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ISSN 1514-3465

 

A violência e o preconceito enraizados no futebol. 

O que pensam os alunos do ensino fundamental?

Violence and Prejudice Rooted in Soccer. What do Elementary School Students Think?

Violencia y prejuicios arraigados en el fútbol. ¿Qué piensan los estudiantes de escuela primaria?

 

Odair de Ramos Stocco*

odairstocco@gmail.com

Veruska Pires**

veruskapires03@gmail.com

 

*Graduado em Educação Física

Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Graduando em Educação Física - Bacharelado pela UFRGS

Atualmente é professor de Educação Física

da rede municipal de Guaíba/RS

Arbitro de futebol de campo

pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF)

Graduada em Educação Física

pela Universidade de Santa Cruz do Sul

**Mestra em Educação Física

pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutora em Educação Física pela UFSC

Atualmente é pesquisadora

Núcleo de pesquisa em pedagogia do esporte - NUPPE/UFSC

Professora adjunto da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (ESEFID/UFRGS)

(Brasil)

 

Recepción: 04/09/2024 - Aceptación: 30/06/2024

1ª Revisión: 21/03/2024 - 2ª Revisión: 07/06/2024

 

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Cita sugerida: Stocco, O.R., e Pires, V. (2024). A violência e o preconceito enraizados no futebol. O que pensam os alunos do ensino fundamental? Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(316), 66-82. https://doi.org/10.46642/efd.v29i316.7214

 

Resumo

    A Educação Física é o componente curricular básico responsável por tematizar a cultura corporal do movimento, que integra diversas manifestações corporais, e utiliza o futebol como conteúdo de ensino e também de estudo. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar qual a percepção dos alunos do 9° Ano de uma Escola Estadual de Porto Alegre/RS, sobre a violência e o preconceito dentro do futebol, bem como identificar se esta temática é trabalhada nas aulas de Educação Física Escolar, e quais ações, segundo os alunos, poderiam diminuir tais atos no futebol e na sociedade. A pesquisa se caracterizou como qualitativa descritiva. A coleta de dados foi realizada em formato de grupo focal, com 30 alunos do 9° ano do Ensino Fundamental da Rede Pública de Porto Alegre/RS, por isso foi necessário a aplicação do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), assinado pelo responsável, além de Carta de Anuência assinada pela direção da instituição. Os resultados obtidos indicam, além da ausência de espaços dentro das aulas de Educação Física para estes debates, que a rivalidade e a competição são elementos causadores de violência e preconceito. Ainda, evidenciou a preferência dos alunos por melhores regras e punições severas a quem cometer esses crimes, dentro do futebol e da sociedade.

    Unitermos: Educação Física. Escola. Futebol. Violência.

 

Abstract

    Physical Education is the basic curricular component responsible for thematizing the body culture of movement, which integrates various bodily manifestations, and uses soccer as teaching and study content. Thus, the objective of this work was to analyze the perception of 9th year students at a State School in Porto Alegre/RS, regarding violence and prejudice within soccer, as well as identifying whether this topic is covered in Physical Education classes. School, and what actions, according to the students, could reduce such acts in soccer and in society. The research was characterized as qualitative descriptive. Data collection was carried out in a focus group format, with 30 students from the 9th year of Elementary School in the Public Network of Porto Alegre/RS, which is why it was necessary to apply the Free and Informed Assent Term (TALE), signed by the responsible, in addition to a Letter of Consent signed by the institution's management. The results obtained indicate, in addition to the lack of spaces within Physical Education classes for these debates, that rivalry and competition are elements that cause violence and prejudice. Furthermore, it highlighted the students' preference for better rules and severe punishments for those who commit these crimes, within soccer and society.

    Keywords: Physical Education. School. Soccer. Violence.

 

Resumen

    La Educación Física es el componente curricular básico responsable de tematizar la cultura corporal del movimiento, que integra diversas manifestaciones corporales, y utiliza el fútbol como contenido de enseñanza y estudio. Así, el objetivo de este trabajo fue analizar la percepción de los estudiantes del 9º año de una Escuela Pública de Porto Alegre/RS, sobre la violencia y los prejuicios en el fútbol, ​​además de identificar si este tema es abordado en las clases de Educación Física, qué acciones, según los estudiantes, podrían reducir este tipo de actos en el fútbol y en la sociedad. La investigación se caracterizó como descriptiva cualitativa. La recolección de datos se realizó en formato de grupo focal, con 30 estudiantes del 9º año de la Enseñanza Fundamental de la Red Pública de Porto Alegre/RS, por lo que fue necesario aplicar el Término de Asentimiento Libre e Informado (TALE), firmado por el responsable, además de una Carta de Consentimiento suscrita por la dirección de la institución. Los resultados obtenidos indican, además de la falta de espacios dentro de las clases de Educación Física para estos debates, que la rivalidad y la competencia son elementos que provocan violencia y prejuicios. Además, destacó la preferencia de los estudiantes por mejores reglas y castigos severos para quienes cometan estos delitos, dentro del fútbol y la sociedad.

