ISSN 1514-3465
Benefício do exercício físico em pacientes
com fibromialgia. Uma revisão integrativa
Benefit of Physical Exercise in Patients with Fibromyalgia. An Integrativa Review
Beneficio del ejercicio físico en pacientes con fibromialgia. Una revisión integradora
Gabriel Martins Del Borgo
*ra115234@uem.br
Claudio Kravchychyn
**ckravchychyn@uem.br
Luciane Cristina Arantes
***lcacosta@uem.br
Luiz Augusto da Silva
+luizaugusto@uniguairaca.edu.br
Marcos Roberto Brasil
++brasilmr@hotmail.com.br
*Graduado em Educação Física
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM)
**Doutor em Educação Física
Professor Adjunto do departamento de Educação Física da UEM
***Doutora em Educação Física
ProfessoraAssociada do departamento de Educação Física da UEM
+Doutor em Educação Física
Professor do departamento de Educação Física
da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)
e do Centro Universitário Guairacá (UNIGUAIRACÁ)
++Doutor em Educação Física
Professor do departamento de Educação Física
da UNICENTRO e do UNIGUAIRACÁ
(Brasil)
Recepção: 18/07/2023 - Aceitação: 19/11/2023
1ª Revisão: 28/08/2023 - 2ª Revisão: 13/11/2023
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Citação sugerida
: Del Borgo, G.M., Kravchychyn, C., Arantes, L.C., Silva, L.A. da, e Brasil, M.R. (2024). Benefício do exercício físico em pacientes com fibromialgia. Uma revisão integrativa. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(309), 180-197. https://doi.org/10.46642/efd.v28i309.7134
Resumo
A fibromialgia (FM) é caracterizada por dor difusa e sensibilidade das articulações, músculos e tendões que não possui cura. Dessa forma intervenções são necessárias para auxiliar na melhora dos sintomas que afetam esses pacientes e possibilitar uma melhor qualidade de vida. Dentre as intervenções, encontram-se as terapias alternativas, enquadrando-se entre essas os exercícios físicos. Com isso, este trabalho teve por objetivo apresentar as formas pelas quais o exercício físico pode ser útil ao paciente fibromiálgico, sobretudo no que tange a melhora na qualidade de vida e, consequentemente, dos seus sintomas, por meio de uma revisão da literatura. Para tal objetivo, uma revisão de literatura integrativa, que contou com a busca nas bases de dados SciElo, Web of Science e Medline em um recorte tempo de 2018 até 2022, com o auxílio dos descritores Fibromyalgia e Physical activity. Após leitura de título, resumo e texto completo, 46 trabalhos foram incluídos. Desses, 29 trabalhos apontaram as intervenções com atividades aeróbicas como método indicado para melhora de sintomas e 16 trataram das atividades anaeróbicas como intervenção, além de uma produção que abordou as duas vias metabólicas. Diante disso, pode-se concluir que o exercício físico bem orientado e planejado, buscando associar o treinamento aeróbico com o treinamento anaeróbico, levando em consideração as individualidades do paciente em relação a FM, apresentam-se como ótimas aliadas na redução de sintomas relacionados a fibromialgia.
Unitermos
: Exercício físico. Fibromialgia. Revisão da literatura.
Abstract
Fibromyalgia (FM) is characterized by diffuse pain and tenderness of joints, muscles and tendons that has no cure. Thus, interventions are needed to help improve the symptoms that affect these patients and enable a better quality of life. Among the interventions, there are alternative therapies, including physical exercise. Thus, this study aimed to present the ways in which physical exercise can be useful for fibromyalgia patients, especially with regard to improving their quality of life and, consequently, their symptoms, through a literature review. For this purpose, an integrative literature review, which included the search in the SciElo, Web of Science and Medline databases in a time frame from 2018 to 2022, with the help of the descriptors Fibromyalgia and Physical activity. After reading the title, abstract and full text, 46 works were included. Of these, 29 works pointed to intervention with aerobic physical as a method indicated to improve symptoms and 16 dealt with anaerobic activities as an intervention, in addition to a production that addressed the two metabolic pathways. In view of this, it can be concluded that well-oriented and planned physical exercise, seeking to associate aerobic training with anaerobic training, taking into account the individualities of the patient in relation to FM, are excellent allies in the reduction of symptoms related to fibromyalgia
Keywords
: Physical exercise. Fibromyalgia. Literature review.
