ISSN 1514-3465
O trato do futebol nas aulas de Educação Física: uma reflexão co-educativa
The Treatment of Soccer in Physical Education Classes: a Co-Educational Reflection
El tratamiento del fútbol en las clases de Educación Física: una reflexión coeducativa
Paloma Assunção
*assuncaobb26@gmail.com
Gustavo Amancio Bonetti Meneghel
**gustavomeneghel2@gmail.com
João Fabricio Guimara Somariva
+joaofabricio@unesc.net
Rômulo Luiz da Graça
++romulo.luiz@unesc.net
*Licenciada em Educação Física
pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
**Graduado em Educação Física pela UNESC
Especializado
em Educação Física Escolar por la UNINTER
Especializado em Gestión Escolar por la UNINA
Maestría
en Educación por la Universidad del Extremo Sur Catarinense
Actualmente es profesor efectivo en los Municipios de Criciúma
y Urussanga, además de profesor de pregrado en la UNESC
+ Graduado em Educação Física pela UNESC
Especialista em Treinamento esportivo pela UNESC
Mestre em Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Atualmente é professor de Educação Física
da Escola de Ensino Básico Prof. Padre Shuler - Cocal do Sul/SC
Professor do Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE e UNESC
Integrante do Núcleo docente estruturante e Colegiado
dos Cursos de Educação Física e Pedagogia do UNIBAVE
Membro do Grupo de Pesquisa em Educação Física
e
escola: Conhecimento e intervenção - GEPEFE
++Mestre em Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (PPGE/UNISUL)
Integrante do grupo de pesquisa Análise e planejamento ambiental
da paisagem e Educação Ambiental - AnPAP-EA
Graduado em Educação Física pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)
Especialista em treinamento esportivo e metodologia do ensino superior
pela Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC)
Atualmente é vice-coordenador e professor
na Licenciatura da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Metodologia das Lutas, Esportes Adaptados, Habilidades
e Capacidades Motoras e Recreação e Lazer na UNESC
Docente do Curso de Especialização em Educação Física
e Promoção da Saúde na Escola na UNISUL
Coordenador de Área (CA) do PIBID/UNISU
(Brasil)
Recepção: 06/12/2022 - Aceitação: 16/06/2023
1ª Revisão: 12/06/2023 - 2ª Revisão: 13/06/2023
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Citação sugerida
: Assunção, P., Meneghel, G.A.B., Somariva, J.F.G., e Graça, R.L. da (2023). O trato do futebol nas aulas de Educação Física: uma reflexão co-educativa. Lecturas: Educación Física y Deportes, 28(303), 200-215. https://doi.org/10.46642/efd.v28i303.3789
ResumoO presente trabalho visa compreender o trato do futebol nas aulas de Educação Física a partir de uma reflexão co-educativa norteada pela abordagem crítico-superadora, além de refletir sobre as construções sociais de gênero nas escolas e nas aulas de Educação Física. Tem como objetivo compreender como os professores de Educação Física pensam e elaboram suas aulas, dentro da metodologia co-educativa, esta que ainda é uma temática nova dentro da disciplina, para que assim o esporte futebol seja compreendido como uma prática social e não mais visto como um esporte generificado. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, isto é, busca refletir sobre referenciais teóricos de livros, artigos, dissertações e teses de autores que corroboram o presente estudo, ou seja, visam desmistificar a hegemonia masculina no esporte futebol.
Unitermos:
Educação Física. Escola. Co-educação. Futebol.
Abstract
The present work aims to understand the treatment of soccer in Physical Education classes from a co-educational reflection guided by the critical-overcoming approach, in addition to reflecting on the social constructions of gender in schools and Physical Education classes. It intends to understand how Physical Education teachers think and prepare their classes, within the co-educational methodology, this is a new theme within the discipline, so that soccer is understood as a social practice and no longer seen as a male sport. This research is of a bibliographical nature, that is, it seeks to reflect on theoretical references of books, articles, dissertations and theses of authors that corroborate the present study, namely, those that aim to demystify male hegemony in soccer.
Keywords
: Physical Education. School. Co-education. Soccer.
