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ISSN 1514-3465

 

O período menstrual e a realização do treinamento

de força por jovens atletas. Uma revisão bibliográfica

The Menstrual Period and the Performance of Strength

Training by Young Athletes. A Literature Review

El período menstrual y la realización del entrenamiento de fuerza

por parte de jóvenes deportistas. Una revisión bibliográfica

 

Jéssica Martins Felix*

jessicafelix141315@gmail.com

Flávio Avelino Bezerra**

flavioavelino1991@gmail.com

Ritchele Diego de Almeida Freitas***

ritchelearthur@gmail.com

Caio Vinícius da Silva+

caioviniciusgba@hotmail.com

Maiara Alves Nascimento Araújo++

maiaraanascimento13@gmail.com

João Antonio Silva Araújo+++

joaooaaraujo@gmail.com

 

*Bacharela em Educação Física

da Escola de Ensino Superior do Agreste Paraibano (EESAP)

Voluntária no Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde

e Deficiência (GPSADE) da Faculdade EESAP

**Bacharel em Educação Física da EESAP

Voluntário no GPSADE da Faculdade EESAP

***Bacharel em Educação Física da EESAP

+Biólogo pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-CE)

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente

pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Docente da EESAP

Pesquisador colaborador do GPSADE da Faculdade EESAP

++Fonoaudióloga pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)

Especialização em Avaliação em Saúde Aplicada à Vigilância

pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Mestre em Ciências da Reabilitação

pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Docente da EESAP

Pesquisadora colaboradora do GPSADE da Faculdade EESAP

+++Fisioterapeuta pela UFPB

Especialização em Aprendizagem Motora

pela Universidade de São Paulo (USP)

MBA em Gestão do Ensino Superior

pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)

Mestre em Ciências da Reabilitação pela UFRN)

com estágio de docência e pesquisa

na Universidad Autónoma de Manizales (UAM), Colômbia

Docente da EESAP

Fundador e coordenador do GPSADE da Faculdade EESAP

Guarabira – Paraíba

(Brasil)

 

Recepción: 19/08/2023 - Aceptación: 09/12/2024

1ª Revisión: 23/12/2023 - 2ª Revisión: 04/12/2024

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Felix, J.M., Bezerra, F.A., Freitas, R.D.A., Silva, C.V., Araújo, M.A.N., e Araújo, J.A.S. (2025). O período menstrual e a realização do treinamento de força por jovens atletas. Uma revisão bibliográfica. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(320), 211-224. https://doi.org/10.46642/efd.v29i320.7183

 

Resumo

    Com a participação feminina no esporte, é indispensável o interesse pelos estudos relacionados aos sinais e sintomas da tensão pré menstrual e à influência dos hormônios sobre o treinamento de força entre jovens atletas. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão crítica da literatura disponível a fim de se descrever as influências do período menstrual na realização de treinamento de força entre jovens atletas. Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura com síntese das maiores evidências científicas. As bases de dados consultadas foram Lilacs, Scielo e Pubmed e os descritores utilizados foram: Período Menstrual; Treinamento de Força; Atletas; cruzadas entre si pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram incluídos sete artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, sendo um estudo transversal, três estudos de campo, dois ensaios clínicos controlados e um de prevalência com estudo de rastreamento. A fase do ciclo menstrual de maior concentração de estrógeno e progesterona é a lútea, sendo ela a que apresenta maior influência positiva na realização do treinamento de força por jovens atletas, pois isto faz com que a mulher suporte maiores cargas e realize mais repetições.

    Unitermos: Período menstrual. Treinamento de força. Atletas.

 

Abstract

    With the female participation in sport, interest in studies related to the signs and symptoms of premenstrual tension and the influence of hormones on strength training among young athletes is essential. The aim of this study was to carry out a critical review of the available literature in order to describe the influences of the menstrual period on the performance of strength training among young athletes. This is a literature review of the literature with a synthesis of the greatest scientific evidence. The databases consulted were Lilacs, Scielo and Pubmed and the descriptors used were: Menstrual Period; Strength Training; Athletes; crossed with each other by the Boolean operators “AND” and “OR”. Seven articles that met the inclusion and exclusion criteria were included, one cross-sectional study, three field studies, two controlled clinical trials and one prevalence with tracking study. The phase of the menstrual cycle with the highest concentration of estrogen and progesterone is the luteal phase, which has the greatest positive influence on the performance of strength training by young athletes, as this makes women support greater loads and perform more repetitions.

