verificou-se uma prevalência global de 30,2% de insatisfação (IC95%: 25,3-35,2; I²=96,8%); no subgrupo sexo: 33% feminino (IC95%: 27,8-38,5; I²=95%) e 5,6% masculino (IC95% 2,8-9,1; I²=84%); no subgrupo ponto de corte, 15,0% no BSQ>110 pontos (IC95%: 11,9-18,5; I²= 89%); 37,9% no BSQ>80 (IC95%: 33,9-42; I²=88%) e 40,1% no BSQ ≥70 (IC95%: 22,6-58,9; I²=97%). Estudos que consideraram BSQ ≥70 apresentaram 2,67 vezes mais insatisfação. Conclusão: Cerca de um terço dos estudantes universitários brasileiros apresentaram insatisfação, com diferenças determinantes entre sexo e pontos de corte no BSQ. Recomenda-se revisões sistemáticas explorando fatores associados.

    Unitermos: Imagem corporal. Insatisfação corporal. Estudantes. Metanálise em rede.

 

Abstract

    Objective: To estimate the magnitude of body dissatisfaction among university students in Brazil. Method: Systematic review of cross-sectional studies that used the Body Shape Questionnaire (BSQ) instrument, with searches carried out between January and March 2021, with no restrictions on the year of publication. MEDLINE, EMBASE, LILACS and other sources were searched, adopting Health Science descriptors. Prevalences were summarized using the BSQ classification. Subgroups of gender, type of university, territorial region and cutoff points of the instrument were analyzed. Results: The search strategy retrieved 563 records. After screening/screening, 104 articles were selected for eligibility. Forty-nine studies met the criteria and were included in the review and meta-analysis. The study had a total of 10,848 participants between the years 2006-2020. There was an overall prevalence of 30.2% of dissatisfaction (95%CI: 25.3-35.2; I²=96.8%); in the gender subgroup: 33% female (95%CI: 27.8-38.5; I²=95%), and 5.6% male (95%CI 2.8-9.1; I² = 84%); in the cutoff point subgroup, 15.0% in the BSQ>110 points (95% CI: 11.9-18.5; I² = 89%); 37.9% in BSQ>80 (95%CI: 33.9-42; I² = 88%) and 40.1% in BSQ≥70 (95%CI: 22.6-58.9; I² = 97%). Studies that considered BSQ≥70 showed 2.67 times more dissatisfaction. Conclusion: A one-third of Brazilian university students were dissatisfied, with significant differences between gender and BSQ cutoff points. Systematic reviews exploring associated factors are recommended.

    Keywords: Body image. Body dissatisfaction. Students. Network meta-analysis.

 

Resumen

    Objetivo: Estimar la magnitud de la insatisfacción corporal entre estudiantes universitarios en Brasil. Método: Revisión sistemática de estudios transversales que utilizaron el instrumento Body Shape Questionnaire (BSQ), con búsquedas realizadas entre enero y marzo de 2021, sin restricciones en el año de publicación. Se realizaron búsquedas en MEDLINE, EMBASE, LILACS y otras fuentes, adoptando descriptores de Ciencias de la Salud. Las prevalencias se resumieron utilizando la clasificación BSQ. Se analizaron los subgrupos de género, tipo de universidad, región territorial y puntos de corte del instrumento. Resultados: La estrategia de búsqueda recuperó 563 registros. Después de la selección/seguimiento, se seleccionaron 104 artículos para su elegibilidad. Cuarenta y nueve estudios cumplieron los criterios y se incluyeron en la revisión y el metanálisis. El estudio contó con 10.848 participantes entre los años 2006-2020. Hubo una prevalencia global de insatisfacción del 30,2% (IC95%: 25,3-35,2; I²=96,8%); en el subgrupo de sexo: 33% mujeres (IC95%: 27,8-38,5; I²=95%) y 5,6% hombres (IC95% 2,8-9,1; I²=84%); en el subgrupo de punto de corte, 15,0% en BSQ>110 puntos (IC95%: 11,9-18,5; I²= 89%); 37,9% en BSQ>80 (IC95%: 33,9-42; I²=88%) y 40,1% en BSQ≥70 (IC95%: 22,6-58,9; I²=97%). Los estudios que consideraron BSQ≥70 mostraron 2,67 veces más insatisfacción. Conclusión: Alrededor de un tercio de los estudiantes universitarios brasileños estaban insatisfechos, siendo determinantes las diferencias entre género y puntos de corte del BSQ. Se recomiendan revisiones sistemáticas que exploren los factores asociados.

    Palabras clave: Imagen corporal. Insatisfacción corporal. Estudiantes. Metanálisis en red.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 313, Jun. (2024)


 

Introdução 

 

    A insatisfação corporal é um constructo complexo, derivado dos aspectos afetivo e cognitivo do componente atitudinal da imagem corporal (Campana, e Tavares, 2009; Carvalho, 2014) que desempenham um papel significativo na formação da identidade individual e na saúde psicológica e emocional das pessoas.

 

    Ao longo dos séculos, esses construtos têm sido influenciados por uma miríade de fatores, incluindo contextos sociopolíticos, culturais e epidemiológicos. A insatisfação corporal traduz-se como pensamentos negativos de uma pessoa a respeito do seu próprio corpo, incluindo julgamentos sobre tamanho, forma e tônus muscular, geralmente envolvendo uma discrepância entre o tipo físico de alguém (atual) e o tipo físico "ideal". (Garner, e Garfinkel, 1981; Grogan, 2008; Miranda et al., 2011; Laus et al., 2014; Gama, 2016; Pires, 2017)

 

    Não se trata de uma doença no sentido tradicional, mas de uma condição (passageira ou duradoura) que impacta significativamente o bem-estar psicológico e emocional das pessoas, podendo variar em intensidade, desde sentimentos leves de desconforto até preocupações graves. Investigações sobre a temática de avaliação da imagem corporal em estudantes universitários brasileiros têm se intensificado nos últimos anos, dada a relação observada com distúrbios alimentares, comportamentais, transtornos mentais e suicídio. Isso ocorre principalmente entre adultos jovens, sendo, pelo contexto de transição para a fase adulta, considerados um público vulnerável à insatisfação e preocupações com o corpo, uma vez que a influência sociocultural e os questionamentos de valores e crenças produzem impactos na saúde. (Brito, Gordia, e Quadros, 2016; Pires, 2017; Gama et al., 2021)

 

    Em um estudo que procurou identificar fatores associados à insatisfação com a imagem corporal em universitários de diferentes países, jovens brasileiros apresentaram maiores níveis de insatisfação nas variáveis sexo feminino, peso e forma corporal, bem como na consideração de procedimentos estéticos para o alcance do ideal corporal. (Souza, 2017)

 

    Verifica-se que a determinação da prevalência e da magnitude da insatisfação corporal em adultos jovens tem sido o foco de trabalhos científicos. (Souza, e Alvarenga, 2016)

 

    No Brasil, estudos têm apresentado divergências quanto à forma de aferição, seja através de instrumentos com versões discrepantes, seja por critérios de classificação (Laus et al., 2014; Souza, e Alvarenga, 2016; Pires, 2017; Gama et al., 2022), o que dificulta a avaliação comparativa entre os achados dos diferentes trabalhos.

