Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Associação entre sintomas de ansiedade 

moderados e graves com a atividade física habitual

Association Between Moderate and Severe Anxiety Symptoms with Habitual Physical Activity

Relación entre síntomas de ansiedad moderada y grave y actividad física habitual

 

Diego de Mélo Lima*

di-diego@hotmail.com

Glauciano Joaquim de Melo Júnior**

glauciano_junior@hotmail.com

Amanda Laurindo Araújo da Fonsêca***

amanditaraujo@hotmail.com

Gustavo Aires de Arruda+

gustavo.airesarruda@upe.br

Joni Marcio de Farias++

joni@unesc.net

Flavio Renato Barros da Guarda+++

flaviodaguarda@hotmail.com

 

*Doutorando em Educação Física pelo PAPGEF (UPE-UFPB)

Mestre em educação física (PPGEF-UFPE), Professor Universitário

**Mestre em educação física (PPGEF-UFPE)

Professor efetivo da rede estadual de ensino de Pernambuco

***Mestranda em Educação Física (PPGEF-UFPE)

Gestora na atenção básica em Recife, PE

+Docente permanente do PAPGEF (UPE/UFPB)

Professor Assistente na ESEF-UPE

Pós-doutorado na Universidade de Pernambuco (UPE)

pelo Programa de Pós-graduação Associado em Enfermagem UPE/UEPB

Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação

Associado em Educação Física UEM/UEL

++Doutor em Ciências da Saúde

pela Universidade do Extremo Sul Catarinense

Atualmente é professor - Secretaria Estadual

de Educação, Cultura e Desporto

Professor tempo integral da UNESC

Membro do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da UNESC

+++Mestrado e doutorado em Saúde Pública

pela Fiocruz/Pernambuco

Atualmente é professor da Universidade Federal de Pernambuco

Campus Vitória de Santo Antão

Presidente da Associação Brasileira de Ensino

da Educação Física para a Saúde (ABENEFS)

(Brasil)

 

Recepción: 27/12/2023 - Aceptación: 06/06/2024

1ª Revisión: 13/05/2024 - 2ª Revisión: 01/06/2024

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Lima, D.M., Melo Junior, G.J., Fonsêca, A.L.A., Arruda, G.A., Farias, J.M., e Guarda, F.R.B. (2024). Associação entre sintomas de ansiedade moderados e graves com a atividade física habitual. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(315), 106-124. https://doi.org/10.46642/efd.v29i315.7407

 

Resumo

    O objetivo do presente estudo foi verificar a associação de fatores comportamentais e indicadores de saúde com a presença de sintomas de ansiedade em usuários de Unidades Básicas de Saúde no município de Caruaru, Pernambuco. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal com dados de 214 usuários de ambos os sexos, com idade >40 anos, selecionados em 7 Unidades Básicas de Saúde. A variável dependente foi a intensidade dos sintomas de ansiedade, estimada através do Inquérito de Ansiedade de Beck. As variáveis independentes foram: atividade física habitual, no lazer, no trabalho, em locomoção e atividades domésticas avaliadas com a versão longa do questionário internacional de atividade física (IPAQ). Dados sociodemográficos foram as variáveis de ajuste. As associações foram testadas por meio do teste Qui-quadrado e regressão multinominal, com resultados apresentados em odds ratio e intervalo de confiança ao nível de 95%. A prevalência de sintomas leves de ansiedade foi de 32,7% e de moderados a graves foi de 23,4%. Entre os participantes, 86,9% foram classificados como ativos e 76,2% ativos em atividades domésticas. O modelo multivariado indicou que ser ativo em atividades domésticas e possuir diagnóstico de depressão aumentam a probabilidade de sintomas moderados a graves de ansiedade (OR=2,57; IC95%:1,04–6,39) e (OR=5,21; IC95%:1,924–14,124), respectivamente. A associação entre sintomas de ansiedade moderados a graves e maiores níveis de atividade física doméstica apontam a necessidade de ações e políticas com foco na promoção da saúde de forma geral, e da atividade física no lazer, de modo específico.

    Unitermos: Saúde mental. Atenção primária à saúde. Atividade motora. Sistema único de saúde.

 

Abstract

    The objective of this study was to verify the association of behavioral factors and health indicators with the presence of anxiety symptoms in users of Basic Health Units in the municipality of Caruaru, Pernambuco. This cross-sectional study used data from 214 males and females> 40 years old, selected from 7 PCS. The dependent variable was the intensity of anxiety by the Beck Anxiety Inventory. Independent variables were the general level of physical activity and its domains: leisure-time, work, transportation, and household tasks measured through the long version of the International Physical Activity Questionnaire. Sociodemographic and economic data were adjustment variables. The associations were verified by using the Chi-square test and multinomial regression, and the results are presented in Odds Ratio and 95% Confidence Interval. The prevalence of mild and moderate to severe symptoms of anxiety was 32.7% and 23.4%, respectively. 86.9% of the sample was considered physically active and 76.2% active in household tasks measured. The multivariate logistic model indicated that being active in household activities and having a diagnosis of depression increase the likelihood of moderate to severe anxiety symptoms (OR=2.57; 95% CI: 1.04–6.39) e (OR=5.21; 95% CI: 1.92–14.12), respectively. The association between moderate to severe anxiety symptoms and higher levels of domestic physical activity indicates the need for actions and policies focused on promoting health in general, and physical activity during leisure time, specifically.

    Keywords: Mental health. Primary health care. Motor activity. Unified Health System.