    Palabras clave: Educación Física. Escuela. Fútbol. Violencia.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 316, Sep. (2024)


 

Introdução 

 

    O futebol utilizado como conteúdo e ferramenta de ensino dentro das escolas torna-se algo importante e valioso em informações e ensinamentos aos alunos nesta etapa da vida de formação como cidadão, identificado como o esporte mais popular do mundo, a escola não deve reproduzi-lo conforme é visto e tratado em suas competições nacionais e internacionais.

 

    No entanto, ensinar futebol, não é apenas uma maneira de transmitir conhecimento ou imitação de gestos técnicos, como menciona a Base Nacional Comum Curricular (BNCC Brasil, 2018), mas também é oportunizar ao aluno espaço para que ele próprio possa criar possibilidades para construir e interagir com os demais companheiros e colegas, ampliando sua bagagem cultural e psicossocial.

 

    Por isso, além de possibilitar que o aluno possa desenvolver suas habilidades motoras, e compreender os valores éticos e atitudinais que o esporte desenvolve, o futebol tem como conceito mais valioso, promover o aprendizado crítico, consciente, e reflexivo do aluno, principalmente dentro da sociedade. (Freire, 2003)

 

    Nesse sentido, este artigo surge da necessidade enquanto professores e professoras de Educação Física de pesquisar os preconceitos e a violência ainda dominantes nas aulas desta disciplina, e na sociedade, bem como as estratégias adotadas pela escola, e, principalmente dos/as professores/as de Educação Física no sentido de se empenharem para reverter tal quadro, e oportunizar aos alunos uma maior reflexão crítica sobre os temas.

 

    Entretanto, a violência presente nas torcidas pode ser entendida como um fator histórico que caminha junto com o esporte em si, Toledo (1996) aponta que a formação de grupos menores com ideais em comum dentro das torcidas age como favorecedor de atos violentos.

 

    Para Pimenta (1997), a presença de um grande número de jovens - que buscam atos de autoafirmação a todo instante fazendo parte das torcidas organizadas como influenciador da violência das torcidas cresce cada vez mais.

 

    A Educação Física é o componente curricular responsável por tematizar a cultura corporal do movimento e insere o aluno nesta esfera a fim de formá-lo cidadão que produz, reproduz e transforma Darido (2014), por isso essa cultura corporal do movimento integra diversas manifestações criadas pelo ser humano, e isso deve ser trabalhado para oportunizar uma melhora na qualidade de vida e do exercício.

 

    Isto posto, o professor de Educação Física pode assumir o papel de agente social individual fornecendo sua concepção, articulação e mediação no processo de formação coletiva, tornando-se responsável pela formação de sujeitos críticos, autônomos e participativos.

 

    Desta forma, o futebol age como instrumento de manifestação, seja de massas, classes, e ideologias, ainda mais em um país como o Brasil, onde ele serve para proporcionar a sensação de vitória às classes que não conhecem outras formas de vencer, ele exerce um sentimento ainda maior em meio a um profundo desnível de oportunidades, contudo o país segue sendo um dos mais violentos e com maior número de mortes entre torcedores de futebol. (Murad, 2017)

 

    Contextualizando diretamente no âmbito escolar, o professor pode usar o futebol de forma simples, oportunizando o jogo para todos, mas deve contemplar através do jogo noções dos problemas da sociedade brasileira, e buscar junto de suas abordagens encontrar soluções e conscientizar os alunos sobre essas necessidades, e por isso que o papel da escola é importante.

 

    Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar qual a percepção dos alunos do 9° Ano do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual de Porto Alegre/RS, sobre a violência e o preconceito dentro do futebol, bem como identificar se esta temática é trabalhada nas aulas de Educação Física Escolar, e quais ações, segundo os alunos, poderiam diminuir tais atos no futebol e na sociedade.

 

    A partir das respostas obtidas, pôde-se realizar uma análise interpretativa que nos levou a reflexões inquietantes sobre o futebol, a violência e o preconceito que serão apresentadas adiante.

 

Metodologia 

 

    Este trabalho se caracteriza como uma pesquisa qualitativa descritiva, na qual tem o ambiente natural como fonte direta de dados, e o pesquisador como instrumento fundamental da coleta de dados, sendo a preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. (Bauer, e Gaskell, 2002)

 

    Nesse sentido, a interpretação dos dados e a atribuição de significados são temas essenciais a serem discutidos e analisados na área da investigação científica, ou seja, é necessário propiciar reflexões de grande valia.