    Keywords: Menstruation. Resistance training. Athletes.

 

Resumen

    Con la participación femenina en el deporte, es fundamental el interés en estudios relacionados con los signos y síntomas de la tensión premenstrual y la influencia de las hormonas en el entrenamiento de fuerza entre deportistas jóvenes. El objetivo de este estudio fue realizar una revisión crítica de la literatura disponible para describir las influencias del período menstrual en el entrenamiento de fuerza entre atletas jóvenes. Se trata de una revisión bibliográfica de la literatura con una síntesis de la mayor evidencia científica. Las bases de datos consultadas fueron Lilacs, Scielo y Pubmed y los descriptores utilizados fueron: Periodo Menstrual; Entrenamiento de Fuerza; Atletas; cruzados entre sí por los operadores booleanos “AND” y “OR”. Se incluyeron siete artículos que cumplieron con los criterios de inclusión y exclusión, siendo uno un estudio transversal, tres estudios de campo, dos ensayos clínicos controlados y un estudio de prevalencia con estudio de seguimiento. La fase del ciclo menstrual con mayor concentración de estrógenos y progesterona es la fase lútea, la que mayor influencia positiva tiene en la realización del entrenamiento de fuerza por parte de las deportistas jóvenes, ya que hace que la mujer soporte mayores cargas y realice más repeticiones.

    Palabras clave: Período menstrual. Entrenamiento de fuerza. Deportistas.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 320, Ene. (2025)


 

Introdução 

 

    O ciclo menstrual é dividido em três fases biológicas, sendo cada uma delas caracterizada pela liberação de alguns hormônios como estrógeno e progesterona. Normalmente essas fases ocorrem mensalmente em ciclos de 28 dias, variando de mulher para mulher. (Prazeres et al., 2018; Marinho, 2019; Coswig et al., 2018)

 

    No primeiro dia de menstruação inicia-se a fase folicular, onde acontece a maturação do folículo. A menstruação é definida como a eliminação de sangue e tecido superficial do endométrio, camada interna do útero (Marinho, 2019). Em seguida, dois dias antes da ovulação, as secreções dos hormônios luteinizantes (LH) e folículo estimulante (FSH) produzidas pela hipófise anterior aumentam e as concentrações de estrógeno e da progesterona encontram-se baixas. Com isso inicia-se a fase ovulatória, caracterizada pela expulsão do ovócito pelo ovário, tendo concentrações altas de estrógeno e baixas da progesterona. Na terceira e última fase, conhecida por lútea, o ovário libera o corpo lúteo e a concentração dos dois hormônios é elevada, essa se torna a fase de maior disposição das mulheres. (Lopes et al., 2013)

 

    Durante todo este ciclo, caso o ovócito não seja fecundado, o corpo lúteo se degenera e os níveis de estrógeno e progesterona ficam baixos acontecendo então o fluxo menstrual, período em que surgem vários sinais e sintomas relacionados à Tensão Pré Menstrual (TPM) (Alves et al., 2019) como irritação, agressividade, tensão, ansiedade, depressão, retenção de líquidos, sensibilidade nas mamas, dor de cabeça, dificuldade de concentração, falta de energia, sentindo-se sob pressão, retenção de líquidos e sódio ocasionando edemas pelo corpo (Prazeres et al., 2018; Silva, e Pires, 2021; Santos et al., 2018). Acredita-se que fatores externos contribuam para o surgimento dos sintomas da TPM, podendo ser sociais, econômicos e/ou inatividade física. (Prazeres et al., 2018)

 

    No decorrer da fase folicular há um pior desempenho funcional, comparado às fases ovulatória e lútea (Kami et al., 2017). Algumas mulheres diminuem as atividades de vida diária (AVD's) e outras acabam optando por não praticar seus exercícios físicos (Gaion, 2010). Estes, em geral, são atividades programadas que têm como intuito promover benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais (Dumith et al., 2021), reduzir mortalidade por doenças crônicas, melhoria na saúde mental, nos aspectos sociais e emocionais (Ritti-Dias et al., 2021), além de melhorar o sistema respiratório e cardiovascular, o desempenho físico e a força muscular. Algumas modalidades esportivas se tornaram popular entre jovens atletas, como o treino de força (Almeida, 2021), destacando-se inclusive a participação crescente do público feminino (Neis e Pizzi, 2018). Este tipo de atividade é caracterizado pelos exercícios que exigem da musculatura corporal vencer a resistência oposta, geralmente exercida por algum equipamento como máquinas, pesos e elásticos. (Nasci et al., 2018; Dominski et al., 2020)