Resumen
La fibromialgia (FM) se caracteriza por dolor difuso y sensibilidad de las articulaciones, músculos y tendones que no se pueden curar. Por tanto, son necesarias intervenciones que ayuden a mejorar los síntomas que afectan a estos pacientes y proporcionen una mejor calidad de vida. Entre las intervenciones se encuentran terapias alternativas, incluidos ejercicios físicos. Por lo tanto, este trabajo tuvo como objetivo presentar las formas en que el ejercicio físico puede ser útil para los pacientes con fibromialgia, especialmente en términos de mejorar la calidad de vida y, en consecuencia, sus síntomas, a través de una revisión de la literatura. Para este objetivo se realizó una revisión integrativa de la literatura, que incluyó una búsqueda en las bases de datos SciElo, Web of Science y Medline durante un período de tiempo de 2018 a 2022, con ayuda de los descriptores Fibromyalgia y Physical activity. Luego de la lectura del título, resumen y texto completo, se incluyeron 46 trabajos. De estos, 29 estudios señalaron intervenciones con actividades aeróbicas como método recomendado para mejorar los síntomas y 16 abordaron actividades anaeróbicas como intervención, además de una producción que abordó ambas vías metabólicas. Ante esto, se puede concluir que el ejercicio físico bien guiado y planificado, buscando asociar el entrenamiento aeróbico con el entrenamiento anaeróbico, teniendo en cuenta las individualidades del paciente en relación a la FM, son grandes aliados en la reducción de los síntomas relacionados con la fibromialgia.
Palabras clave
: Ejercicio físico. Fibromialgia. Revisión de literatura.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 309, Feb. (2024)
Introdução
A fibromialgia (FM) é caracterizada por dor difusa e sensibilidade das articulações, músculos, tendões, enteses pontos (Bağcier et al., 2021), sendo essa patologia considerada uma doença reumática não-inflamatória (Santos, e Kruel, 2009; Chaitow et al., 2002). A FM acomete principalmente as mulheres, sendo que 93% dos atingidos são de etnia branca (Mosmann et al., 2006). Segundo Wolfe et al. (2010) o Colégio Americano de Reumatologia (American College of Rheumatology – ACR) confirma o diagnóstico de fibromialgia quando o paciente atinge Índice de dor generalizada (Widespread Pain Index – WPI) maior ou igual a sete de pontuação da escala de severidade dos sintomas (Symptom Severity – SS) maior ou igual a cinco ou WPI entre 3 a 6 e pontuação da escala de SS maior ou igual a nove, além de os sintomas estarem presentes em um nível similar por no mínimo três meses e o paciente não possuir outra condição de saúde que explicaria a dor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), sob o código M79.7 do CID-10, define a FM como uma condição de dor generalizada, associada à fadiga extrema, alterações no sono e distúrbios cognitivos (Boerma et al., 2016; García, Nicolás, e Hernández, 2016). De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatismo (CRB), a FM é bastante comum, afetando 2,5% da população mundial, sendo as mulheres mais afetadas em comparação aos homens.
Levando em consideração os dados da OMS no qual estima-se ainda, que 150 milhões de pessoas sofram com FM no mundo, nota-se que pesquisas caminham no sentido de buscar redução para os sintomas (Mejía, Gallo, e Vera., 2019; Bodéré et al., 2020; Hernando-Garijo et al., 2021, Zhang et al., 2022) que por muitas vezes são desumanos. Nesse sentido, pesquisas nessa agenda se tornam relevantes para esse público, para sociedade e também para os profissionais especialistas que poderiam, se comprovada a eficácia, utilizar esses métodos junto aos pacientes.