 

    A presente pesquisa foi realizada com seres humanos, por isso foi preciso submetê-la ao Comitê de Ética em Pesquisa, seguindo a Resolução CNS 466/2012, por isso foi necessário a aplicação do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), assinado pelo responsável, além de Carta de Anuência assinada pela direção da instituição.

 

    Dessa forma, foram envolvidos no estudo, 30 alunos do 9° ano do Ensino Fundamental, da EEEF. Willian Richard Schisler, meninos e meninas de 14 a 15 anos de idade, com diferentes experiências e contextos sociais.

 

    O foco da estrutura da coleta dos dados seguiu da seguinte maneira, as duas turmas foram divididas em pequenos grupos, com as seguintes formações: Turma 91° - A, com 8 alunos entrevistados, sendo 4 meninos e 4 meninas; Turma 91°- B, com 10 entrevistados, sendo 5 meninos e 5 meninas; Turma 92° - A, com 7 entrevistados, sendo 5 meninos e 2 meninas e Turma 92° - B, com 5 alunos entrevistados, sendo 2 meninos e 3 meninas.

 

    O instrumento de coleta de dados utilizado foi o Grupo Focal, uma técnica utilizada em pesquisas na área educacional, da saúde, e muitas outras, segundo Gatti (2005), o Grupo Focal tem como finalidade precípua, coletar, a partir do diálogo e do debate com e entre os participantes do grupo constituído, informações acerca de um tema específico, havendo assim, intencionalidade clara e um foco bem definido.

 

    No entendimento de Oliveira et al. (2020), os pesquisadores, por meio da utilização da entrevista estruturada e semiestruturada, buscam obter os dados objetivos e subjetivos necessários ao estudo, os dados objetivos também podem ser obtidos, por meio do uso de fontes secundárias.

 

    No grupo focal foi utilizada a entrevista estruturada para a coleta de dados, com roteiro programado com perguntas e imagens expostas, que trabalhavam o ato de pensar e dialogar entre os participantes.

 

    Entretanto, os dados subjetivos, de maneira geral, só podem ser obtidos por meio do uso da entrevista, e por isso o uso dos grupos focais são uma excelente ferramenta, uma vez que tais dados se relacionam com os valores, às atitudes e às opiniões das pessoas entrevistadas.

 

    Com isso, os alunos foram divididos em 4 grupos focais, as conversas aconteceram em dois dias distintos da semana, cada dia com uma turma do 9° ano, sendo a 91° e a 92° respectivamente, formando 2 grupos focais de cada uma delas.

 

    A organização aconteceu em formato de meia lua, com o entrevistador atuando como mediador da conversa, dessa forma, as perguntas eram apresentadas aos alunos pelo Datashow, e assim um por vez ia respondendo a elas, sem tempo definido para resposta, após todos falarem a próxima pergunta era apresentada.

 

    Os dados foram analisados através da Análise de Conteúdo de Bardin, que organiza as informações em categorias que se assemelham ou se destacam para então serem analisadas separadamente. (Bardin, 2016)

 

    Desta forma, a análise se constituiu acima dos três questionamentos estabelecidos pela pesquisa: comente sobre violência e preconceito no futebol; em que momentos na escola você já debateu sobre violência e preconceito no futebol dentro das aulas de Educação Física; e, quais atitudes/ações devem ser tomadas para diminuir estes atos no mundo do futebol.

 

Resultados e discussão 

 

    Ao analisar os depoimentos dos alunos com relação aos questionamentos identificamos em suas falas, diferentes opiniões, diferentes pensamentos e reflexões sobre os temas que contextualizam o futebol na Educação Física escolar; o futebol em sociedade; e qual a perspectiva dos alunos sobre o futebol e como essas temáticas são desenvolvidas no contexto escolar.

 

    Sobre o questionamento 1, comente sobre violência e preconceito no futebol, a análise apresenta os seguintes resultados, conseguimos identificar um certo desconforto e silêncio de todos os alunos da sala ao tratar dessa temática, hora por vergonha de falar sobre ou também por falta de conhecimento sobre os temas em debate.

 

    Dessa forma, o primeiro dado a ser apresentado, traz incidências que indicam dois eixos de análise, que seriam os causadores de violência e preconceito dentro do futebol.

 

Rivalidade/competição e educação 

 

    Essa perspectiva, mostrou que para a grande maioria dos alunos (76,7%), a violência e o preconceito estão diretamente ligados a rivalidade e competição.

 

    Mas também revelou que dentro deste eixo, para 28,5%, dos alunos, existem diferentes tipos de violência causadas pela rivalidade e a competição esportiva, com destaque para que: é algo ensinado e passado de geração em geração.

