ISSN 1514-3465
Lazer antes e durante o isolamento social
devido à COVID-19 na cidade de Natal/RN/Brasil
Leisure Before and During Social Isolation Due to COVID-19 in the City of Natal/RN/Brazil
Recreación antes y durante el aislamiento social por COVID-19 en la ciudad de Natal/RN/Brasil
Matheus Dantas de Lucena
*matheusdantas2009@gmail.com
Victor Ferreira do Nascimento
**ferreiravviktor@gmail.com
Shalana Holanda Varela
***shalana46@gmail.com
Maria Isabel Brandão de Souza Mendes
+isabelbsm1@gmail.com
Priscilla Pinto Costa da Silva
++laprisci@gmail.com
*Graduado em Educação Física Licenciatura
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Especialista em Gestão de Programas e Projetos de Esporte e de Lazer
na Escola pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte (IFRN)
Integrante do Grupo de Pesquisa Corpo, Saúde e Ludicidade (SALUD-UFRN)
Graduando em Educação Física Bacharelado na UFRN
Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação Física (PPGEF)
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
**Mestrando em Educação Física no Programa de Pós Graduação
em Educação Física da UFRN (PPGEF)
Licenciado em Educação Física pela UFRN
Membro do grupo de pesquisa SALUD, no qual foi
durante dois anos, bolsista da Iniciação Científica na área do Lazer
***Professora de Educação Física graduada
pela Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Especialista em Educação Física Escolar pela UECE
Especialista na modalidade de Residência em Saúde Mental
pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE)
Mestre em Educação Física no Programa
de Pós Graduação da UFRN - linha sócio-filosófica
Atualmente professora efetiva da rede municipal de ensino em Caucaia
Professora efetiva da Rede Estadual Ceará (SEDUC)
Apoiadora Institucional do MEC (AIMEC)
Supervisão Acadêmica do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB).
+Graduada em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Mestra e Doutora em Educação pela UFRN
Pós-doutorado pela Université de Montpellier II
Realizou estágio no Institut de Sciencies du Sport da Université de Lausanne
Atualmente é docente da Graduação e da Pós-Graduação Stricto Sensu
do Curso de Educação Física da UFRN
Coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpo, Saúde e Ludicidade (SALUD)
++Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual da Paraíba
Mestra em Educação Física pelo Programa Associado
de Pós-Graduação em Educação Física UPE / UFPB
Doutora pelo mesmo programa
Atualmente é Professora da UFRN
Vice-líder do Grupo de Pesquisa Corpo Saúde e Ludicidade - SALUD
(Brasil)
Recepción: 17/11/2023 - Aceptación: 26/09/2024
1ª Revisión: 21/09/2024 - 2ª Revisión: 22/09/2024
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Cita sugerida
: Lucena, M.D. de, Nascimento, V.F. do, Varela, S.H., Mendes, M.I.B. de S., e Silva, P.P.C. da (2024). Lazer antes e durante o isolamento social devido à COVID-19 na cidade de Natal/RN/Brasil. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(319), 68-85. https://doi.org/10.46642/efd.v29i319.7336
Resumo
No ano de 2020 a população mundial foi impactada com o COVID-19, o que levou a população a ressignificar as práticas no contexto do lazer. Em Natal/RN, por exemplo, bares, shoppings, cinemas, foram fechados, bem como alguns espaços públicos como parques e até na praia foi proibida a circulação de pessoas. O estudo teve como objetivo compreender as possibilidades de vivências de lazer dos estudantes antes e durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva. Foi aplicado um questionário online disponível pelo Google Forms. O questionário teve questões abertas e fechadas relacionadas à temática do lazer e saúde mental em período de isolamento social. Obtive-se o retorno de 72 respostas. Os dados foram apreciados por meio da análise de conteúdo de Bardin, a partir da técnica de análise categorial. Quando comparadas às práticas no contexto do lazer antes e durante o isolamento social devido à pandemia, pode-se observar o quão tais práticas passaram por processos de ressignificação e adaptação. As diferenças mais gritantes foram encontros com familiares e amigos, passeios em shoppings e praias, seguido da frequência aos cinemas. Durante o período de isolamento, destaca-se o aumento do consumo da Internet, seguido por filmes e séries e ouvir músicas. Deve-se salientar, que as condições de moradia, os aspectos socioeconômicos, as relações familiares, entre outros fatores, podem impactar diretamente nas oportunidades de lazer acessíveis e na forma como estas práticas foram vivenciadas pelos estudantes durante o período de isolamento social.