Há de se destacar que essa síndrome, até o presente momento, não possui cura. Em outras palavras, todos seus tratamentos vão em busca de reduzir os sintomas e trazer uma melhora para qualidade de vida em pacientes acometidos com essa enfermidade. As possibilidades de tratamento contam com medicamentos e terapias alternativas. Entretanto, pesquisas apontam relevância clínica questionável sobre o uso de medicamentos e ressaltam os exercícios terapêuticos como uma abordagem de tratamento mais segura e com menos efeitos colaterais (Ambrose, e Golightly, 2015; García, Nicolás, e Hernández, 2016, Zhang et al., 2022), enquadrando-se nas atividades alternativas os exercícios físicos.
A literatura apresenta referências que apontam os efeitos e benefícios dos exercícios físicos como forma de tratamento não-medicamentoso para os portadores da síndrome da fibromialgia (Oliveira et al., 2019; Mejía, Gallo, e Vera., 2019; Izquierdo-Alventosa et al., 2020; Onal, e Sarikaya, 2022; Bodéré et al., 2020). Dentre os exercícios destacam-se as atividades aeróbicas, alongamentos e treinamento de força. (Campos et al., 2020, Izquierdo-Alventosa et al., 2020)
Com base no descrito acima, essa pesquisa tem por objetivo apresentar as formas pelas quais o exercício físico pode ser útil ao paciente fibromiálgico, sobretudo no que tange a melhora na qualidade de vida e, consequentemente, dos seus sintomas, por meio de uma revisão da literatura.
Metodologia
Tipo de estudo
Para responder a esse questionamento, utilizou-se do método da pesquisa bibliográfica, que é o método base para qualquer forma de pesquisa (Andrade, 2010). Fonseca (2002) destaca que a pesquisa bibliográfica é uma atividade essencial no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos.
Considera-se que o método utilizado se enquadra como de suma importância para a ciência, tendo em vista que, para proporcionar o avanço em um campo do conhecimento é preciso primeiro conhecer o que já foi realizado por outros pesquisadores e quais são as fronteiras do conhecimento naquela área. (Vianna, 2001)
Diante disso, a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do problema em um projeto de pesquisa e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento. (Marconi, e Lakatos, 2012)
O delineamento da pesquisa, enquadra-se no tipo documental. A pesquisa recorreu a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, relatórios de empresas, vídeos de propaganda de televisão, etc. (Fonseca, 2002)
O uso de documentos nas pesquisas deve ser valorizado pelos pesquisadores, tendo em vista que proporcionam informações impares, que não podem ser deixadas de lado.
[...] o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo pesquisador nas ciências sociais. Ele é, evidentemente, insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado relativamente distante, pois não é raro que ele represente a quase totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas. Além disso, muito frequentemente, ele permanece como o único testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente. (Cellard, 2008, p. 295)
Tendo em vista o trecho acima, a coleta de dados por meio de documentos, trata-se de algo fundamental e precioso, sendo possível a partir de uma análise detalhada, entender em função dos descritos como funcionava determinada época, qual o modo de entender o mundo e lidar com os desafios pertencentes aos seus determinados períodos.
Por fim, utilizamos uma abordagem na revisão integrativa, aquele que possibilita levantar informações de forma sintética e sistemática, sobre as informações de um tema específico (Marconi, e Lakatos, 2012). Segundo Souza, Silva, e Carvalho (2019), a revisão integrativa permite combinar dados da literatura teórica e empírica, além de permitir a definição de conceitos, revisão de teorias e analise de problemas metodológicos. Sua realização pressupõe algumas etapas como: elaboração da pergunta norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos e discussão dos resultados.
