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ISSN 1514-3465

 

Avaliação do conhecimento sobre a doença arterial coronariana

e adesão terapêutica medicamentosa em reabilitação cardíaca

Assessment of Knowledge about Coronary Artery Disease 

and Medication Adherence in Cardiac Rehabilitation

Evaluación del conocimiento sobre enfermedad arterial coronaria y 

adherencia al tratamiento farmacológico en rehabilitación cardiaca

 

Sabrina Souza dos Santos*

sabrina_souza1997@hotmail.com

Priscilla Costa de Souza**

fisiopriscillacosta@gmail.com

Viviane Bohrer Berni***

viviane.bohrer@gmail.com

Jéssica Pippi Guterres+

jessica.pippi@gmail.com

Tamires Daros dos Santos++

tamires.daros@gmail.com

Isabella Martins de Albuquerque+++

albuisa@gmail.com

 

*Graduada em Fisioterapeuta

pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Fisioterapeuta nas Clínicas Geriátricas La Vitta e Vila Pieneza, Santa Maria, RS

**Graduada em Fisioterapeuta

pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Fisioterapeuta no Centro de Estudos e Fisioterapia

para Funcionalidade e Integração, Porto Alegre

***Fisioterapeuta na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Hospital Universitário de Santa Maria (EBSERH/HUSM)

Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana (UFSM)

+Fisioterapeuta no HCAA - Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo

Mestranda em Ciências do Movimento e Reabilitação (UFSM)

++Fisioterapeuta, Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana (UFSM)

+++Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Médicas

Professora Associada do Departamento de Fisioterapia da UFSM

(Brasil)

 

Recepção: 11/05/2023 - Aceitação: 08/06/2023

1ª Revisão: 02/06/2023 - 2ª Revisão: 05/06/2023

 

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Citação sugerida: Santos, S.S. dos, Souza, P.C. de, Berni, V.B., Guterres, J.P., Santos, T.D. dos, e Albuquerque, I.M. de (2023). Avaliação do conhecimento sobre a doença arterial coronariana e adesão terapêutica medicamentosa em reabilitação cardíaca. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(302), 145-159. https://doi.org/10.46642/efd.v28i302.4038

 

Resumo

    Objetivo: Avaliar e determinar a relação entre conhecimento sobre a doença arterial coronariana (DAC) e a adesão terapêutica medicamentosa dos pacientes de um programa de reabilitação cardíaca (RC) (Fase II) de um hospital de ensino, público, de nível terciário da região central do Estado do Rio Grande do Sul/ Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com avaliação dos seguintes desfechos: nível de conhecimento de coronarianos participantes de RC sobre a DAC (CADE-Q - Questionário para Educação do Paciente Coronariano) e adesão terapêutica (MMAS-8 - Escala de Adesão Terapêutica de oito itens de Morisky).Os dados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial, adotando-se p<0,05. Resultados: A amostra foi composta por 42 pacientes (62,26±8,31 anos; 85,71% homens). Os indivíduos apresentaram um nível de conhecimento sobre a DAC classificado como “bom” - 41 (36-44) pontos, assim como uma mediana de adesão terapêutica de 7 (7-8) pontos na qual foi classificada como moderada adesão. Não houve diferença significativa entre nível de adesão e nível de conhecimento, assim como não foi observada correlação entre o conhecimento dos pacientes sobre DAC e adesão terapêutica medicamentosa. Conclusões: Concluiu-se que os pacientes participantes de um programa de RC, mesmo não sendo submetidos a um componente educacional formal, apresentaram um bom nível de conhecimento sobre a DAC e uma moderada adesão terapêutica. Os achados sinalizam a necessidade da implementação de políticas públicas que facilitem a oferta, encaminhamento e participação dos pacientes a programas multidisciplinares de RC, pautados, principalmente, na prática de educação em saúde.

    Unitermos: Cardiopatias. Adesão terapêutica. Educação em saúde. Reabilitação cardíaca.

