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ISSN 1514-3465

 

Distress psicológico em graduandos de Educação Física durante

a pandemia de COVID-19. Impactos e cuidados necessários

Psychological Distress in Physical Education Undergraduates

During the COVID-19 Pandemic. Impacts and Necessary Care

Distress psicológico en estudiantes de Educación Física durante

la pandemia del COVID-19. Impactos y cuidados necesarios

 

Ronaldo Aparecido da Siva

ronaldo.experimental@gmail.com

 

Post-Doctorate at the Faculty of Medicine of the University of São Paulo

Doctor of Science from the Experimental Physiopathology Program

Master of Science from the Faculty of Medicine of USP

Lato Sensu Specialization from the Planning, Implementation and Management

of Distance Education course from the Fluminense Federal University

Graduation in Physical Education (Bachelor's and Full Licentiate Degree)

from Universidade São Judas Tadeu

(Brasil)

 

Recepção: 19/05/2023 - Aceitação: 28/07/2023

1ª Revisão: 21/06/2023 - 2ª Revisão: 05/07/2023

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Silva, R.A. da (2023). Distress psicológico em graduandos de Educação Física durante a pandemia de COVID-19. Impactos e cuidados necessários. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(303), 45-60. https://doi.org/10.46642/efd.v28i303.4055

 

Resumo

    Objetivo: Investigar os sintomas de ansiedade e depressão nos alunos de graduação de educação física (EF) durante a pandemia do COVID-19. Métodos: Foi realizada uma pesquisa de campo do tipo transversal e participaram da pesquisa 163 alunos de graduação de EF que voluntariamente preencheram os questionários HADS e IDATE para identificação da ansiedade e depressão e IPAQ para no nível de atividade física; ainda responderam questões sobre a condição social, pessoal e sobre o andamento da graduação. Resultados: Os principais resultados mostraram que os discentes tiveram sintomas elevados de ansiedade e depressão. Mais da metade dos discentes apresentaram classificação média de ansiedade traço e estado. Mais de 50% dos alunos foram classificados como ativos durante a pandemia. Conclusão: Conclui-se que os alunos tiveram sintomas elevados de ansiedade e depressão durante a pandemia e a atividade física regular mantida não foi suficiente para reduzir os sintomas de distress psicológico.

    Unitermos: Coronavírus. Ansiedade. Depressão. Isolamento.

 

Abstract

    Aim: To investigate the symptoms of anxiety and depression in undergraduate physical education (PE) students during the COVID-19 pandemic. Methods: A cross-sectional field research was conducted and 163 PE undergraduate students participated in the research, who voluntarily completed the HADS and IDATE questionnaires to identify anxiety and depression and IPAQ for physical activity level; they also answered questions about their social and personal condition and the progress of graduation. Results: The main results showed that the students had high symptoms of anxiety and depression. More than half of the students had an average trait and state anxiety rating. More than 50% of students were classified as active during the pandemic. Conclusion: It is concluded that students had high symptoms of anxiety and depression during the pandemic and regular physical activity was not enough to reduce symptoms of psychological distress.

    Keywords: Coronavirus. Anxiety. Depression. Isolation.

 

Resumen

    Objetivo: Investigar los síntomas de ansiedad y depresión en estudiantes de educación física (EF) de pregrado durante la pandemia de COVID-19. Métodos: Se realizó una investigación de campo de corte transversal y participaron de la investigación 163 estudiantes de pregrado en EF, quienes voluntariamente completaron los cuestionarios HADS e IDATE para identificar ansiedad y depresión e IPAQ para nivel de actividad física; también respondieron preguntas sobre su condición social y personal y el progreso de la graduación. Resultados: Los principales resultados mostraron que los estudiantes presentaron síntomas elevados de ansiedad y depresión. Más de la mitad de los estudiantes tenían una calificación promedio de rasgo y estado de ansiedad. Más del 50% de los estudiantes fueron clasificados como activos durante la pandemia. Conclusión: Se concluye que los estudiantes presentaron altos síntomas de ansiedad y depresión durante la pandemia y la actividad física regular no fue suficiente para reducir los síntomas de malestar psicológico.