 

    Com a participação feminina no esporte, é indispensável o interesse pelos estudos relacionados à TPM e a influência dos hormônios relacionados às fases do ciclo menstrual no treinamento de força entre jovens atletas. Muitas praticantes desta modalidade de exercício, bem como alguns profissionais de Educação Física, estão desavisados sobre as alterações pelas quais o corpo feminino é submetido a cada fase do ciclo menstrual, deixando-os expostos a um baixo rendimento esportivo devido às variações hormonais próprias do momento. (Gaion, 2010)

 

    Todas as alterações relacionadas às fases do ciclo menstrual devem estar relacionadas à intensidade, o esforço, a carga e o volume do treinamento feminino. Esse cuidado poderá potencializar os resultados estéticos e funcionais, além de diminuir quaisquer riscos relacionados à saúde da praticante dessa modalidade esportiva. (Parmigiano et al., 2014)

 

    Portanto, destaca-se a importância do conhecimento específico do profissional de Educação Física sobre o período reprodutivo da mulher, pois entender suas alterações fisiológicas poderá influenciar na elaboração adequada do treino e consequentemente melhores resultados serão obtidos.

 

Objetivo 

 

    Realizar uma revisão crítica da literatura disponível a fim de se descrever as influências do período menstrual na realização de treinamento de força entre jovens atletas.

 

Metodologia 

 

    Trata-se de um estudo exploratório, do tipo revisão bibliográfica da literatura, com a síntese das maiores evidências. A pesquisa se deu a partir da pergunta norteadora: “Quais são as influências do período menstrual na realização do treinamento de força por jovens atletas?” sendo exploradas as bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs, entre os meses de janeiro e agosto de 2024. Para esta pesquisa bibliográfica foram utilizados os seguintes descritores em saúde cruzados entre si pelos operadores booleanos “AND” e “OR”: Período Menstrual AND Treinamento de Força AND Atletas; Período Menstrual AND Treinamento de força OR Atletas; Período Menstrual OR Treinamento de Força AND Atletas.

 

    Os critérios de inclusão estabelecidos foram: artigos que abordassem a influência do ciclo menstrual no treinamento de força por jovens atletas, estudos publicados no período de 2010 a 2024 e que se caracterizassem como pesquisas qualitativas, quantitativas, observacionais ou meta análise. Os critérios de exclusão foram artigos do tipo revisões bibliográficas, trabalhos de monografias, dissertações e teses; artigos publicados antes de 2010; publicações que não estivessem nos idiomas português, inglês ou espanhol ou que não tratassem o tema selecionado. O processo metodológico empregado pode ser visto na Figura 1.

 

Figura 1. Fluxograma representando a metodologia aplicada para seleção dos artigos para este estudo

Figura 1. Fluxograma representando a metodologia aplicada para seleção dos artigos para este estudo

Fonte: Dados da pesquisa

 

Resultados 

 

    Neste estudo foram incluídos sete artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos e assim contribuindo para a pesquisa. O quadro 1 apresenta os estudos incluídos nesta pesquisa conforme autores e ano de publicação, objetivo, delineamento de estudo, amostra e país de origem. Já no quadro 2, são apresentados os protocolos e principais resultados dos estudos analisados.

 

    Evidenciou-se que a amostra final utilizada nesta revisão integrativa foi composta por um artigo publicado em 2010, um em 2013, um em 2014, um de 2016, dois em 2018 e, por fim, um em 2021. Ainda no que tange ao recorte temporal das publicações pode-se considerar que os estudos não são tão recentes na literatura. O intervalo entre 2010 e 2024 foi dado pela escassez de pesquisas atualizadas relacionadas ao tema abordado.

 

    Com relação ao delineamento da pesquisa empregada nos artigos incluídos nesta revisão, percebeu-se que um artigo foi de estudo transversal, três estudos de campo, dois de ensaio clínico controlado e um de prevalência com estudo de rastreamento.

 

    Ao serem mesclados os descritos com os operadores booleanos nas bases de dados e serem adicionados os critérios de inclusão e exclusão notou-se que seis dos artigos selecionados para esta pesquisa são de origem brasileira e um japonesa.