 

Abstract

    Objective: To evaluate and determine the relationship between knowledge about coronary artery disease (CAD) and drug therapy adherence of patients participating in a cardiac rehabilitation (CR) program (Phase II) of a public teaching hospital of tertiary level in central region of the State of Rio Grande do Sul/Brazil. Methods: This is a cross-sectional study evaluating the following outcomes: level of knowledge of coronary patients participating in CR about CAD (CADE-Q - Questionnaire for Coronary Patient Education) and therapeutic adherence (MMAS-8 - Therapeutic Adherence Scale of Morisky's eight items).Data were analyzed using descriptive and inferential statistics, adopting p<0.05. Results: The sample consisted of 42 patients (62.26±8.31 years; 85.71% men). The individuals had a level of knowledge about CAD classified as “good” - 41 (36-44) points, as well as a median of therapeutic adherence of 7 (7-8) points, which was classified as moderate adherence. There was no significant difference between the level of adherence and level of knowledge, as well as nocorrelation was observed between patients' knowledge about CAD and medication therapeutic adherence. Conclusions: It was concluded that patients participating in a CR program, even though they were not submitted to a formal educational component, had a good level of knowledge about CAD and moderate adherence to therapy. The findings indicate the need to implement public policies that facilitate the offer, referral and participation of patients in multidisciplinary CR programs, based mainly on the practice of health education.

    Keywords: Heart diseases. Therapeutic adherence. Health education. Cardiac rehabilitation.

 

Resumen

    Objetivo: Evaluar y determinar la relación entre el conocimiento sobre enfermedad arterial coronaria (EAC) y adherencia a medicación de pacientes en un programa de rehabilitación cardíaca (RC) (Fase II) de un hospital escuela, público, de enseñanza superior, en la región centro del Estado de Río Grande do Sul. Métodos: Estudio transversal que evalúa resultados de: nivel de conocimiento de los pacientes coronarios que participan en RC sobre EAC (CADE-Q - Cuestionario para la Educación del Paciente Coronario) y adherencia terapéutica (MMAS-8 - Escala de Adherencia Terapéutica de Morisky de ocho ítems). Los datos fueron analizados mediante estadística descriptiva e inferencial, adoptando p<0,05. Resultados: Muestra constituida por 42 pacientes (62,26±8,31 años; 85,71% hombres). Los individuos tenían un nivel de conocimiento sobre EAC clasificado como “bueno” - 41 (36-44) puntos, así como una mediana de adherencia terapéutica de 7 (7-8) puntos, que fue clasificada como adherencia moderada. No hubo diferencia significativa entre el nivel de adherencia y el nivel de conocimiento, así como tampoco se observó correlación entre el conocimiento de los pacientes sobre la EAC y la adherencia terapéutica al medicamento. Conclusiones: Los pacientes participantes de un programa de RC, a pesar de no estar sometidos a un componente educativo formal, tenían un buen nivel de conocimiento sobre EAC y moderada adherencia terapéutica. Los hallazgos indican la necesidad de la implementación de políticas públicas que faciliten la oferta, derivación y participación de los pacientes en programas multidisciplinarios de RC, basados ​​principalmente en la práctica de la educación para la salud.

    Palabras clave: Cardiopatías. Adherencia terapéutica. Educación para la salud. Rehabilitación cardiaca.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 302, Jul. (2023)


 

Introdução 

 

    As doenças cardiovasculares (DCVs) são as principais causas de mortalidade e morbidade no mundo, sendo responsáveis por 32% da mortalidade no Brasil (Oliveira et al., 2020). Dados da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) vêm demonstrando que pessoas que sofrem com DCVs em países de baixa e média renda têm menos acesso a serviços de saúde eficazes e equitativos que respondam às suas necessidades. (OPAS, 2023)

 

    Dentre os modelos de prevenção secundária que atenuam a carga das DCVs encontra-se a reabilitação cardíaca (RC) (Carvalho et al., 2020). Numerosos estudos vêm demonstrando que a implementação de programas de RC pode apresentar um importante impacto benéfico na qualidade de vida dos indivíduos, na redução do risco de mortalidade cardiovascular, assim como na capacidade funcional de pacientes com DCVs (Anderson et al., 2016; Dos Santos et al., 2019; Bozkurt et al., 2021). Apesar de seus benefícios, tais programas estão disponíveis em apenas 40% dos países de baixa renda, com capacidade insuficiente até nos lugares onde existe. (Britto et al., 2020)