Resumen
El presente trabajo tiene como objetivo comprender el tratamiento del fútbol en las clases de Educación Física a partir de una reflexión coeducativa guiada por el enfoque crítico-superador, además de reflexionar sobre las construcciones sociales de género en las escuelas y en las clases de Educación Física. Tiene como objetivo comprender cómo los profesores de Educación Física piensan y preparan sus clases, dentro de la metodología coeducativa, que es todavía un tema nuevo dentro de la disciplina, para que el fútbol sea entendido como una práctica social y práctica, ya no visto como un deporte generificado. Esta investigación es de carácter bibliográfico, es decir, busca reflexionar sobre referentes teóricos de libros, artículos, disertaciones y tesis de autores que corroboran el presente estudio, es decir, pretenden desmitificar la hegemonía masculina en el fútbol.
Palabras clave
: Educación Física. Escuela. Coeducación. Fútbol.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 303, Ago. (2023)
ntrodução
I
Tendo como objetivo de analisar, por meio da literatura já produzida, como o professor de Educação Física organiza suas ações pedagógicas, a fim de desenvolver linhas de ação, que consiga tratar o conhecimento acerca do futebol em turmas mistas, sem que haja distinção entre a hegemonia do gênero masculino no futebol, essa pesquisa foi pensada.
Pois compreendemos que as dificuldades, tensões e contradições em relação ao ensino de aulas mistas na Educação Física surgem como consequência das relações de poder existentes no espaço escolar e que essas relações de poder que se entrelaçam entre professores, equipe diretiva e meninos/as produzem resistências o tempo todo. (Mattos, 2014, p. 18)
Percebe-se que é importante os professores de Educação Física, em sua prática, estejam sempre atentos às questões sociais envolvidas, quando elaboram seus planos de aula. É de conhecimento geral que na atualidade o futebol, assim como outros esportes, ainda está voltado para o público masculino. Tal estereótipo é reflexo da construção social envolta na prática esportiva que inferioriza o corpo feminino e suas vontades.
Segundo Uchoga et al. (2016) atualmente a prática docente das aulas de Educação Física não mais é pensada e planejada para haver a distinção entre gênero, sendo assim, questiona-se sobre o porquê dessa distinção ainda estar presente quando fala-se de esportes, mais especificamente no ensino do futebol nas aulas de Educação Física.
A presente pesquisa surgiu, enquanto estudante do ensino fundamental, percebe-se a dificuldade que os professores tinham de estabelecer linhas de ação, em que meninos e meninas despertam o interesse pelo conteúdo de futebol na escola. Esta pesquisa não tem intenção de propor uma desconstrução de características biológicas. Pelo contrário, têm-se o intuito de fomentar a abertura de espaço para o público feminino, que quer praticar esportes, sem que esse querer seja alvo de preconceito e exclusão.
Para obter material de análise que auxiliasse na construção teórica da presente pesquisa, buscou-se o referencial acadêmico científico nas plataformas digitais BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), Google Acadêmico e Scielo, o período de busca foi de 2003 a 2018, utilizando as palavras-chave educação física, escola, aulas mistas e futebol. As palavras chaves utilizadas foram Educação Física, Escola, Coeducação e Futebol.
Sendo assim, após a seleção das obras, estruturou-se o trabalho por meio das categorias: estudos bibliográficos, estudo etnográficos, estudo de caso e pesquisa qualitativa e quantitativa.
O objetivo, tanto das teses quanto dos artigos, é compreender como o professor de educação física concilia os objetivos do projeto pedagógico das escolas com a produção dos planos de aulas que visam a inclusão de aulas mistas que facilitem o processo de aprendizagem, porém, percebeu-se a escassez desse tema nas bases de dados.
A priori, o trato do futebol parece estar relacionado à prática masculina, pois desde sua criação tal esporte era praticado para o entretenimento masculino, época essa onde as mulheres não possuíam direitos, diferente dos dias de hoje. Sendo assim, algumas perguntas surgiram: Quais os limites encontrados pelos docentes em trabalhar o futebol com turmas mistas? Quais aspectos culturais estão envolvidos nessa discussão? Por que esse tema tem tão pouca visibilidade acadêmica?
