A constituição da identidade do professor de Educação Física: apontamentos de uma revisão bibliográfica

The constitution of the Physical Education teacher's identity. Notes from a literature review

La constitución de la identidad del profesor de Educación Física. Apuntes de una revisión de la literatura

 

William Douglas Bonetti Dutra*

william_dbd@hotmail.com

Larissa Cerignoni Benites**

lari.benites@gmail.com

 

*Prof. Licenciado em Educação Física

pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

** Profa. Dra. da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

vinculada ao Centro de Ciências da Saúde e do Esporte - CEFID

(Brasil)

 

Recepção: 16/05/2018 - Aceitação: 22/11/2018

1ª Revisão: 12/11/2018 - 2ª Revisão: 19/11/2018

 

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

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Resumo

    Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, que se apoiou na revisão bibliográfica para investigar os aspectos da identidade dos professores de Educação Física. Para tal realizou-se uma busca junto à plataforma Portal Sucupira Capes, triênio de 2013-2016 para a área da Educação Física, e escolheu investigar os periódicos que faziam jus as qualificações A1, A2, B1 e B2 utilizando os seguintes termos: formação de professores, identidade, docência e educação física. A busca retornou com o montante de 74 artigos e após a leitura dos seus resumos a grande maioria foi excluído ficando com apenas 5 artigos, que compuseram o corpus dessa pesquisa. Esses estudos evidenciaram que a identidade profissional se molda de acordo as vivências, crenças, experiências e desafios dos docentes, colocando o professor como elemento central do estudo juntamente com seus desafios, no que diz respeito ao espaço de trabalho, materiais e formação inicial. Como conclusão, pode-se perceber que os estudos que referenciam a identidade a apontam como algo crucial para a profissionalização do professor de Educação Física, mesmo a sua produção sendo escassa.

    Unitermos: Identidade docente. Educação Física. Formação de professores.

 

Abstract

    It is a qualitative research, of the descriptive type, that was based on the bibliographical revision to investigate the aspects of the identity of the teachers of Physical Education. To do this, a search was carried out with the Qualis periodic platform, triennium of 2013-2016 for the Physical Education area, and chose to investigate the journals that qualified A1, A2, B1 and B2 using the following terms: teacher training, identity, teaching and physical education. The search returned with the amount of 74 articles and after reading their summaries the vast majority was excluded, leaving only 5articles that composed the corpus of this research. These studies showed that the professional identity is shaped according to the experiences, beliefs, experiences and challenges of teachers, placing the teacher as the central element of the study along with its challenges, with regard to work space, materials and initial training. As a conclusion, it can be seen that studies that refer to identity point to it as something crucial for the professionalization of the Physical Education teacher, even if their production is scarce.

    Keywords: Teaching identity. Physical Education. Teacher training.

 

Resumen

    Se trata de una investigación cualitativa, del tipo descriptivo, que se apoyó en una revisión bibliográfica para investigar los aspectos de la identidad de los profesores de Educación Física. Para ello se realizó una búsqueda utilizando la plataforma Portal Sucupira Capes, trienio de 2013-2016 para el área de Educación Física, y se optó por investigar los periódicos que calificaban como A1, A2, B1 y B2 utilizando los siguientes términos: profesores, identidad, docencia y educación física. La búsqueda dio con una cantidad de 74 artículos y después de la lectura de sus resúmenes la gran mayoría fue excluido quedando solo 5 artículos, que conformaron el corpus de esa investigación. Estos estudios evidenciaron que la identidad profesional se ajusta a las vivencias, creencias, experiencias y desafíos de los docentes, ubicando al profesor como elemento central del estudio junto con sus desafíos, en lo que se refiere al espacio de trabajo, materiales y formación inicial. Como conclusión, se puede percibir que los estudios que hacen referencia a la identidad, aunque cuando significan algo crucial para la profesionalización del profesor de Educación Física, su producción es escasa.