 

    Já para o restante dos alunos (23,3%), a violência e o preconceito estão ligados à falta de educação e convivência das pessoas em sociedade, além dos próprios agentes do jogo, seja por jogadores, torcedores, dirigentes, mídia esportiva, etc.

 

    Dessa forma, a segunda categoria de impacto foi a educação, ou melhor a falta dela, paralelamente com o respeito ao próximo, e a convivência em sociedade, o que segundo eles também é algo que é utilizado como combustível para que algumas pessoas se utilizem da violência e do preconceito.

 

    Após essas reflexões começamos a analisar o questionamento 2, procuramos verificar se os alunos debatiam sobre estes temas nas aulas de Educação Física, seja por interesse do professor em trazer questões sociais para debate, ou por desejo próprio deles mesmos, também questionamos se eles conversavam entre si fora das aulas.

 

    A análise dos dados mostrou uma realidade interessante, visto que a maioria (83,3%) dos alunos respondeu que nunca debateram ou tiveram dinâmicas nas aulas de Educação Física sobre esses assuntos, seja em momentos de prática esportiva ou reflexões atitudinais.

 

    Contudo referente a isso, também foi questionado o quanto os alunos se importavam com estes assuntos, e como eles obtiveram conhecimento e lições diante destas situações, com isso parte deles (40%) respondeu que conversavam sobre estes temas fora da aula, principalmente em suas casas com seus pais, e familiares.

 

    Sobre essas reflexões, foram obtidas as seguintes respostas referentes ao questionamento 2: um (1) aluno afirmou que já aconteceu esse debate durante uma aula de Educação Física, e por questões de violência durante um jogo; e três (3) alunos afirmaram que houve esse debate dentro da escola durante as aulas de Português, analisando temas de preconceito, mas de uma forma rasa, sem muito aprofundamento.

 

    A terceira categoria de análise foi sobre o questionamento 3, procuramos entender quais ações/atitudes poderiam ser tomadas para diminuir/minimizar estas atitudes no mundo do futebol, entender o que os alunos mudariam para tornar o ambiente melhor e mais seguro, quais seriam as suas estratégias e o que era preocupante para eles, foi possível notar uma maior facilidade para responder este questionamento e uma noção de civilidade e rigidez por todos, perante as regras e sentenças em sociedade.

 

    Por isso, infelizmente se analisarmos como os exemplos e quais os comportamentos das torcidas, não apenas as verbalizações de apoio e incentivo, mas as manifestações com conteúdo agressivo, as cobranças exageradas e toda a pressão que molda o cenário do futebol no país, episódios de agressão e violência tem tomado conta das ocorrências policiais associadas às rivalidades presentes no futebol, e na nossa sociedade.

 

    Sendo assim, para a maioria dos alunos entrevistados (83,3%), o que poderia trazer ou impactar uma mudança com efeitos reais seria o aumento e surgimento de novas regras e punições mais severas, principalmente aos infratores (torcedores), e também aos clubes que compactuam ou geralmente sofrem apenas punições financeiras que em uma escala futebolística não gera grandes perdas econômicas.

 

    Dessa forma, após analisarmos os dados referentes aos 3 questionamentos feitos aos alunos, tivemos inúmeras respostas positivas e negativas, os resultados foram muito enriquecedores e geraram grandes debates.

 

    E podemos notar isso, com a fala do Aluno 1, que sobre a violência deu a seguinte resposta; “violência no futebol é algo constante nos dias atuais, passada de geração em geração, assim como o amor pelo clube escolhido”, e terminou respondendo à pergunta dizendo, “é como que se a sociedade nos obrigasse a odiar o nosso time rival”.

 

    Podemos notar como a citação do Aluno 1 mostra a realidade atual do futebol brasileiro, ao analisar estes diferentes tipos de violência dentro dessa rivalidade, percebe-se que elas são gatilhos que se apresentam cada vez mais frequentes, seja passada de geração em geração, como o ato de torcer pelo clube, como a própria vivência das torcidas organizadas, e a elitização e exclusão das massas dos estádios de futebol.

 

    Contudo, como aponta o Coletivo de Autores (2012), a escola é o local onde o aluno tem acesso a prática esportiva em um âmbito educativo e formador, diferente de um ambiente de auto rendimento ou profissional, e que permite uma apropriação de elementos da cultura corporal, para que ele possa reconhecer os valores educativos dessa prática, e que isso venha a contribuir para a sua formação como cidadão, sabendo diferenciar rivalidade e competição do desejo de ódio ao próximo.

 

    Por isso, os conhecimentos da Educação Física vão além da prática do esporte visando seus aspectos técnicos, alto rendimento ou o fazer por fazer, é necessário que o professor utilize esse espaço de contato entre todos os alunos para explorar os conteúdos da Educação Física que devem trazer um sentido à vida, e na formação de um cidadão ético e crítico na convivência em sociedade.

