Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Construção coletiva de uma proposta curricular para 

a Educação Física no contexto da Educação Infantil

Collective Construction of a Curricular Proposal for Physical
Education in the Context of Early Childhood Education

Construcción colectiva de una propuesta curricular de 

Educación Física en el contexto de la Educación Inicial

 

Christian Viana Oliveira

christianoliveira@usp.br

 

Professor Mestre em Educação Física Escolar

pela UNESP - Campus Rio Claro

Graduado em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos

Graduado em Bacharel e Licenciatura em Educação Física

pela Universidade de Ribeirão Preto

Atualmente doutorando em Educação

na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

da Universidade de São Paulo Campus Ribeirão Preto

Concursado como professor de Educação Física

da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto-SP

porém ocupa cargo de confiança como Diretor

em uma das unidades escolares municipais

(Brasil)

 

Recepção: 10/03/2023 - Aceitação: 13/12/2023

1ª Revisão: 23/12/2023 - 2ª Revisão: 07/12/2023

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Oliveira, C.V. (2024). Construção coletiva de uma proposta curricular para a Educação Física no contexto da Educação Infantil. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(308), 18-35. https://doi.org/10.46642/efd.v28i308.3904

 

Resumo

    O presente artigo busca trazer de forma sintética o estudo que descreveu e analisou o desenvolvimento de um documento curricular para embasar a Educação Física na Educação Infantil de uma cidade paulista. O artigo descreveu como se deu o processo de construção do documento, a participação dos professores durante o processo de construção e como estes se viram representados no produto final do processo. O estudo buscou se fundamentar nos aspectos legais da Educação Física principalmente em relação à Educação Infantil e buscou fundamentação em outros estudos realizados relativos ao tema. O estudo adotou uma metodologia qualitativa, teve caráter exploratório e puderam participar 77 professores atuantes na mesma rede de ensino. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram atas de reuniões dos professores, questionário de verificação e a entrevista semiestruturada. Os dados levantados foram analisados de forma qualitativa e, conforme foram surgindo, foram sendo elaborados indicadores de variáveis para sua análise. Para finalizar, a pesquisa defende que para que um documento curricular seja representativo e seguido na escola, este deve ser construído de forma participativa com os professores que o receberão, ser fundamentado legalmente e seja plausível e coerente à realidade da(s) escola(s) a que se destina.

    Unitermos: Proposta curricular. Educação Física. Educação Infantil.

 

Abstract

    This article seeks to summarize the study that described and analyzed the development of a curricular document to support Physical Education in Early Childhood Education in a city in São Paulo. The article seeks to analyze how the document construction process took place, how the teachers participated during the construction process and how they were represented in the final product of the process. The study sought to base itself on the legal aspects of Physical Education, mainly in relation to Early Childhood Education, and sought to base it on other studies carried out on the subject. The study was carried out in a qualitative way, had an exploratory character and 77 teachers working in the same teaching network could participate. The instruments used for data collection were minutes of teachers' meetings, a verification questionnaire and a semi-structured interview. The collected data were being analyzed qualitatively and as they emerged, variable indicators were being elaborated for their analysis. Finally, the research argues that for a curriculum document to be representative and followed at school, it must be constructed in a participatory way with the teachers who will receive it, be legally substantiated and be plausible and consistent with the reality of the school(s) for which it is intended.

    Keywords: Curriculum proposal. Physical Education. Child Education.

 

Resumen

    Este artículo busca resumir el estudio que describió y analizó la elaboración de un documento curricular de apoyo a la Educación Física en la Educación Inicial en una ciudad de São Paulo. El artículo describe cómo se desarrolló el proceso de construcción del documento, la participación de los docentes durante el proceso de construcción y cómo fueron representados en el producto final del proceso. El estudio buscó basarse en los aspectos jurídicos de la Educación Física, principalmente en relación a la Educación Inicial, y buscó basarse en otros estudios realizados sobre el tema. El estudio adoptó una metodología cualitativa, fue de carácter exploratorio y pudieron participar 77 docentes que trabajan en la misma red educativa. Los instrumentos utilizados para la recolección de datos fueron actas de reuniones de docentes, cuestionario de verificación y entrevista semiestructurada. Los datos recolectados fueron analizados cualitativamente y, a medida que surgieron, se desarrollaron indicadores variables para su análisis. Para concluir, la investigación sostiene que para que un documento curricular sea representativo y seguido en la escuela, debe ser construido de manera participativa con los docentes que lo recibirán, tener base legal y ser plausible y coherente a la realidad de la(s) escuela(s) para las que está destinado.