 

Resumen

    El objetivo del presente estudio fue verificar la relación de factores comportamentales e indicadores de salud con presencia de síntomas de ansiedad en usuarios de Unidades Básicas de Salud (UBS) de la ciudad de Caruaru, Pernambuco. Estudio epidemiológico, transversal, con datos de 214 usuarios de ambos sexos, mayores de 40 años, seleccionados de 7 UBS. La variable dependiente fue intensidad de los síntomas de ansiedad, estimada con la Encuesta de Ansiedad de Beck. Las variables independientes fueron: actividad física habitual, en el tiempo libre, en el trabajo, en movimiento y actividades domésticas evaluadas con la versión larga del Cuestionario Internacional de Actividad Física (IPAQ). Los datos sociodemográficos fueron las variables de ajuste. Las asociaciones se probaron mediante la prueba de Chi-cuadrado y regresión multinominal, y los resultados se presentaron como odds ratios e intervalos de confianza del 95%. La prevalencia de síntomas de ansiedad leve fue del 32,7% y los síntomas de moderados a graves fueron del 23,4%. Entre los participantes, el 86,9% estaban clasificados como activos y el 76,2% activos en actividades domésticas. El modelo multivariado indicó que ser activo en actividades domésticas y tener un diagnóstico de depresión aumenta la probabilidad de presentar síntomas de ansiedad de moderados a graves (OR=2,57; IC95%:1,04-6,39) y (OR=5,21; IC95%:1,924–14,124), respectivamente. La asociación entre síntomas de ansiedad moderada a grave y mayores niveles de actividad física doméstica apunta a la necesidad de acciones y políticas enfocadas a promover la salud en general y actividad física durante el tiempo libre, en particular.

    Palabras clave: Salud mental. Atención primaria en salud. Actividad motora. Sistema Único de Salud.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 315, Ago. (2024)


 

Introdução 

 

    O transtorno de ansiedade (TA) configura-se como um problema de saúde pública global, com 301,39 milhões de casos prevalentes e 45,82 milhões de casos incidentes no ano de 2019 (Yang et al., 2021). Evidências apontam que o número de casos desse transtorno mental vem aumentando principalmente em países de baixa renda, sendo considerado o sexto fator que mais causa perdas relacionadas à saúde ou a capacidade funcional do indivíduo no mundo (WHO, 2017). Destaca-se ainda que o Brasil é o país com maior prevalência de TA no mundo, com aproximadamente 9,3% da população acometida pela doença. (WHO, 2017)

 

    Entre os TA pode-se destacar o TA generalizada, as fobias, o TA Social, o Transtorno de Pânico, entre outros (American Psychiatric Association, 2014) tem sido observado em maior frequência entre as mulheres e associados a indivíduos com menor escolaridade e menor renda (C.O. da Costa et al., 2019; Maximiano-Barreto, e Fermoseli, 2017). Além disso, o TA também tem se mostrado associado à presença de condições como a hipertensão arterial (Maatouk et al., 2016) e a depressão em adultos e idosos (Bui, e Fava, 2017), e a baixos níveis de atividade física (AF) em indivíduos idosos. (Schuch et al., 2019)

 

    O incentivo à prática regular de atividades físicas, observada entre outros fatores na inserção do profissional de educação física na saúde (Dutra et al., 2023) figura como uma importante ferramenta de prevenção e controle de transtornos mentais no contexto da Atenção Primária a Saúde (APS) brasileira, e integra o escopo das ações previstas na Política Nacional de Saúde Mental (Brasil, 2013) e no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030. (Brasil, 2021)

 

    A inserção da atividade física no tratamento do TA está alicerçada em evidências que apontam a AF atuando como fator de proteção contra crises de ansiedade, além de estar associada à redução de incidentes de ansiedade e ter efeito protetor para os TA (Schuch et al., 2019). A prática de atividade física moderada a intensa, por 150 minutos semanais, mostrou efeitos protetores para indivíduos de países da Europa, reduzindo entre 21% e 27% o risco de desenvolver ansiedade (Schuch et al., 2019). Enquanto, estudo realizado por Martínez-Dominguez e colaboradores (2018) observou que programas de exercício, com duração entre 3 e 4 meses, foram associados à redução dos sintomas leves a moderados de TA em mulheres de 40 anos ou mais. Ou mesmo que atividades aeróbicas durante ou após as sessões de psicoterapia mostram melhores resultados que as praticadas antes do processo terapêutico. (Crombie et al., 2023)

 

    Diversos estudos mostram que pessoas ativas estão menos sujeitas aos Sintomas de transtorno de Ansiedade (STA) (Lacerda Júnior et al., 2022; Schuch et al., 2019) ou que a mudança de comportamento pode melhorar a condição do indivíduo ansioso (Martínez-Domínguez et al., 2018; Schuch et al., 2019; Silva, e Cavalcante Neto, 2014). Apesar disso, a relação entre o estilo de vida, indicadores de saúde e a presença de sintomas de ansiedade não está esclarecida. Neste sentido, o objetivo deste estudo é verificar a associação de fatores comportamentais e indicadores de saúde com a presença de sintomas de ansiedade em usuários de Unidades Básicas de Saúde no município de Caruaru, Pernambuco.

 

Método 

 

    Trata-se de um estudo observacional, do tipo causal-comparativo Integrado ao projeto de pesquisa: “Efeito isolado e combinado da inatividade física e obesidade abdominal sobre os gastos públicos em saúde com pacientes com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, ansiedade e depressão”, o qual teve sua realização aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão, CAAE Nº 21800819.3.0000.9430, com parecer de aprovação Nº 3.701.710.

Para avaliar a associação dos fatores comportamentais e os indicadores de saúde com os sintomas de ansiedades, entrevistas com pacientes foram realizadas em UBS no município de Caruaru-PE.