 

    Nesse sentido, resgatamos a fala da Aluna 5, que em sua resposta diz: “o preconceito e a violência já vêm diretamente da nossa sociedade, e é passada à frente por pessoas burras, que usam os recintos esportivos para manifestar suas atitudes criminosas”.

 

    E se analisarmos que o torcedor é considerado parte essencial do futebol, e está inserido na sociedade, e que sem ele seria difícil continuar com o espetáculo e com a atmosfera que é criada nos jogos, então porque são os maiores causadores de violência e preconceitos dentro do futebol, a competição é o que gera lucro e crescimento, mas também é associada como causadora de conflitos.

 

    Nesta perspectiva o professor Moura (2019) afirma que ao nascer um menino no Brasil, sua jornada está determinada por um vasto caminho ligado ao futebol, a sua socialização é inicialmente determinada desde antes da gestação, da previsão futurista com relação ao time que a criança irá torcer a adereços relativos a algum tipo de simbolismo referente ao futebol (bolas, estandartes, roupas nas cores do clube preferido pelo pai e/ou mãe, entre outros).

 

    Sobre a predisposição para aqueles que se tornam torcedores, tivemos a resposta do Aluno 16: “que a violência vem da rivalidade entre os times, entre as torcidas, e da própria competição, que quer um espetáculo com emoção, mas essa rivalidade entre as pessoas é gerada pelo orgulho humano, algo da natureza selvagem do homem, que não aprende a lidar com suas frustrações, principalmente na derrota”.

 

    E se pensarmos que torcedor é toda pessoa que aprecie, apoie ou se associe a qualquer entidade de prática esportiva do país e acompanhe a prática de determinada modalidade esportiva, teremos milhares de pessoas ligadas a associações que irão fomentar rivalidades umas com as outras, isso mostra que o futebol é uma atividade econômica com capacidades estrondosas no Brasil.

 

    Esta reflexão pode apontar um caminho perigoso, como respondeu o Aluno 22, que disse: “a violência está inserida no jogo a bastante tempo, seja dentre os jogadores, os torcedores e até mesmo por parte de quem trabalha durante os jogos”, o aluno citou o exemplo “do torcedor do Brasil-PEL que foi covardemente agredido por policiais militares após um jogo do seu time”.

 

    Por isso, podemos notar que a rivalidade e a competição, são fenômenos que estão inseridos dentro do esporte praticamente desde a sua criação, fazendo com que as pessoas tenham que aprender a lidar com isso, nas palavras de Freire (2003), o futebol que é ensinado na escola, deve contribuir para que o aluno usufrua de seus ensinamentos na sua vida cotidiana, com conteúdos atitudinais e conceituais.

 

    Pode notar-se, que os estudantes, através dos encaminhamentos realizados, e resultados obtidos reconhecem as transformações sociais que compõem esta cultura do futebol, e sabem criticamente entender o correto papel dos jogadores e torcedores, assim como a influência da mídia e o envolvimento do dinheiro, a partir do poder que ele exerce no futebol, por isso elegeram a rivalidade e a competição como alimento da violência e do preconceito.

 

    Foi possível notar isso pela fala da Aluna 12: “existe muita violência verbal e física no futebol, as provocações e a rivalidade acabam fazendo com que ela seja explícita, e o preconceito mostra um ódio que a pessoa tem por dentro, ao perceber que outra pessoa pode ser melhor que ela, então a atacar, esquecendo da educação e do respeito que lhe é ensinado”.

 

    Podemos notar e analisar também que os alunos, reconhecem seus erros e vivências, muitos se lembraram de momentos de violência por parte das torcidas organizadas dos grandes clubes do Brasil, mencionando cenas de violência vistas na televisão, assim como casos de racismo e machismo.

 

    Além disso também foram apresentados exemplos sofridos pelos próprios alunos em jogos de futebol, como apresentou o Aluno 28; “sofri uma agressão física durante uma partida de futebol, onde levei um soco em meu rosto, acredito que o agressor não deve ter tido educação, pois achou que a violência seria a solução, só por estar perdendo o jogo”.

 

    A partir dessa reflexão apontada pelo aluno, a escola como principal norteadora nesta etapa da vida dos alunos, deve oferecer caminhos que façam com que eles usem a educação em primeiro lugar, algo que está inserido dentro dos seus ensinamentos, como menciona a BNCC Brasil (2018), a educação é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social.

 

    Podemos com isso, destacar que além do futebol proporcionar o desenvolvimento de capacidades motoras ele possibilita uma integração social ao aluno, uma criação de laços afetivos que são capazes de quebrar e inibir diferentes barreiras sociais, o respeito ao adversário, servindo de discernimento social com o respeito ao próximo, o dever coletivo em jogo compartilhado, entendendo que ambos são fundamentais para se alcançar um objetivo.