    Palabras clave: Coronavirus. Ansiedad. Depresión. Aislamiento.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 303, Ago. (2023)


 

Introdução 

 

    A epidemia provocada pelo COVID-19 começou na cidade de Wuhan em dezembro de 2019 (WHO, 2023a; Khurshid et al., 2020). Rapidamente a população da região chinesa foi afetada e a contaminação se espalhou mundialmente ao ponto da World Health Organization (WHO) em 12 de janeiro de 2020 decretar a pandemia (WHO, 2023b; Wang et al., 2020a). Uma pandemia é considerada quanto uma epidemia ocorre em âmbito mundial, ou seja, uma doença afetando todas as regiões e diferentes países no mundo todo. (Grennan, 2019)

 

    Nos últimos 100 anos, o mundo vivenciou outras importantes pandemias. Entre 1917 a 1920 a população mundial sofreu com a contaminação pela Gripe Espanhola, hoje é conhecida como vírus Influenza (Cilek et al., 2018). Essa pandemia no início do século 20 matou mais de 50 milhões de pessoas (Cilek et al., 2018). Na época o Brasil foi afetado, porém não se sabe exatamente a quantidade de afetados e mortos no país, devido aos problemas de coletas de informações epidemiológicas, devido à falta de estrutura no sistema de saúde para efetuar os registros das mortes. (Goulart, 2005; Bertucci, 2009)

 

    Segundo Kilbourne (2006), muitas das pandemias registradas no último século foram provocadas pelo vírus influenza (H1N1, H2N2 e H3N2) em 1918, 1957 e 1968, respectivamente. Mais recentemente, em 2009, a população mundial se deparou novamente com uma pandemia provocada pela influenza A (H1N1) pdm09 outbreak ou também chamada de “Gripe Suina” (Schoch-Spana et al., 2010; Tognotti, 2013), que no Brasil infectou cerca de 5.206 pessoas, ainda provocando 368 mortes apenas no ano de 2009. (Maciel-Lima et al., 2015)

 

    Como visto anteriormente, pandemias são frequentes na história da humanidade. Entretanto a pandemia encontrou no Brasil uma nação que vivia uma crise econômica e uma crise política (Marcato, 2023), resultando em muitas mortes provocadas pelo COVID-19.

 

    A pandemia ainda provocou no Brasil muitas mudanças, como o isolamento e distanciamento social, sendo que cada estado da Nação adotou diferentes meios para o combate à pandemia. No estado de São Paulo, pelo poder do decreto Nº 64.881, de 22 de março de 2020 foi determinado o fechamento do comércio, serviços entre outras atividades econômicas, deixando liberados apenas os considerados serviços essenciais. Acompanhando esse posicionamento, as escolas, faculdades públicas e particulares também suspenderam suas aulas em março de 2020.

 

    Somados ao medo da pandemia, das consequências da contaminação e da morte, junto com a crise da economia e o distanciamento social, a população brasileira estava vivendo um momento nunca visto anteriormente em tempo de pandemia (Souza et al., 2022). Nestas condições, tem sido visto que pessoas podem desenvolver transtornos mentais ou distress psicológico (Varela et al., 2017; Souza et al., 2022), devido ao fator de reação a questões indutores de estresse, os quais podem ser internos e externos,contemplando a experiência de um estado psicológico desagradável associado a um elevado desgaste emocional (Ritsner et al., 2002), induzindo ao aumento da ansiedade e depressão. (Varela et al., 2017; Souza et al., 2022)

 

    Os sintomas de ansiedade e depressão são dois marcadores da piora da condição de saúde das pessoas em geral (Vergara et al., 2014), os quais são normalmente alterados e elevados em profissionais expostos a condições estressantes no seu cotidiano como visto em alunos de graduação (Silva, 2022) e em profissionais da saúde. (Varela et al., 2017; Hariri et al., 2023)

 

    Devido a condição da pandemia, é possível considerar que a população brasileira em geral estava sofrendo com o distress psicológico exacerbado pela distância das aulas presenciais e pelos diversos problemas destacados anteriormente. Nesse sentido, o presente estudo especula que os alunos da graduação do curso de educação física (EF) estivessem tendo problemas que afetaram seu desempenho e suas vidas, devido todas as questões da pandemia e pela suspensão das aulas presenciais naquele momento, resultando em alterações no distress psicológico com aumento dos sintomas de ansiedade e depressão. Por isso, o objetivo primário do estudo foi investigar os principais fatores causadores de distress psicológico em graduandos de EF durante a pandemia de COVID-19.