 

    A cidade de Caruaru, localizada na região Agreste do estado de Pernambuco – Brasil, tem população de aproximadamente 378 mil habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano de 0,677, e Produto interno Bruto (per capita) R$ 20.582,26 reais, ocupando o quarto, décimo primeiro e décimo quarto lugar desses indicadores no estado de Pernambuco, respectivamente (IBGE, 2022). No ano de 2022, Caruaru apresentava uma cobertura de 69% do território com equipes de saúde da família (Caruaru-PE, 2020), com um total de 73 Unidades Básicas de Saúde (UBS).

 

    A seleção da amostra aconteceu em duas etapas, seleção das UBS e depois seleção dos usuários. A primeira aconteceu junto à secretaria municipal de saúde, que após contato prévio e solicitação dos pesquisadores indicou sete UBS, atendendo os seguintes critérios de inclusão: possuir prontuário eletrônico a no mínimo um ano, ser acompanhada pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, e abranger diversos territórios da zona urbana e rural. A indicação da secretaria resultou em 2 UBS na região leste e 2 na região Oeste da zona urbana e 3 UBS na zona rural, sendo todas na região norte da cidade. A segunda etapa selecionou os usuários nas UBS por conveniência, os pesquisadores se dirigiram as Unidades, e após identificação prévia e apresentação da proposta da pesquisa convidavam os presentes a participarem, aqueles que sinalizavam de modo positivo eram entrevistados.

 

    Os critérios de inclusão foram: possuir ao menos seis meses de cadastro na UBS, ter 40 anos ou mais, e possuir ao menos um procedimento registrado na UBS. A variável idade foi considerada por ser a faixa etária mais atendida nas UBS (Guibu et al., 2017), e com alta prevalência de TA (WHO, 2017). O critério de exclusão foi: possuir condição que impedisse a prática de atividade física por mais de 30 dias.

 

    Realizou-se um cálculo de tamanho de amostra, a posteriori, a fim de avaliar a representatividade da amostra. O cálculo foi realizado no aplicativo StatCalc, considerando a prevalência de ansiedade de 9,3% (WHO, 2017), nível de significância de 95%, margem de erro aceitável de 6% (E = 0,06) e um efeito de desenho de 2,0 (Cordeiro, 2001). O tamanho da amostra calculado foi de 207 indivíduos, considerando o número calculado de 180 usuários para compor a amostra inicial, e a adição 15% para análise multivariada. A figura um apresenta o processo de seleção amostral.

 

    As entrevistas foram realizadas nas salas de espera das UBS no período de dezembro de 2019 a março de 2020 por pesquisadores previamente treinados. Esses se apresentaram aos usuários, explicaram os procedimentos da pesquisa, convidaram os usuários a participar do estudo e solicitaram a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes da realização da entrevista individual. Ressalta-se que o encerramento das coletas aconteceu antes da declaração do estado pandêmico da COVID-19.

 

Figura 1. Composição da amostra, critérios de inclusão e seleção dos usuários da atenção primária (Caruaru, 2020)

Figura 1. Composição da amostra, critérios de inclusão e seleção dos usuários da atenção primária (Caruaru, 2020)

Fonte: Produzido pelos autores

 

    Para a avaliação dos STA, variável dependente, utilizou-se a escala de Beck, calculada por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), validado para o Brasil por Cunha (2001), e que demonstrou uma boa estimativa de fidedignidade (Alfa de Cronbach, de 0,88). O BAI é composto por 21 itens relacionados aos STA, classificados em uma escala de intensidade de 0 a 3, na qual o zero refere-se a Absolutamente não incomodou e três representa Gravemente ou Dificilmente pode suportar. A intensidade dos sintomas foi classificada a partir da adaptação das categorias descritas no estudo de Cunha (2001) em: mínimo (escores de 0 a 10), leve (11 a 19) e moderado a grave (maior que 20).

 

    As informações referentes à prática de AF, variáveis independentes, foram coletadas por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Segundo Benedetti e colaboradores (2007), o instrumento estima o tempo gasto com AF de intensidade moderada a vigorosa, nos contextos do trabalho, locomoção, AF doméstica e lazer, além do tempo gasto sentado. Após a aplicação do questionário, o nível de AF dos indivíduos foi calculado seguindo as orientações do manual do IPAQ (World Health Organization, 2005). Para tanto, utilizou-se a classificação dos indivíduos em Ativos e Inativos para o nível geral da prática de AF e para suas quatro dimensões AF, sendo elas a AF no lazer (AFL), trabalho (AFT), locomoção (AFLoc) e AF doméstica (AFD).

 

    Foram classificados como “Ativos” aqueles que atendessem a uma das possibilidades a seguir: i) três ou mais dias de atividade vigorosa por pelo menos 20 minutos; ii) cinco ou mais dias de atividades moderadas a intensas ou caminhada por no mínimo 30 minutos, e; iii) cinco ou mais dias da combinação entre caminhada, atividade de intensidade moderada a vigorosa que atingissem o mínimo de 600 MET- min/semana. Indivíduos que não atingissem nenhum desses valores foram classificados como Inativos. (World Health Organization, 2005)

 

    Os dados sociodemográficos, econômicos, indicadores relacionados à saúde e comportamentais, considerados como variáveis de ajuste, foram coletados por meio de entrevista estruturada, e contém informações referentes à saúde, condição econômica, cor da pele, idade e índice de massa corporal (IMC).

 

    Para as estatísticas descritivas das variáveis qualitativas, os resultados estão apresentados em frequências absolutas e relativas, e seus respectivos Intervalos de Confiança ao nível de 95% (IC95%). Os dados quantitativos estão expressos em média, desvio padrão e IC95%.