Base de dados e descritores
Nessa lógica, trabalhos em um recorte tempo de 2018 até 2022, com o intuito de buscar os títulos mais atualizados, o que permitiu cinco anos de revisão da literatura sobre a temática. Ainda como critério de inclusão, foram feitas as buscas através dos descritores “Fibromyalgia”, “Physical activity”, com auxílio do operador Booleano “AND”.
Critérios de elegibilidade
Estudos recentes e atualizados que contribua com a temática desta revisão.
Estudos cuja população apresentasse fibromialgia.
Estudos que buscavam entender dentre suas variáveis a ligação entre pacientes com fibromialgia e suas relações com a prática do exercício físico.
Estudo que pesquisaram fatores positivos do exercício físico na vida de pacientes com fibromialgia.
Nenhuma restrição foi aplicada quanto ao gênero, modelo animal, etnia e duração do acompanhamento dos participantes, frequência, intensidade, tempo ou volume de treinamento. Cabe destacar ainda, que os artigos para serem selecionados passaram por leitura e verificação de dados para determinar qual estudos a serem incluídos na presente revisão integrativa, inicialmente pelo título, depois pelo resumo e caso ainda houvesse dúvida, foi realizada a leitura do texto na integra. Além disso, cada estudo teve que atender aos seguintes critérios de inclusão:
Critérios de inclusão
Publicados nas bases de dados SciElo, Web of Science e Medline.
Serem publicados entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022.
Consideramos as publicações dos últimos 5 anos, tendo em vista o objetivo de buscar por informações relevantes aos participantes.
Os critérios de exclusão
Estudos datados fora da faixa de 01/2018 e 12/2022.
Estudos que tratavam da Fibromialgia fora do contexto do exercício físico e suas relações. Essas informações foram tratadas em uma sequência lógica. De início, foram lidos os títulos dos artigos e com a aprovação, passava-se para etapa de leitura do resumo.
Revisões sistemáticas e meta-análise, relatos de casos, editoriais e resumos.
Artigos que não informaram o tipo de intervenção realizado.
Seleção de estudo
Os autores realizaram a triagem pelas bases de dados por meio do título e resumo dos artigos. Em segundo, com os artigos selecionados em mãos, releu-os em busca de dados para formulação de uma tabela organizadora, utilizando da estratégia PICOT (População, Intervenção, Comparação, Desfecho e Tipo de Estudo). (Galvão, e Pansani, 2015)
Extração de dados
Os seguintes dados relevantes de cada estudo foram extraídos: Base de dados (onde foi coletado o artigo), detalhes do estudo (autores, título, local de publicação, ano de publicação), idioma de publicação, população (tamanho da amostra), intervenção, comparação (entre pré e pós intervenção) e resultados (respostas positivas ou negativas ou sem respostas).
Análise dos dados
As análises dos dados foram realizadas durante a pesquisa utilizando-se de gráficos e tabelas, para melhor visualização. Empregando os critérios e direcionamento da Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). (Page, et. al., 2022)
Resultados
Caracterização da amostra
Um total de 254 artigos foram identificados por meio de bancos de dados eletrônicos e selecionados para leitura preliminar (Fluxograma 1), do qual, 46 textos foram realizados a leitura completa e avaliados. O número de estudos recuperados de cada banco de dados e o número de estudos excluídos em cada fase de triagem são mostrados no fluxograma 1. Após realizado os critérios de inclusão e exclusão dos estudos, foram incluídos em nossa amostra um total de 46 trabalhos. Deste total, 45 são de língua inglesa e um em espanhol.
Após quantificar os resultados, foram encontradas um total de 3.085 mulheres avaliadas, 39 homens, 360 ratos. Dentre os estudos, 27 utilizaram como base de intervenção exercícios aeróbicos, 18 exercícios anaeróbicos e um estudo trabalhando com as duas vias metabólicas. Como sugestões de atividades 11 sugerem treinamento resistido e 10 trabalhos sugerem caminhada, sete sugerem sessões de alongamento e seis sugerem como intervenção atividades aquáticas. Três trabalhos abordam a dança como meios de redução dos sintomas, da mesma forma que três sugerem o treinamento intervalado como sugestão. Luta, ciclismo e corrida são abordados de forma isolados em um trabalho cada. Já de forma simultânea, Bike (Spinnig) e caminhada, aulas de Step e caminhada e treinamento resistido e caminhada são abordados em um trabalho cada. A síntese desses resultados, pode ser observada na Figura 1.