 

Quadro 1. Características gerais dos artigos incluídos na presente pesquisa

Autores/Ano

Objetivo

Delineamento do estudo

Amostra

País de origem

Gaion

(2010)

 

Verificar a prevalência da síndrome pré-menstrual em mulheres atletas.

Prevalência, com estudo de rastreamento

n=57

Mulheres atletas com idades entre 18 e 49 anos.

Brasil

Lopes et al.

(2013)

Avaliar as influências entre as diferentes fases do ciclo menstrual sobre o desempenho muscular dos membros superiores.

Ensaio clínico controlado

n=20
Mulheres com idade média de 22 anos, todas praticantes do treinamento de força resistente hipertrófica.

Brasil

Parmigiano et al.

(2014)

 

Propor a participação da investigação ginecológica durante a avaliação da pré-participação de mulheres praticantes do treinamento.

Estudo de campo

n=148

Jovens atletas com idade média de 15,4 anos, praticantes de oito modalidades esportivas diferentes.

 

Brasil

Sakamaki-Sunaga et al.

(2016)

Investigar como diferentes frequências de treinamento durante as fases menstruais afetam a hipertrofia e a força muscular.

Ensaio clínico controlado

n=14

Mulheres eumenorreicas fisicamente ativas com idade média de 21,2 anos.

Japão

Prazeres et al.

(2018)

 

Comparar os sinais e sintomas dos distúrbios menstruais em mulheres praticantes ou não do exercício físico regular.

Estudo transversal

n=não especificada

Treinadoras assíduas com idades entre 18 e 39 anos.

Brasil

Nasci et al.

(2018)

 

Medir os efeitos agudos do treinamento de alta intensidade em mulheres jovens.

Estudo de campo

n=12

Mulheres saudáveis, com idades entre 18 e 35 anos, libres de doenças crônicas e IMC normal.

Brasil

Almeida

(2021)

 

Verificar a influência do número de séries a serem realizadas sobre o volume do treino.

Estudo de campo

n=10

Mulheres experientes em exercícios resistidos, recrutadas por conveniência.

Brasil

Fonte: Dados da pesquisa

 

Quadro 2. Protocolos utilizados e principais resultados dos estudos analisados.

Autores/ano

Protocolos

Resultados

Gaion

(2010)

Foi utilizada uma ficha autoaplicável baseada nos critérios do American College of Obstetricians and Gynecologists.

O treinamento esportivo pode ter um impacto significativo na prevalência de Síndrome Pré Menstrual em mulheres atletas.

Lopes et al. (2013)

Foi aplicado o protocolo que durou 26 dias, envolvendo o exercício supino reto, com series de 6 a 10 repetições com 60 segundos de descanso. As participantes tinham experiências de um ano de treinamento de força, sendo usuárias de contraceptivos.

Nota-se uma redução da carga durante a fase folicular, quando comparamos com as alterações das fases ovulatória e lútea.

Parmigiano et al.

(2014)

Pre-Participation Gynecological Examination, International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form e Eating Attitudes Test. Para o estudo foram selecionadas participantes que praticavam de oito diferentes modalidades esportivas

50% das mulheres atletas constataram irregularidades menstruais.

Sakamaki-Sunaga et al.

(2016)

A amostra realizou 3 séries de flexões de braço (8-15 repetições) até a falha por 12 semanas.

As variações hormonais ocorridas durante o ciclo menstrual não contribuem significativamente para a hipertrofia muscular e ganhos de força em treinamento de resistência.

Prazeres et al.

(2018)

 

Questionários IPAQ e de avaliação dos sinais e sintomas de dismenorreia e síndrome pré-menstrual. A amostra foi aplicada em alunas da academia da Universidade Federal de Sergipe, Campus Lagarto.

A dismenorreia se torna mais presente entre mulheres sedentárias.

Nasci et al.

(2018)

 

2x4 séries de 20 segundos em intensidade máxima, intercalados com 10 segundos de descanso passivo. Foram analisados a frequência cardíaca, mioglobina sérica, lactato e creatina quinase.

O treino de alta intensidade (HICT) produziu efeitos elevados sobre a frequência cardíaca máxima nas mulheres com alta e baixa aptidão física.

Almeida

(2021)

Três séries no exercício leg press 45º e em seguida mais três series até a falha concêntrica. As participantes foram selecionadas por terem experiência de seis meses no treinamento resistido.