 

    Diversas associações têm sido comumente relatadas na literatura, tais como diferentes países, influências culturais, cursos universitários, níveis de estresse, depressão, competitividade, composição corporal, atividade física, inteligência emocional, insegurança, baixa autoestima, transtorno alimentar e práticas comportamentais inadequadas. (Serifović, Dinnel, e Sinanović, 2005; Mahmud, e Crittenden, 2007; Atencio et al., 2008; Yahia et al., 2011; Santos, 2012; Nergiz-Unal, Bilgiç, e Yabancı, 2014)

 

    Para a avaliação da prevalência de insatisfação nos estudos nacionais, a maioria tem utilizado a Escala de Figuras e Silhuetas e o instrumento Body Shape Questionnaire (BSQ). (Stunkard, Sorensen, e Schulsinger, 1983; Cooper et al., 1987; Thompson, e Gray, 1995; Kakeshita, 2008; Gama et al. 2022)

 

    Na tentativa de apontar caminhos para novos estudos, bem como aprofundar o entendimento acerca da problemática no Brasil, propõe-se neste estudo dar destaque ao BSQ, visto tratar-se de um importante instrumento que avalia preocupações e satisfação com a forma do corpo, e que tem sido o maior expoente avaliativo em estudos de imagem corporal, inclusive internacionalmente. (Souza, e Alvarenga, 2016).

 

    Destaca-se ainda o público de estudantes universitários, por compreender uma faixa etária suscetível à insatisfação com o corpo e, ainda, o ineditismo da proposta, dada a escassez de estudos sistemáticos com metanálise, segundo análise minuciosa realizada após extensa busca na literatura.

 

    Considerando esse contexto, propomos este estudo com o objetivo de estimar a magnitude da insatisfação corporal entre estudantes universitários no Brasil. Buscaremos avaliar estudos existentes que utilizaram o Body Shape Questionnaire (BSQ), um instrumento amplamente reconhecido para avaliação da insatisfação corporal, com o intuito de fornecer uma análise abrangente, considerando o cenário brasileiro, e atualizada sobre esse tema de grande relevância social e científica na contemporaneidade.

 

Métodos 

 

    Empreendeu-se uma revisão sistemática com metanálise conduzida por rigorosas diretrizes, incluindo registro e acompanhamento das recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Page et al., 2022). O protocolo desta revisão foi registrado no Internacional Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o registro CRD42021266366 (Gama, Pires, e Braga, 2021). A pergunta da revisão foi formulada utilizando a estratégia PICO, focando nos seguintes componentes: Population (P) - estudantes universitários brasileiros; e Outcome (O) - insatisfação corporal, medida pelo Body Shape Questionnaire (BSQ).

 

Critérios de elegibilidade 

 

    Foram considerados elegíveis os estudos transversais realizados no Brasil que, após uma leitura minuciosa, atenderam aos seguintes critérios: (i) estudantes universitários, sem restrição de idade; e (ii) disponibilidade de informações sobre a prevalência da insatisfação corporal ou dados que possibilitassem o seu cálculo. Os critérios de exclusão adotados foram os seguintes: (a) estudos que se destinavam apenas à validação de instrumentos; (b) estudos que avaliavam exclusivamente a percepção corporal atual em relação à real (comumente avaliados por escalas de figuras); (c) estudos que não forneciam informações sobre os instrumentos ou critérios utilizados para avaliação do desfecho; (d) publicações duplicadas, ou seja, dados provenientes da mesma população(sendo selecionada a fonte que apresentasse os dados mais abrangentes); e (e) estudos que avaliaram exclusivamente a insatisfação por meio da escala de silhuetas.

 

Fontes de informação 

 

    Foram realizadas buscas nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Excerpta Medica Database (EMBASE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A busca também alcançou outras fontes, como o site de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o ScientificEletronicLibrary Online (SciELO), além de literatura cinza, através do Google Acadêmico. Por fim, realizou-se uma seleção cruzada com base na lista de referências. Em relação à literatura cinza, devido ao grande número de resultados encontrados, foram considerados elegíveis apenas os artigos diretamente relacionados à temática. As buscas ocorreram no período entre janeiro e março de 2021, sem restrições quanto ao ano de publicação.

 

Estratégias de busca 

 

    Foram identificados estudos de prevalência da insatisfação corporal em estudantes universitários no Brasil por meio de termos de descritores em ciências da saúde (Mesh e Decs, combinados por operadores booleanos AND e OR), levando em consideração estudos relacionados à temática (conforme mostrado no Quadro 1).

 

Quadro 1. Estratégia completa empregada na busca, 2021

Base

Estratégia de busca

Data da busca

MEDLINE

"incidence"[All Fields] OR "incidence"[MeSH Terms] OR "prevalence"[All Fields] OR "prevalence"[MeSH Terms] AND "body dissatisfaction"[MeSH Terms] OR ("body"[All Fields] AND "dissatisfaction"[All Fields]) OR "body dissatisfaction"[All Fields] OR ("negative"[All Fields] AND "body"[All Fields] AND "image"[All Fields]) OR "negative body image"[All Fields] OR ("body"[All Fields] AND "image"[All Fields] AND "dissatisfaction"[All Fields]) OR "body image dissatisfaction"[All Fields] AND ( ("college"[All Fields] OR "college s"[All Fields] OR "colleges"[All Fields]) AND ("student s"[All Fields] OR "students"[MeSH Terms] OR "students"[All Fields] OR "student"[All Fields] OR "students s"[All Fields]) ) OR ( ("academe"[All Fields] OR "academic"[All Fields] OR "academic s"[All Fields] OR "academical"[All Fields] OR "academically"[All Fields] OR "academics"[All Fields]) AND ("student s"[All Fields] OR "students"[MeSH Terms] OR "students"[All Fields] OR "student"[All Fields] OR "students s"[All Fields]) )