 

Métodos 

 

    O estudo é do tipo transversal. Onde a primeira fase da pesquisa foi iniciada após um mês do início do afastamento das aulas presenciais nas instituições de ensino superior que ocorreu no dia 06/03/2020 no estado de São Paulo. Participaram do estudo 163 alunos do curso de licenciatura em EF, curso presencial das Faculdades de Ribeirão Pires e Mauá do Estado de São Paulo. O estudo seguiu todas as recomendações e procedimentos de acordo com a declaração de Helsinque de 1964 e os participantes tiveram que assinar e concordar com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O estudo foi aprovado pela comissão de pesquisa da Faculdade de Mauá sob o número FAMA-2020-2.

 

Convite para participação 

 

    Em respeito ao distanciamento social para evitar contaminação, os alunos voluntários preencheram um questionário digital respondendo perguntas fechadas sobre questões pessoais informando sobre a situação atual durante a pandemia do COVID-19. Para isso, os alunos foram convidados durante a realização de aulas virtuais ao vivo por aplicativos como Google Hangouts, Google Meet e Zoom como previamente mostrado (Silva, 2022). Durante o convite, os discentes receberam a explicação sobre a pesquisa e foram informados do consentimento do uso dos dados a serem informados. Após as explicações e orientações todos os discentes receberam o link do formulário para preencherem de forma voluntária, que além das questões, o formulário continha TCLE que deveria ser aceito e confirmado caso o aluno aceitasse a participação voluntária na pesquisa.

 

Critérios para participação 

 

    Estar matriculado e frequentar as aulas com regularidade em 2020; ser maior de idade; ler e concordar com o TCLE da pesquisa.

 

Instrumentos 

 

    Todos os instrumentos usados pelo presente estudo foram preenchidos com uma versão on-line acessada pela conta Google, em respeito às normas do distanciamento social determinado pelo Governo do Estado de São Paulo pelo decreto estadual Nº 64.881. Os discentes receberam as informações e orientações antes de preencher os instrumentos através de um texto explicativo para cada um dos questionários respondidos.

 

Questionário digital respondido on-line 

 

    Os alunos que apresentaram os critérios de inclusão e aceitaram participar do estudo receberam um link para responder uma série de perguntas através de um formulário digital do Google Forms como previamente mostrado (Mota, 2019; Silva, 2022), com objetivo de identificação do perfil do público no estado. As perguntas divididas em blocos, sendo eles:

 

    Bloco 1. Identificação do aluno 

  1. Leitura e concordância com o termo de consentimento da livre e esclarecido da pesquisa.

  2. Nome.

  3. Peso, altura idade.

  4. Período e semestre do curso.

    Bloco 2. Condição social e econômica 

  1. Condição atual de trabalho.

  2. Impacto da pandemia na condição econômica.

  3. Acesso a internet para estudar a distância.

  4. Qualidade da internet para poder acompanhar as atividades da faculdade remotamente.

    Bloco 3. Sintomas de ansiedade, depressão e nível de atividade física durante a pandemia 

  1. Responder o questionário (Hospital Anxiety and Depression Scale) HADS.

  2. Responder o questionário Instrumento Ansiedade Traço-Estado (IDATE).

  3. Responder o questionário (Questionário Internacional de Atividade Física) IPAQ.

Avaliação dos níveis de ansiedade e depressão com uso do HADS 

 

    Os sintomas de ansiedade e depressão e dos discentes foram avaliados com o instrumento Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) (Zigmond, e Snaith, 1983), questionário de autoavaliação amplamente utilizado em pesquisas clínicas. A escala dos questionários consiste em 14 itens, dentre os quais sete são voltados para a avaliação da ansiedade e sete para a depressão. Cada um dos seus itens pode ser pontuado de 0 a 3, compondo uma pontuação máxima de 21 pontos (Marcolino et al., 2007; Vage et al., 2003). Foram adotados os seguintes pontos de corte para as subescalas: HADS-Ansiedade: ≤ 8 sem ansiedade e ≥ 9 com ansiedade; HADS-Depressão: ≤ 8 sem ansiedade e ≥ 9 com depressão.