    Palabras clave: Identidad docente. Educación Física. Formación docente.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 23, Núm. 247, Dic. (2018)


 

Introdução

 

    Esse estudo tem como temática o universo da docência no contexto da Educação Física. Assim, uma das primeiras ideias que se tem sobre a docência, é que a mesma, etimologicamente, traz como significado a ideia de ensinar, instruir, mostrar, indicar (Veiga, 2011), mas que ao longo do processo histórico de sua constituição, como profissão, a mesma foi sendo considerada uma atividade especializada, com um saber científico, construído com base em paradigmas e transmitida pelas gerações (Paquay & Wagner, 2001).

 

    Dentro desse contexto, a docência pode ser compreendida como aquilo que o professor mobiliza e articula frente as demandas do ensino-aprendizagem, tal como as atitudes que toma, a reflexão, a pesquisa, entre outros, que desencadeia um conjunto de ações sobre as questões educativas (Ibiapina, 2004).

 

    Todavia, o exercício da docência é algo que demanda formação, saberes, competências, assim como estrutura e condições de trabalho. O cotidiano dos professores acaba por se tornar um dos grandes responsáveis pelas situações de imprevistos e realidades adversas, gerando inúmeros desafios (Santos, Mendes & Ladislau, 2014).

 

    Por assim dizer, isso perpassa a formação e o contexto de atuação dos professores de Educação Física e isso se tornou algo que chamou minha atenção no momento em que comecei a realizar os estágios curriculares supervisionados. Pude sentir e perceber de que forma se davam os desafios e dificuldades na atuação, sobretudo o que se esperava do meu exercício e qual era o meu papel.

 

    Os meus desafios e dificuldades, na grande maioria das vezes estavam atrelados a ausência de espaço físico para as aulas, como por exemplo, locais cobertos para os dias de chuva ou mesmo lugares pequenos para a quantidade de alunos e a falta de material adequado. Destaco, assim, que o maior incômodo se deu com a questão do local, pois muitas vezes se tornou um obstáculo para motivação da aula e para o possível aprendizado.

 

    Alguns estudos encontrados na literatura, como o de Bracht (2003) e Canestraro, Zulai e Kogut (2008), também apresentaram que os docentes se reportam dos desafios sentidos em minha experiência e apresentam outros, como a falta de manutenção dos espaços existentes, baixa remuneração, sobrecarga de trabalho por acumular aulas em diferentes locais, falta de interesse e desrespeito por parte dos alunos e a incompreensão do que seja a Educação Física na escola.

 

    Sobre o último item acima, muitos são os indícios de que essa incompreensão do que seja e qual a importância da Educação Física na escola acaba gerando. Um dos fortes apontamentos se dá em torno do desgaste emocional dos professores, a desilusão com a profissão e o “desânimo com a docência”, levando os professores a terem um baixo nível de desempenho profissional (Santini & Molina Neto, 2005; Somariva, Vasconcelos & Jesus, 2013).

 

    A ausência e a pouca qualidade de espaço físico e de instalações para o ensino da Educação Física podem ser compreendidas sob dois aspectos: a não valorização social desta disciplina e o descaso das autoridades para com a educação destinada às camadas populares. Se a presença da Educação Física na escola foi justificada por discursos pautados em entendimentos diversos, conforme apontam os trabalhos historiográficos na área, perguntamos: em que medida espaços e instalações para o ensino da Educação Física estiveram presentes nos projetos arquitetônicos das escolas? (Silva & Damazio, 2008, p.193).

 

    Para Somariva, Vasconcelos e Jesus (2013), esse cenário acaba por refletir na qualidade de vida dos professores de Educação Física e apontam para uma desmotivação para com a carreira docente. Contudo, em contrapartida assiste-se a cada ano a entrada de estudantes nos cursos de licenciatura em Educação Física e todo um esforço de seus profissionais em legitimar a área.

 

    De outro lado, as minhas percepções sobre o que se esperava do meu exercício e qual era o meu papel, foram elementos que apareceram do processo de reflexão realizado, pois apesar daquilo que se tinha no contexto de atuação, era latente o fato de pensar sobre o que eu podia fazer se maneira diferente e qual era o meu compromisso enquanto professor.