Unitermos
: Lazer. Estudante. COVID-19.
Abstract
In 2020, the world population was impacted by COVID-19, which led the population to give new meaning to practices in the context of leisure. In Natal/RN, for example, bars, shopping malls, cinemas were closed, as well as some public spaces such as parks and even the beach, the movement of people was prohibited. The study aimed to understand the possibilities of students' leisure experiences before and during social isolation in the COVID-19 pandemic. The study is a descriptive research. An online questionnaire available via Google Forms was administered. The questionnaire had open and closed questions related to the theme of leisure and mental health during a period of social isolation. They were received 72 responses. The data were analyzed using Bardin's content analysis, using the categorical analysis technique. When compared to practices in the context of leisure before and during social isolation due to the pandemic, it can be observed how such practices went through processes of resignification and adaptation. The most striking differences were meetings with family and friends, trips to shopping malls and beaches, followed by attendance at cinemas. During the period of isolation, the increase in Internet consumption stands out, followed by films and series and listening to music. It should be noted that housing conditions, socioeconomic aspects, family relationships, among other factors, can directly impact accessible leisure opportunities and the way these practices were experienced by students during the period of social isolation.
Keywords:
Leisure. Student. COVID-19.
Resumen
En 2020, la población mundial fue impactada por el COVID-19, lo que llevó a la población a darle un nuevo significado a las prácticas del ocio. En Natal/RN, por ejemplo, se cerraron bares, centros comerciales, cines, y espacios públicos como parques e incluso la playa, y se prohibió la circulación de personas. El estudio tuvo como objetivo comprender las posibilidades de las experiencias recreativas de estudiantes antes y durante el aislamiento social en la pandemia de COVID-19. Se trata de una investigación descriptiva. Se administró un cuestionario en línea disponible a través de Google Forms. El cuestionario contó con preguntas abiertas y cerradas relacionadas con la temática recreación y salud mental durante un período de aislamiento social. Se recibieron 72 respuestas. Los datos fueron analizados mediante el análisis de contenido de Bardin, mediante la técnica de análisis categórico. Al compararlas con prácticas en el contexto del ocio antes y durante el aislamiento social, se observa cómo dichas prácticas atravesaron procesos de resignificación y adaptación. Las diferencias más llamativas fueron las reuniones con familiares y amigos, los viajes a centros comerciales y playas, seguidos de asistencia al cine. Durante el periodo de aislamiento destaca el aumento del consumo de Internet, seguido del de películas y series y escuchar música. Cabe señalar que las condiciones de vivienda, los aspectos socioeconómicos, las relaciones familiares, entre otros factores, pueden impactar directamente las oportunidades de recreación accesibles y la forma en que estas prácticas fueron vividas por los estudiantes durante el período de aislamiento social.
Palabras clave
: Recreación. Estudiante. COVID-19.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 319, Dic. (2024)
Introdução
A cidade pode oferecer, para sua população, diversos espaços para novas experiências e vivências no contexto do lazer. Tais espaços precisam ser pensados de forma que a população possa manifestar seus interesses e necessidades, sendo preciso espaços adequados, que ofereçam alguma segurança, além de equipamentos para práticas diversas. Visto que, geralmente, a ausência de espaços e equipamentos de lazer ocasiona um lugar simplesmente de passagem para os pedestres, sendo considerado um “não-lugar”, um espaço sem qualquer identidade ou significado para os indivíduos (Augé, 1994). É importante que exista uma relação entre o sujeito e o espaço, pois quanto maior for o vínculo afetivo com o lugar, maior a identidade do lugar atribuída pelo sujeito. (Graeml, 2007)
As práticas no contexto do lazer apontam possibilidades de conhecimento de si, ampliando valores e significados que podem trazer melhorias para a saúde mental. Estas práticas resultam nas concepções de identidades, identificações e significados, os quais se entrelaçam de forma complexa, construindo, desta forma, outras fontes de significados e satisfação para os que estão nelas envolvidos. Assim, os espaços de lazer da cidade devem representar lugares com significados, sentidos e direções que se configuram como espaços de encontros e desencontros, caracterizado por suas diferenças e especificidades, experiências, conhecimentos e relações sociais. (Silva et al., 2012)
Scraton, e Watson (1998) ressaltam a pluralidade de espaços de lazer na cidade, contudo, quando destacam as relações de corpos relacionadas ao gênero, os espaços de lazer destinados para as mulheres ainda existem fatores estruturantes que tornam desiguais tais vivências no contexto urbano. Na mesma direção Gorman-Murray et al. (2017) mencionam uma atenção mais próximas aos espaços de lazer na cidade para a população LGBTQIA+, a partir dos sentidos e significados sociais para esta população.