 

    A Fase 2 da RC é ambulatorial, começa imediatamente após a alta hospitalar, tem duração média de 3 meses e consiste em um programa de exercícios de fortalecimento e aeróbicos (Carvalho et al., 2020). Além dos exercícios estão também associados os programas educacionais em relação aos fatores de risco e à cardiopatia no intuito de buscar um melhor autogerenciamento da doença. (Jung e Yang, 2021)

 

    Outro aspecto importante no contexto da RC é a adesão à terapia farmacológica na qual pode ser otimizada no ambiente da reabilitação (Carvalho et al., 2020), podendo ser influenciada por diversos fatores, tais como: características individuais do paciente, à doença em si, aos medicamentos utilizados e ao acolhimento por parte dos profissionais de saúde. (Tavares et al., 2013)

 

    Nos últimos anos, há uma preocupação cada vez maior com o conhecimento dos pacientes sobre suas doenças (César, 2019), entretanto há uma certa escassez de estudos a respeito do nível do conhecimento sobre DCVs em programas de RC. Sendo assim, mediante importante contexto, este estudo teve como objetivo avaliar e determinar a relação entre conhecimento sobre a doença arterial coronariana (DAC) e a adesão terapêutica medicamentosa de pacientes participantes de um programa de RC (Fase II) de um hospital de ensino, público, de nível terciário da região central do Estado do Rio Grande do Sul.

 

Métodos 

 

    Estudo transversal realizado na Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Santa Maria, RS, Brasil, durante o período de abril de 2018 a março de 2020. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa local sob CAE nº 85774518.3.0000.5346. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de serem incluídos no estudo, conforme determina a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

 

    A amostra foi composta por indivíduos cardiopatas submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), troca valvar ou angioplastia coronária transluminal percutânea (ATPC) participantes do Programa de Reabilitação Cardíaca (RC) (Fase II) da Unidade de Reabilitação do HUSM. Foram excluídos do estudo os indivíduos que apresentaram incapacidade de compreender e/ou executar os procedimentos do estudo.

 

Programa de Reabilitação Cardíaca (Fase II) 

 

    O programa de RC foi composto por exercício aeróbico e de resistência, realizado duas vezes por semana durante 12 semanas, de acordo com protocolo baseado em estudo prévio (Dos Santos et al., 2019). Cada sessão contou com a supervisão de dois fisioterapeutas, uma enfermeira, um médico cardiologista plantonista e alunos do Curso de Graduação em Fisioterapia da UFSM. O programa também conta com a assistência de nutricionista e psicólogo. Os exercícios aeróbicos foram realizados em esteira ergométrica (Inbramed, ATL - 10200, RS, BR), durante 30 minutos, com a intensidade de treinamento baseada na frequência cardíaca (FC) obtida durante o teste ergométrico. A FC de treinamento foi calculada através da diferença entre FC máxima e FC de repouso, com intensidade de 55-65% e uma pontuação de 4-6 na escala de Borg modificada (variando de 0 a 10). Os exercícios de resistência para membros superiores e inferiores foram realizados com halteres e caneleiras por aproximadamente 20 minutos, sendo executadas 3 séries de 10 repetições por grupo muscular com intervalo de repouso de 30 segundos. O exercício resistido iniciou com 40% até o paciente atingir 60% do teste de repetição máxima. No início e ao término de cada sessão foram realizados 10 minutos de alongamento. A monitorização dos sinais vitais foi realizada de forma constante.

 

Entrevistas e variáveis avaliadas 

 

    No momento anterior ao programa de RC, todos os pacientes foram conduzidos individualmente a uma sala onde receberam as instruções para preenchimento do Questionário para Educação do Paciente Coronariano - CADE-Q (questionário autoaplicável) e na sequência a adesão terapêutica (MMAS-8) foi determinada através de uma entrevista aplicada por uma pesquisadora previamente treinada.