A associação entre fibromialgia e exercício físico
A associação entre FM e exercício do tipo aeróbico foi avaliado por 27 estudos (Mejía, Gallo, e Vera, 2019; Pastor-Mira et al., 2022; Martin et al., 2018; Bodéré et al., 2020; Pastor-Mira et al., 2020; Catala et al., 2020; Nakata et al., 2020; Wang et al., 2018; Onal, e Sarikaya, 2022; Catala et al., 2021; López-Roig et al., 2022; Ferrarini et al., 2021; Löfgren et al., 2018; Matias et al., 2022; Ceballos-Laita et al., 2021; Ceballos-Laita et al., 2020; Britto et al., 2020; Black et al., 2021; Campos et al., 2020; Villafaina et al., 2019; Araya-Quintanilla et al., 2020; Norouzi et al., 2019; Gómez-Hernández et al., 2019; Acosta-Gallego, 2018; Loftus, Dobbinc, e Cramptonc, 2022; Rezende et al., 2019; Salm et al., 2019). 18 estudos recomendaram exercício do tipo anaeróbico (Shete, Verma, e Doddoli, 2020; Rodríguez-Mansilla et al., 2021; Altinbilek et al., 2019; Kaleth et al., 2022; Kutlu et al., 2020; Sarmento et al., 2020; Alsouhibani, e Bement, 2022; Andrade et al., 2019; Izquierdo-Alventosa et al., 2020; Ribeiro et al., 2018; Ribeiro et al., 2021; Carvalho et al., 2021; Stensson et al., 2020; Park et al., 2021; Lorena et al., 2022; Berardi et al., 2021; Korucu et al., 2021; Andersson et al., 2021). E um estudo explorou as duas vias metabólicas. (Izquierdo-Alventosa et al., 2020)
Discussão
A síntese dos dados dos estudos incluídos nesta revisão mostrou os seguintes achados. Para as análises transversais: (1) forte evidência de associação entre FM e maiores níveis de dor e incapacidade; (2) evidência moderada para uma associação entre um maior grau de FM e maiores níveis de intensidade da dor; (3) evidência moderada para uma associação entre maiores níveis de FM e menor qualidade de vida.
Para o tipo de exercício recomendado, 58,6% (n=26) dos estudos apontam atividades aeróbicas como as mais benéficas para pessoas com FM. Desses, 37% (n=10) dos trabalhos apresentam a caminhada como excelente aliado na melhora dos sintomas e 22,3% (n=06) elencam os exercícios aquáticos como excelente opção da buscar por melhora de pacientes com FM. E chegaram à conclusão que os exercícios em ambiente aquático aquecido, proporciona melhoras na qualidade de vida desses pacientes, uma vez que expõem os pacientes a um ambiente pouco estressante e seguro.
Já, Steffens et al. (2011) corroboram com o achado positivo em relação a melhora dos sintomas da fibromialgia em pacientes que praticam a caminhada. Em seu estudo, os pesquisadores submeteram sua amostra (nove mulheres) a 32 sessões de caminhada orientada e avaliaram antes e após as intervenções o sono, o estado de humor, a depressão e o impacto da FM sobre a qualidade de vida. Os resultados apontaram para uma melhora significativa na qualidade do sono e no humor nas pacientes submetidas a sessões de caminhada orientada.