    Palabras clave: Propuesta curricular. Educación Física. Educación Inicial.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 308, Ene. (2024)


 

Introdução 

 

    Ao ser realizada uma análise detalhada em referenciais curriculares foi possível constatar o pouco foco dado às aulas de Educação Física na etapa da educação infantil em nível de prefeituras que devem, por lei, ofertar essas aulas, o que evidencia o distanciamento que existe entre as discussões que ocorrem na área acadêmica e ao que realmente ocorre nas escolas, principalmente quando se tratada Educação Física no ensino público infantil. (Base Nacional Curricular Brasil, 2017; Barreto, 2000). Mesmo existindo diretrizes nacionais regulamentadoras da Educação Física escolar no ensino infantil, como a Lei Federal de Diretrizes e Bases 9394. (Brasil, 1996)

 

    É possível encontrar na literatura alguns fatores que podem ser apontados como causas da falta de regulamentação e oferta das aulas de Educação Infantil como, por exemplo: falta de participação docente na discussão e elaboração das leis da área, falta de o professor se ver representado nos referenciais curriculares por não participar de sua elaboração e as falhas na lei que permitem que os municípios se justifiquem para não ofertar as aulas regulares de Educação Física, como por exemplo, o Parecer CNE/CEB nº 07 (Brasil, 2010) que permitia que professor pedagogo de referência da turma ministre as aulas de Educação Física do 1º ao 5º ano. Parecer esse que contraria a Lei Federal de Diretrizes e Bases 9394 (Brasil, 1996) que no seu 4º artigo, no inciso I, diz que a Educação Básica é “obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade...”. E no seu 26º artigo, 3º parágrafo, ela traz que a Educação Física “integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica...”. Por fim, no seu 29º artigo, a citada lei diz que: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança...”.

 

    Ainda é possível citar a jurisprudência criada pelo julgamento ocorrido na 20ª vara federal ao tratar o processo: 0027439-20.2011.4.01.3400 (Brasil, 2013) que homologou: “objetivando que seja declarada a necessidade do profissional de Educação Física ministrar aulas de Educação Física e/ou recreação ou qualquer outra atividade que envolva exercícios físicos ou esportes”, o que vai de encontro ao que foi permitido no Parecer CNE/CEB nº 07 (Brasil, 2010), e o tornou conflitante à Lei Federal 9696 (Brasil, 1998) que regulamenta o exercício das atividades de Educação Física.

 

Pode-se constatar que por existirem muitas leis, resoluções, pareceres e normas regulamentadoras, em alguns momentos estas se conflitam, como mostrado acima, e diante disso alguns municípios erram ao não ofertar as aulas de Educação Física, na Educação Infantil, para especialistas da área e quando ofertam muitos não possuem currículos específicos. As prefeituras, ao não ofertarem as aulas de Educação Física para os profissionais habilitados conforme preconiza a lei, legislam segundo ideais políticos de seus representantes em benefício de classes específicas ou segundo seus interesses políticos, conforme mostrado em estudo realizado por Lindsey (2020) que retratou a forma com que o governo aplica seus ideais políticos nas escolas da Inglaterra, segundo seus interesses, que podem também ser evidenciados nas escolas brasileiras conforme estudo realizado por Oliveira et al. (2023) que apontaram como o subcampo político/burocrático na Educação Física ainda sofre, nos dias atuais, interferência dos governantes brasileiros.

 

    É exatamente nesses problemas de falta de oferta de aulas de Educação Física, por especialistas, na Educação Infantil, bem como ausência de referenciais ou referenciais sem representatividade na construção, que esse artigo buscou dar sua contribuição ao fazer uma análise sobre a construção de um referencial curricular de forma representativa, por profissionais da área de Educação Física e demais áreas da Educação, que fundamentou a regulamentação da oferta de aulas por especialistas de Educação Física em uma prefeitura do interior paulista, através do estudo realizado por Oliveira, e Iaochite (2020). O referido estudo promoveu a construção coletiva de um referencial que levasse em conta os aspectos sociais, culturais e científicos, visando que os professores que fossem ministrar as aulas se vissem representados no documento oficial e o aplicassem na prática o currículo, inclusive para começar a quebrar esse monopólio que alguns esportes têm dentro das aulas de Educação Física na escola e possa desenvolver esportes menos tradicionais/midiáticos na sociedade conforme apontado na matéria da Imprensa, Mercado & Consumo (2019).

 

Objetivo 

 

    Considerando os problemas levantados no capítulo anterior e levando em conta a importância da participação coletiva na elaboração de um documento como um referencial curricular, o objetivo do artigo é analisar e descrever o processo de desenvolvimento de um referencial curricular de Educação Física com foco na Educação Infantil em uma cidade no interior do estado de São Paulo. O referido processo culminou na elaboração de uma proposta curricular com representatividade e participação dos profissionais da área. O estudo permitiu elaborar registros, analisar o processo de participação dos professores na elaboração, descrever as discussões e analisar aspectos da experiência prévia dos participantes na elaboração de outros referenciais, sua formação profissional bem como outros aspectos de como ocorreu o processo participativo a partir do convite, dos fundamentos legais e teóricos que embasaram as discussões, entre outros.