 

    Essa prerrogativa da reflexão encontrou respaldo naquilo que Shuman (1987) menciona como algo que deve fazer parte da construção docente, a noção de prestar um serviço à sociedade de maneira comprometida e ética, ter um conjunto de saberes e competências de modo a contribuir com a formação, notar a questão da prática como um local de produção de conhecimento e aprender com a experiência. Para Contreras (2002), esses seriam princípios básicos para a construção daquilo que se chamou de profissionalidade e que pode dar ao docente uma visão mais refinada da sua escolha e do seu exercício profissional.

 

    Assim, quando se pensa nos desafios do exercício dos docentes, na atratividade da carreira ou mesmo a permanência nela e nas questões de reflexão que passam o campo de atuação, um dos vieses possíveis em se analisar está na ideia de construção da identidade, pois de acordo com Marcelo (2009), essa envolve a pessoa e o seu contexto, os conhecimentos, atitudes, práticas e tomada de decisão. Para o autor, o fato dos professores enfrentarem os seus desafios pode ser um ponto de suporte para a aquisição da identidade profissional e de acordo com Pérez- Gómez (1992, p.97), "a construção das identidades profissionais passa, em boa medida, num processo oculto de produção de estratégias de recepção e produção" e necessita do reconhecimento e do dar-se conta do profissional, daquilo que lhe cabe e quais são seus saberes.

 

    Motivado pela questão de compreender o que seria a identidade docente, esse estudo se desenvolveu dentro de uma perspectiva teórica, tendo como objetivo investigar o que se tem dito sobre a identidade docente e sua relação com a formação de professores de Educação Física,tendo como referência a produção da literatura científica.

 

A identidade dos professores

 

    A identidade profissional para Dubar (1997) pode ser compreendida como um conjunto de atitudes, comportamentos e característica que são assumidos e compõe o indivíduo em seus diferentes papéis sociais, ou seja, como filho, pai, professor, etc. e que apresenta estreita relação com a socialização no ambiente de trabalho e os aspectos específicos do seu fazer (Pires, Nascimento, Farias & Suziki, 2017). No caso da identidade profissional docente a mesma pode ser definida como:

    É uma construção do “si mesmo” profissional que evolui ao longo da carreiradocente e que pode achar-se influenciado pela escola, pelas reformas e pelos contextos políticos, que incluio compromisso pessoal, a disposição para aprender a ensinar, as crenças, os valores, o conhecimento sobrea matéria que ensinam, assim como sobre o ensino, as experiências passadas, assim como a vulnerabilidadeprofissional (Lasky citado em Marcelo, 2009, p. 112).

    Pires, Nascimento, Farias & Suziki (2017), evidenciam os estudos de Lopes (2007) na qual considera a identidade do professor como algo que possui uma dimensão individual e coletiva, sendo constituída, muitas vezes, pelo sentimento de pertença a um grupo, a uma instituição ou mesmo reconhecido por sua especificidade em ensinar. Nesse sentido, a mesma pode ser influenciada pelos contextos sociais em que se está imerso, ou seja, colegas, pais e alunos, entre outros acabam por se tornar fatores que irão compor a identidade (Barros, 2011).

 

    Com isto posto, pode-se entender que a constituição da identidade profissional do professor está em constante desenvolvimento. Marcelo (2009) ao desenvolver um estudo sobre essa temática elucidou que a identidade profissional é um processo evolutivo de interpretação e reintegração de experiências que coincide com a ideia de que o desenvolvimento dos professores nunca para e é visto como uma aprendizagem ao longo da vida.

 

    O desenvolvimento da identidade no momento de inserção no ambiente escolar, faz com que contribua na constituição indenitária do futuro professor procurando desenvolver soluções para os desafios encontrados muitas vezes em ação conjunta com o grupo que está inserido.

 

    A identidade profissional do professor insere-se nos componentes que constituem e transformam cada indivíduo (Canciglieri, 2016), sendo passível dos erros, desafios enfrentados, fases da carreira e é um processo de longo prazo, pois demanda articulação com os saberes e as práticas do exercício da docência.