Neste sentido, os espaços das cidades precisam ser pensados de forma plural, para que possam atender as necessidades plurais da população. No entanto, no ano de 2020 a população mundial foi impactada com o COVID-19, o que levou a população a ressignificar as práticas no contexto do lazer, uma vez que em várias cidades houve lockdown, e consequentemente a proibição de frequentar alguns espaços públicos e privados (Batista, Anjos Junior, e Neves, 2022). Em Natal/RN, por exemplo, bares, shoppings, cinemas, foram fechados, bem como alguns espaços públicos como parques e até na praia foi proibida a circulação de pessoas, como medida para conter a proliferação do vírus.
No contexto da educação, diversas instituições de ensino suspenderam suas atividades presenciais, ocasionando um período de afastamento dos estudantes das suas rotinas acadêmicas. Após alguns meses do início da pandemia da COVID-19, várias instituições de ensino passaram a adotar o ensino remoto, como forma de retomar as atividades acadêmicas. A pandemia da COVID-19 pode ter intensificado o sentimento de incapacidade e inferioridade dos estudantes, dado que, de maneira repentina, houve uma transição do ensino presencial para o ensino remoto, incluindo as práticas dos estágios, as quais passaram a ter interações virtuais. (Lopes, G., Lopes, P., e Santos, 2023)
Pedrão, e Uvinha (2017) apontam, no contexto do Brasil, que quanto maior a escolaridade das pessoas, maiores são as alternativas de lazer que aparecem como suas escolhas. Além disso, os autores indicam que a educação é uma das direções que contribuem para que ocorram, ao mesmo tempo, práticas de lazer de maneira voluntária e consciente.
Alguns estudos foram realizados com o objetivo de investigar o impacto do isolamento social na saúde física e mental de estudantes, nessa direção, pode-se citar: Lopes et a. (2023) com um estudo focado no estresse dos estudantes de uma universidade da região metropolitana de Porto Alegre/RS; Tavares et al. (2020) com um estudo sobre a inatividade física no lazer de universitários de Minas Gerais; Maia, e Dias (2020) com um estudo sobre ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários portugueses.
Outros estudos foram realizados no intuito de investigar como o lazer foi vivenciado por estudantes durante o isolamento social na pandemia da COVID-19, nesse sentido, podem-se citar estudos no contexto de algumas cidades: Montenegro, Queiroz, e Dias (2020) na cidade de Macapá/AP; o estudo de Castilho, Ribeiro, e Ungheri (2020) na cidade de Belo Horizonte/MG; o estudo de Matos, Pinheiro, e Bahia (2020) na cidade de Belém/PA. Todavia, não se sabe como o lazer era vivenciado pelos estudantes antes e durante a pandemia de COVID-19 na cidade de Natal/RN.
Diante do exposto, o estudo teve como questão norteadora: Como os estudantes da cidade de Natal/RN e região metropolitana vivenciaram o lazer no período da pandemia de COVID-19? O estudo teve como objetivo compreender as possibilidades de vivências de lazer dos estudantes antes e durante o isolamento social na pandemia de COVID-19.
Metodologia
O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, uma vez que, permite evidenciar a exposição do conhecimento das características de uma população, fato ou fenômeno, envolvendo suas funções, qualidades e finalidade. (Flick, 2009)
Participaram do estudo 72 estudantes maiores de 18 anos de idade, que vivenciaram práticas no contexto do lazer durante o período de isolamento social, em Natal/RN e região metropolitana. Como instrumento foi utilizado um questionário online disponível pelo Google Forms, divulgado por meio das mídias virtuais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e diversas rede sociais. Foram considerados todos os estudantes que receberam o questionário online e desejaram participar da pesquisa. O questionário teve questões abertas e fechadas relacionadas à temática do lazer e saúde mental em período de isolamento social. Destaca-se que o questionário é um instrumento que oferece maior liberdade ao pesquisador com menos riscos de distorção, podendo obter respostas mais precisas. (Banks, 2009)
Ressalta-se que o instrumento utilizado passou por uma apreciação de dois doutores da área da Educação Física que estudam pesquisa qualitativa, os quais avaliaram a clareza, a validade e a confiabilidade das questões do questionário online. Para cada questão do instrumento, os professores avaliadores emitiram um parecer em relação a cada pergunta contendo três opções: Manter (caso concorde com a questão), Retirar (caso discorde da questão), e Reformular (para sugerir a reformulação da questão).