 

Metodologia 

 

    O método utilizado foi o estudo de caso que descreveu e analisou o processo de elaboração de uma proposta curricular de Educação Física para o contexto da Educação Infantil. O método escolhido tem caráter qualitativo e permitiu responder importantes questionamentos como, por exemplo, a respeito da importância de os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem (professores, alunos e demais participantes do processo) verem significado em uma proposta curricular e se verem representados nessa proposta ao participarem da elaboração da mesma, de forma participativa e democrática, para que essa proposta seja realmente levada em consideração e aplicada na prática no chão da escola.

 

    Yin (2001) ensina que o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que permite compreender um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados. Dessa forma o estudo adotou essa metodologia para fundamentar a coleta de dados, elaborar e promover reflexões, bem como buscar responder questionamentos importantes do processo de elaboração da proposta curricular analisada.

 

Contexto da pesquisa 

 

    O contexto da pesquisa foi um grupo de professores que atua na Rede Municipal de uma cidade do interior paulista. A rede de ensino possui 109 escolas contando atualmente com 45.000 alunos regularmente matriculados em todos os segmentos da Educação Básica. Para a elaboração da proposta curricular foi instituída uma comissão de profissionais da Educação que atua na referida rede, sendo eles: Professor pedagogo que atua no Ensino Fundamental 1, Professora de língua portuguesa que atua no Ensino Fundamental 2, Coordenadora pedagógica, Formadores do centro de formação continuada, Diretor de escola, Vice-diretora de escola, e Professor Dr. Universitário do setor de Educação da UNESP campus Rio Claro. A Comissão foi composta de forma diversificada visando contemplar profissionais com visões diferentes. Essa visão diversificada da comissão teve o objetivo de contemplar as diferentes visões do segmento de ensino estudado e contemplando as diretrizes da gestão democrática. O documento construído pelo grupo de professores buscou se aprofundar no campo de experiência corpo, gestos e movimento que embasa a Educação Infantil, além de buscar proporcionar experiências que buscam o desenvolvimento integral das crianças da Educação Infantil.

 

Participantes 

 

    Os participantes da pesquisa foram no total 23 professores de Educação Física, 4 coordenadores de área que atuam no setor de formação continuada, professores de disciplinas de língua portuguesa e matemática e uma vice-diretora de escola todos (as) funcionários (as) pertencem ao quadro efetivo de funcionários (as) da rede municipal estudada. Alguns critérios foram estabelecidos para a participação na pesquisa: ter cargo efetivo na referida rede, estar em exercício docente no período de coleta de dados, não estar afastado da sala de aula por período superior a cinco anos. Alguns dados de caracterização do perfil dos participantes da pesquisa, para conhecimento do leitor, são: Sexo: Feminino 61% - Masculino 39%; 74% dos participantes estão entre 31 a 40 anos de idade; ao todo 56% dos professores concluiu a formação em Educação Física após o ano de 2008; 37% dos professores têm mais de 5 anos de exercício na docência, o restante menos de 5 anos.

 

Instrumentos 

 

    O primeiro instrumento utilizado foi a análise documental para analisar as Atas redigidas nas reuniões ocorridas durante o processo de construção do documento curricular. A análise documental é definida por Cellard (2008) como “[...] momento de reunir todas as partes – elementos da problemática ou do quadro teórico, contexto, autores, interesses, confiabilidade, natureza do texto, conceitos-chave” de determinada documentação.

 

    O segundo método utilizado na coleta dos dados foi o Questionário de Verificação definido, segundo Gil, como “a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”. (Gil, 1999)

 

    O terceiro instrumento utilizado foi a Entrevista Semiestruturada, definida por Manzini (1991) como: “a entrevista semiestruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confecciona-se um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista”. A entrevista foi elaborada com questões abertas e que abordavam especificamente a temática do estudo.

 

Procedimentos para a coleta de dados 

 

    A coleta de dados das Atas ocorreu logo após as reuniões dos professores, nas quais eles discutiram acerca do tema. O Questionário de Verificação e a Entrevista Semiestruturada somente foram disponibilizados aos participantes para preenchimento após o término da construção do documento oficial e só foram preenchidos após o aceite do Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE).

 

    Para levantamento dos dados abaixo, foi utilizado o Instrumento Questionário de Verificação com o objetivo de levantar informações que proporcionassem a caracterização pessoal e profissional dos participantes.