 

    A presença de uma identidade própria para a docência aponta para a responsabilidade do professor para com o seu papel social, emergindo daí a autonomia e o comprometimento com aquilo que faz. Porém, é importante salientar que o professor não adquire estes quesitos de um dia para outro. e o fato de saber se pronunciar, se colocar, ajustar a melhor maneira de se portar, faz parte do processo de imersão profissional, bem como da superação de suas inseguranças (Benites, 2007).

 

    Assim, a constituição da identidade acaba por se enveredar num desafio para a profissão docente, pois congrega diferentes perspectivas do professor e suas representações.

 

Método

 

    Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo descritiva que tem por finalidade trabalhar com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos (Silveira & Córdova, 2009). Entende-se que essa perspectiva escolhida exige do pesquisador a descrição dos fatos e fenômenos de determinada realidade (Triviños, 1987).

 

    Nesse sentido, a pesquisa se fez valer da perspectiva de uma revisão bibliográfica narrativa, que não aplicou processos sofisticados e exaustivos de busca, mas permitiu compreender e analisar criticamente aquilo que se constitui como corpus e que estavam presentes em alguns periódicos científicos (Mancini & Sampaio, 2006) no que diz respeito aos aspectos relacionados a identidade do professor de Educação Física.

 

    Dessa forma, se utilizou para busca inicial a plataforma Qualis periódico1, escolhendo a classificação do triênio 2013-2016 para a área da Educação Física e analisou-se os periódicos que faziam jus as qualificações A1, A2, B1 e B2 e que tinham escopo dentro da temática investigada. A partir desse momento, foi feita a busca no interior de cada periódico com os seguintes termos: formação de professores, identidade, docência e educação física.

 

    A busca retornou com o montante de 74 artigos e após a leitura dos títulos e resultados foi constado que alguns estudos não faziam parte do assunto a ser tratado nesta pesquisa. Logo após, com as escolhas destes artigos, foram lidos os resumos dos que ainda estavam eleitos como possível analise completa. A grande maioria foi excluído devido não tratarem da Educação Física como centro de estudo. Foram retirados artigos que abordavam a docência em geral e outros com identidade profissional de outras áreas, ficando com apenas 5 artigos, que compõem, então, o corpus dessa pesquisa.

 

Tabela 1. Corpus encontrado

Qualificação

Revista

Total de artigos

Excluídos

Total

A2

Movimento (UFRGS)

8

7

1

B1

Motriz

1

0

1

B1

Revista Brasileira de Educação Física e Esporte

62

61

1

B2

Educação e Realidade

1

0

1

B2

Educar em Revista

1

1

0

B2

Revista Portuguesa de Educação

1

0

1

 

Total

5

Fonte: Elaboração própria

 

    Após a inclusão dos 5 artigos, os mesmos foram lidos na íntegra e optou-se pela análise dos mesmos após a leitura, evidência do objetivo, metodologia e aspectos ressaltados nas considerações finais. Para tal, cada artigo passou pela fase de leitura exaustiva e houve a composição de um resumo das ideias e síntese das suas contribuições e algumas dessas informações podem ser vistas no quadro abaixo.

 

Quadro 1. Informações sobre os artigos

Título

Local e Ano

Metodologia

Resultados

Conclusão

Da escola de ofício a profissão de educação física: a constituição do habitus profissional do professor

Rio Claro - SP, 2010

Estudo teórico

Compreensão que compõe o habitus profissional o professor. Uma das dimensões do estudo é a identidade;
Processo de construção social.

Aspecto que faz o professor agir e tomar decisões em suas tarefas no exercício profissional

Construção identitária da professora de Educação Física em uma instituição de Educação Infantil

Porto Alegre - RS, 2011

Entrevista com apenas uma professora da Educação Infantil

Dados históricos da Educação Física na Educação Escolar no município em que a professora atuava.
A identidade profissional vem antes mesmo de atuar no âmbito escolar

Identidade não é única, sujeito pertencente a múltiplos campos de socialização. Preocupação com os futuros profissionais.