 

    O esporte inserido na cultura, ensina e educa ao mesmo tempo, para Busquets (2003), no universo do futebol sempre há possibilidades concretas de identificar temáticas que permeiam as transversalidades envolvidas à modalidade, passando por cima de costumes e ideias herdadas de uma cultura nociva do esporte.

 

    Por isso, entendemos que todas as reflexões sobre problemas sociais, são necessárias, e possibilitam aos alunos a compreenderem suas realidades sociais, e cabe ao professor de Educação Física problematizar e oferecer este espaço aos alunos para que possam interpretar e questionar tais valores transversais (dimensão atitudinal), garantindo a todos o direito de questionar e se livrar de padrões impostos pela mídia e sociedade, assim como a cultura nociva do futebol.

 

    Mas diante disso, se analisarmos que a Educação Física é o componente curricular da educação básica responsável por tematizar a cultura corporal do movimento, que integra diversas manifestações corporais criadas pelo ser humano ao longo do tempo, o professor de Educação Física deve estar preparado para proporcionar ao aluno conhecimentos significativos, não só de habilidades práticas, mas de oportunizar o aluno a ser um cidadão crítico e reflexivo, sobre o que o norteia, e em como conviver em sociedade.

 

    Como aponta Freire (1996), o ato de ensinar não significa transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção, ou sua construção, oportunizando tanto o professor quanto o aluno a serem os reais sujeitos dessa reconstrução.

 

    Nesse sentido, resgatamos a fala do Aluno 27, que respondeu da seguinte forma: “nunca debatemos isso nas aulas, me lembro de fazer algo em algum trabalho, e acredito que seriam muito importantes estes debates, é um papel da escola, acredito que muitos deveriam debater mais sobre estes assuntos, principalmente sobre preconceito, mesmo eu não gostando de futebol”.

 

    Desta forma, como menciona Oliveira et al. (2018), a escola precisa ter uma gestão escolar que vise alcançar os verdadeiros objetivos educacionais, “o princípio da gestão democrática inclui a participação ativa de todos os professores e da comunidade escolar como um todo, de forma a garantir qualidade para todos os alunos”.

 

    Dito isto, podemos notar como é emergente a inserção das questões étnico-raciais no currículo da Educação Física, pois o trabalho pedagógico deste componente pode contribuir de forma significativa para o combate das disparidades da sociedade, além de formar cidadãos mais críticos e que cada vez mais repudiam essas atitudes em sociedade.

 

    Outro fator importante é que com essas atitudes, podemos mudar muitas questões, até mesmo fomentar o desejo de quem não gosta das aulas práticas, em participar de debates enriquecedores, o futebol além do futebol, como mencionou o Aluno 2: “eu nunca comento ou vejo algo sobre futebol, pois não me interesso por isso e não participo muito das aulas”.

 

    Em meio a isso, o professor ensina futebol, tal como forma de trabalho ou lazer, em seu ambiente profissional ou amador, ele tem um poder de mobilização surpreendente, e com isso ele deve ensinar futebol a todos, ensinar bem futebol para todos, e ensinar mais que futebol a todos, ensinar a gostar, e antes disso, ainda é mais importante ensinar a respeitar a todos, a sentir dentro de si o que é certo ou errado, o que o jogo proporciona em diferentes contextos, seja dentro das aulas no período escolar, ou fora delas.

 

    Entendendo que com isso, se consiga educar e mobilizar a todos os alunos, e que possa se confirmar espaços livres de violência e preconceito, para que todos sejam aceitos e não tenham medo de expressar suas opiniões, como citou o Aluno 15; “eu nunca cheguei a comentar sobre estes assuntos durante as aulas, porque a violência verbal e física é considerada comum entre os meus colegas”.

 

    Desta forma, como mencionam Nigro, e Baracat (2018), para os homens, a masculinidade gera poderes, porque os coloca em posição irracional, como se não fossem capazes de dominar suas pulsões e estivessem à mercê de seus instintos tal qual animais selvagens.

 

    Por isso, entendemos que com a fala das autoras e considerando as diferentes manifestações de preconceito e violência no futebol, defende-se que o trato pedagógico desse esporte contemple ações em favor da desconstrução de práticas de discriminação e de desrespeito enfrentadas todos os dias no Brasil e em outros países, por isso é papel da escola, e dever do professor de Educação Física fomentar e acrescentar tais debates em suas aulas, possibilitando aos alunos combaterem e criticarem tais ações dentro e fora da escola.

 

    Por isso, que o Taylor Report (1990) impactou tanto o futebol inglês, e fez que essas mudanças que os alunos tanto sugerem, mudassem o futebol para sempre, na prática, o Relatório Taylor decidiu que os principais estádios da Inglaterra precisariam passar por uma série de mudanças e reformas, em alguns casos mais graves até mesmo demolição.