 

Tabela 1. Dados dos participantes

Variável

Categoria

n

%

Sexo

Feminino

8

80%

Masculino

2

20%

Idade

De 31 a 35 anos

1

10%

De 36 a 40 anos

4

40%

De 41 a 45 anos

1

10%

Mais de 46 anos

4

40%

Ano de formação

Depois de 1998

6

60%

Antes de 1998

4

40%

Titulação

Graduação

4

40%

Especialização

4

40%

Mestrado

1

10%

Doutorado

1

10%

Tempo de atuação na rede municipal

Menos que 1 ano

2

20%

Entre 1 e 6 anos

4

40%

Entre 7 e 25 anos

4

40%

Fonte: Dados da pesquisa

 

Tabela 2. Dados dos participantes relativos à formação

Participantes

Sexo

Idade

Ano de formação

Titulação

Tempo na rede municipal

Participante 1

Feminino

Mais de 46 anos

Antes de 1998

Graduação

Entre 7 e 25 anos

Participante 2

Masculino

De 36 a 40 anos

Depois de 1998

Graduação

Entre 1 e 6 anos

Participante 3

Feminino

De 41 a 45 anos

Antes de 1998

Especialização

Entre 7 e 25 anos

Participante 4

Masculino

De 36 a 40 anos

Depois de 1998

Graduação

Entre 1 e 6 anos

Participante 5

Feminino

Mais de 46 anos

Antes de 1998

Especialização

Entre 7 e 25 anos

Participante 6

Feminino

Mais de 46 anos

Depois de 1998

Doutorado

Entre 1 e 6 anos

Participante 7

Feminino

De 31 a 35 anos

Depois de 1998

Mestrado

Menos que 1 ano

Participante 8

Feminino

De 36 a 40 anos

Depois de 1998

Especialização

Entre 7 e 25 anos

Participante 9

Feminino

Mais de 46 anos

Antes de 1998

Graduação

Menos que 1 ano

Participante 10

Feminino

De 36 a 40 anos

Depois de 1998

Especialização

Entre 1 e 6 anos

Fonte: Dados da pesquisa

 

    Após levantamentos dos dados, foi utilizado o processo de análise qualitativa embasado no procedimento de codificação descritivo. (Lüdke, e André, 2013; Saldaña, 2016)

 

Procedimentos para a análise de dados da entrevista 

 

    A análise dos dados do instrumento entrevista foi realizada através da análise qualitativa e codificação dos dados, com suporte do programa Nvivo Pro 11. (Lüdke, e André, 2013; Saldaña, 2016)

 

    Para obter as respostas referentes aos objetivos elencados para a pesquisa foi utilizada a codificação descritiva (Saldaña, 2016). Para o procedimento de codificação descritiva, uma palavra ou um termo curto são escolhidos para que seja possível criar uma referência para uma parte da informação que esteja relacionada a responder aos questionamentos levantados na pesquisa.

 

    A análise qualitativa foi realizada em três etapas, conforme indicado na literatura (Lüdke, e André, 2013; Saldaña, 2016). A primeira etapa foi a pré-análise na qual foi feita a leitura superficial, foram elaborados os primeiros indicadores de variáveis que seriam posteriormente analisados e foi feita a preparação do material em documentos tabulados e editados em planilhas do Excel para posterior análise através do software Nvivo Pro 11. Essa etapa é fundamental para que fosse possível continuar com a análise através do suporte de softwares. Caso fosse identificada alguma inconsistência, o processo de análise precisaria ser reiniciado a partir da edição das informações.

 

    Foi nessa etapa que o livro de códigos foi desenvolvido. Saldaña (2016) ensina que o livro de código é um instrumento fundamental da análise qualitativa, visto que permite promover a identificação e descrição de cada um dos códigos criados durante o processo de análise, além de que, em última hipótese, o livro de códigos pode ser usado para a validação da análise. No presente estudo foi utilizado o método indutivo na criação do livro de códigos, ocorrendo concomitantemente ao processo de codificação e análise dos dados do questionário. (Saldaña, 2016)

 

    Em seguida foi realizada a fase de condensação das informações em dados, na qual foram feitas leituras mais amplas no material coletado, bem como o delineamento dos diferentes códigos que posteriormente passaram a compor as categorias de análise. É nessa etapa que é realizada a caracterização das unidades de registro (palavras) e de contexto (conjunto de palavras) que deram corpo aos códigos e categorias criados. Esse processo permitiu ao pesquisador promover a identificação e seleção dos dados com os quais iria trabalhar, promovendo a facilitação do manuseio das informações levantadas. (Saldaña, 2016)

 

    A última etapa consistiu em organizar o tratamento dos dados e as inferências. Foi nessa fase que os códigos foram organizados por aproximação, foi feita a aglutinação em categorias que passaram a representar os eixos de apresentação e de discussão dos dados.

 

Aspectos éticos 

 

    Os aspectos éticos da pesquisa seguiram as normas e diretrizes do Conselho Nacional de Saúde em relação às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos (Resolução 466/12). A pesquisa obteve autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) do campus de Rio Claro, sob o protocolo de No. 3.255.895.

 

Resultados 

 

Análise das atas das reuniões (Instrumento 1) 

 

    Para levantar os dados no instrumento um foi feita uma análise documental nas atas das reuniões realizadas, análise essa que objetivou construir a proposta curricular.