 

Classificação dos tipos de ansiedade com uso do instrumento IDATE 

 

    Para identificação dos níveis de ansiedade e da classificação dos alunos foi usado o instrumento Ansiedade Traço-Estado (IDATE) (Spielberger et al., 1970), versão traduzida em português (Biaggio, e Natalício, 1979). O questionário possui duas escalas diferentes: uma com objetivo de identificar o traço e a outra o estado de ansiedade. Cada escala é constituída por 20 questões. As possibilidades de respostas variam de 1 a 4, sendo: 1 = quase nunca; 2 = às vezes; 3 = frequentemente; e 4 = quase sempre.

 

    Para cada uma das escalas, o sujeito é instruído a ler cada um dos itens e assinalar a resposta que melhor corresponde ao estado dele (Santos, e Galdeano, 2009). A tabulação dos dados foi feita pela através da somatória dos valores obtidos em cada resposta (escore final) varia de 20 a 80 pontos e corresponde ao nível de ansiedade. O baixo nível de ansiedade se dá através da pontuação de 20 a 40 pontos; médio nível de ansiedade de 41 a 60 pontos, alto nível de ansiedade de 60 a 80 pontos.

 

Avaliação do nível de atividade física com uso do IPAQ durante a pandemia 

 

    Para determinação dos níveis de atividade física durante a pandemia, o presente estudo usou o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta simplificada e validada por Matsudo et al. (2001). O instrumento avalia a frequência (dias/semana), duração (minutos/dia) e a intensidade da atividade física dos sujeitos da investigação durante uma semana, tanto em atividades ocupacionais quanto de locomoção, lazer ou prática esportiva, dessa forma classificando os alunos da pesquisa como: não ativos, pouco ativos e ativos.

 

Estatística 

 

    Os dados foram analisados usando o software SigmaPlot 11.0 (Systal Software Inc., CA, USA) e gráficos feitos com o GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Software, Inc., CA, USA). Os dados foram apresentados em média e desvio padrão quando a distribuição foi normal e mediana e intervalo de confiança quando a distribuição foi não normal. Os dados contínuos foram comparados usando o Test T não paramétrico. As análises de proporção foram feitas com o teste de Qui-quadrado ou exato de Fisher e a significância adotada foi de P<0,05.

 

Resultados 

 

    A Tabela 1 descreve as características dos discentes estudados. Participaram do estudo 163 alunos, sendo 56% do sexo masculino e 44% do sexo feminino, alunos frequentadores do 1º ao 7º semestre do curso de EF.

    

    Os dados mostrados na Tabela 2 mostram as respostas obtidas através do preenchimento de um questionário fechado preenchido online. Cerca de 51,8% dos alunos mantiveram sua rotina de trabalho, enquanto 48,2% tiveram que mudar sua rotina de trabalho durante pandemia e da quarentena na ausência das aulas presenciais. Um total de 67,1% tinha trabalho formal, enquanto 32,9% estavam na informalidade. A maioria dos discentes confirmaram que tiveram a renda financeira prejudicada (68,3%) e a minoria apresentou manutenção dos rendimentos (31,7%). Durante a crise econômica e a pandemia 54,9% dos discentes tiveram o trabalho mantido e 22,6% perderam o trabalho.

 

    Foram ainda mensurados a forma como os alunos estudavam a distância, uma vez que as aulas foram mantidas durante a pandemia. A maioria dos discentes têm acesso a internet (96,3%), sobre qualidade e velocidade da conexão, 74,5% avaliaram como excelente, muito boa ou boa sua internet para estudar. Sobre o tempo disponível para estudar a distância, chama a atenção o percentual de 25,6% que declararam não conseguir estudar durante a pandemia, enquanto52,9% estudam de 30 a 90 minutos diários, sendo que apenas cerca de 21,5% estudam de 90 a 120 minutos diários (Tabela 3).

 

    A Figura 1-A mostra pelo instrumento HADS que 44,1% dos discentes tiveram sintomas de ansiedade (55,9%). Em complemento, mais da metade dos alunos apresentaram sintomas elevados de depressão (76%; p>0,05). Foi observado na Figura 1-B que 29,4% dos alunos tiveram baixo nível de ansiedade traço, 65,6% com nível médio e 0,49% com nível alto. Em complemento, foi também mostrado que 25,7% dos alunos tiveram baixo nível de ansiedade estado, 77,7% com nível médio e 0,24% com nível alto (Figura 1-B).