 

    A análise de associação foi realizada utilizando da modelagem estatística. O teste do qui-quadrado (χ²) foi utilizado para verificar a associação entre STA (variável dependente) e cada uma das variáveis independentes e de ajuste, sendo utilizadas análises linear-by-linear para variáveis ordinais, e likelihood-ratio quando com a presença de uma variável nominal. As variáveis que apresentaram associação à nível de 20% (p<0,20) foram inseridas no modelo de regressão multivariada. A análise multivariada aconteceu por meio da regressão logística multinominal, com retirada das variáveis uma a uma, e consideradas no modelo final aquelas que apresentaram associação significativa (p<0,05) (Bélair et al., 2018). A fim de verificar a presença de multicolinearidade, realizou-se o teste do Fator de Inflação da Variância.

 

Resultados 

 

    Ao todo, 286 usuários dos serviços de APS de Caruaru foram entrevistados, dos quais 72 foram retirados da análise por não atenderem aos critérios de inclusão e exclusão. A amostra final foi de 214 indivíduos distribuídos da seguinte forma: 99 usuários das UBS da região Leste, 76 da região Oeste e 39 usuários da região Norte. Considerando que o “N” amostral final (214 indivíduos) é maior que o “N” amostral calculado (207), pode-se dizer que a amostra analisada é representativa da população.

 

    Dos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (78,5%), da área Urbana (81,8%), e com média de idade de 56 anos (±10; IC95%: 55–58). Os dados sociodemográficos e econômicos indicaram a predominância de indivíduos não brancos (57%), que não estudaram ou não chegaram a concluir a primeira parte do ensino fundamental (40%), que não trabalham (61%), que pertencem à classe “C” (52%), e que relataram receber mais de um salário-mínimo (51%).

 

    O perfil epidemiológico observado foi de maior prevalência de Hipertensão arterial sistêmica (HAS) (60%) e de indivíduos obesos (44%). Quanto ao comportamento “prática de AF”, 87% foram classificados como ativos, principalmente em AFD (76%), contudo predominantemente inativos nas demais dimensões (AFL = 27%; AFT = 17%; ATLoc = 26%).

 

    A prevalência de STA foi de 56,1%, sendo 32,7% para leves e 23,4% para moderados a graves, com escore médio de 13 (±9; IC95%: 12–15). Os STA foram observados principalmente nas mulheres (64%), pessoas analfabetas ou que não concluíram o ensino fundamental I (61%) e entre 61 e 70 anos (65%) (Tabela 1).

 

Tabela 1. Descrição e teste de Qui-quadrado das variáveis sociodemográficas e econômicas, relacionadas 

aos STA dos usuários das Unidades Básicas de Saúde da cidade de Caruaru, Pernambuco, 2020 (n = 214)

Variável

Mínimo

N (%)

Leve

N (%)

Moderado/ grave

N (%)

P-valor

Sociodemográfica e económicas

 

Sexo

Masculino

33 (71,7)

10 (21,7)

 03 (6,5)

0,000*

Feminino

61 (36,3)

60 (35,7)

 47 (28,0)

Localização

Rural

17 (43,6)

14 (35,9)

 08 (20,5)

0,854

Urbana

 77 (44,0)

 56 (32,0)

42 (24,0)

Idade

<50 anos

24 (42,1)

16 (28,1)

 17 (29,8)

0,540

<60 anos

 41 (49,4)

27 (32,5)

 15 (18,1)

<70 anos

 19 (35,2)

21 (38,9)

 14 (25,9)

70 anos ou mais

 10 (50,0)

  06 (30,0)

 04 (20,0)

Cor da pele

Branco

 40 (44,0)

 27 (29,7)

 24 (26,4)

0,588

Não branco

 54 (43,9)

 43 (35,0)

 26 (21,1)

Escolaridade

Analfabeto / EF 1 incompleto

 33 (38,8)

 29 (34,1)

 23 (27,1)

0,915

EF 1 completo / EF 2 incompleto

26 (42,6)

 20 (32,8)

 15 (24,6)

EF 2 completo / EM incompleto

14 (51,9)

 08 (29,6)

 05 (18,5)

EM completo / ES incompleto

 16 (50,0)

 10 (31,3)

 06 (18,8)

ES completo

 05 (55,6)

 03 (33,3)

 01 (11,1)

Ocupação

Não trabalha

55 (42,3)

 42 (32,3)

 33 (25,4)

0,673

Trabalha

39 (46,4)

 28 (33,3)

 17 (20,2)

Renda

Menos de 1 salário-mínimo

44 (42,3)

 29 (27,9)

 31 (29,8)

0,076**

1 salário-mínimo ou mais

50 (45,5)

 41 (37,3)

 19 (17,3)

Nível socioeconômico

E/d

34 (40,0)

 29 (34,1)

 22 (25,9)

0,672

C

51 (45,9)

 34 (30,6)

 26 (23,4)

B/a

42 (50,0)

 07 (38,9)

 2 (11,1)

Legenda: IC95% - Intervalo de confiança ao nível de 95%; EF – Ensino Fundamental; EM – Ensino Médio; ES – Ensino Superior; *p<0,20 no teste de Qui-quadrado por Razão de Verossimilhança; **p<0,20 no teste de Qui-quadrado Linear-by-Linear. Fonte: Elaborada pelos autores

 

    Sintomas mínimos de ansiedade foram observados em pacientes sem morbidade relatada. Os sintomas leves foram observados principalmente em indivíduos com depressão (40%), e com obesidade grau dois (43%). Sintomas moderados ou graves foram relatados por pacientes com obesidade grau três (38%) e por pacientes com depressão (40%). A descrição da prevalência de STA relacionados às variáveis epidemiológicas e ao nível de AF, assim como os resultados da análise de associação bivariada ao nível de 20% são apresentados na Tabela 2.