 

    Os dados levantados na análise documental mostraram que todos os professores de Educação Física da rede estudada puderam participar das reuniões de elaboração do currículo, visto que foi feito um documento que atendesse crianças da Educação Infantil até alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Essa participação de professores que atuam em todos os anos de ensino encontra fundamentação no que defende (Gêmeo Crestam, 2000) quando o mesmo disserta sobre a importância da participação dos professores na construção do currículo para sua real aplicação no chão da escola.

 

    Resumidamente é possível dizer que os participantes da construção da proposta curricular desenvolveram um trabalho que os permitirá superar dificuldades de implantação do documento na rede em que atuam ao encontrarem uma solução para a falta de representatividade e participação na elaboração do referencial curricular que irão utilizar, visto que puderam participar das discussões, tomaram decisões contextualizadas com sua prática e com a realidade sociopolítica da escola, pois tornaram o processo colaborativo e democrático conforme orientam autores que estudam o currículo.

 

Análise do Questionário de Verificação (Instrumento 2) 

 

    Os resultados apresentados abaixo trazem dados das respostas dos professores relativos ao processo participativo durante a construção inicial da proposta curricular.

 

Tabela 3. Dados dos participantes relativos ao processo de construção

Análise do questionário de verificação

Participação anterior em pesquisa relativa ao tema:

54% nunca participaram.

46% já participaram.

Estratégia que foi utilizada para convidar para participar do processo de construção:

56,5% consideraram muito satisfatória.

43,5% consideraram satisfatória.

Como consideraram os aspectos legais que fundamentaram a proposta do currículo:

56,5% consideraram muito satisfatório.

43,5% consideraram satisfatório.

Qual a opinião dos participantes a respeito da concepção teórica da proposta de currículo:

52,2% consideraram muito satisfatória e 43,5% consideraram satisfatória.

4,3% consideraram pouco satisfatória.

Foram perguntados sobre como a proposta de currículo representa o que pensam sobre o tema:

60,9% consideraram muito satisfatório.

30,1% consideraram satisfatório.

Ao serem questionados sobre a relação entre a matriz curricular e perfil dos alunos responderam:

52,2% consideraram muito satisfatória.

47,8% consideraram satisfatória.

Foram perguntados sobre a relação entre a proposta curricular e os objetivos adotados para a rede:

60,9% consideraram muito satisfatória.

30,1% consideraram satisfatória.

Também foram perguntados sobre a relação entre a proposta curricular e a avaliação para a Educação:

30,4% consideraram muito satisfatória.

69,6% consideraram satisfatória.

Outro questionamento foi sobre a avaliação do participante sobre a contribuição da proposta curricular para o avanço da rede em que atuam

91,3% avaliaram como muito satisfatória.

8,7% avaliaram satisfatória.

osteriormente foram questionados sobre qual a contribuição da proposta curricular para a melhoria das práticas educativas dos participantes

78,3% consideraram muito satisfatória.

21,7% consideraram satisfatória.

or fim foram perguntados sobre como avaliava a própria participação na construção da proposta curricular:

65,2% consideraram muito satisfatória.

17,4% consideraram satisfatória.

17,4% consideraram pouco satisfatória.

Fonte: Questionários de pesquisa

 

    Através da análise das respostas da tabela acima é possível verificar que os participantes da pesquisa se sentiram reconhecidos dentro do documento criado, reconhecimento esse por terem participado do processo dialógico e construtivo da elaboração da proposta. O reconhecimento dentro da proposta e a própria avaliação do processo feita pelos entrevistados encontram respaldo em Contreras (2002) quando defende que o trabalho do professor deve estar atrelado às condições sociopolíticas que dão credibilidade à instituição escolar e ao seu próprio trabalho.

 

Análise qualitativa da entrevista 

 

    Nas perguntas 1 e 2 da entrevista os professores foram convidados a refletir sobre quais foram os pontos fortes do processo de construção e como eles avaliaram a sua própria participação na elaboração da proposta curricular.

 

    Em relação aos pontos fortes desse processo, oito professores responderam que houve uma participação democrática e que consideram esse fato como uma valorização dos conhecimentos dos participantes, o que se alinha ao que defendem (Tardif, e Lessard, 2012) e (Gêmeo Crestam, 2000) a respeito dos conhecimentos e da autonomia do professor durante a participação na elaboração do documento. A tabela quatro traz dados referentes ao tipo de participação que os professores tiveram no processo.

 

Tabela 4. Dados sobre a participação na elaboração da proposta curricular

 

 

Oportunidade de participação

Nível de participação na elaboração da proposta

Tipo de participação

Participação democrática

Valorização do conhecimento do professor

Baixa

Moderada

Elevada

Discussão e reflexão

Atividades

Organização e redação

Citações codificadas

8

4

2

1

2

3

2

2

Fonte: Questionários de pesquisa

 

    No detalhamento da Tabela 5 apresentada abaixo é possível verificar diferenças entre a percepção dos participantes da pesquisa. No que tange à participação democrática e à valorização do conhecimento dos participantes, existiu um consenso de que houve essa valorização entre os professores com até 40 anos de idade e que se formaram após o ano de 1998, tendo assim menor tempo de atuação na rede de ensino em relação aos professores com mais de 40 anos de idade. Esses professores mais novos demonstraram em suas respostas que o processo sendo democrático do jeito que se deu foi possível que os conhecimentos deles em relação à Educação Física fossem valorizados.