 

    O CADE-Q, instrumento desenvolvido e validado para a população brasileira, contém 19 questões, que abordam temas relacionados à doença coronariana, dividido nas seguintes áreas: (1) fisiopatologia, sinais e sintomas; (2) fatores de risco e hábitos de vida; (3) diagnóstico, tratamento e medicamentos; e (4) exercício físico (Ghisi et al., 2010; Ghisi et al., 2013). Cada questão possui quatro alternativas ou afirmações, as quais correspondem a um nível de conhecimento: uma afirmação correta mostrando conhecimento completo; uma afirmação correta mostrando conhecimento incompleto; uma afirmação incorreta mostrando conhecimento errado; e uma afirmação “não sei” mostrando nenhum conhecimento. Cada assertiva foi pontuada de acordo com o seguinte escore: conhecimento completo = 3 pontos; conhecimento incompleto = 1 ponto; conhecimento errado ou “não sei” = 0 pontos. O somatório total dos escores constituiu o nível de conhecimento do paciente, no qual foi classificado conforme descrito no Quadro 1.

 

Quadro 1. Classificação do nível de conhecimento dos pacientes segundo escore do CADE -Q

Soma dos escores

Percentual

Classificação do conhecimento

De 51 a 57 pontos

De 90 a 100%

Ótimo

De 40 a 50 pontos

De 70 a 89%

Bom

De 29 a 39 pontos

De 50 a 69%

Aceitável

De 17 a 28 pontos

De 30 a 49%

Pouco conhecimento

Abaixo de 17 pontos

Abaixo de 30%

Conhecimento insuficiente

Fonte: Arq Bras Cardiol., 2010; 94(6), 813-22

 

    A adesão terapêutica foi determinada por meio da Escala de Adesão Terapêutica de Morisky de oito itens, versão em português da Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8), traduzida e validada para o Brasil. O grau de adesão terapêutica foi determinado conforme a pontuação resultante da soma de todas as respostas corretas: alta adesão (oito pontos), média adesão (6 a < 8 pontos) e baixa adesão (< 6 pontos). (Ben et al., 2012)

 

Cálculo do tamanho amostral 

 

    Foi realizado o cálculo amostral, baseado em um estudo piloto, onde foram incluídos os dez primeiros pacientes, considerando-se um nível de significância de 5% (p<0,05), poder estatístico de 80%, resultando em 42 pacientes.

 

Análise estatística 

 

    A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa GraphPad Prism 5 (GraphPad Software Inc., San Diego, CA, EUA). As variáveis contínuas com distribuição normal e as com distribuição não normal foram apresentadas, respectivamente, na forma de média (desvio padrão) e mediana (intervalo interquartil), enquanto as variáveis categóricas foram apresentadas em frequências e porcentagens. As comparações referentes ao nível de adesão terapêutica, o conhecimento e a diferença entre as áreas do conhecimento foram realizadas através do Teste de Friedman com post-hoc Dunn's. Utilizou-se o teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre o conhecimento sobre a DAC e a adesão terapêutica. Para efeito de significância estatística foi considerado um valor de p<0,05.

 

Resultados 

 

    A amostra do presente estudo foi composta por 42 pacientes com média de idade de 62,26 ± 8,31 anos. Pode-se observar que a maioria dos pacientes era do sexo masculino (n=36; 85,71%), em grande parte aposentados (n=22; 52,38%), com renda familiar de 1 a 5 salários mínimos (n=24; 57,15%). Quanto à escolaridade, 13 (30,95%) tinham ensino fundamental completo e 13 (30,95%) ensino médio completo, 8 (19,05%) possuíam ensino fundamental completo, 5 (11,91%) ensino médio incompleto e somente 3 (7,14%) tinham ensino superior. Sobre os procedimentos, a maioria dos pacientes(n= 31; 73,80%) foi submetida à CRM e apresentavam comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus (Tabela 1). Os pacientes apresentaram um tempo médio no programa de RC 8,48 ± 5,54 meses, com um tempo mínimo de 3,91 meses e máximo de 29,63 meses.