A quantidade de séries a serem realizadas durante a sessão não afeta o volume de repetições realizadas por mulheres de meia idade.

Fonte: Dados da pesquisa

 

Discussão 

 

    Corroborando com objetivo desta pesquisa integrativa, as influências do período menstrual no treinamento de força por jovens atletas, alguns estudos têm sido desenvolvidos e neles estão sendo coletados índices que podem identificar quais são.

 

    Lopes et al. (2013) notaram, por meio de um ensaio clínico controlado, que se faz necessária a redução da carga durante a fase folicular, quando comparada com as alterações das fases ovulatória e lútea, devido a uma maior queda no desempenho físico ocasionado pela concentração de estrógeno e progesterona baixas, alterando o rendimento das atletas. As participantes do estudo relatam não sentir ânimo para realizar sua rotina de exercício.

 

    Gaion (2010) realizou um estudo de rastreamento com prevalência e obteve resultados que mostram o impacto significativo na prevalência da Síndrome Pré Menstrual (SPM) em mulheres atletas. Quando o método de treinamento de força é prescrito de forma intensa, não havendo controle dos hormônios, os sinais e sintomas da SPM acarretarão alterações significativas do humor como irritação e agressividade, sensibilidade nas mamas, cólicas e dor de cabeça. A prescrição correta do treinamento de força, respeitando as alterações hormonais da mulher, é essencial durante a fase folicular devido à ativação neuromuscular proporcionada pelo exercício físico, ativando fatores psicológicos que irão auxiliar na sensação de bem estar, diminuindo tais sintomas.

 

    Segundo Almeida (2021) algumas mulheres mesmo estando no período menstrual mantêm níveis altos de treinamento, envolvendo intensidade, volume e cargas altas, tornando-o desgastante. Poucas diminuem a intensidade do treino durante a fase folicular ou acabam não sendo orientadas sobre a importância dessa diminuição nesse período, outras ainda acabam tendo resistência ao praticar o método de treinamento regenerativo achando que não alcançarão resultados satisfatórios. Evidencia-se ainda, através do estudo de Sakamaki-Sunaga et al. (2016) que apesar do ciclo menstrual afetar as condições físicas, mentais e metabólicas entre atletas femininas, poderia-se acreditar que os resultados de treinamento de resistência pudessem ser prejudicados, entretanto, não foi encontrada nenhuma diferença nas funções musculares após este tipo de treino ainda que sob determinadas condições fisiológicas ou fase do ciclo menstrual. Para estes autores, a frequência do treinamento pode ser selecionada em qualquer momento que a mulher se encontre, sem qualquer tipo de consequência.

 

    Prazeres et al. (2018) evidenciaram através do estudo transversal que a fase lútea é a de mais alta concentração dos hormônios estrógeno e progesterona, isso quer dizer que nesse período as atletas poderão suportar cargas mais altas e treinos mais intensos voltados à resistência. Além disso, esse estudo mostrou que a cólica forte que acontece alguns dias antes da menstruação e durante o período, sendo classificada como dismenorreia, se torna mais presente entre mulheres sedentárias.

 

    Nasci et al. (2018), com base em um estudo de campo, verificaram que o treinamento de alta intensidade produziu efeitos elevados sobre a frequência cardíaca máxima nas mulheres com alta e baixa aptidão física. Já a pesquisa de campo de Parmigiano et al. (2014) investigou a participação da investigação ginecológica durante a avaliação da pré participação de mulheres praticantes do treinamento e mostrou que 50% das mulheres atletas mostram irregularidades menstruais.

 

    De acordo com os fatos apresentados, reitera-se a importância do conhecimento acerca das fases do ciclo menstrual, sobretudo entre jovens atletas, tendo em vista que este assunto se torna um forte embasamento para as orientações sobre o treinamento de força.

 

Conclusão 

 

    Foi observado que a fase do ciclo menstrual de maior concentração de estrógeno e progesterona é a lútea, sendo ela a que pode apresentar maior influência positiva na realização do treinamento de força por jovens atletas, pois isto faz com que a mulher suporte maiores cargas e realize mais repetições. Destaca-se ainda a importância do profissional de Educação Física entender a fisiologia hormonal relacionada a este período específico da mulher de modo a subsidiar a elaboração de protocolos de treinamento de força com o objetivo de potencializar o desempenho e consequentemente melhorar resultados nesta modalidade esportiva praticada por mulheres atletas em período reprodutivo.

 

Referências 

 

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