25/01/2021

EMBASE

"incidence"/exp OR "incidence" OR "prevalence"/exp OR "prevalence" AND "body dissatisfaction”/exp OR "body dissatisfaction” OR “negative body image”/exp OR “negative body image” OR (negative AND (“body”/exp OR body) AND (“image”/exp OR image) ) AND "college students"/exp OR "college students” OR ( (“college”/exp OR college) AND (“students”/exp OR students) ) OR “academic students” OR (academic AND (“students”/exp OR students) )

25/01/2021

LILACS

mh: ("Incidência") ) OR ("Incidência") OR (mh: ("prevalência") ) OR ("prevalência") AND (mh: ("insatisfação corporal") ) OR ("insatisfação corporal") OR (insatisfação corporal) OR (insatisfação da imagem corporal) OR (mh: ("imagem negativa do corpo") ) OR ("imagem negativa do corpo") OR (mh: ("insatisfação com a imagem corporal") ) OR ("insatisfação com a imagem corporal") OR (mh: ("insatisfação com o corpo") ) OR ("insatisfação com o corpo") OR (mh: ("insatisfação com o próprio corpo") ) OR ("insatisfação com o próprio corpo") AND (mh: ("estudantes") ) OR ("estudantes") OR (“universitários” ) OR (“estudantes universitários” ) OR (mh: (“universidades” ) ) OR ("universidades") OR (“acadêmicos” ) OR (mh: ("Alunos") ) OR ("alunos") OR ("graduação")

02/02/2021

Portal de periódicos CAPES

“insatisfação corporal” AND “universitários” OR “estudantes”

08/03/2021

SciELO

“insatisfação corporal” AND “universitários” OR “estudantes”

08/03/2021

Google Acadêmico

“prevalência” AND “fatores associados” AND “insatisfação corporal” AND “universitários” OR “estudantes”

08/03/2021

Fonte: Dados de pesquisa

 

Processo de seleção 

 

    O processo foi conduzido em duas etapas: rastreamento e seleção. O rastreamento envolveu a leitura de resumos dos estudos disponíveis, publicados em português, espanhol e inglês, de acordo com os critérios de elegibilidade. Após seleção e remoção de duplicatas, o texto completo de cada estudo foi lido na íntegra por dois revisores, de maneira independente. Eventuais divergências foram resolvidas por um terceiro revisor, com o auxílio do software gerenciador de referências Zotero (versão 6.0.26).

 

Processo de coleta de dados 

 

    Os dados extraídos foram organizados em planilhas, com eventuais discrepâncias entre revisores solucionadas por meio de consenso. As tabelas incluíram informações sobre os desfechos na forma absoluta, com alguns casos necessitando de cálculos para somatório das prevalências, considerando os subgrupos analisados. Foi utilizado o software Microsoft Excel® (versão 2013).

 

Lista de dados 

 

    Considerou-se informações sobre autoria, ano de publicação, local de realização, características gerais, delineamento, instrumentos e achados relativos à insatisfação.

 

Avaliação do risco de viés dos estudos 

 

    O viés em estudos pode ter um impacto significativo. Portanto, os estudos selecionados foram submetidos a uma avaliação crítica utilizando a ferramenta do Instituto Joanna Briggs (JBI) (Munn et al., 2015). Foram avaliados os seguintes critérios: procedimentos de amostragem, características da população, análise de dados, métodos de medição do desfecho e análise estatística. Cada critério recebeu uma avaliação, o que permitiu uma síntese abrangente e específica da qualidade dos estudos selecionados (ver Tabela 2).

 

Medidas de efeito 

 

    As análises estatísticas foram realizadas com o pacote meta e a função metaprop do software R (versão 3.1). Para o cálculo das prevalências foram consideradas medidas de frequência tendo em vista o número de eventos em relação aos participantes de cada estudo. Para inferências de grande magnitude dentro dos subgrupos, foram realizadas divisões entre duas medidas de ocorrência.

 

Métodos de síntese 

 

    O desfecho medido pelo instrumento BSQ apresenta classificações que variam de acordo com a intensidade (leve, moderada e grave). Este instrumento, desenvolvido por Cooper et al. (1987) e adaptado para o Brasil em um estudo transversal (DiPietro, e Silveira, 2009), é considerado um instrumento autoaplicável, capaz de avaliar a insatisfação/satisfação subjetiva global. A versão brasileira, semelhante à original, possui 34 perguntas respondidas através de uma escala de Likert (1 “nunca”; 2 “raramente”, 3 “às vezes”, 4 “frequentemente”, 5 “muito frequentemente” e 6 “sempre”), refletindo o estado do entrevistado nas últimas quatro semanas, com pontuação variando entre 34 e 204 pontos. Neste instrumento, quanto maior a pontuação, maior o grau de insatisfação. (Campana, e Tavares, 2009)

 

    Para artigos analisados que não apresentaram dados de prevalência, optou-se por utilizar o ponto de corte mínimo como estratégia. Considerando que diferentes estudos propuseram pontos de cortes distintos para classificar a insatisfação corporal (variando de ≥70; 80; ou >110 pontos), realizou-se uma análise por subgrupos que abordasse esses pontos de corte.

 

    Os valores das medidas combinadas foram obtidos utilizando o método do inverso da variância. Além disso, foi avaliada a heterogeneidade estatística por meio dos testes do qui-quadrado e I², juntamente com seus valores de p. Adicionalmente, foram considerados subgrupos com base no sexo, região do Brasil e esfera administrativa (pública/privada) onde o estudo foi realizado. Para investigar os fatores que explicam a heterogeneidade identificada, foi realizada uma análise de metarregressão. O viés de publicação foi examinado por meio de gráficos de funil e do teste de Egger.

 

Avaliação de vieses de relato 

 

    Com o objetivo de reduzir vieses, os estudos que não forneceram dados de prevalência foram submetidos a cálculos. Em muitos desses estudos, investigou-se estágios específicos de insatisfação (leve, moderada ou grave). Nesses casos, para calcular a prevalência total, todos os grupos foram considerados, uma vez que o foco do cálculo da prevalência é determinar a proporção de insatisfeitos ou satisfeitos. Os resultados de prevalência foram individualmente extraídos por cada revisor, levando em conta o número de eventos e subgrupos.