Os dados foram apreciados por meio da análise de conteúdo de Bardin (2002), a partir da técnica de análise categorial, que se caracteriza pelo desmembramento do texto em unidade de palavras, e em seguida é reagrupada por meio de analogias. As categorias foram previamente estabelecidas, considerando os objetivos da pesquisa.
Ressalta-se que o referido projeto foi apreciado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, recebendo sua aprovação e antes de iniciar os questionários, o ator social teve acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados
Participaram do estudo 72 estudantes residentes na cidade de Natal/RN e região metropolitana. A idade dos participantes é entre 18 a 33 anos. Dentre estes 35 se consideram do gênero masculino e 37 do feminino, sendo todos solteiros. A renda familiar de 48,6% dos participantes é de 1 a 4 salários mínimos, enquanto 19,4% possuem renda acima de 6 salários mínimos, 18,04% até um salário mínimo e 12,5% entre 4 e 6 salários mínimos. 30,5% dos participantes residem com 4 pessoas, enquanto 27,7% residem com 5 ou mais pessoas e 26,3% residem com 3 pessoas.
Quando os participantes foram questionados sobre as práticas no contexto do lazer antes do período de isolamento social foram destacadas as ações ilustradas no diagrama a seguir:
A categoria lazer antes da pandemia, aponta as principais práticas no contexto do lazer realizadas pelos participantes do estudo, antes da pandemia. As principais atividades de lazer apontadas por quantidade de menções foram: encontro com família e/ou amigos (67); Internet (57); filmes e/ou séries (55); praias (52); shoppings (51); música (50); cinema (48); esportes coletivos e/ou individuais (39); bares e/ou restaurantes (39); leitura (38).
No cenário do período de isolamento social, as práticas de lazer tiveram limitações severas, impostas pelas medidas sanitárias, como a significativa quantidade de tempo em casa, a proibição de aglomerações, os eventos cancelados e o fechamento dos locais de lazer públicos e privados. Essas restrições agravaram as limitações das práticas de lazer já presentes antes da pandemia.
Quando questionados sobre as práticas no contexto do lazer durante o período de isolamento social foram destacadas as ações ilustradas no diagrama a seguir.
A categoria lazer durante a pandemia, aponta as principais práticas no contexto do lazer realizadas pelos participantes do estudo, durante a pandemia. As principais atividades de lazer apontadas por quantidade de menções foram: Internet (68); filmes e/ou séries (58); música (52); jogos online (46); leitura (44).
Em pouco espaço de tempo, as práticas de lazer precisaram ser ressignificadas e adaptadas a uma nova realidade, a qual, naquele momento, não se sabia ao certo quanto tempo iria durar tal situação.
Quando comparadas às práticas no contexto do lazer antes e durante o isolamento social devido à pandemia, foi notório o quão tais práticas passaram por processos de ressignificação e adaptação, representadas no diagrama a seguir:
As diferenças mais evidentes foram: encontros com familiares e amigos, passeios em shoppings e praias, seguido da frequência aos cinemas. Durante o período de isolamento, houve um aumento do consumo da Internet, seguido por filmes e séries e ouvir músicas. Ressalta-se a importância das novas tecnologias por meio de dispositivos móveis, como os smartphones com a possibilidade de uso das redes sociais, os quais auxiliaram com o estreitamento do distanciamento, aproximando as pessoas, de certa forma, por meio dos encontros virtuais, sejam a partir das lives ou chamadas de vídeos.