Além disso, o treinamento resistido (via anaeróbica) foi encontrado em 11 estudos, sendo o que mais vezes configurou entre os trabalhos. Como, por exemplo, nos estudos de Larsson et al. (2018), ao avaliar 118 mulheres em relação força isométrica de extensão do joelho, força de flexão do cotovelo, força de preensão manual isométrica e capacidade de caminhar. Segundo os autores o treinamento resistido, provoca na extensão de joelho e capacidade de caminhar, melhorar significativas e que estão associadas as limitações de atividade, idade e IMC. Além disso, os autores destacam que avaliações de força muscular devem ser realizadas rotineiramente em mulheres com FM. E Ribeiro et al. (2018), ao avaliar 32 pacientes com FM, que exercícios anaeróbico, são uma ótima opção para melhora no quadro clínico da dor e vão além, ressaltam que que indiíviduos com FM devem exercitar nas intensidades preferidas para evitar a dor execerbada.
Nessa mesma linha de pensamento, ressaltamos os estudos de Kaleth et al. (2022), no sentido de fornecer orientações para profissionais e futuros profissionais de Educação Física e áreas afins, que buscam promover exercício físico com indivíduos com FM. E Stensson et al. (2020) ao avaliar os efeitos, à nível lipídico, de 15 semanas de treinamento resistido em pacientes com FM, mostrando não haver alter ações significativas no pré e pós programa de intervenção, porém houve melhora na dor e diminuição da depressão.
Estudos anteriores confirmam os benefícios da prática do treinamento resistido sobre as dores, capacidade funcional e qualidade de vida, após a realização de 12 semanas de treinamento resistido (Rebutini et al., 2013). Ainda nessa linha de pensamento, Andrade et al. (2021) investigou o efeito de quatro semanas de treinamento resistido na dor em pacientes com FM. Segundo a conclusão dos autores, apenas um pequeno período de intervenção já se mostra como satisfatório para a redução dos sintomas de dores relacionadas a FM. Contudo, sugerem a realização de treinamento por um período maior de tempo.
Segundo revisão integrativa escrita por Barbosa et al. (2021), que recorreu na literatura para entender a relação dos efeitos do treinamento resistido nos sintomas da FM. Para os autores, o treinamento resistido possui benefícios e efeitos positivos sobre todos os sintomas, reduzindo dor e fadiga, melhorando o condicionamento físico e, consequentemente, força e a resistência, proporciona ainda redução no quadro de depressão, melhora do humor e da qualidade de vida.
Sintomas relacionados a FM, como dor, fraqueza muscular e distúrbios do sono, apresentam melhoras tanto no treinamento Aeróbico quanto no treinamento Anaeróbico. Podendo ser considerado indicativo que em uma sessão de treinamento para uma pessoa acometido por fibromialgia, o profissional deverá prezar por atingir ambas vias energéticas, relacionando individualidades, como nível e dor diária e a atividade prescrita. Isso evidencia-se no estudo que buscou analisar a prática conjunta da caminhada (Aeróbica) e Yoga (Anaeróbica) durante 32 sessões, quanto aos efeitos no sono, depressão, qualidade de vida, estresse e dor em pacientes com FM. Chegando ao resultado de melhora significativa no sono, diminuição da depressão e na qualidade de vida dos pacientes com FM. (Steffens et al., 2013)
Conclusão
A partir do objetivo deste estudo, que foi apresentar as formas pelas quais o exercício físico pode ser útil ao paciente fibromiálgico, sobretudo no que tange a melhora na qualidade de vida e, consequentemente, dos seus sintomas, pode-se concluir que os achados deste estudo sugerem que o exercício físico bem orientado e planejado, buscando associar o treinamento aeróbico com o treinamento anaeróbico, levando em consideração as individualidades do paciente em relação a FM, apresentam-se como ótimas aliadas na redução de sintomas relacionados a fibromialgia.
Por fim, sugere-se novos estudos com essa mesma agenda de pesquisa, de forma mais ampla, com mais bases de dados e direcionando ao tipo de metabolismo envolvido na prática deexercício físico, para que assim, possa-se contribuir com os profissionais da Educação Física e áreas afins, no entendimento desta patologia.
Referências
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