 

    Foram feitas ao todo 76 recomendações para melhorar o futebol nacional, mas uma em específico mudou muito o que seria a experiência de você ir assistir e torcer pelo seu time, a readequação e proibição de setores de torcida em pé, até poucos dias atrás todos os setores tinham apenas cadeiras, e a obrigatoriedade era ficar sentado para ver o jogo.

 

    Com isso, resgatamos a fala do Aluno 9: “para mudar alguma coisa neste cenário atual, é preciso aumentar a restrição à culpados, aumentar a segurança dentro dos jogos, e uma penalização total nestes casos, para o clube e para o torcedor, na justiça, seja com a prisão do criminoso e a exclusão esportiva do time”.

 

    Outra perspectiva dessa ideia veio com o Aluno 15, ele mencionou que: “as pessoas deviam ser presas e expulsas dos jogos ao cometer qualquer ato de violência ou preconceito, tínhamos que criar novas regras no futebol, adicionar mais policiais, dar mais segurança às pessoas que frequentam estes espaços, mas é preciso ter regras mais rígidas”.

 

    Dessa forma, como aponta Giulianotti (2012), o comportamento emocional de torcedores em dias de jogos de futebol é insano, o que demanda investimentos altos no campo das políticas públicas, isso por causa dos altos índices de violência e crimes relacionados à rivalidade entre os times de futebol e as torcidas principalmente.

 

    Dessa mesma forma, foi dito pelo Aluno 21, que destaca: “se houver punições pesadas no futebol, referentes a esses tipos de atitudes, que são atitudes incabíveis em sociedade, já que muitas vezes só um pano é passado em cima, uma leve suspensão e logo em seguida o criminoso acaba retornando ao estádio, isso facilita e dá exemplos para outros torcedores”, e vale ressaltar que, no Brasil, a violência nas torcidas de futebol tem assumido estatísticas alarmantes, fazendo com que este seja considerado um dos países com maiores índices de homicídios entre torcedores de futebol, durante dez anos, como aponta Murad (2017).

 

    E desta forma, não é casual que a Inglaterra, tenha sido berço do futebol moderno, pois a regulamentação do futebol operada pelos ingleses confirmava a valores caros à sociedade burguesa da época, produtividade, supremacia, competição, fixação de regras, elitização.

 

    Com isso, podemos notar que a segunda parte dos alunos entrevistados (16,6%), acredita que a maior mudança seria através da educação e conscientização das pessoas, e dos torcedores, através de diálogos livres de qualquer descriminalização, pois o futebol é das massas populares.

 

    Contudo, se pensarmos diretamente no nosso futebol e como isso reflete nossa sociedade, ainda há muito atraso em questões de sociabilidades e respeito ao próximo, nem todos que frequentam um recinto esportivo desejam fazer confusão, mas identificar e excluir as pessoas que fazem isso é algo necessário.

 

    Dessa forma, foi como mencionou o Aluno 14, “poderíamos banir qualquer pessoa que causasse confusão ou começasse um tumulto, seja por violência ou preconceito”, mas para isso é necessário um amplo apoio não só dos demais torcedores, mas de clubes, dirigentes, mídia, confederações e segurança pública.

 

    Além disso, como relatou a Aluna 11, “é necessário regras mais rígidas, punições mais poderosas, banimento do esporte, e exemplos que eduquem, pois, um homem que ordena e participa do assassinato e esquartejamento da mulher e mãe do seu filho jamais poderia continuar com sua carreira dentro do futebol (Caso Bruno - ex-goleiro do Flamengo)”.

 

    Desta forma, como menciona Barbosa (2018), a luta por direitos das mulheres tem cada vez mais ganhado forças e lugar na mídia, entretanto, conceitos como masculinidade tóxica e o papel do homem nos relacionamentos ainda precisa ser discutido com maior amplitude, pois tais conceitos podem ser percebidos no âmbito futebolístico, uma vez que há um universo permissivo ao machismo e, assim como o jogador é medido pela sua performance, na sociedade os homens são medidos pela sua performance.

 

    Nota-se necessário e urgente uma maior atenção e investimento das autoridades brasileiras quanto à segurança da população de um modo geral em espetáculos esportivos, uma nova análise do Estatuto do Torcedor do Futebol1 - Lei Nº 14.597/2003, que trabalha na prevenção da violência, além de unir clubes/torcidas, polícia e esfera pública para dialogar e construir novas estratégias para solucionar as problemáticas da violência e do preconceito no futebol brasileiro.