 

Tabela 2. Descrição e teste de Qui-quadrado das variáveis epidemiológicas e comportamentais 

relacionadas aos STA dos usuários das UBS da cidade de Caruaru, Pernambuco, 2020 (n = 214).

Variável

Mínimo

N %

Leve

N %

Moderado/ grave

N %

P-valor

 

Epidemiológicas

 

HAS

 

Não

43 50,6

 27 31,8

 15 17,6

0,179*

 

Sim

51 39,5

 43 33,3

 35 27,1

 

Diabetes

 

Não

68 45,0

 49 32,5

 34 22,5

0,856

 

Sim

26 41,3

 21 33,3

 16 25,4

 

Depressão

 

Não

87 49,2

 55 31,1

 35 19,8

0,002*

 

Sim

 7 18,9

 15 40,5

 15 40,5

 

Classificação IMC

 

Eutrofia

15 39,5

 14 36,8

 9 23,7

0,604

 

Sobrepeso

39 47,6

 26 31,7

 17 20,7

 

Obesidade 1

27 50,9

 15 28,3

 11 20,8

 

Obesidade 2

 8 28,6

 12 42,9

 8 28,6

 

Obesidade 3

 5 38,5

 3 23,1

 5 38,5

 

Classificação obesidade abdominal

Não

39 47,0

 28 33,7

 16 19,3

0,441

 

Sim

52 40,9

 41 32,3

 34 26,8

 

Comportamentais

 

Nível de AF

 

Inativo

16 57,1

 9 32,1

 3 10,7

0,175*

 

Ativo

78 41,9

 61 32,8

 47 25,3

 

AF no lazer

 

Inativo

67 42,9

 51 32,7

 38 24,4

0,823

 

Ativo

27 46,6

 19 32,8

 12 20,7

 

AF no trabalho

 

Inativo

75 42,4

 58 32,8

 44 24,9

0,463

 

Ativo

19 51,4

 12 32,4

 6 16,2

 

AF no deslocamento

 

Inativo

67 42,4

 53 33,5

 38 24,1

0,753

 

Ativo

27 48,2

 17 30,4

 12 21,4

 

AF doméstica

 

Inativo

29 56,9

 14 27,5

 8 15,7

0,090*

 

Ativo

65 39,9

 56 34,4

 42 25,8

 

Legenda: IC95% - Intervalo de confiança ao nível de 95%; HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica; IMC – índice de massa corporal; AF – Atividade Física; *p<0,20 no teste de Qui-quadrado por Razão de Verossimilhança. Fonte: Elaborada pelo autor

 

    Os resultados das análises bivariadas apresentados acima identificaram que o nível de AF e AFD estão associadas à variável dependente (Tabela 2) ao nível de 20%, enquanto as variáveis de ajuste que mostraram associação significante (p<0,20) foram: diagnóstico de depressão, diagnóstico de HAS, sexo e renda (Tabela 1).

 

    O modelo final mostrou-se adequado para identificar os fatores associados aos STA dos usuários do SUS de Caruaru (p = 0,001; Pseudo R² Nagelkerke = 0,109). Após a análise por meio da regressão logística multinomial foram mantidas no modelo a prática AFD e os diagnósticos de HAS e de Depressão. Entretanto, embora contribua para o ajustamento do modelo, o diagnóstico de HAS não teve associação significativa com nenhuma das categorias de STA.

 

    A Tabela 3 mostra o resultado da regressão logística multinomial, tendo como desfecho os STA. A análise usa como referência de comparação o nível mínimo de ansiedade. Neste sentido, mostraram-se como fatores que aumentam a chance de sintomas moderados a graves as variáveis ter depressão (OR = 5,21; IC95% = 1,92 – 14,12) e ser ativo em AFD (OR = 2,57; IC95% = 1,04 – 6,39). Enquanto sintomas leves de ansiedade foram associados a depressão (OR = 3,37; IC95% = 1,28 - 8,85).

 

    Este estudo identificou que a Atividade Física Doméstica esteve associada a níveis moderados/graves de sintomas de transtorno de ansiedade (OR = 2,57). Entre os usuários das Unidades Básicas de Saúde do município de Caruaru. Observou-se, ainda, a existência de associação entre a depressão e sintomas leves (OR = 3,37), e moderados/graves (OR = 5,21) de ansiedade. Não foram observadas associações entre STA e a prática de atividades físicas nos domínios do lazer, transporte e trabalho.

 

Tabela 3. Resultado da modelagem por meio da regressão logística multinomial do desfecho STA em relação

às variáveis independentes para usuários das UBS da cidade de Caruaru, Pernambuco, 2020 (n = 214)

Modelo ajustado

Nível dos sintomas de ansiedade (OR)

Leve X Mínimo

OR IC95%

Moderado/grave X Mínimo

OR IC95%

Atividade Física Doméstica

Inativo

1

1

Ativo

1,87 (0,88-1,96)

2,57 (1,04-6,39)*

Depressão

Não

1

1

Sim

3,37 (1,28-8,85)*

5,21 (1,92-14,12)*

HAS

Não

1

1

Sim

1,37 (0,72-2,62)

2,01 (0,94-4,30)

Legenda: OR – Odds Ratio; IC95% - Intervalo de confiança ao nível de 95%; 

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica; * p<0,05 na Regressão Logística Multinomial. Fonte: Elaborada pelo autor

 

Discussão 

 

    Os achados apresentados indicam uma associação entre os sintomas leve e moderado a grave de ansiedade com a depressão, enquanto a atividade física doméstica se mostrou associada a sintomas moderados a graves de ansiedade. Observou-se ainda uma baixa prevalência de atividade física no lazer.