 

Tabela 1. Características gerais da amostra

Características

n=42

Profissão, n (%)

Aposentado(a)

22 (52,38)

Motorista

4 (9,53)

Vendedor

3 (7,14)

Pedreiro

3 (7,14)

Outras

10 (23,81)

Renda, n (%)

Até 1 salário mínimo

15 (35,71)

1 a 5 salários mínimos

24 (57,15)

Acima de 5 salários mínimos

3 (7,14)

Escolaridade, n (%)

Ensino Fundamental Incompleto

13 (30,95)

Ensino Fundamental Completo

8 (19,05)

Ensino Médio Incompleto

5 (11,91)

Ensino Médio Completo

13 (30,95)

Ensino Superior Completo

3 (7,14)

Sexo, n (%)

Masculino

36 (85,71)

Feminino

6 (14,29)

Idade (anos), média ±desvio padrão

62,26 ± 8,31

Procedimento, n (%)

Cirurgia de revascularização do miocárdio

31 (73,80)

Angioplastia coronária transluminal percutânea

11 (26,19)

Comorbidades, n (%)

Hipertensão arterial sistêmica

42 (100,00)

Dislipidemia

31 (73,81)

Diabetes mellitus

12 (28,57)

Os dados são expressos como frequência (porcentagem) ou média ± desvio padrão. Fonte: Dados de pesquisa

 

    Em relação ao conhecimento dos pacientes sobre a DAC, avaliado por meio do questionário CADE-Q, observou-se que em relação às alternativas assinaladas, 61,27% (n=489) do total de respostas estavam corretas, 26,06% (n=208) incompletas e 12,67% (n=101) classificadas como erradas ou não sei. Nenhuma das 19 questões apresentou 100% (n=798) de acerto pelos participantes.

 

    A Figura 1 apresenta a classificação geral quanto ao nível de conhecimento dos pacientes inseridos na RC (Fase II) sobre a DAC. Observou-se uma prevalência do tipo “bom conhecimento” (de 29 a 39 pontos) em 23 pacientes (54,76%), seguido de “conhecimento aceitável” (de 40 a 50 pontos) em 17 pacientes (40,47%), “pouco conhecimento” em 1 paciente (2,38%) e “conhecimento insuficiente” também foi observado em 1 paciente (2,38%). Cabe destacar que a mediana (intervalo interquartil) da amostra foi de 41 (36-44) pontos, o que classifica como “bom” o nível médio de conhecimento dos pacientes sobre a DAC.

 

Figura 1. Classificação do nível de conhecimento

sobre a doença arterial coronariana da amostra

Figura 1. Classificação do nível de conhecimento sobre a doença arterial coronariana da amostra

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Observou-se também que o maior nível de conhecimento sobre a DAC concentrou-se na área de fatores de risco e hábitos de vida (66,67% (n=224) das respostas corretas). Já a área de diagnóstico, tratamento e medicamentos (57,15% (n=192) das respostas corretas) foi a que apresentou o menor nível de conhecimento. Entretanto, não houve diferença significativa na comparação entre as áreas do conhecimento (p=0,175) (Figura 2).

 

Figura 2. Nível por área de conhecimento do Questionário

para Educação do Paciente Coronariano da amostra

Figura 2. Nível por área de conhecimento do Questionário para Educação do Paciente Coronariano da amostra

Fonte: Dados de pesquisa

 

    No que diz respeito aos achados da adesão terapêutica, avaliada através do MMAS-8, observou-se que 47,62% (n=20) dos pacientes apresentaram alta adesão, 35,71% (n=15) média adesão e 16,67% (n=7) baixa adesão à terapêutica medicamentosa (Figura 3). A mediana (intervalo interquartil) da amostra foi de 7 (7-8) pontos.

 

Figura 3. Adesão à terapêutica medicamentosa da amostra

Figura 3. Adesão à terapêutica medicamentosa da amostra

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Conforme demonstrado na Figura 4, observou-se que 28,57% (n=12) dos pacientes que apresentavam alta adesão terapêutica (MMAS-8 = 8) tinham um “bom conhecimento” (CADE-Q de 40 a 50 pontos) sobre a DAC e 19,05% (n=8) dos pacientes um “conhecimento aceitável” (CADE-Q de 29 a 39 pontos). Em relação aos pacientes com média adesão terapêutica (MMAS-8 = 6 a < 8 pontos) observou-se que 19,05% (n=8) apresentaram um bom nível de conhecimento, 14,29% (n=6) conhecimento aceitável e 2,38% (n=1) pouco conhecimento (CADE-Q de 17 a 28 pontos).