 

Tabela 5. Descritivo a respeito do processo de construção relativo às variáveis:

idade, ano de formação e tempo de atuação na rede municipal de ensino

 

 

Oportunidade de participação

Nível de participação na elaboração da proposta

Tipo de participação

Participação democrática

Valorização do conhecimento do professor

Baixa

Moderada

Elevada

Discussão e reflexão

Atividades

Organização e redação

Idade

De 31 a 35 anos

2

2

1

 

 

 

 

1

De 36 a 40 anos

3

2

1

1

 

1

2

 

De 41 a 45 anos

 

 

 

 

1

1

 

 

Mais de 46 anos

3

 

 

 

1

1

 

1

Ano de formação

Depois de 1998

6

4

2

1

 

1

2

2

Antes de 1998

2

 

 

 

2

2

 

 

Titulação

Graduação

2

1

 

 

1

1

1

 

Especialização

3

1

1

1

1

2

1

 

Mestrado

2

2

1

 

 

 

 

1

Doutorado

1

 

 

 

 

 

 

1

Tempo de atuação na rede municipal

Menos que 1 ano

2

2

1

 

 

 

 

1

Entre 1 e 6 anos

3

2

1

 

 

1

1

1

Entre 7 e 25 anos

3

 

 

1

2

2

1

 

Fonte: Questionários de pesquisa

 

    Na terceira pergunta foi solicitado aos professores que apontassem algumas consequências que a implantação da proposta curricular construída pode ocasionar no trabalho do professor e na aprendizagem dos alunos.

 

    Os dados que são apresentados na tabela abaixo, 6, é possível analisar os resultados das codificações que apontam que existe uma expectativa de unificação da área do componente curricular da disciplina de Educação Física, com 10 citações, bem como a expectativa de que o referencial curricular poderá embasar o trabalho dos professores de Educação Física nas escolas.

 

Tabela 6. Expectativas em relação à implementação do referencial curricular

 

Expectativas com o currículo

Unificação da área da educação física

Direcionamento do trabalho docente

Aprendizagem centrada na criança

Garantia de continuidade para crianças

Citações codificadas

10

6

4

7

Fonte: Questionários de pesquisa

 

    Por fim, é possível verificar nas respostas que a maioria dos professores têm a expectativa de que o documento curricular irá garantir a continuidade de estudos da criança, caso ela mude de unidade escolar na rede ou caso seu professor mude. Na Tabela 7 há um detalhamento das respostas.

 

Tabela 7. Dados relativos às expectativas dos participantes em relação à implementação do documento curricular

 

Expectativas com o currículo

Unificação da área da educação física

Direcionamento do trabalho docente

Aprendizagem centrada na criança

Garantia de continuidade para crianças

Idade

De 31 a 35 anos

1

 

 

1

De 36 a 40 anos

4

4

2

2

De 41 a 45 anos

1

1

 

2

Mais de 46 anos

4

1

2

2

Ano de formação

Antes de 1998

4

2

2

4

Depois de 1998

6

4

2

3

Titulação

Graduação

5

3

1

1

Especialização

3

3

3

5

Mestrado

1

 

 

1

Doutorado

1

 

 

 

Tempo de atuação na rede municipal

Menos que 1 ano

2

 

1

2

Entre 1 e 6 anos

4

4

1

2

Entre 7 e 25 anos

4

2

2

3

Fonte: Questionários de pesquisa

 

    Os entrevistados também foram convidados a responder sobre o que seria necessário para que a proposta curricular de Educação Física seja colocada em prática na escola, de uma forma que atinja os objetivos almejados. Os resultados vêm elencados abaixo.

 

    Nos dados constantes da Tabela 8, que são mais detalhados na Tabela 9, é possível verificar resultados descritivos que mostram que os participantes elencaram dois pontos principais no processo de garantia de aplicabilidade da proposta curricular: A rede municipal de ensino e o professor de Educação Física, indo ao encontro do que ensina (Arroyo, 2011) sobre a importância da profissionalização docente.