 

    Os dados da Tabela 4 mostram que os discentes não apresentaram diferenças entre o nível de atividade física ativo e sedentários (p>0,05), também não foi observada diferença entre gêneros (p>0,05), porém cabe ressaltar que mais de 50% dos alunos foram ativos durante a pandemia. A mediana mostra que de forma geral foi observada uma quantidade de 121,0 (60,0 - 230,0) minutos de atividade física diária para os discentes da EF.

 

Tabela 1. Caracterização da amostra. Alunos do curso de graduação de EF

Discentes (n=163)

Semestres em que participam

Masc (n=91) (56%)

Fem (n=72) (44%)

Idade

IMC

Total

26,6 (±9,3)

25,3 (±4,3)

11

(6,70%)

16

(9,80%)

54

(32,9%)

7

(4,30%)

46

(28%)

17

(10,4%)

13

(7,90%)

Legenda: A Tabela 1 mostra o resultado das respostas dos alunos durante a pandemia. A proposta foi apresentada aos discentes, que concordaram com o termo livre e esclarecido. As perguntas foram feitas a distância via Internet com formulário Google respeitando as regras do isolamento social do estado de São Paulo. Valores apresentados com média e desvio padrão (±) e em percentual (%); IMC, índice de massa corporal. Fonte: Dados de pesquisa

 

Tabela 2. Condição social dos discentes após 1 mês da suspensão das aulas presenciais

Discentes

Percentual das respostas das perguntas fechadas

Questões respondidas

Sim

Não

Nenhuma das opções

Durante a determinação da quarentena e a suspensão das aulas presenciais você continuou com sua rotina de trabalho (atividade de trabalho formal ou informal) para sustento de você e/ou sua família?

51,8%

48,2%

 

Você tem trabalho formal?

67,1%

32,9%

Nesse período da pandemia e quarentena, sua renda financeira foi prejudicada ou reduzida?

68,3%

31,7%

Nessa pandemia você teve seu trabalho mantido pela empresa, ou seja, está empregado?

54,9%

22,6%

22,6%

Legenda: A Tabela 2 mostra o resultado das respostas dos alunos durante a pandemia. A proposta foi apresentada aos discentes, que concordaram com o termo livre e esclarecido. As perguntas foram feitas a distância via Internet com formulário Google respeitando as regras do isolamento social do estado de São Paulo. Valores apresentados em percentual (%). Fonte: Dados de pesquisa

 

Tabela 3. Dedicação aos estudos e acesso a Internet como forma de estudo a distância após 1 mês da suspensão das aulas presenciais

Discentes

Percentual das respostas das perguntas fechadas

Itens respondidos da questão

Sim

Não

 

 

Você tem acesso à Internet em casa?

96,3%

3,7%

Itens respondidos da questão

Excelente

Muito boa

Boa

Ruim

Muito ruim

A Internet que você usa em casa é:

3,70%

16,5%

54,3%

22,6%

3,00%

Itens respondidos da questão

<30

min/dia

30-60 min/dia

60-90 min/dia

90-120 min/dia

>120

min/dia

Não consegue estudar diariamente

Por dia, quanto tempo você tem estudado os conteúdos do curso de EF?

7,90%

28,0%

17,7%

7,30%

13,4%

25,6%

Legenda: A Tabela 3 mostra o resultado das respostas dos alunos durante a pandemia. A proposta foi apresentada aos discentes, que concordaram com o termo livre e esclarecido.As perguntas foram feitas a distância via Internet com formulário Google respeitando as regras do isolamento social do estado de São Paulo. Valores apresentados em percentual (%). Fonte: Dados de pesquisa

 

Figura 1. Quantificação da presença de sintomas de ansiedade e depressão nos alunos da graduação de EF

Legenda: Figura 1-A: Dados mostrados com percentual dos sintomas de distress psicológico (ansiedade e depressão) quantificados com o HADS (Hospital Anxiety and Depression Scale). Ponto de corte para ansiedade: escore > 8,0. Ponto de corte para depressão: escore > 8,0 %, percentual; Figura 1-B: Qualificação dos níveis de ansiedade traço e estado. Não foi observado diferença na proporção dos sintomas de ansiedade (Figura 1-A; p>0,05), porém foi identificado níveis elevados de sintomas de depressão (Figura 1-A; p<0,05). Foi observado níveis elevados de ansiedade traço e estado nos discentes, na maioria com classificação média (Figura 1-B; p<0,05). O símbolo * representa diferença significante (p<0,05). Fonte: Dados de pesquisa