 

    Guibu e colaboradores ao traçar um perfil dos usuários da APS observou que mulheres (76%), indivíduos com idade entre 40 e 60 anos (37%), não brancas (60%) e da classe social C (55%), com alta prevalência de hipertensão (38,6%) são algumas das características mais presentes entre os atendidos na APS, algo similar ao observado em Carauru. Entretanto foram observadas diferenças quanto escolaridade, enquanto no Brasil mais de 50% dos usuários tinham cursado o ensino fundamental, na amostra de Caruaru a maior parte dos entrevistados não tinham concluído o ensino fundamental ou eram analfabetos (40%). (Guibu et al., 2017)

 

    Ressalta-se que algumas diferenças regionais foram observadas quanto as características dos usuários da APS, como na cor da pele e o nível sócio econômico (Guibu et al., 2017). Destaca-se ainda que a alta prevalência de HAS a coloca entre os mais relevantes problemas de saúde pública do mundo. (Kyu et al., 2016)

 

    Em relação à distribuição territorial dos indivíduos avaliados, verificou-se que o percentual de usuários residentes na zona urbana (82%) se aproxima bastante da frequência de pessoas que residem na cidade de Caruaru (89%). (IBGE, 2022)

 

    A prevalência de indivíduos ativos (87%), neste estudo, foi maior que a observada em estudo com usuários da APS do Brasil (25% em mulheres e 28% em homens) (Guibu et al., 2017). A maior prevalência foi observada na AFD (76%), enquanto a menor na AFL (27%). Cabe ressaltar que AFL é apontada como principal referência para a mensuração da AF relacionada à saúde e está associada a menores riscos de desenvolvimento de várias doenças. (Kyu et al., 2016)

 

    Estes achados podem ter relação com características da população avaliada, na qual predominam mulheres, maiores de 50 anos e que não trabalham. As quais afetam as atividades diárias no lar, e reafirmam as desigualdades referentes ao acesso a atividade física. (T. B. Costa, e Neri, 2019; Knuth, e Antunes, 2021)

 

    A baixa prevalência de AFL (27%), AFLoc (26%) e no AFT (17%) merece atenção de profissionais e gestores da saúde, principalmente porque a AFL é apontada como principal referência para a mensuração da AF relacionada à saúde e está associada a menores riscos de desenvolvimento de várias doenças. (Kyu et al., 2016)

 

    Sintomas de ansiedade foram observados em 56% da amostra, sendo 23% considerado moderado/grave. Esses achados se mostraram maiores que o observado em Florianópolis antes da pandemia (28%) (Matos et al., 2017). Contudo, um pouco abaixo dos valores observados no início da pandemia de COVID-19 (maio de 2020) no Brasil (67,8% de prevalência de sintomas e 35,9% de moderado/grave). (Zhang et al., 2021)

 

    O teste do χ² indicou que os STA possuem associação com a prática de AF e com AFD, sexo e HAS, reforçando os resultados Schuch e colaboradores (2019); Menta e colaboradores (2020) e Costa, Branco e colaboradores (2019). Todavia a associação entre renda e STA diverge do observado em idosos de Porto Alegre que não observou essa relação. (Menta et al., 2020)

 

    As variáveis idade, IMC e ocupação não apresentaram associação com os STA, assim como o apresentado por Costa, Branco e colaboradores (2019). As variáveis escolaridade e cor da pele, que neste estudo não foram associadas aos STA, mostraram-se associadas à ansiedade em adultos entre 18 e 35 anos de Pelotas. (C.O. Costa et al., 2019)

 

    O modelo multivariado foi composto pelas variáveis HAS, depressão e AFD. A associação entre ansiedade e HAS não foi significante no modelo multivariado com a inclusão da Depressão. Porém, revisão realizada por Johnson (2019) indicou que a ansiedade está associada a HAS incidente e prevalente. Fisiologicamente, essa associação pode relacionar-se a um estado de constante excitação causado pela ansiedade, levando ao aumento de catecolaminas circulantes que alteram mecanismos autonômicos e assim à HAS. (Johnson, 2019)

 

    Evidências de estudos realizados com diferentes populações apontam a associação entre Ansiedade e Depressão (Bui, e Fava, 2017; WHO, 2017), como observada na amostra de Caruaru. Um fator que pode explicar essa associação é que tanto a ansiedade quanto a depressão apresentam vias neurobiológicas comuns que levam a disfunção do sistema serotonérgico. (Bui, e Fava, 2017)

 

    Indivíduos expostos à prática AFD apresentaram probabilidade mais de duas vezes maior de apresentarem STA moderados a graves, quando comparados aos inativos. Uma possível explicação para a associação entre AFD e os STA pode estar nas características socioeconômicas da população.

 

    Evidências apontam que fatores sociais e econômicos tais como ser do sexo feminino e não trabalhar (aposentado), características predominantes na amostra investigada neste estudo, podem afetar a saúde mental (Menta et al., 2020). Alguns desses fatores são discutidos por Costa, e Neri (2019), os quais apontam que a dupla jornada ou ausência de trabalho, pressão social, questões econômicas entre outros podem influenciar as atividades diárias, principalmente em mulheres.