 

Tabela 8. Descritivo das respostas acerca das necessidades para a implantação da proposta curricular

 

Implementação da proposta

Profissionalidade docente

Formação continuada

Infraestrutura e materiais

Citações codificadas

5

5

5

Fonte: Dados da pesquisa

 

Tabela 9. Descritivo das respostas acerca das necessidades para a implantação da nova 

proposta curricular com as variáveis idade, ano de formação e tempo de atuação na rede

 

Implementação da proposta

Profissionalidade docente

Formação continuada

Infraestrutura e materiais

Idade

De 31 a 35 anos

 

 

1

De 36 a 40 anos

3

1

2

De 41 a 45 anos

 

2

1

Mais de 46 anos

2

2

1

Ano de formação

Antes de 1998

2

3

2

Depois de 1998

3

2

3

Titulação

Graduação

4

 

1

Especialização

1

4

3

Mestrado

 

 

1

Doutorado

 

1

 

Tempo de atuação na rede municipal

Menos que 1 ano

1

 

1

Entre 1 e 6 anos

3

1

2

Entre 7 e 25 anos

1

4

2

Fonte: Dados da pesquisa

 

    Foi possível verificar que nas respostas relativas à questão número 5 do questionário de verificação, tabulada na Figura 5, 61% dos professores considerou muito satisfatório e 39% considerou satisfatório o que está exposto no documento final da proposta com o que eles acreditam ser o ideal para se trabalhar em sala de aula, demonstrando assim que se vêem representados no documento final.

 

    Conforme os dados citados acima, ao se verem representados no documento e considerarem que foi construído de forma democrática, participativa e colaborativa, os professores deixaram evidente em suas respostas que isso por si só não garante a aplicabilidade e implantação na rede. Os entrevistados trouxeram em suas respostas que os professores defendem que é necessário que haja o engajamento do docente para planejar suas aulas e executá-las conforme o referencial construído, alinhando-se ao que ensina (Arroyo, 2011) ao dizer que é papel do professor proporcionar a abertura do currículo para que haja o enriquecimento do professor e da escola, bem como proporcionar o avanço da escola. Dessa forma será possível proporcionar um avanço do componente curricular da Educação Física na rede de ensino da cidade onde foi realizada a pesquisa.

 

Discussão 

 

    Muitos dados foram sendo discutidos no capítulo anterior durante a descrição da pesquisa. Para finalizar a discussão, ao embasar-se em um estudo aprofundado no que dizem os autores e as pesquisas que fundamentaram a presente pesquisa, foi possível verificar que o processo de construção e elaboração de um documento, como uma proposta curricular, contém muitas variáveis as quais puderam ser constatadas nos dados levantados na presente pesquisa.

 

    É possível também verificar nos dados de pesquisas anteriores relativas ao tema que muitos professores se sentem perdidos sem referencial curricular enquanto outros, que possuem um referencial curricular em sua rede de ensino, o desconsideram por o verem descontextualizado nos aspectos sociopolíticos e pedagógicos da sua escola. Diante disso, ao o professor fazer parte do processo de discussão e construção do documento curricular que fundamentará seu trabalho, esse professor perceberá que não estará “à margem das condições sociopolíticas que dão credibilidade à própria instituição escolar...” (Contreras, 2002), pois não irá receber documentos verticalmente e se sentirá reconhecido no documento construído. Foi dessa maneira, conforme os dados apresentados na pesquisa, que os professores participantes da mesma se sentiram ao ver o produto final da construção do referencial.

 

Conclusões 

 

    Ao ser finalizado o presente artigo buscou se basear no conceito de Comunidades de Prática da Teoria Social da Aprendizagem indo de encontro ao trabalho realizado por (Mendes, e Miskulin, 2017) que utilizou tais procedimentos para análise de conteúdo possibilitou o levantamento de algumas reflexões as quais apontam a necessidade de que sejam realizados novos estudos relativos ao tema currículo, construção colaborativa etc. Alguns aprofundamentos que podem ser feitos, pois impactam a implantação de um referencial curricular, são: Os aspectos físicos, materiais e a estrutura da unidade escolar e como elas podem proporcionar ou dificultar o desenvolvimento do currículo; Como se dará a formação continuada dos professores? Contextualizadas ao currículo com troca de saberes ou terceirizada e feita por profissionais alheios ao chão da escola? Essas formações devem acontecer somente na unidade escolar ou em rede com todos os professores? Qual a frequência mensal da formação e quantas horas de duração?

 

    Após análise dos dados levantados e após a reflexão acerca dos autores e pesquisas estudadas para esse artigo, defende-se que uma proposta curricular direcionada para uma rede de ensino precisa ser elaborada com a participação democrática e coletiva dos professores que irão aplicá-la na prática durante as aulas de Educação Física alinhando-se ao que apresentou Januário et al. (2015) quando traz na conclusão do estudo realizado que as organizações políticas precisam fomentar que haja colaboração entre professores, órgãos públicos, setor empresarial e demais setores para que possam gerar condições para o desenvolvimento do esporte, inclusive nas aulas de Educação Física.

 

    É também defendido por esse estudo que a formação continuada ofertada aos professores precisa ser realizada de uma forma que agregue à prática docente, que os professores participem ativamente das atividades realizando compartilhamento de experiências, pois são ricos em saberes que adquirem durante sua prática em sala de aula.