A auto-imagem Profissional dos Professores de Educação Física em Portugal

Porto Alegre - RS, 2012

Qualitativa - Entrevista semidireta

Professores de formação acadêmica distintas;
Momento histórico da formação e construção identitária na Educação Física no século XX;
Diferenças de identidades profissionais de acordo com a instituição formadora;

Refletir sobre as diferenças entre instituições formadoras;
Promover uma iniciativa que reforce a consciência e a contribuição para uma maior coerência pedagógica.

A identidade profissional do professor: um estudo de revisão sistemática

São Paulo - SP, 2013

Revisão Sistemática

A identidade profissional do professor diferenças e igualdades do professor de Educação física;
As características demográficas, motivação, valor, eficácia, dentre outros.

Escassez nos estudos sobre identidade do professor de Educação Física;
Continuação de investimento na área levando em consideração os traços comuns dos professores de outras matérias.

Identidade docente e educação física: Um estudo de revisão sistemática

Revista online - Portugal, 2017

Revisão Sistemática

Identidade está em constante desenvolvimento, mutável;
Estágios curriculares na construção da identidade docente;
Identidade percebida de modo diferente e influenciada por premissas internas e externas em cada profissional.

Diversidade de abordagens;
Contribuição para a reconfiguração de conceito pré-estabelecidos;
Sugerem a continuação e a ampliação dos estudos da identidade profissional para novos questionamentos

 

Resultados

 

Características do corpus encontrado

 

    O primeiro artigo data de 2010 e trata-se de um estudo teórico a respeito da compreensão daquilo que vem a compor o habitus profissional do professor tendo como prerrogativa os estudos advindos da sociologia da profissão e das obras de Pierre Bourdieu. Contudo, no interior desse estudo uma das dimensões que compõe o habitus docente é justamente a identidade, sendo essa compreendida como “um processo de construção social de um sujeito historicamente situado” (Souza Neto, Benites & Silva, 2010, p.1035), considerada assim um aspecto que torna o professor capaz de agir, sentir, acreditar e pensar em suas tarefas e tomadas de decisões necessárias para exercício profissional.

 

    O segundo artigo vem no ano decorrente, 2011, e aborda a construção identitária de uma professora efetiva de Educação Física na Educação Infantil. Trata-se de um estudo qualitativo que teve como instrumento a entrevista narrativa que acompanhou uma única professora trazendo, assim, questões sobre a rede municipal de ensino (na qual estava situada a pesquisa), considerações sobre a Educação Física (Rodrigues & Figueiredo, 2011).

 

    Nesse sentido, relata-se que na década de 1990 a Educação Física foi retirada da proposta curricular da educação infantil do município e voltou após um intervalo de cinco anos e isso gerou incertezas e tensões na construção da identidade profissional. Fato esse posto como desafio ao postular a identidade docente, pois a mesma acaba abrangendo os aspectos que compõe o ambiente/contexto no qual o professor se insere.

 

    Logo, Rodrigues e Figueiredo (2011) mencionam a preocupação em cuidar, acolher, receber e organizar o ambiente de trabalho como algo que pode influenciar positivamente ou negativamente a construção da identidade docente, considerando, inclusive, motivo para a desistência da profissão.

 

    Em 2012 encontrou-se o terceiro artigo publicado, que diferente dos anteriores que retratavam a discussão frente ao contexto nacional, o artigo de Moreira e Ferreira (2012) debruçou-se sobre a dimensão da autoimagem dos professores de Educação Física em Portugal.

 

    O estudo também contemplou o caráter qualitativo e utilizou-se de entrevistas semidiretas com 15 professores que atuavam no nível primário e secundário2 de diferentes instituições de Portugal.