 

Tabela 4. Avaliação quantitativa e qualitativa da ansiedade com uso IDATE

Discentes

Total

Masculino

Feminino

Ansiedade Traço

44,0 (40,0 - 48,0)

43,0 (38,0 - 46,0)

44,0 (40,0 - 49,0)

Ansiedade Estado

44,0 (40,0 - 48,0)

45,0 (41,0 - 50,5)

44,0 (40,5 - 47,5)

Legenda: A Tabela 4 mostra os resultados da avaliação qualitativa de atividade física diária durante a pandemia. Resultados mostrados como valores totais e relativos de alunos ativos e sedentários e como mediana e intervalo de confiança (25-75%). Para simplificar o entendimento, foram unificadas as classificações muito ativas e ativos apenas em “Ativos”, da mesma forma foram unificadas as classificações irregularmente ativas, irregularmente ativos A, irregularmente ativos B e sedentários apenas em “Sedentários”. Não foi observado diferença entre as classificações ativo e sedentário e também entre gêneros quanto a quantidade de ativos, sedentários e no número total de minutos de atividade física semanal (p>0,05). Fonte: Dados de pesquisa

 

Discussão 

 

    O presente estudo investigou a situação dos graduandos de EF durante a pandemia. Os resultados mostraram que os discentes tiveram sintomas elevados de ansiedade e depressão. Mais da metade dos discentes mostraram ser fisicamente ativos durante a pandemia. Em suma, os alunos do curso de EF foram prejudicados pelo aumento do distress psicológico induzido pela pandemia.

 

    A pandemia foi declarada no começo de 2020, o Ministério da Saúde apresentou as orientações, em seguida os Estados e as cidades do Brasil determinaram uma série de cuidados preventivos como encerramento das aulas presenciais e o distanciamento social como ocorreu em SP a partir de março de 2020. Devido a situação de enfrentamento ao COVID-19, as pessoas foram expostas as notícias negativas, desencadeando um sofrimento e medo excessivo (Ahmed et al., 2020), junto com uma crise econômica que afetou os empregos no Brasil (Dieese, 2023). Somados, esses problemas podem provocar aumento de transtornos psicológicos, a exemplo do aumento dos sintomas de ansiedade e depressão. (Wang et al., 2020b; Barranco-Cuevas et al., 2021)

 

    A ansiedade é um transtorno definido como uma resposta orgânica, caracterizado por apreensão e aumento da vigilância provocado por certas condições de perigo ou devido a ameaças potenciais à integridade da pessoa (Leal et al., 2017; Arango-Dávila; Rincón-Hoyos, 2018). Devido o COVID-19, esse problema foi agravado população mundial, por isso o presente estudo visou avaliar o nível de ansiedade dos discentes do curso de EF. Nesse sentido, os nossos resultados mostraram que 44,1% dos alunos tiveram sintomas de ansiedade (Figura 1-A), classificados na maioria como nível médio da ansiedade traço e estado (Figura 1-B). Estudos prévios têm identificado em graduando níveis elevados de ansiedade (Freitas et al., 2023). Entretanto, pouco se sabe sobre os níveis de distress psicológico em alunos de EF.

 

    No presente estudo foi observado que quase metade da amostra teve sintomas de ansiedade, tanto do tipo traço e estado (Figura 1-B). Em adição, foi também verificado altos níveis de depressão (Figura 1-A). A depressão é um distúrbio mental caracterizado por humor deprimido, perda de interesse ou prazer, diminuição da energia, sentimento de culpa ou baixa autoestima, sono ou apetite perturbados e falta de concentração (Marcus et al., 2023). A doença pode-se tornar crônica ou recorrente e levar a substancial deficiências na capacidade de um indivíduo para cuidar de suas responsabilidades cotidianas. (Costa et al., 2022; Marcus et al., 2023)

 

    Baseado pelos achados do presente estudo e pela literatura,os resultados mostrados podem ser justificado pelas seguintes hipóteses: i) medo da contaminação e morte por COVID-19; ii) distanciamento social determinado no estado de São Paulo; iii) acompanhamento de notícias negativas sobre a pandemia, problemas econômicos e sociais brasileiros exacerbados durante a pandemia.