 

Resultados 

 

    A estratégia de pesquisa recuperou inicialmente 563 registros. Após processo de triagem e rastreamento dos títulos e resumos, 104 artigos foram selecionados para avaliação de elegibilidade. Destes, 49 estudos preencheram os critérios e foram incluídos na análise de revisão e metanálise (Figura 1).

 

Figura 1. Processo de seleção dos estudos

Figura 1. Processo de seleção dos estudos

 

    Os estudos tiveram como foco a insatisfação corporal, embora alguns tenham abordado temas relacionados. A autorreferência do índice de massa corporal foi comumente usada devido a sua praticidade e baixo custo. A faixa etária dos estudantes nos estudos variou de 19 a 27,5 anos. A maioria dos estudos avaliou universitários na área da saúde, com destaque para os cursos de Nutrição (13 estudos), Educação Física e Medicina (ambos com 5 estudos), representando cerca da metade dos estudos. A maioria dos estudos estava em língua portuguesa e não apresentou dados sobre nível socioeconômico, cor, raça e etnia. Em relação ao BSQ, os estudos seguiram as recomendações dos autores que criaram e validaram o instrumento no Brasil.

 

    A maioria dos estudos (45) informou ter submetido suas pesquisas aos Conselhos de Ética e utilizaram amostras por conveniência (não probabilísticas). No total, os estudos envolveram 10.848 estudantes (1.925 homens, 5.872 mulheres e 3.051 sem especificação) em todo o Brasil, com destaque para as regiões Sudeste (23 estudos), Sul (12 estudos) e Nordeste (11 estudos). As características dos estudos estão detalhadas na Tabela 1.

 

Tabela 1. Características dos estudos incluídos

Identificação do estudo

Amostra (n)

Mulheres

(%)

Idade (µ/min-max)

Média IMC

Aferição do IMC

Cursos graduação

Local

Tipo de universidade

Pontos de corte BSQ

Alexandre 2013

100

55

22,2/18-31

23,55

Autorreferido

Medicina

SP/SE

Privada

>110

Bandeira 2016

300

100

25,45/17-51

22,9

Aferido

Área da Saúde

CE/NO

Privada

>80

Batista 2015

207

80,7

22,95/19-45

23

Autorreferido

Estética, Educação Física e Nutrição

MG/SE

Ambos

>110

Batista 2017

79

100

24,18/18-43

 

Não especificado

Estética

RS/S

Privada

>110

Bento 2016

174

100

20,34/18-26

22,82

Aferido

Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição

PE/NO

Pública

>80

Bernardino 2019

72

69,4

19/15-25

 

Aferido

Área da Saúde

SP/SE

Privada

>80

Bosi 2006

193

100

20,9/17-32

20,8

Autorreferido

Nutrição

RJ/SE

Pública

>80

Bosi 2008

191

100

21,7/17-

21,3

Autorreferido

Educação Física

RJ/SE

Pública

>110

Bosi 2014

189

100

20,8/18-22

21,5

Autorreferido

Medicina

RJ/SE

Pública

>110

Bosi 2009

175

100

21,2/17-

20,08

Autorreferido

Psicologia

RJ/SE

Pública

>110

Bracht 2013

31

83,9

23/20-42

 

Aferido

Nutrição, Educação Física, Pedagogia e Biologia

RS/S

Comunitária

≥70

Cardoso 2020

364

81

22,8/18-46

 

Aferido

Área da saúde

MG/SE

Privada

>110

Carvalho 2013

587

47

20,98/-

 

Autorreferido

Saúde, Exatas e Humanas

MG/SE

Pública

>110

Costa e Vasconcelos 2010

220

100

20,2/-

21,3

Aferido

Diversos

SC/S

Pública

>80

Cruz 2018

24a

 

22,04/18-25

23,58

Aferido

Nutrição

SP/SE

Privada

>80

Damasceno 2011

89

100

- /18-30

 

Não especificado

Diversos

PR/S

Pública

>80

DiPietro e Silveira 2009

164

43,3

19,65/-

22,41

Autorreferido

Medicina

SP/SE

Pública

>110

Ferrari 2012ª

832

41,7

20,1/-

 

Autorreferido

Diversos

SC/S

Pública

>110

Garcia 2010

104 a

 

22/17-46

21,57

Aferido

Nutrição

RS/S

Pública

>80

Gaudioso 2017

95

100

25,34/-

22,61

Não especificado

Diversos

MS/ CO

Privada

>80

Kessler e Poll 2018

225

100

22,65/18-48

23,05

Autorreferido

Área da saúde

RS/S

Comunitária

>80

Laus 2009

127

100

- /18-22

 

Autorreferido

Saúde e Humanas

SP/SE

Privada

≥70

Legnani 2012

229

54,6

25,1/ -

22,66

Autorreferido

Educação Física

PR/S

Pública

>110

Lizot e Nicoletto 2018

130 a

 

21,5/17-53

22,3

Autorreferido

Nutrição

RS/S

Privada

>80

Lofrano-Prado 2015

408

69,4

19,28/18-23

21,64

Aferido

Área da saúde

PE/NO

Pública

>80

Lopes 2020

154

100

/18-25

 

Aferido

Medicina

MS/ CO

Privada

>80

Lopes 2012

104

0

27,5/19-45

24,67

Autorreferido

Educação Física e Administração

SP/SE

Privada

≥70

Lustosa 2017

90 a

 

- /20-53

 

Não especificado

Educação Física

CE/NO

Privada

>110

Maia 2018

52

100

23/-

23,39

Aferido

Nutrição

CE/NO

Pública

≥70

Mazzaia e Santos 2018

120 a

 

21,9/18-48

23,3

Aferido

Enfermagem

SP/SE

Pública

>80

Miranda 2012

535

54,2

20,82/ -

22,33

Autorreferido

Saúde, Exatas e Humanas

MG/SE

Pública

>110

Moraes 2016

254

100

21/17-49

 

Autorreferido

Nutrição

MA/NO

Pública e Privada

>110

Nascimento e Araújo 2019

135 a

 

24,16/18-54

23,77

Aferido

Área da saúde

PE/NO

Privada

>110

Neto 2018

866 a

 