 

    Finalmente, para que um currículo seja significativo ele deve ser construído com o embasamento legal, que sejam levadas em consideração as questões sociopolíticas federais, estaduais, municipais e do local no qual a escola se insere. Que durante o processo de discussão, colaboração e construção do currículo seja feito de uma forma coletiva, assim como ocorreu em outros países como no caso do Chile, retratado nos estudos de Retamal et al. (2020) que trouxe a experiência da participação coletiva da sociedade na elaboração de políticas públicas que embasam a área da Educação Física, pois dessa forma os professores a que se destina esse documento, ao participar, vão se ver reconhecidos dentro do currículo buscando da melhor maneira a formação do destinatário final dos estudos e documentos que fundamentam o processo de ensino e de aprendizagem: o (a) estudante.

 

Referências 

 

Arroyo, M.G. (2011). Currículo, território em disputa (2ª ed.). Editora Vozes.

 

Barreto, D. (2000). A educação Física na Escola de Educação Infantil: a construção da história possível. In: Educação Infantil: uma necessidade social. PMF/SME.

 

Brasil (1996). Lei Nº 9.394. Dispõe sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.html

 

Brasil (1998). Lei Nº 9.696, de 1 de Setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9696.htm

 

Brasil (2010). Resolução 07. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica. Secretaria de Educação Básica. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf

 

Brasil (2010). Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Ministério da Saúde. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

 

Brasil (2013). Ação ordinária número: 0027439-20.2011.4.01.3400. Dispõe sobre a necessidade do Profissional de Educação Física para ministrar as aulas de Educação Física. Tribunal Regional Federal da Primeira Região. https://www.conjur.com.br/dl/aulas-educacao-fisica-podem-ministradas.pdf

 

Brasil (2017). Base Nacional Comum Curricular, 3ª versão. Ministério da Educação. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

 

Cellard, A. (2008). A análise documental. In: J. Poupart, J.P. Deslauriers, L.H. Groulx, A. Lapierre, e R. Mayer, A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Editora Vozes.

 

Contreras, J. (2002). Autonomia de professores (1ª ed.). Cortez Editora.

 

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social (5ª ed.). Editora Atlas.

 

Gimeno Sacristán, J. (2000). O currículo: uma reflexão sobre a prática (3ª ed.). Artmed Editora.

 

Imprensa, Mercado & Consumo (2019). Conteúdo digital é a fórmula para esportes menos populares conquistarem patrocinadores e fãs. https://www.mercadoeconsumo.com.br/2019/11/23/conteudo-digital-e-a-formula-para-esportes-menos-populares-conquistarem-patrocinadores-e-fas/

 

Januario, C., Pascoal Paipe, G., Reis Pinto, E., e Carvalho, M.J. (2015). Políticas públicas deportivas: Guimarães, Ciudad Europea del Deporte 2013. Revista Española de Educación Física y Deporte, 408, 73-84. https://doi.org/10.55166/reefd.v0i408.78

 

Lindsey, I. (2020). Analysing policy change and continuity: physical education and school sport policy in England since 2010. Sport, education and society, 25(1), 27-42. http://dx.doi.org/10.1080/13573322.2018.1547274

 

Lüdke, M., e André, M.E.D.A. (2013). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas (2ª ed.). EPU.

 

Manzini, E.J. (1991). A entrevista na pesquisa social. Didática, 26/27, 149-158. https://eduinclusivapesq-uerj.pro.br/a-entrevista-na-pesquisa-social/

 

Mendes, R.M., e Miskulin, R.G.S. (2017). A análise de conteúdo como uma metodologia. Cadernos de Pesquisa, 47(165), 1044-1066. https://doi.org/10.1590/198053143988

 

Oliveira, C.V., e Iaochite, R.T. (2020). Construção de uma proposta curricular para a Educação Física no contexto da Educação Infantil: Um estudo de caso [Universidade Estadual Paulista]. https://repositorio.unesp.br/items/3941be31-0fcb-4c3c-bb4f-9968d8a7c770

 

Oliveira, C.V., Oliveira, E.H. de, e Nunomura, M. (2023). Educación Física, deporte y recreación en Brasil: recorrido histórico en el subcampo político/burocrático y características actuales. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(302), 190-204. https://doi.org/10.46642/efd.v28i302.3641

 

Retamal, F.C., Castillo, C.M., Contreras, C.V., Canan, F., Starepravo, F.A., e Oliveira, A.A.B. (2020). Participación ciudadana en la elaboración de las políticas públicas de actividad física y deporte: el caso de Chile. Retos, 38, 482-489. https://doi.org/10.47197/retos.v38i38.76340

 

Saldaña, J. (2016). The coding manual for qualitative researchers (3ª ed.).Thousand Oaks.

 

Tardif, M., e Lessard, C. (2012). O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas (7ª ed.). Editora Vozes.

 

Yin, R.K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos (2ª ed.). Bookmam Editora.


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 308, Ene. (2024)