 

    Os achados deste estudo nos mostram uma população com baixos níveis de AFL, e uma associação positiva entre as AFD e sintomas de ansiedade. A mudança de comportamento é algo complexo, mas as novas tecnologias apoiadas em bases cientificas robustas, como as intenções de implementação, são uma união interessante que pode ajudar diversas pessoas a melhorarem sua saúde mental. (Dogangün et al., 2017)

 

    As limitações deste estudo estão relacionadas à utilização de medida subjetiva da AFD que poderia afetar a confiabilidade dos dados. Contudo, o instrumento utilizado para medir o nível de AF (IPAQ) é amplamente utilizado em pesquisas envolvendo a prática de AF e possui boas características psicométricas (Benedetti et al., 2007). Outra limitação refere-se à indicação (não aleatória) das UBS e à seleção da amostra, condições que afetam a capacidade de extrapolação dos dados para toda a população. Todavia, o cálculo do tamanho da amostra realizado à posteriori indicou que a quantidade de indivíduos que participaram do estudo superou o número mínimo estimado para a realização de um estudo desta natureza. Por fim, a diferença entre homens e mulheres pode ser um fator limitante, todavia a proporção de homens e mulheres observada no estude reflete as características de atendimento da APS. (Guibu et al., 2017)

 

    Este estudo mostra-se como inovador por buscar associar a ansiedade com fatores comportamentais e indicadores de saúde, e inédito, levando-se em consideração a região avaliada e o fato de observar usuários das zonas urbana e rural. Ressalta-se ainda a importância de apresentar algumas características dos usuários das UBS de uma cidade de médio porte do interior do Nordeste brasileiro, as quais podem servir como referência para outros estudos, ou para auxiliar na organização de ações e serviços oferecidos aos usuários do SUS.

 

Conclusões 

 

    Os resultados encontrados neste estudo permitem afirmar que a população estudada apresentou uma alta prevalência de STA, sendo esses associados ao diagnóstico de depressão e à AFD. Esses resultados podem ser usados para auxiliar na gestão do cuidado pelas UBS, seja por meio de ações de educação popular em saúde referentes aos TA, seja por consultas domiciliares interdisciplinares, e escuta qualificada nas ações de acolhimento a demanda espontânea.

 

    A prevalência de AF, observada em sua estimativa geral, poderia denotar que os usuários estudados teriam comportamento positivo para a saúde. Todavia, ao analisar os resultados detalhadamente, a realidade encontrada foi de uma população com grande parte do seu tempo ocupado com atividades domésticas e com pouco tempo dedicado ao lazer ativo. Esse achado aponta para a necessidade de pesquisas que considerem a relação entre os efeitos positivos da AFL e sobre como a sobrecarga de atividades doméstica pode interferir nos efeitos do lazer ativo.

 

    A exposição a AFD mostrou-se um fator que aumenta a chance de apresentar sintomas mais graves de ansiedade. Neste sentido, destaca-se a atuação das equipes multidisciplinares junto à população, orientando e promovendo não só a prática de AF, mas sobre a importância da participação social na tomada de decisões que melhorem as condições de vida e que venham a possibilitar a prática de AFL.

 

    Por fim, destaca-se a importância do profissional de educação física no contexto da Atenção Primária à Saúde, o qual pode contribuir para qualificar o planejamento, a orientação e a promoção de ações voltadas para o empoderamento da população quanto ao autocuidado referente a prática de atividade física, e de políticas públicas que possibilitem e/ ou promovam momentos e espaços voltados ao lazer.

 

Referências 

 

American Psychiatric Association (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5th ed.). Artmed Editora.

 

Bélair, M.A., Kohen, D.E., Kingsbury, M., e Colman, I. (2018). Relationship between leisure time physical activity, sedentary behaviour and symptoms of depression and anxiety: Evidence from a population-based sample of Canadian adolescents. BMJ Open, 8(10), 1–8. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2017-021119

 

Benedetti, T.R.B., Rodriguez-Añez, C.R., Mazo, G.Z., Petroski, É.L., e Antunes, P.D.C. (2007). Reprodutibilidade e validade do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) em homens idosos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 13(1). https://doi.org/10.1590/S1517-86922007000100004

 

Brasil (2013). Saúde mental. Ministerio da Saúde. https://doi.org/10.14195/978-989-26-0470-1

 

Brasil (2021). Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil 2021-2030 (Vol. 1). Ministerio da Saúde.

 

Bui, E., e Fava, M. (2017). From depression to anxiety, and back. Acta Psychiatrica Scandinavica, 136(4), 341–342. https://doi.org/10.1111/acps.12801

 

Caruaru (2024). Secretaria de saúde de Caruaru. https://saudecaruaru.pe.gov.br/site/index.php/2021/02/04/estrutura-organizacional/

 

Cordeiro, R. (2001). Efeito do desenho em amostragem de conglomerado para estimar a distribuição de ocupações entre trabalhadores. Revista de Saúde Pública, 35(1), 10-15. https://doi.org/10.1590/s0034-89102001000100002

 

Costa, C.O. da, Branco, J.C., Vieira, I.S., Souza, L.D. de M., e Silva, R.A. da (2019). Prevalence of anxiety and associated factors in adults. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 68(2), 92-100. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000232

 

Costa, T.B., e Neri, A.L. (2019). Fatores associados às atividades física e social em amostra de idosos brasileiros: dados do Estudo FIBRA. Revista Brasileira de Epidemiologia, 22, e190022. https://doi.org/10.1590/1980-549720190022

 

Crombie, KM, Adams, TG, Dunsmoor, JE, Greenwood, BN, Smits, JA, Nemeroff, CB, e Cisler, JM (2023). Aerobic exercise in the treatment of PTSD: An examination of preclinical and clinical laboratory findings, potential mechanisms, clinical implications, and future directions. Journal of Anxiety Disorders, 94, 102680. https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2023.102680

 

Cunha, J.A. (2001). Manual da versão em português das Escalas Beck. Manual. Casa do Psicólogo.