23,1/18 -

22,95

Autorreferido

Saúde e não Saúde

MG/SE

Ambos

>80

Nilson 2013

65

36,9

- / -

23

Autorreferido

Educação Física

RS/S

Pública

>80

Oliveira 2020

45

100

27,2/21-

 

Autorreferido

Área da saúde

MG/SE

Pública

>110

Paiva 2017

90

100

21,4/20-30

20,96

Aferido

Nutrição

PI/ NO

Pública

≥70

Parente 2018

243 a

 

- /18-30

 

Não especificado

Biológicas e Saúde

CE/NO

Pública

>80

Penaforte 2018

141 a

 

21,5/18-

22,9

Aferido

Nutrição

MG/SE

Pública

>80

Pieper e Cordova 2018

89

100

24,66/-

 

Não especificado

Nutrição, Fisioterapia

RS/S

Privada

>80

Regis 2018

479 a

 

22,5/-

23

Autorreferido

Medicina

SP/SE

Pública

>80

Reis e Soares 2017

165

100

21,06/-

20,86

Autorreferido

Nutrição

MG/SE

Pública

>80

Santos 2019

719 a

 

21,20/18-59

 

Não especificado

Diversos

MG/SE

Pública

>110

Silva 2012

175

100

21,54/18-

21,3

Aferido

Nutrição

MG/SE

Pública

>80

Sousa 2020

26

100

- /18-31

 

Autorreferido

Nutrição

MA/NO

Privada

>80

Sousa 2015

100

30

27,17/-

 

Não especificado

Educação Física

CE/NO

Privada

>80

Souza e Verrengia 2012

126

100

22,15/18-28

 

Não especificado

Nutrição

PR/S

Privada

>110

Toral 2016

427

100

22,5/-

 

Autorreferido

Nutrição

Nacional

Pública e privada

≥70

Vargas 2016

339

51

22,9/-

23,19

Autorreferido

Saúde, Exatas e Humanas

SP/SE

Privada

≥70

Notas: IMC= Índice de Massa Corporal, aAmostra com a população sem especificação de sexo. Fonte: Os autores

 

    A avaliação geral da qualidade dos estudos foi considerada satisfatória, com seis dos nove critérios da JBI atendidos. Os critérios mais bem avaliados foram os seguintes: estratégia amostral apropriada; descrição dos participantes e contexto; análise de dados em conformidade com a cobertura amostral; métodos válidos para a identificação do estudo/desfecho; estatística apropriada; e taxa de resposta adequada. Os critérios menos atendidos foram os seguintes: participantes amostrados apropriadamente; tamanho amostral; e medição padronizada/confiável da condição de estudo/desfecho. A maioria dos estudos não apresentou informações sobre o treinamento da equipe. A avaliação crítica da qualidade individual está na Tabela 2.

 

Tabela 2. Avaliação da qualidade dos estudos

Identificação do estudo

1: Estratégia amostral

2: Recrutamento

3: Tamanho amostral

4: Participantes e contexto

5: Análise de dados

6: Método

7: Desfecho

8: Análise estatística

9: Taxa de resposta

Alexandre et al. 2013

Sim

Não claro

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bandeira 2016

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Batista 2015

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Batista 2017

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bento 2016

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bernardino 2019

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bosi 2006

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bosi 2008

Sim

Não claro

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bosi 2014

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bosi 2009

Sim

Não claro

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Bracht 2013

Sim

Não

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Cardoso 2020

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Carvalho 2013

Sim

Não claro

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Costa e Vasconcelos 2010

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Cruz 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Damasceno 2011

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

DiPietro e Silveira 2009

Sim

Não

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Ferrari 2012ª

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Garcia 2010

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Gaudioso 2017

Sim

Não

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Kessler e Poll 2018

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Laus 2009

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Legnani 2012

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Lizot e Nicoletto 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Lofrano-Prado 2015

Sim

Não claro

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Lopes 2020

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Lopes 2012

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Lustosa 2017

Sim

Não claro

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Maia 2018

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Não claro

Mazzaia e Santos 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Miranda 2012

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Moraes 2016

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Nascimento e Araújo 2019

Sim

Não claro

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Neto 2018

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Nilson 2013

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Oliveira 2020

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Paiva 2017

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Parente 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Penaforte 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Pieper e Cordova 2018

Sim

Não

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Regis 2018

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Reis e Soares 2017

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Santos 2019

Sim

Não claro

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Silva 2012

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sousa 2020

Sim

Não

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Não claro

Sousa 2015

Sim

Não claro

Não claro

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Souza e Verrengia 2012

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Toral 2016

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Vargas 2016

Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não claro

Sim

Sim

Fonte: Os autores

 

    A prevalência global de insatisfação corporal foi de 30,2% (IC95%: 25,3-35,2; I² = 96,8%), com variações entre os estudos de 8,3% (IC95%: 5,1-12,7) (Legnani et al., 2012) a 60,6% (IC95%: 51,6-69,2) (Laus, Moreira, e Costa, 2009), inconsistências importantes a serem investigadas em estudos de metanálise a partir de análise de subgrupos. (Coutinho, e Braga, 2009)

 

    A inspeção visual do gráfico de funil revelou uma distribuição simétrica dos estudos em todos os subgrupos analisados, com valores de p acima de 5% (Figura 2).

 

Figura 2. Distribuição do erro padrão da prevalência de insatisfação corporal segundo (a) tipo de 

universidade, (b) regiões do Brasil, (c) sexo, (d) pontos de corte do Body Shape Questionnaire (BSQ)

Figura 2. Distribuição do erro padrão da prevalência de insatisfação corporal segundo (a) tipo de universidade, (b) regiões do Brasil, (c) sexo, (d) pontos de corte do Body Shape Questionnaire (BSQ)

Fonte: Dados de pesquisa

 