Discussão
O lazer é um dos fenômenos sociais mais associados aos jovens, por suas diversas possibilidades, baseadas na identificação dos indivíduos, nas trocas de experiências, no desenvolvimento de atividades sociais e oportunidades de autorrealização. O distanciamento social teve um impacto significativo nos jovens, levando em consideração que este grupo, de modo geral, é bastante ligado à interação com seus pares e estímulos sociais. (Lazcano, Doistua, e Madariaga, 2022)
Nesse sentido, Noguero et al. (2024) apontam que nos últimos anos surgiram vários estudos analisando o potencial do lazer para o desenvolvimento humano nos seus aspectos psicológico, criativo, cognitivo e dimensões sociais. Dentre os exemplos, os autores mencionaram no contexto espanhol, o Inquérito ao Uso do Tempo de 2009 e 2010, onde já mostrava que os jovens desfrutavam mais tempo em atividades de vida social e diversão do que os grupos de outras faixas-etárias.
Na conjuntura anterior à pandemia, as práticas de lazer não tinham limitações tão severas como as do isolamento social, as oportunidades de acesso às vivências de lazer eram definidas por outros aspectos, como a região que o sujeito reside, as condições financeiras e de moradia, além da escolha individual. (Lucena, 2022)
No mundo capitalista em que a sociedade está inserida, as opções das práticas de lazer, independentemente do interesse cultural do sujeito, são condicionadas pelo tempo livre e pela possibilidade de arcar com os custos financeiros para vivenciá-las. Por exemplo, os custos com serviços, equipamentos, ingressos, deslocamento, entre outros aspectos (Castilho, Ribeiro, e Ungheri, 2020). Portanto, as alternativas de lazer não são as mesmas em todos os espaços, nem para todos os sujeitos (Lucena, 2022). Em um mundo ideal, os espaços públicos de lazer deveriam exercer a função de democratização das alternativas de lazer, para oportunizar variadas possibilidades para aqueles com mais dificuldades de frequentar os espaços de lazer privados, porém as opções ainda são limitadas. (Lima, 2006)
Rechia (2017, p. 3) aponta a importância de “haver espaços atrativos, de qualidade, que atendam a diferentes faixas etárias e estimulem as práticas corporais, a criatividade e as atividades culturais”. Dessa forma, as pessoas terão mais possibilidades de desenvolver práticas com um maior nível de satisfação.
Os encontros com familiares e amigos seja em espaços públicos de lazer ou privados é um fator primordial para socialização das pessoas. Os espaços de lazer auxiliam o processo de socialização, cultura e educação da população, permitindo a aproximação e integração entre as pessoas (Soares Neto, 2018). Embora sejam espaços que possam ser frequentados individualmente, muitas vivências envolvendo a praia, o shopping, o cinema e os bares e/ou restaurantes, possuem fortes características relacionadas à socialização. A prática de esportes também proporciona diversas interações sociais de lazer, em maior ou menor grau, dependendo das características da modalidade e da relação do sujeito com os outros praticantes. Melo (2003) destaca que muitas atividades de lazer tendem a desenvolver a sociabilidade e envolver grupos, incluindo as vivências que possuem como elemento principal o interesse artístico ou físico-esportivo, como o cinema, a música e a prática de esportes.
Segundo Schwartz (2003), a Internet tem sido uma alternativa de lazer, já que proporciona diversas formas de diversão e interação social. Silva et al. (2022) comentam que o avanço da tecnologia e o maior acesso à equipamentos digitais, gerou um aumento na velocidade da propagação de informações e a Internet tornou-se mais presente no cotidiano das pessoas como forma de lazer. Desse modo, além da opção “Internet”, na pesquisa, havia algumas opções de atividades decorrentes da utilização da Internet, com o objetivo de alcançar um maior detalhamento das atividades virtuais. Em um estudo realizado no México, Navarro, e Dominguez (2022) chamam atenção para as formas de usos da Internet, incluindo o lazer, como elementos essenciais para o indivíduo pertencer a uma cultura digital global. Os autores também apontam que as redes sociais proporcionam um sentido de comunidade, onde diretrizes são moldadas e reproduzidas para diferentes grupos com um efeito de massa que ultrapassa fronteiras.
Com relação às praias em Natal e região metropolitana, estas estão entre as principais opções de lazer da população local, visto que a região possui um vasto litoral e de fácil acesso. Tavares, Vaz, e Matos (2021) ressaltam a praia como um lugar de memória e formação de sociabilidade e afirmam que as experiências de lazer e esportes são os principais motivos que levam as pessoas às praias.