 

Dogangün, A., Schwarz, M., Kloppenborg, K., e Le, R. (2017). An approach to improve physical activity by generating individual implementation intentions. UMAP 2017 - Adjunct Publication of the 25th Conference on User Modeling, Adaptation and Personalization, 370–375. https://doi.org/10.1145/3099023.3099101

 

Dutra, R.P., Viero, V. dos S.F., e Knuth, A.G. (2023). Inserção de profissionais de educação física no Sistema Único de Saúde: análise temporal (2007-2021). Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 28, 1-9. https://doi.org/10.12820/rbafs.28e0296

 

Guibu, IA, Moraes, JC, Junior, AAG, Costa, EA, Acurcio, FA, Costa, KS, Karnikowski, MGO, Soeiro, OM, Leite, SN, e Álvares, J. (2017). Características principais dos usuários dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Revista de Saude Pública, 51(Supl 2:17s), 1s-13s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007070

 

IBGE, I.B. de G. e E. (2022). Cidades. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/caruaru/panorama

 

Johnson, H.M. (2019). Anxiety and Hypertension: Is There a Link? A Literature Review of the Comorbidity Relationship Between Anxiety and Hypertension. Current Hypertension Reports, 21(9), 22-26. https://doi.org/10.1007/s11906-019-0972-5

 

Knuth, A.G., e Antunes, P. de C. (2021). Bodily practices/physical activities considered as privilege and not a choice: analysis in the light of Brazilian inequalities. Saude e Sociedade, 30(2), 1-11. https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200363

 

Kyu, HH, Bachman, VF, Alexander, LT, Mumford, JE, Afshin, A., Estep, K., Veerman, JL, Delwiche, K., Iannarone, ML, Moyer, ML, Cercy, K., Vos, T., Murray, CJL, e Forouzanfar, MH (2016). Physical activity and risk of breast cancer, colon cancer, diabetes, ischemic heart disease, and ischemic stroke events: Systematic review and dose-response meta-analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. In BMJ (Online) (Vol. 354). https://doi.org/10.1136/bmj.i3857

 

Lacerda Júnior, N.J., Tertuliano, I.W., Venditti Junior, R., Silva Junior, O.T. da, Castro, H. de O., e Oliveira, V. de (2022). Any Level of Physical Activity Level Reduces Depression, Anxiety and Stress in Adults. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(292), 48-64. https://doi.org/10.46642/efd.v27i292.3402

 

Maatouk, I., Herzog, W., Böhlen, F., Quinzler, R., Löwe, B., Saum, KU, Brenner, H., e Wild, B. (2016). Association of hypertension with depression and generalized anxiety symptoms in a large population-based sample of older adults. Journal of Hypertension, 34(9), 1711-1720. https://doi.org/10.1097/HJH.0000000000001006

 

Martínez-Domínguez, S.J., Lajusticia, H., Chedraui, P., e Pérez-López, F.R. (2018). The effect of programmed exercise over anxiety symptoms in midlife and older women: a meta-analysis of randomized controlled trials. Climacteric, 21(2), 123-131. https://doi.org/10.1080/13697137.2017.1415321

 

Matos, P.P. de, Moreira, J.D., e Ribeiro, S.V. (2017). Relação Entre a Presença De Sintomas De Ansiedade E Estado Nutricional Em Idosos Residentes De Florianópolis-Sc. DEMETRA: Alimentação, Nutrição e Saúde, 12(3), 699-712. https://doi.org/10.12957/demetra.2017.28085

 

Maximiano-Barreto, M.A., e Fermoseli, A.F. de O. (2017). Prevalence of Anxiety and Depression in the Elderly With Low Educational Level in Maceió/AL. Psicologia, Saúde & Doença, 18(3), 801-814. https://doi.org/10.15309/17psd180314

 

Menta, C., Bisol, L.W., Nogueira, E.L., Engroff, P., e Cataldo Neto, A. (2020). Prevalence and correlates of generalized anxiety disorder among elderly people in primary health care. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 69(2), 2-6. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000267

 

Schuch, F. B., Stubbs, B., Meyer, J., Heissel, A., Zech, P., Vancampfort, D., Rosenbaum, S., Deenik, J., Firth, J., Ward, P. B., Carvalho, A. F., e Hiles, S. A. (2019). Physical activity protects from incident anxiety: A meta-analysis of prospective cohort studies. Depression and Anxiety, 36(9), 846-858. https://doi.org/10.1002/da.22915

 

Silva, A. de O., e Cavalcante Neto, J.L. (2014). Associação entre níveis de atividade física e transtorno mental comum em estudantes universitários. Motricidade, 10(1), 49-59. https://doi.org/10.6063/motricidade.10(1).2125

 

WHO (2017). Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. In World Health Organization. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf?sequence=1

 

World Health Organization (2005). Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) – Short and Long Forms.

 

Yang, X., Fang, Y., Chen, H., Zhang, T., Yin, X., Man, J., Yang, L., e Lu, M. (2021). Global, regional and national burden of anxiety disorders from 1990 to 2019: results from the Global Burden of Disease Study 2019. Epidemiology and Psychiatric Sciences, 30, e36. https://doi.org/10.1017/S2045796021000275

 

Zhang, S.X., Huang, H., Li, J., Antonelli-Ponti, M., Paiva, S.F. de, e Silva, J.A. da (2021). Predictors of depression and anxiety symptoms in brazil during covid-19. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(13). https://doi.org/10.3390/ijerph18137026


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 315, Ago. (2024)