A partir do exposto, é apresentada a seguinte indagação: Como as relações socioculturais influenciam nas aulas de futebol em turmas mistas nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental? O objetivo geral é analisar como as relações sociais refletem nas aulas de futebol em turmas mistas nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental.
Para melhor delimitar o processo de pesquisa, busca-se direcionamento nos seguintes objetivos específicos: identificar as relações culturais em relação ao gênero no esporte; analisar a influência da formação acadêmica em Educação Física e seu desdobramento na organização de aulas; verificar a partir de autores que tratam do tema como é abordado a co-educação nas aulas de futebol na Educação Física escolar.
A relevância social deste trabalho se dá pela possível contribuição para a melhoria da sociedade, tendo em vista que a prática docente dentro de sala de aula reverbera no campo social como um todo.
Esta pesquisa é de cunho bibliográfico qualitativo, onde os dados receberam tratamento interpretativo, levando em conta a realidade subjetiva do pesquisador e do objeto estudado. Tem como objetivo compreender como os professores de Educação Física pensam e elaboram suas aulas, dentro da metodologia co-educativa, esta que ainda é uma temática nova dentro da disciplina de Educação Física, para que assim o esporte futebol seja compreendido como uma prática social e não mais visto como um esporte generificado.
A função social da escola e da Educação Física
A escola, local constituído histórica e socialmente, passou, e passa por diversas influências sociais, principalmente visando sua finalidade. Toma-se por verdadeiro o que Davidov (1988) apresenta em seu trabalho, no qual atribui à escola um espaço privilegiado para aprendizagem dos conceitos com conteúdos científicos elaborados historicamente. Para Nascimento (2014, p. 29), “a educação escolar tem por finalidade geral formar uma determinada relação do indivíduo com a realidade”.
A partir dessa concepção de escola histórica e social, adentra-se na especificidade da Educação Física, componente curricular obrigatório no processo de formação dos estudantes. Coletivo de Autores1 (1992) aponta que o objeto de estudo/ensino da Educação Física se manifesta pela Cultura Corporal, de forma concreta, como dança, ginástica, lutas, jogo e esporte. Essas manifestações expressam uma construção histórico-social-cultural de ação corporal humana a fim de uma finalidade (jogar, dançar, lutar, brincar, etc.).
Na contemporaneidade, os conteúdos da Cultura Corporal – em especial o esporte – desde muito cedo são apresentados à sociedade, através das mídias sociais. Quando elas são inseridas no meio escolar, os estudantes carregam consigo um conhecimento prévio sobre determinados esportes. Sendo assim, na escola, os estudantes devem ter acesso ao conhecimento mais desenvolvido pelo ser humano, chamado conhecimento científico.
Diante disso, compreende-se que, segundo Coletivo de Autores (1992), é papel da Educação Física no âmbito escolar propiciar aos estudantes apropriação do conhecimento mais desenvolvido, em especial, referente a Cultura Corporal.
Precisamente, aqui, no processo de explicação do objetivo de estudo e de ensino da Educação Física – explicitação tanto do seu tempo designador quanto dos seus significados-, é que as investigações científicas da Educação Física começam a se constituir como tais e, ao mesmo tempo, a se cindir em diferentes perspectivas teóricas e filosóficas. (Nascimento, 2014, p. 17)
Segundo Coletivo de Autores (1992), a seleção de conteúdo das aulas de Educação Física deve possuir uma organização de conteúdos que prezam por promover a leitura da realidade de maneira coerente.
Com isso as aulas de Educação Física devem ser planejadas com o intuito de articular o conhecimento científico com a realidade social da escola. Nascimento (2014) aponta que o objetivo do ensino, assim como o ensino da Educação Física, está representando uma certa atividade humana social que nela está objetivada.
De acordo com o Coletivo de Autores (1992, p. 62), “O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua intencionalidade para o lúdico, o artístico, o agnóstico, o estético ou outros, que são representações idéias, conceitos produzidos pela consciência social e que chamar-se de ‘significações objetivas’”.