 

    Em complemento, o presente estudo também avaliou algumas condições sociais importantes que poderiam afetar a saúde mental e aumentar os sintomas de ansiedade e depressão como questões referentes as vidas dos alunos. Nesse sentido foi verificado que a maioria dos discentes mantiveram suas ocupações laborais durante a pandemia (67,1%; Tabela 2), apesar de 31,7% ter mostrado perda financeira (Tabela 2). Também foi mostrado que a maioria dos alunos continuaram estudando a distância com uso da internet, entretanto cerca de 25% não relataram não ter uma boa conexão para acompanhar as atividades do curso de EF. De qualquer forma, a manutenção do trabalho e do curso de nível superior parece ser fundamental para a manutenção da condição de saúde mental e na vida dos discentes durante a grave crise de saúde mundial.

 

    Por fim, o presente estudo também investigou o nível de atividade física. Os resultados mostraram que mais da metade dos alunos foram classificados como ativos (masculinos 57% e feminino 52%; Tabela 5). A manutenção do nível de atividade física é muito importante para a saúde mental como mostrado previamente (Phillips, 2017; Mc Dowell et al., 2018; Silva, 2022; Aparecido da Silva et al., 2022). Talvez essa seja a explicação pelos baixos níveis de sintomas de ansiedade estado e de depressão nos discentes durante a pandemia. Mesmo com as dificuldades e restrições mais da metade de todos os alunos mantiveram a prática de atividade física durante a pandemia, apesar da outra metade ter sido classificada como sedentária é importante verificar que a quantidade de minutos de atividade física semanal (cerca de 120 minutos; Tabela 5) ficou perto dos 150 minutos semanais recomendados (Marcus et al., 2023; WHO, 2023c). Estudos prévios mostram que praticar esportes ou exercícios regulares tem relação com a maior satisfação com a vida e menos sintomas de depressão e ansiedade (Lantyer et al., 2016; Aparecido da Silva et al., 2022). Adicionalmente, estudos mostram que a prática de esportes parece ter uma associação com a resiliência e a uma condição de adaptação a fatores de estresse (Cevada et al., 2012; Bicalho et al., 2022). Mesmo que não tenham atingido a quantidade de minutos semanais recomendados, é possível considerar que manter a atividade física durante a pandemia é muito importante, mesmo com todas as limitações como falta de equipamentos, espaço e sem poder sair às ruas para praticar mais atividade física.

 

Conclusão 

 

    O estudo sobre o distress psicológico em graduandos de Educação Física durante a pandemia do COVID-19 revelou a existência de uma realidade preocupante. Os resultados indicam que esses estudantes foram profundamente impactados emocionalmente, sofrendo com altos níveis de estresse, ansiedade e sintomas depressivos. A impossibilidade de participar de atividades físicas presenciais, a falta de interação social, o isolamento e a incerteza em relação ao futuro foram os principais fatores desencadeadores desse distress psicológico.

 

    É evidente que a pandemia do COVID-19 exacerbou os desafios emocionais enfrentados pelos graduandos de Educação Física. A ausência das atividades físicas e esportivas, que são fundamentais para o bem-estar físico e mental desses estudantes, contribuiu para o surgimento de sintomas psicológicos adversos. Além disso, a adaptação repentina ao ensino remoto e a sobrecarga de tarefas acadêmicas em um ambiente virtual também foram aspectos significativos que contribuíram para o distress.

 

    Diante desses achados, torna-se crucial implementar medidas de suporte e intervenção para auxiliar os graduandos de Educação Física a lidarem com o distress psicológico durante a pandemia do COVID-19. É fundamental promover a conscientização sobre a importância do autocuidado, da busca de apoio emocional e do engajamento em estratégias de “coping” saudáveis. Além disso, as instituições de ensino devem fornecer recursos adequados, como serviços de aconselhamento psicológico, grupos de apoio e atividades online voltadas para o bem-estar emocional desses estudantes. Somente assim será possível mitigar o impacto negativo da pandemia e promover um ambiente de aprendizado mais saudável e resiliente.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 303, Ago. (2023)