 

    Por fim, pode-se notar uma maior participação masculina referente ao futebol, mas uma sensibilidade acerca das questões de preconceito referentes às mulheres, assim como maior maturidade para se expressar e entender a profundidade dessas questões em sociedade, fica visível o fato dos homens não entenderem que o esporte tem uma capacidade enorme de lidar com temas transversais e com valores éticos, tendo uma leitura das questões atitudinais do esporte.

 

Conclusões 

 

    O futebol é um dos fenômenos esportivos mais expressivos da atual sociedade, expandiu-se pelo mundo de forma avassaladora, e hoje está presente em todas as sociedades globais, entretanto a forma que é trabalhado nas escolas deve ser revista pelos professores de Educação Física.

 

    Dessa forma, é papel do professor de Educação Física ficar atento ao trabalho pedagógico e perceber que este trabalho não é só material e lúdico, é entender que o resultado não é visto somente no ato de produzir habilidades motoras ou promoção e prevenção da saúde.

 

    Mas sim, de possibilitar o aluno sua utilidade em uso particular de cada um, relacionado à sua realidade, e contexto social, o ensino deve formar através das suas aulas, indivíduos críticos, pensantes, e que sejam capazes de furar a bolha da realidade da classe dominante e realizem transformações sociais.

 

    Por isso, o esporte como uma produção cultural da história da humanidade, tem que ser pedagogizado dentro da escola, e é dever do professor de Educação Física apresentar aos alunos todas as facetas deste esporte, e explicar o poder que ele pode exercer na sociedade.

Ensinar a valorizar a competitividade, explicar as rivalidades, o aspecto técnico e tático, mas acima de tudo, trabalhar os temas transversais, a cultura e a história do esporte, pois, ele é uma ferramenta capaz de impactar de forma significante a convivência e a forma que a sociedade vive e respira futebol, e como se utiliza da sua produção cultural.

 

    Nessa perspectiva, é papel da escola valorizar o coletivo acima do individual, e a vivência que a prática da Educação Física possibilita, ela permite o desenvolvimento não só de habilidades, mas também de competências importantes para uma melhor convivência social, compartilhar, respeitar, trocar, ouvir e aprender uns com os outros.

 

    Assim, notou-se que os resultados encontrados nesta pesquisa, mostram que o futebol que vem sendo trabalhado nas aulas de Educação Física, de uma maneira geral precisa sofrer algumas transformações no seu eixo pedagógico.

 

    Algumas ideias defendidas em uma abordagem mais crítica e reflexiva sobre o mundo do futebol e como a sociedade lida com os seus problemas, o esporte necessita trabalhar questões do seu aspecto histórico, crítico, e ensinar significados e finalidades, voltadas para a formação humana dos estudantes em sociedade de forma honesta e igualitária.

 

    É necessário que se encontre um caminho racional para melhor ensinar estes temas, como aponta o Coletivo de Autores (2012), onde os conteúdos selecionados e organizados devem promover uma concepção científica de mundo, uma real visão da atual sociedade e realidade brasileira.

 

    Ficou evidente, também, que embora o futebol seja popular entre a maioria dos alunos da turma, poucos conheciam as desigualdades raciais que fazem parte da história do jogo, por isso é necessário implementar questões étnico-raciais no currículo da Educação Física.

 

    Contudo, também é necessário promover conhecimentos históricos de como o esporte era dominado pela burguesia, e de como ela buscava desenvolver manifestações de preconceito e descriminalização entre as classes e grupos sociais, sem mencionar a violência.

 

    Desta forma, como menciona Coriolano, e Quintas Conde (2016), o fanatismo entre torcedores de futebol, assim como religiosos e políticos, pode afastar inúmeros torcedores dos recintos esportivos, e contribuir para a escalada da violência, se tornando um problema gigantesco para a sociedade, podendo até ser considerado como uma questão de saúde pública.

 

    Por fim, é necessário que o professor abra espaços para debates, aprenda a reconhecer a pluralidade cultural brasileira e entenda quais os pensamentos e posicionamentos dos alunos sobre temas tão gritantes em nossa sociedade.

 

    E isso fica de sugestão para novos estudos, é preciso refletir e entender como devemos tratar estes casos desde cedo, para depois no futuro não precisar tratar uma sociedade doente e opressora, temos que combater manifestações racistas e violentas desde cedo, seja dentro do esporte ou da sociedade.

 

Referência 

  1. O Estatuto do Torcedor, como ficou conhecida a Lei 14.597/03, é um resultado de um histórico conturbado no futebol brasileiro. De autoria do Poder Executivo e sancionada no Governo, em 15 de maio de 2003, a lei tem por objetivo proteger os interesses do consumidor de esportes no papel de torcedor, obrigando as instituições responsáveis a estruturarem o esporte no país de maneira organizada, transparente, segura, limpa e justa.

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 316, Sep. (2024)