Já a procura pelo shopping no contexto do lazer urbano, advém, principalmente, da crescente violência urbana no Brasil. De acordo com Marcellino (2007, p. 55) “o problema cada vez mais grave da segurança pública certamente contribui para confinar as pessoas ao ambiente doméstico". Seguindo o apontamento do autor, pode-se afirmar que o shopping torna-se uma excelente opção de lazer externo ao ambiente doméstico, visto que o local, pelas suas características, transmite uma elevada sensação de segurança aos consumidores.
Além do lazer ser um direito constitucional, Gomes (2014) destaca como necessidade humana e de dimensão cultural representada a partir de manifestações culturais no contexto lúdico, identificada em um tempo e espaço social. Contudo, durante a pandemia as vivências e práticas no contexto do lazer precisaram passar por ressignificações, de modo que em sua maioria fossem limitadas ao espaço residencial.
Silva et al. (2022) contextualizam um cenário em que o lazer dos brasileiros também foi fortemente afetado, durante o período mais severo da ditadura militar brasileira, as pessoas eram obrigadas a ficarem confinadas por muito tempo em suas casas, as práticas culturais, sociais e artísticas, foram extremamente censuradas e houve um direcionamento para os interesses da indústria de massa, como televisão e rádio, os quais sofriam o controle do estado.
Gehl (2013) aponta que os espaços de lazer carregam vários sentidos e significados, a partir das relações sociais. Assim, é possível que as pessoas encontrem sentidos e significados em atividades que eram praticadas em espaços externos às suas casas e são inviáveis no ambiente doméstico.
Castilho, Ribeiro, e Ungheri (2020) ressaltam que a casa tornou-se um lugar de isolamento, onde confunde-se o local de divertimento com o local de descanso, o tempo de lazer com o tempo de trabalho. Ademais, os autores também mencionam os contextos em que os indivíduos ficam a maior parte do tempo convivendo com outros familiares, compartilhando espaços pequenos e desestruturados. Reforçando as questões de limitações estruturais e financeiras das práticas de lazer, aumentadas durante o isolamento social.
No início do isolamento, ficar em casa era visto como uma oportunidade de retomar projetos e desenvolver práticas de caráter pessoal. No entanto, com o passar do tempo, a perda da novidade e o cansaço pela extensão do isolamento tornou-se, em alguns casos, uma nova desorganização de rotinas. (Papez, 2022)
A pandemia gerou uma situação paradoxal, de acordo com López et al. (2023), ao mesmo tempo em que as alternativas de práticas de lazer eram restritas, estas também ganharam uma relevância ainda maior, devido a sua importância para questões relacionadas ao bem-estar, descanso, diversão e realização pessoal. Assim, surgiu o desafio e a necessidade de criar novas possibilidades para vivenciar o lazer. López et al. (2023) reforçam que o contexto da pandemia evidenciou a importância do lazer e suas implicações para saúde física e mental dos sujeitos. Os autores pontuam que durante os meses seguintes ao início do isolamento social, diversos estudos começaram a ser publicados analisando as questões mencionadas acima.
O uso da Internet, assistir filmes ou séries, ouvir música, os jogos online e a leitura, tornaram-se as principais práticas no contexto do lazer dos estudantes de Natal e região metropolitana. Sendo todas estas, atividades comuns no ambiente doméstico. As práticas no contexto do lazer, em sua maioria, reúnem pessoas em espaços específicos, o que poderia contribuir para proliferação do vírus. (Batista, Anjos Junior, e Neves, 2022)
No Brasil, principalmente no início da pandemia, aconteceram muitas lives de artistas musicais e foram um grande sucesso. Marques, e Giolo (2020) destacam que nos Países Baixos, uma estação de rádio ofereceu a mais de 30 artistas holandeses a oportunidade de transmitir a sua música a partir da sua sala de estar, enquanto o Club In The Cloud em Amsterdam criou o Isolation Rave, uma série de eventos digitais transmitidos em diversas plataformas com artistas de todo o país.