 

    Assim, Moreira e Ferreira (2012) registram o processo de formação da identidade profissional de Educação Física, com algo evolutivo construído no dia-a-dia e ao longo dos anos, desde a sua formação inicial e agregam com as experiências da prática e da formação continuada. Todavia, os autores puderem perceber que a instituição exercia um grande papel na constituição da identidade alterando o perfil e comportamento esperado.

 

    O quarto artigo publicado faz menção a uma revisão sistemática. Gomes, Ferreira, Pereira e Batista (2013) realizaram busca nas bases de dados eletrônicas ISI Web of Knowledge, ERIC, SPORT Discus e SCOPUS entre 2001 e 2012. As equações de pesquisa foram “Professional Identity” AND “Teacher”, no campo título e “Professional Identity” AND “Teacher” AND “Physical Education”, no campo "Abstract" e tiveram como resultado de 42 artigos na qual 36 estudos emergiam da primeira equação de pesquisa, contendo no título acerca da identidade profissional do professor de Educação Física.

 

    Os artigos da revisão sistemática abarcaram a identidade trazendo compreensões a despeito das características demográficas, traços de personalidades, motivação para a docência, desenvolvimento profissional dos estudantes, valor, eficácia, comprometimento, emoções, conhecimentos, crenças, micropolítica, pressões por parte das instituições e contexto cultural da sociedade inserida (Gomes, Ferreira, Pereira & Batista, 2013).

 

    Contudo, as autoras corroboraram o conceito de identidade os evidenciados pelos artigos já descritos anteriormente, no qual compreendem como um processo dinâmico e ressaltaram a escassez de pesquisas sobre essa temática.

 

    Por fim, o quinto artigo publicado em 2017 também referenda uma busca feita em base de dados. Pires, Nascimento, Farias e Suziki (2017), utilizaram as bases EBSCO, Scielo, LILACS, Web of Science e ERIC, elegendo os seguintes descritores: identidade (identity), docente (teacher), Educação Física (Physical Education), identidade do professor de Educação Física (Physical Education Teacher’s Identity), num período de 2001 a 2012.

 

    Na análise dos artigos que foram investigados revelou-se que a identidade do professor é percebida como um movimento de constituição contínua e mutável e influenciada por premissas internas e externas ao indivíduo em treze estudos (Pires, Nascimento, Farias & Suziki, 2017) E diferentemente dos outros artigos evidenciados, os autores supracitados trouxeram a questão dos estágios curriculares com uma das possibilidades eminentes de se evidenciar a construção da identidade.

 

    Os resultados dos estudos evidenciados deram ênfase a formação inicial para a construção de um perfil profissional e suas competências no âmbito escolar chamando a atenção para a identidade. Assim, pode-se compreender que o habitus profissional do professor foi um aspecto apresentado como parte da identidade docente, que torna o professor capaz de agir e tomar decisões no exercício profissional.

 

    Da mesma forma, a construção da identidade pode ser caracterizada por diversas situações, como as características demográficas, os traços de personalidade, a motivação para a docência e sua desistência devido a diversos fatores enfrentados, o desenvolvimento profissional, o contexto da sociedade na docência, as emoções vividas, conhecimentos e crenças pré-estabelecidos e pressões por parte das instituições atuante.

 

    Os espaços e a questão do acontecimento dos estágios na formação inicial destes profissionais também foram evidenciados como resultado deste corpus como uma possibilidade eminente de se evidenciar a construção da identidade.

 

Apontamentos sobre o corpus

 

    Os cinco estudos trazem como conceito de identidade profissional a proposta de Dubar (1997), compreendendo a mesma como um conjunto de atitudes, comportamentos e característica que são assumidos e compõe o indivíduo em seus diferentes papéis sociais nos diferentes ambientes sociais.

 

    Nesse sentido, Souza Neto, Benites e Silva (2010) se apropriaram do conceito relacionando o mesmo no que diz respeito aos aspectos específicos do fazer da profissão. Rodrigues e Figueiredo (2011) utilizaram a concepção de Dubar (1997), porém adentraram no item do ambiente enquanto um desafio ao se postular a identidade docente, apontando que o contexto de trabalho condiciona certas práticas profissionais que acabam por moldar a identidade.