    A prevalência de insatisfação nos subgrupos de sexo foi de 5,6% para o sexo masculino (IC95%: 2,8-9,1; I² = 84%), 33% para o feminino (IC95%: 27,8-38,5; I²= 95%) e 32,4% para o grupo sem especificação de sexo (IC95%: 23,7-41,8; I² = 96%). Quanto a variação da prevalência (considerando estudos com os menores e maiores valores, respectivamente), foi encontrado valores de 0% a 60% para o sexo masculino, com dois estudos encontrando 0% de insatisfação (IC95%: 0-7,9 (Alexandre et al., 2013) e IC95%: 0-8,8 (Batista et al., 2015), respectivamente), e outro (Bracht et al., 2013) o valor máximo de 60% (IC95%: 14,7- 94,7). Já no sexo feminino, a variação encontrada oscilou entre 9,8% a 60,6%, (IC95%: 6,7-13,8 (Batista et al., 2015) e IC95%: 51,6-69,2 (Laus, Moreira, e Costa, 2009), enquanto no grupo sem especificação de sexo essa variação foi de 10,0 a 52,5% (IC95%: 4,7-18,1 (Lustosa et al., 2017) e IC95%: 43,9-60,9 (Penaforte et al. 2018). (Figura 3)

 

Figura 3. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo sexo de universitários brasileiros

Figura 3. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo sexo de universitários brasileiros

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Não foram encontradas diferenças significativas nas análises entre os tipos de universidades. Nas universidades privadas, a prevalência de insatisfação corporal foi de 29,1% (IC95%: 21,1-37,9; I² = 95%), nas públicas foi de 27,9% (IC95%: 21,9-34,4; I² = 97%) e, em ambas, foi de 30% (IC95%: 20,2-55,2; I² = 98%). Dois estudos avaliaram estudantes de universidades comunitárias, com uma prevalência de 51,2% (IC95%: 45-57,4; I² = 0%) (Figura 4).

 

Figura 4. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo esfera administrativa onde o estudo foi realizado

Figura 4. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo esfera administrativa onde o estudo foi realizado

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Embora se esperasse que as características regionais brasileiras pudessem apresentar divergências, considerando o contexto multicultural e social do país, não foram encontradas diferenças significativas. Nas análises por região, a prevalência foi de 26,3% no Sudeste (IC95%: 20,1-33,1; I² = 97%), 30,1% no Nordeste (IC95%: 21,8-39,2; I² = 94%), 34,4% no Sul (IC95%: 21,9-47,9; I² = 97%) e 36,2% no Centro-Oeste (IC95%: 16,4-58,7; I² = 92%). Apenas um estudo transversal (Toral et al., 2016) foi de base populacional universitária, encontrando prevalência de 54,3% de insatisfação corporal (IC95%: 49,6-59) (Figura 5).

 

Figura 5. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo regiões do Brasil

Figura 5. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo regiões do Brasil

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Com relação a variável ponto de corte do BSQ (70; 80 e 110 pontos) a prevalência de insatisfação foi de 15,0% quanto utilizado BSQ >110 pontos (IC95%: 11,9-18,5; I² = 89%); 37,9% quando BSQ >80 pontos (IC95%: 33,9-42; I² = 88%); e 40,1% BSQ ≥70 pontos (IC95%: 22,6-58,9; I² = 97%). (Figura 6).

 

Figura 6. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo ponto de corte do Body Shape Questionnaire (BSQ)

Figura 6. Síntese da prevalência de insatisfação corporal segundo ponto de corte do Body Shape Questionnaire (BSQ)

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Dois fatores foram identificados como explicativos da heterogeneidade estatística observada nesta metanálise: o gênero masculino (coeficiente de -0,291; p = 0,001) e o critério ponto de corte >110 pontos para o BSQ (-0,241; p = 0,001). Não se observou influência significativa nos fatores localização geográfica e tipo de universidade, conforme verificado na metaregressão, Tabela 3.

 

Tabela 3. Fatores associados a heterogeneidade da prevalência de insatisfação corporal por metaregressão

 

Coeficiente (IC95%)

Erro padrão

Valor de p

Intercepto

0,652 (0,419;0,885)

0,119

<0,001

Sexo masculino

-0,291 (-0,361; -0,221)

0,036

<0,001

Sexo não especificado

0,000 (-0,075; 0,076)

0,038

0,997

BSQ > 110 pontos

-0,241 (-0,340; -0,143)

0,050

<0,001

BSQ > 80 pontos

-0,015 (-0,114; 0,084)

0,051

0,768

Região nacional

0,177 (-0,128; 0,482)

0,155

0,255

Região nordeste

-0,007 (-0,173; 0,160)

0,085

0,937

Região sudeste

0,037 (-0,130; 0,205)

0,086

0,664

Região sul

0,075 (-0,096; 0,245)

0,087

0,393

Universidade comunitária

0,115 (-0,102; 0,332)

0,111

0,299

Universidade privada

0,013 (-0,124; 0,149)

0,070

0,857

Universidade pública

-0,001 (-0,132; 0,130)

0,067

0,988

Fonte: Os autores

 

Discussão 

 

    Os achados referentes à frequência global de insatisfação apresentaram variação similar à encontrada em revisão integrativa no Brasil, quando comparou ambos os sexos e instrumento (Souza, 2017). Os resultados combinados de prevalência global, considerando a amplitude dos intervalos de confiança, também foram semelhantes ao de outros países. (Atencio et al. 2008; Yahia et al. 2011; Santos, 2012)

 

    A maioria dos trabalhos analisados nesta revisão (n = 26) avaliou a insatisfação corporal usando o escore do Body Shape Questionnaire (BSQ) com mais de 80 pontos, seguido de mais de 110 pontos (n = 16) e ≥70 pontos (n = 7). Ao analisar subgrupos com o mesmo critério de pontuação, houve uma redução na heterogeneidade, embora ela ainda tenha permanecido alta. A versão mais relevante no contexto brasileiro tem sido aquela com uma pontuação >110 pontos, conforme citado por DiPietro e Silveira (2009), autores que adaptaram o questionário para o Brasil, e por Campana, e Tavares (2009), importantes autoras brasileiras no estudo da insatisfação corporal.

 

    Dado o maior número de estudos que utilizaram a pontuação >80 pontos e alguns adicionais com pontuação ≤70 pontos, propusemos discutir todos os pontos de corte. Recomenda-se, entretanto, que estudos futuros de metanálise escolham o ponto de corte mais apropriado para a sumarização da prevalência, a fim de eliminar as fontes de heterogeneidade observadas.