Os jogos online foram as atividades que tiveram maior crescimento entre os estudantes pesquisados. Tkáčová et al. (2021) apontam que os jogos online permitem diversão, relaxamento e conexão social para pessoas com interesses semelhantes. No estudo de Navarro, e Dominguez (2022), foi constatado que os jogos online são jogados principalmente por jovens, homens não universitários, em locais como casa, na casa de outra pessoa e na escola, utilizando smartphones e consoles de jogos. Estes jogos proporcionam a interação virtual com pessoas até do outro lado do mundo, pois muitos contêm um chat de mensagens como uma de suas funcionalidades. Dias (2021) destaca o Among Us como exemplo de um jogo online que ganhou bastante notoriedade durante o primeiro ano da pandemia. A autora também comenta que a principal característica do jogo são as discussões que a dinâmica proporciona, sendo considerado um jogo social, inspirado no jogo conhecido como “cidade dorme” ou “assassino”.
Brooks et al. (2020) ressaltam que o isolamento social levou a um grande aumento do sedentarismo da população jovem, além do desenvolvimento de maus hábitos alimentares, irregularidades de sono, aumento na utilização de recursos tecnológicos de forma desenfreada, causando dependência, sentimento de frustração e tédio. Noguero et al. (2024) mencionam que comparados a outras faixas-etárias, foram os jovens que desenvolveram mais atividades de lazer digitais, com um grande aumento na utilização das redes sociais.
Em relação a utilização excessiva da Internet, Deslandes, e Coutinho (2020) alertaram para os aspectos negativos, afirmando que poderiam provocar um quadro de vício, intensificado pelo cenário da pandemia. O estudo desenvolvido por Fitzgerald et al. (2022) destaca que o uso excessivo da mídia não era o melhor caminho para aliviar sentimentos negativos de tédio ou depressão.
De maneira geral, ocorreram mudanças radicais que afetaram de forma significativa a saúde mental da população, como apontam os estudos de Menezes (2021) e Couto, Rezende, e Medina (2020), ressaltando as práticas no contexto do lazer e socialização. A proibição e suspensão de práticas em espaços de socialização desencadearam sensações de insegurança, medo, forçando as pessoas a ficarem restritas em seu domicílio de forma isolada. (Batista, Anjos Junior, e Neves, 2022)
Faro et al. (2020) mencionam estudos em que foram detectados na pandemia o aumento dos transtornos de ansiedade, depressão e indícios de comportamento suicida. Clemente, e Stoppa (2020) apontam que esses transtornos influenciam na forma como os indivíduos podem atingir maiores níveis de envolvimento nas práticas de lazer.
Conclusões
O objetivo deste estudo foi compreender as possibilidades de vivências de lazer do grupo de estudantes pesquisado, antes e durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário online, com a participação de 72 estudantes, maiores de 18 anos de idade, da cidade de Natal e região metropolitana.
Foi possível notar que a pandemia afetou o lazer do grupo pesquisado de diversas formas, considerando o cenário anterior à pandemia, quando as principais práticas de lazer vivenciadas, eram, em sua maioria, com alto índice de sociabilidade, e o cenário após o início das medidas restritivas da pandemia, quando as práticas de lazer vivenciadas, passaram a ter uma característica muito mais voltado para vivências possíveis no ambiente doméstico, principalmente as atividades ligadas ao lazer virtual. Assim, deve-se salientar, que as condições de moradia, os aspectos socioeconômicos, as relações familiares, entre outros fatores, impactaram nas oportunidades de lazer acessíveis e na forma como estas práticas foram vivenciadas pelos estudantes durante o período de isolamento social.
Portanto, nota-se a importância dos espaços das cidades para a promoção e vivências no contexto do lazer, uma vez que estes espaços são mecanismos para promoção da cultura, educação e integração social. A socialização a partir do lazer é um elemento de grande importância para a saúde mental, por possibilitar sensações de prazer e bem estar, pelos significados atribuídos pelos sujeitos e por proporcionar o desenvolvimento social e pessoal.
Referências
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Banks, M. (2009). Dados visuais para pesquisa qualitativa. Artmed Editora.
Bardin, L. (2002). Análise de Conteúdo. Edições 70.
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Brooks, KS, Webster, KR, Smitch, L., Wooland, L., Wessely, S., Greenberg, N., e Rubin, JG (2020). The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence. Rapid Review, 395(10227), 912-920. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30460-8
Castilho, C.T., Ribeiro, S.P., e Ungheri, B.O. (2020). Distanciamento Social e Tempo Livre: Paradoxos Vivenciados por Estudantes da Universidade Estadual de Minas Gerais no Âmbito do Lazer. LICERE: Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 23(3), 93-125. https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.25216
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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 319, Dic. (2024)