 

Figura 4. Adesão à terapêutica medicamentosa e 

conhecimento sobre a doença arterial coronariana da amostra

Figura 4. Adesão à terapêutica medicamentosa e conhecimento sobre a doença arterial coronariana da amostra

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Por fim, considerando os pacientes com baixa adesão terapêutica (< 6 pontos) observou-se que 7,14% (n=3) apresentaram um “bom conhecimento”; 7,14% (n=3) “conhecimento aceitável” e 2,38% (n=1) “conhecimento insuficiente” (CADE-Q <17 pontos). Porém, não foi observada diferença significativa (p=0,653) na comparação entre nível de adesão e conhecimento. Além disso, não houve correlação entre o conhecimento dos pacientes sobre DAC e a adesão terapêutica (Figura 5).

 

Figura 5. Correlação entre nível de conhecimento sobre a 

doença arterial coronariana e adesão terapêutica da amostra

Figura 5. Correlação entre nível de conhecimento sobre a doença arterial coronariana e adesão terapêutica da amostra

MMAS-8: Escala de Adesão Terapêutica de oito itens de Morisky; 

CADE-Q: Questionário para Educação do Paciente Coronariano.

Fonte: Dados de pesquisa

 

    Semelhantemente, não houve correlação entre adesão terapêutica e as áreas de conhecimento fisiopatologia, sinais e sintomas (r=0,087; p=0,582), fatores de risco e hábitos de vida (r=0,292; p=0,061), diagnóstico, tratamento e medicamento (r=0,048; p=0,762) e exercício físico (r=0,298; p=0,055).

 

Discussão 

 

    Os principais achados do presente estudo demonstraram que a maioria dos pacientes da amostra evidenciou “bom conhecimento” sobre a DAC, cuja área de melhor conhecimento compreendeu fatores de risco e hábitos de vida, assim como uma prevalência de alta a média adesão ao tratamento farmacológico. Entretanto, não houve correlação entre o conhecimento dos pacientes sobre a DAC e a adesão terapêutica medicamentosa.

 

    Estudos têm demonstrado que as percepções dos participantes de programas de RC sobre seus comportamentos em saúde podem contribuir para a compreensão de suas necessidades e expectativas quanto à doença, assim como otimizar a utilização do serviço e aumentar a adesão ao tratamento a curto e longo prazo (McIntosh et al., 2017; Hansen et al., 2018).

 

    Sabe-se que um tema relativamente novo no qual vem ganhando espaço nas agendas de políticas de saúde que é o letramento em saúde. Sendo definido como a capacidade que um indivíduo possui de acessar, entender, avaliar e utilizar informações e serviços para tomada de decisões sobre sua saúde de maneira bem fundamentada (Stanzel, Hammarberg, e Fisher, 2021). Nesse contexto é oportuno mencionar a respeito da importância do conhecimento dos pacientes com DAC, neste caso especificamente daqueles em reabilitação cardíaca, sobre sintomas que possam ser um alerta para eventos coronarianos agudos (César, 2019). Além disso, sabe-se que o nível de conhecimento pode ser otimizado por meio de programas específicos de educação, que contemple, além das orientações sobre exercício físico, informações sobre dieta e uso de medicação de forma adequada (Lima et al., 2016).

 

    Recente revisão sistemática com metanálise (Feng et al., 2021) na qual incluiu 18 estudos demonstrou o benefício das intervenções educativas para pacientes cardiopatas nos desfechos comportamentos de saúde, nível de conhecimento sobre a doença e qualidade de vida. A metanálise também apontou a necessidade de estudos futuros nos quais devem detalhar as intervenções educacionais no intuito de facilitar a reprodutibilidade e comparação.