 

    Outras limitações parecem influenciar nos resultados, como algumas das questões propostas no próprio instrumento BSQ, quando aparentemente direcionam contextos inerentes ao público feminino, deslocando a uma forte tendência de insatisfação relacionada ao "excesso de peso" em detrimento à "magreza". (Gama et al., 2022)

 

    Quanto aos pontos de corte do BSQ, os autores que avaliaram prevalência da insatisfação apresentam divergências em relação à pontuação. Alguns trabalhos geralmente consideram a combinação dos níveis "leve", "moderado" e "grave" como representativos da prevalência global, enquanto outros autores não incluem a classificação "leve" em suas avaliações. Essas divergências têm dificultado a análise de estudos que apresentem dados combinados sobre a prevalência, o que impede uma comparação confiável sobre os resultados. Para além disso, já existem na literatura propostas alternativas, como versões reduzidas do instrumento BSQ (Campana, e Tavares, 2009) assim como outros instrumentos.

 

    Alguns autores argumentam que, devido à multidimensionalidade do construto da insatisfação corporal, ela deve ser examinada sob várias perspectivas. Portanto, há recomendações em relação às peculiaridades dos procedimentos metodológicos e populacionais, bem como à necessidade de uma análise de conteúdo fidedigna, dado a ausência de uma padronização considerando a amplitude de termos e definições apresentados. (Tavares et al., 2010; Laus, 2014, Gama, Pires, e Braga, 2021; Gama et al., 2022)

 

    Na mesma linha, outros autores sugerem que sejam realizados estudos probabilísticos em todo o país, com a padronização dos instrumentos, objetivando esclarecer pontos ainda desconhecidos (Souza, e Alvarenga, 2016). Essas recomendações e evidências destacam as limitações existentes.

 

    Muitos dos estudos desta revisão avaliaram exclusivamente o sexo feminino - o que parece ser uma tendência, já que a literatura indica um número expressivo de pesquisas com este público apresentando níveis elevados de insatisfação. Isso pode ser atribuído ao fato de que mulheres jovens são frequentemente pressionadas a se conformar com um estereótipo corporal predefinido, atrelado ao sucesso por modelos corporais de beleza que adotam esse suposto padrão. Além disso, mulheres são mais vulneráveis às pressões dos padrões socioculturais, econômicos e estéticos, sendo um público que chama mais atenção, apresentando níveis mais alto de distorção. (Damasceno et al., 2011; Carvalho, 2014)

 

    Esses achados mencionados são corroborados por um estudo transversal realizado em 96 universitárias da Bósnia e dos Estados Unidos, onde se apontou que americanas eram significativamente mais insatisfeitas. (Serifović, Dinnel, e Sinanović, 2005)

 

    Um segundo estudo (Mahmud, e Crittenden, 2007), também internacional, envolveu 390 mulheres na Austrália e no Paquistão, revelando que australianas apresentavam maior insatisfação.Um estudo transversal realizado em Beirute, no Líbano (Yahia et al., 2011), encontrou taxa de insatisfação de 36% em uma amostra composta por 144 mulheres e 108 homens universitários. Entre os com grave insatisfação, 89% eram mulheres que praticavam hábitos inadequados, como o uso de laxantes, "emagrecedores" e cigarros. Em Portugal, um estudo publicado por Santos (2012) avaliou 198 mulheres e 202 homens, encontrando uma taxa de insatisfação de 22,5% (considerando apenas os níveis moderado e grave). Outro estudo na Venezuela (Atencio et al., 2008), com 134 mulheres e 55 homens (universitários do curso de Medicina, Nutrição e Enfermagem), demonstrou insatisfação em 37,5% da amostra.

 

Subgrupo: Sexo 

 

    No que diz respeito a análise pelo subgrupo sexo, o presente estudo destaca também o público feminino, que apresentou insatisfação corporal muito superior em relação ao masculino. Isso ficou bem demarcado por pesquisas em que homens sequer apresentaram algum grau de insatisfação (Alexandre et al. 2013; Batista et al., 2015). Em contraponto, um dos estudos (outliers) de desenho transversal, encontrou taxa de 60% de insatisfação masculina (Bracht, 2013) - neste, em particular, os autores avaliaram insatisfação em uma universidade comunitária (uma categoria de universidade em que se cobra mensalidades, porém não há fins lucrativos) no estado de Rio Grande do Sul, com uma amostra extremamente pequena. Dessa amostra, 84% eram mulheres matriculadas em cursos da área da Saúde e de Pedagogia, utilizando ponto de corte do BSQ ≥70 pontos. Presume-se que a alta prevalência de insatisfação no público masculino possa ter sido influenciada pela desproporção na composição da amostra, peculiar de ambientes educativos de alguns cursos específicos, onde há maior preferência e adesão pelo público feminino e de gêneros não heterossexuais. Talvez, estudos desta natureza sejam mais bem esclarecidos quando confrontados por subgrupos de gêneros, em detrimento do sexo.

 

Subgrupo: Esfera administrativa (pública/privada) 

 

    Quanto a variável que envolve a esfera administrativa da universidade (pública, privada, em ambas e comunitárias), não foram encontradas grandes diferenças estatísticas entre elas. Destaca-se que na categoria "ambas" (públicas e privadas) três estudos apresentaram grande heterogeneidade (I² = 98%), com dois destes apresentando resultados divergentes entre si. No primeiro, publicado em 2015, por Batista et al., realizado na região Sudeste (com estudantes de Estética, Educação Física e Nutrição) utilizando o instrumento BSQ no ponto de corte >110 pontos, somente o sexo feminino apresentou insatisfação 16,9% (IC95% 12,1-22,7). No segundo (Toral et al., 2016), uma amostra de nível nacional e um escore do BSQ ≥70 pontos, avaliou-se apenas universitárias de Nutrição por meio de um questionário online, encontrando 54,3% de IC (IC95% 49,5-59,1). Fatores como sexo, curso e ponto de corte podem explicar os resultados heterogêneos deste subgrupo.

 

Subgrupo: Regiões brasileiras 

 

    No que tange as regiões brasileiras, Sudeste e Sul apresentaram menor e maior prevalência de insatisfação, respectivamente, embora sem significância estatística. A região Centro-Oeste, com apenas dois estudos e grande heterogeneidade, não permitiu uma inferência precisa sobre seus resultados. Gaudioso et al. (2017) encontrou-se uma prevalência de 25,3% (IC95%: 16,9-35,2), em uma instituição privada em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, envolvendo somente mulheres e utilizando o corte do BSQ >80 pontos. Lopes et al. (2020), encontrou-se uma prevalência de 47,4% (IC95%: 39,3-55,6), avaliando acadêmicas de Medicina de uma instituição privada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com um escore do BSQ ≥80 pontos. Ao que parece, curso e cidade de localização do campus podem influenciar nos resultados divergentes desta região.