 

    Assim, registra-se que existe a compreensão do espaço/ambiente enquanto a escola como um todo que acolhe/recebe o professor, bem como a noção de espaços para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

 

    Na área da Educação Física, os espaços físicos e condições estruturais são considerados verdadeiros desafios para o acontecimento do trabalho e que acabam por influenciar na maneira como o professor constrói suas habilidades de manejo de turma, gestão do espaço, apropriação do conteúdo e por assim dizer a identidade que o irá constituir.

 

    Os espaços e as condições disponíveis merecem ser adaptadas, reinventadas e criadas no nosso entendimento. Dependendo da concepção de ensino e da perspectiva curricular adotadas pelo professor, espaços alternativos e obstáculos podem se transformar em recursos para possibilitar a criatividade, a inovação e a construção de práticas diversificadas (Silva & Damazio, 2008, p.194).

 

    Para Somariva, Vasconcelos e Jesus (2013) a existência (ou ausência) de um bom local para as aulas e para o trabalho influencia diretamente na motivação dos alunos e do professor no desenvolvimento do conteúdo.

 

    Além dos espaços, tem-se a prerrogativa dos materiais disponíveis para as aulas. Segundo Bracht (2003) existe uma relação direta entre a atuação do professor e a existência de infraestrutura para o trabalho podendo, a ausência dessa, comprometer o alcance do trabalho pedagógico. E como consequência pode-se pensar que acaba sendo um elemento que causa sentimentos conflitantes no professor, como por exemplo, a desmotivação para as aulas, a baixa adesão dos alunos, entre outros.

 

    Os materiais são um suporte que auxiliam na prática pedagógica, pois os mesmos vão dar ao aluno o conhecimento e a vivência prática. É comum ouvirmos queixas em relação a este tópico. A falta de materiais adequados e em quantidades insuficientes diminui o aproveitamento das aulas e, consequentemente, acabam tornando-se desestimulantes. Pesquisas como a de Canestraro, Zulai e Kogut (2008) apontam a falta de materiais com uma das principais dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física (Somariva, Vasconcelos & Jesus, 2013).

 

    Assim, a identidade profissional do professor é também constituída e modificada pelo exposto acima. Moreira e Ferreira (2012) mencionam esse processo de lidar com os dilemas da infraestrutura (materiais, espaços) como algo que altera o perfil e comportamento profissional, bem como a noção de ser acolhido ou não pela instituição em que atua, é algo que também modula o perfil do professor e faz com que esse se sinta mais ou menos satisfeito com seu ambiente de trabalho.

 

    Esse último item também apresenta relação com o universo dos estágios, pois no momento dos estágios muitas vezes não existe um bom relacionamento entre as instâncias Universidade-escola, que acaba gerando impactos na proximidade com a docência, o que pode implicar em seus aspectos identitários (Gatti & Barreto, 2009).

 

    Contudo, a experiência do estágio também pode agregar outros elementos da identidade, para além da acolhida do estagiário e da relação Universidade-escola. Lopes (2007) apresenta aspectos que são relacionados aos saberes do fazer e do ser e sentir professor e perpassam o cotidiano da docência.

 

    Para Marques, Krug, Krug e Conceição (2015), o cotidiano escolar para o professor apresenta-se como um palco de queixas, pois ali estão os problemas, insatisfações e limites. O cotidiano é marcado por crises como o status da profissão docente e seu reconhecimento social.

 

    Cada vez se torna mais difícil para os pro­fessores assumirem os requisitos profissionais e éticos da sua profissão, diante dos baixos salários que recebem e da precária preparação profissional; eles são tomados por uma baixa autoestima que interfere na sua personalidade, dificultando, assim, qualquer atitude motivadora de mudança. Além disso, os programas de formação con­tinuada que poderiam auxiliar e motivar os professores, quando existem, na maioria das vezes, são inadequados, não atendem aos seus anseios. Por isso, acabam se frus­trando e perdendo o interesse pela busca da autoformação e o nível de expectativa de desenvolvimento pessoal e profissional cada vez diminui mais (Libâneo citado em Marques et al., 2015, p.194).