 

    Um recente estudo qualitativo conduzido com 28 sujeitos participantes de dois modelos diferentes de RC (programa estruturado de exercícios físicos, formação educacional integral e aconselhamento x programa estruturado de exercícios físicos isolado) demonstrou que ambos os grupos evidenciaram, a longo prazo, que a participação na RC impactou positivamente o conhecimento relacionado à doença, promoveu ganhos funcionais e melhora no bem-estar psicossocial. Intervenções educativas estruturadas parecem estar associadas a uma melhor percepção dos participantes sobre a RC, o que pode contribuir para a manutenção a longo prazo do comportamento de saúde do coração e melhores resultados (Nascimento et al., 2021). Tais achados corroboram parcialmente com os resultados do presente estudo, onde os pacientes, mesmo sem ter sido submetidos a um programa de intervenção educacional integral, evidenciaram “bom conhecimento” sobre a DAC. Provavelmente esse achado pode estar associado ao fato do convívio direto com a equipe multiprofissional, com as informações repassadas durante os exercícios físicos e consultas médicas, assim como através da troca de informações realizada entre os pacientes.

 

    É de conhecimento que a não adesão ou uma adesão inadequada aos tratamentos medicamentosos são as principais causas na ineficácia da terapêutica no Brasil e no mundo (Cabral et al., 2018). No estudo de Oliveira-Filho et al. (2012), os autores demostraram que o diagnóstico do comportamento não aderente por meio da aplicação da MMAS-8 em pacientes sob uso de medicamentos anti-hipertensivos foi fator preditivo de valores elevados de PA sistólica e diastólica.

 

    Dentro desse contexto, no que diz respeito à adesão terapêutica medicamentosa, os resultados do presente estudo demonstraram uma prevalência de alta a média adesão ao tratamento farmacológico. Tal achado vai ao encontro do estudo conduzido por Nishijuka, e Soares de Araújo (2016) onde pacientes participantes de um programa de reabilitação cardíaca, realizado em uma clínica privada, mostraram alta taxa de aderência à terapêutica farmacológica. Os autores destacaram que o achado possivelmente esteja relacionado à avaliação médica feita sempre antes de iniciar as sessões de exercício. Tal fato também é uma característica da amostra do presente estudo, pois todos os pacientes são submetidos à avaliação cardiológica antes do ingresso no programa de RC.

 

    Em recente estudo de coorte realizado no México, a respeito da avaliação da aderência ao tratamento medicamentoso de pacientes em programa de RC, os autores demonstraram que 97% dos pacientes apresentaram uma excelente aderência ao tratamento farmacológico. (Ruiz-Aranjuelo et al., 2023)

 

    O presente estudo apresenta algumas limitações tais como tamanho amostral reduzido, processo de amostragem obtido por conveniência (Oliveira et al., 2022) e aplicação dos instrumentos de investigação em apenas um centro de reabilitação. Também se pode salientar que os pacientes não foram avaliados quanto ao nível conhecimento antes do ingresso no programa de RC, assim como o delineamento do estudo ser transversal, e, portanto, os dados foram capturados em um único momento no tempo. Outra limitação relevante refere-se à acentuada preponderância masculina da amostra.No entanto, essas limitações não invalidam os nossos achados, principalmente em virtude da escassez de estudos a respeito do nível do conhecimento sobre DCVs em programas de RC.

 

Conclusão 

 

    O presente estudo demonstrou que pacientes participantes de um programa de RC, de um hospital de ensino, público, de nível terciário da região central do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil, mesmo não sendo submetidos a um componente educacional formal, apresentaram um bom nível de conhecimento sobre a DAC e uma moderada adesão terapêutica. Os achados sinalizam a necessidade da implementação de políticas públicas que facilitem a oferta, encaminhamento, participação e adesão dos pacientes a programas multidisciplinares de RC, pautados, principalmente, na prática de educação em saúde.

 

Referências 

 

Anderson, L., Oldridge, N., Thompson, D.R., Zwisler, A.D., Rees, K., Martin, N., e Taylor, R.S. (2016). Exercise-Based Cardiac Rehabilitation for Coronary Heart Disease: Cochrane Systematic Review and Meta-Analysis. Journal of the American College of Cardiology, 67(1), 1-12. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2015.10.044

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 302, Jul. (2023)