 

    Verifica-se ainda que estudos destoantes na região Sudeste se mostraram influenciados por sexo e ponto de corte do instrumento BSQ. Duas pesquisas de Minas Gerais utilizaram um escore do BSQ para insatisfação >110 pontos (Cardoso et al., 2020; Carvalho et al., 2013) e outro estudo, de São Paulo, que utilizou um escore ≥70 pontos, com sexo exclusivamente feminino (Laus, Moreira, e Costa, 2009). Na região Sul, destacaram-se como outliers as baixas prevalências de dois estudos (Ferrari et al., 2012; Legnani et al., 2012) com menos de 10% de insatisfação, diferindo da maioria dos trabalhos elencados na região. Ao analisá-los, os pontos de corte ≥110 pontos e a participação de ambos os sexos na pesquisa, sugerem influenciar nestes resultados. Acrescenta-se o fato de que o trabalho de Ferrari et al. (2012), realizado em Santa Catarina, apresentou uma grande amostra (n = 832), considerando diversos cursos e participantes, enquanto o estudo de Legnani et al. (2012) no Paraná, foi realizado exclusivamente com estudantes de Educação Física (possível indicador de satisfação, dada a motivação e engajamento para realização de atividades físicas).

 

    No Nordeste, baixas prevalências de insatisfação também foram identificadas em dois estudos (cerca de 10%), chamando a atenção o ponto de corte do BSQ, somados a características distintas. O primeiro (Bento et al., 2016), foi realizado na cidade de Petrolina, Pernambuco, cidade com melhor qualidade de vida da região Nordeste (Leite, e Santos, 2021), fator que pode ter influenciado na prevalência. E o segundo, realizado no Ceará (Lustosa et al., 2017). Este último, em particular, apresentou baixa prevalência de insatisfação com o BSQ >110, entretanto com uma amostra composta por 90% de homens, universitários de Educação Física e praticantes de esportes (possível indicador de satisfação corporal).

 

Subgrupo: Pontos de corte 

 

    Analisando a categoria pontos de corte e seus valores discrepantes, foram observados casos extremos, elencados em cada faixa de corte especificada.

 

    Com o ponto de corte do BSQ >110 pontos, um estudo a chamou atenção. Realizado em Minas Gerais (Batista et al., 2017), esta pesquisa evidenciou 53,2% de insatisfação (IC95%: 41,6-64,05). Ainda que o ponto de corte do BSQ tendesse a baixas prevalências, este resultado pode ser explicado pelo tipo de curso (Estética) e pela amostra predominante (feminina).

 

    Na análise do BSQ >80 pontos, o estudo realizado em Petrolina-PE por Bento et al. (2016), destacou-se com a menor prevalência 10% (IC95%: 6,2-15,9), com amostra puramente feminina e região com características distintas. (Leite, e Santos, 2021)

 

    Na categoria de ponto de corte ≥70 pontos, dois estudos foram destoantes. O primeiro, realizado em São Paulo e publicado em 2012, por Lopes et al., avaliou-se apenas a população masculina dos cursos de Administração e Educação Física, com o curso de Administração apresentando o dobro de insatisfeitos (mais uma vez, um possível indicador de satisfação para Educação Física). No segundo, realizado por Vargas et al. (2016) no Estado de São Paulo com estudantes de Saúde, Humanas e Exatas. Apenas o curso de Educação Física representou os cursos da área da Saúde. Os resultados mostraram uma insatisfação global de 12,7% (IC95% 9,3-16,7), com 5,4% no sexo masculino e 19,7% feminino, nas análises por subgrupo. Ressalta-se que a pesquisa foi conduzida em Itararé, cidade do interior de São Paulo, com uma população relativamente pequena (IBGE). Estudos que consideraram o BSQ ≥70 pontos apresentaram 2,67 vezes mais insatisfação ao BSQ >110 pontos.

 

Conclusão 

 

    A insatisfação com a imagem corporal é considerada uma questão de saúde mental em ascensão, amplamente estudada na literatura científica, que impacta significativamente o bem-estar psicológico e emocional dos indivíduos.

 

    Além de servir como estrutura basilar para outros estudos na temática, este trabalho foi concebido com o propósito de diagnóstico. Nossa abordagem visou identificar prevalências e eventuais discrepâncias que as justificassem, de acordo com a literatura atual brasileira sobre o assunto, sem objetivos de criar consensos ou observações finalísticas, limitando-se a recomendações.

 

    Partimos da premissa de que, para classificar adequadamente essa condição de saúde, critérios uniformes para medição, categorização e controle de qualidade deveriam ser estabelecidos como padrão, com o objetivo de orientar pesquisadores interessados nesse tema, oferecendo caminhos para enfrentar os desafios relacionados à avaliação desse importante construto.

 

    Estudos que adotaram um ponto de corte de BSQ ≥70 pontos para classificar a insatisfação demonstraram uma prevalência mais elevada desse fenômeno, quando em comparação com estudos que adotaram pontos de corte maiores (80 e 110 pontos). A explicação fica a cargo da característica intrínseca do questionário de imagem corporal (quanto maior sensibilidade do instrumento, menor será seu ponto de corte).

 

    Cerca de um terço dos universitários brasileiros apresentaram insatisfação corporal, influenciada pelo sexo e pelo critério de pontuação. Ações de natureza social, cultural e política visando melhorias no bem-estar e na qualidade de vida dos jovens devem ser fomentadas.

 

    Quanto aos próximos estudos, recomenda-se novas revisões sistemáticas, sobretudo com o grupo restrito de grave insatisfação (não explorada neste artigo, mas que apresenta grande importância na evolução de quadros mais graves, comprovadamente patológicos, como o transtorno dismórfico corporal), bem como a exploração de demais fatores associados à insatisfação, tais como grupos específicos de pessoas, estado nutricional, influência midiática, diferenças regionais, entre outros.

 

    Em síntese, este estudo teve como principal objetivo estimar a magnitude da insatisfação corporal entre estudantes universitários no Brasil. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para a compreensão mais aprofundada da insatisfação corporal entre jovens universitários e subsidiem intervenções e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde mental e bem-estar desses indivíduos.

 

Agradecimento 

 

    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES)

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 313, Jun. (2024)