 

    A questão financeira, ou seja, os baixos salários atrelados a sobrecarga de trabalho ao professor, acaba se tornando fontes de cansaço físico e mental do docente (Sampaio & Marin, 2004), sendo indícios que influenciam na sua identidade, pois muitas vezes leva o mesmo a se sentir desmotivado, frustrado e insatisfeito (Somariva, Vasconcelos & Jesus, 2013).

 

    Dessa forma, foi possível perceber que existem fatores intrínsecos e extrínsecos presentes na particularidade de casa indivíduo e que acabam por influenciar na construção da identidade. Contudo, apesar da pertinência da temática, a identidade não é algo explorado amplamente pela literatura e registra-se escassez de estudos.

 

    Esse apontamento também foi feito Pires, Nascimento, Farias e Suziki (2017) e Gomes, Ferreira, Pereira e Batista (2013), que ao realizarem a revisão sistemática destacaram os escassos trabalhos que a compuseram evidenciando assim que o assunto deve continuar a ser pesquisado e investido no tema para futuro pesquisadores.

 

    De concordância com o que foi dito anteriormente sobre a escassez de pesquisa da temática, este estudo sugere também a continuidade e investimento no que diz respeito a construção da identidade profissional do professor, mais especificamente o de Educação Física.

 

    É de sua importância ressaltar a grande valia que este tema seja recomendado aos graduandos e recém-formados na área.

 

Conclusões

 

    O objetivo central deste estudo foi compreender e investigar aspectos da identidade dos professores de Educação Física, tendo como referência a literatura. O que se pode entender foi que são múltiplos caminhos que podem influenciar a identidade profissional do docente, sendo que as características próprias da profissão moldam o professor na sua visão de docência e nas respostas aos desafios no âmbito do trabalho.

 

    Essas características, que forçam o profissional a se adaptar as constantes mudanças, sejam elas internas ou externas, acabam por estabelecer uma maneira com o qual o professor passa a se relacionar com o contexto em que está inserido e, muitas vezes, suscita a pensar sobre as experiências que tiveram ao longo da sua vida, seja na fase anterior à Universidade e mesmo a fase da formação inicial e todas as experiências que se relacionam direta ou indiretamente com a atividade profissional.

 

    Pode-se constatar que o ambiente de trabalho conta muito para a identidade, onde o profissional irá passar a maior parte do seu dia em contato com a realidade da profissão, o que é marcante para a sua trajetória. Especificamente falando do docente em Educação Física pode-se dizer que os desafios são enfatizados no que se diz respeito a locais apropriados para a prática da aula, materiais com mínima qualidade e quantidade para um desenvolvimento da aula, a constante discussão dos limites que a Educação Física traz para dentro da escola e, por fim, a baixa remuneração dos profissionais.

 

    É compreensível que existem objetivos e desafios a serem superados por um profissional em qualquer área e não seria diferente com a docência. O professor vive em constante desafio não só com o que ele vê, mas com o que ele pensa sobre o cenário da sua profissão. Assim assume-se que identidade de um profissional se dá também a partir da identidade que sua profissão proporciona.

 

    Os estudos aqui mencionados deram uma maior compreensão sobre o que são estes desafios da identidade docente do profissional de Educação Física. O constante estudo e pesquisa na área é de suma importância para os futuros profissionais e, embora poucos sejam os estudos centrados nas experiências sobre a composição da identidade e a Educação Física não se retira a importância em se discutir a temática, principalmente no que diz respeito a sua profissionalização.

 

    Com isto posto recomenda-se a continuação de estudos e novos questionamentos sobre o tema, trazendo um melhor entendimento e impulsionando novos olhares para a profissão docente e para a composição da identidade do professor de Educação Física.

 

Notas

  1. https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf

  2. Correspondente ao ensino fundamental e médio no Brasil.

 

Referências

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 23, Núm. 247, Dic. (2018)