Partindo deste pressuposto, Somariva (2015) afirma que nas escolas os professores de Educação Física têm dificuldades de se posicionar diante de turmas mistas e, consequentemente, como farão para propiciar aulas de qualidade em um ambiente ainda generificado por mais que com o passar do tempo essa premissa social tenha sido combatida e amenizada pelo público feminino, ela ainda existe.
Souza Júnior (2003) aponta e credita à associação, geralmente estabelecida, entre esporte e masculinidade, ao fato de que os meninos tendem a ocupar espaços mais amplos em relação às meninas, que normalmente se entretêm com atividades menos expansivas.
A premissa cultural enraizada na cultura dificulta a prática de esportes que exijam esforços, rapidez e agilidade por parte das meninas, pois, no inconsciente e consciente coletivo, esportes e atividades físicas são para meninos e não para meninas.
Nesse sentido pode-se afirmar que o corpo feminino tem uma construção cultural diferente da construção do corpo masculino, resultando em uma diferenciação motora entre meninos e meninas que se constrói culturalmente e, portanto, não ocorre de maneira natural e nem é determinada exclusivamente pelos componentes biológicos. (Souza Júnior, 2003, p. 12)
Diante disso, é importante, enquanto professor de Educação Física escolar, mesmo que aos poucos, quebrar esse os estereótipos de gênero dentro das aulas mistas de Educação Física. Para Cruz et al. (2008) as questões de gênero e seus padrões pré-concebidos influenciam como esses indivíduos se relacionam com o esporte.
Segundo Coletivo de Autores (1992, p. 63) “a percepção do aluno deve ser orientada para um determinado conteúdo que lhe apresente a necessidade de solução de um problema nele implícito”. Pois a aula deve propiciar a cultura corporal, mesmo que esta muitas vezes vá contra os constructos sociais já pré-estabelecidos historicamente pela nossa sociedade.
Desde o nascimento e durante todo o período de desenvolvimento pairam em torno do ser humano expectativas de que o mesmo cumpra certos papéis e assume determinadas posturas, havendo assim uma espécie de “plano de vida” a ser cumprido por esta pessoa. (Souza Júnior, 2003, p. 13)
Entende-se, deste modo, que é necessário que dentro das aulas de Educação Física haja um ambiente propício, que esteja baseado em um eixo curricular estrutural, pensado e montado com o intuito de que ambos os sexos possam e sintam-se confortáveis em se apropriar das práticas esportivas, que exijam mais velocidade, agilidade e força, assim como no futebol.
Compreende-se, neste sentido, que é importante que dentro das aulas de Educação Física a prática do futebol deva ser realizada e embasada a partir da execução co-educativa, isto é, estimulando meninos e meninas a praticarem o esporte e compreenderem sua função dentro das aulas.
A prática do futebol nas aulas mistas e a relação com a co-educação
A escola, a partir de uma perspectiva de formação humana crítica, segundo Coletivo de Autores (1992), deve selecionar os conteúdos para as aulas de Educação Física visando a promoção da leitura da realidade de seus alunos e, também, do desenvolvimento de indivíduos críticos.
É importante que os professores de Educação Física escolar em sua prática, estejam em constante processo de construção profissional, para que assim, também compreenda as múltiplas relações sobrepostas à realidade e, ter condições de promover mudanças dentro da realidade na qual estão inseridos.
Consequentemente, se pensar na prática de esportes como o futebol, que ainda possui uma cultura sexista. Importante observa-se a construção social do esporte em nossa sociedade e o que é necessário para que aos poucos, nas aulas de Educação Física, esse estereótipo seja desconstruído.
Enquanto os meninos são desde cedo estimulados às brincadeiras mais expansivas e dinâmicas, tais como jogar bola, pegador, escalar árvores e muros, empinar pipa, as meninas divertem-se com bonecas, utensílios domésticos em miniatura, desenho e pintura, e outras brincadeiras de caráter passivo e “doméstico”, construindo assim a menina doce e frágil, que a sociedade normalmente espera. (Souza Júnior, 2003, p. 13)
A prática esportiva do futebol nas aulas de Educação Física, com o advento dos movimentos feministas2 vêm sendo pensadas para a desconstrução desse estereótipo sexista. Para Souza Júnior (2003) a história da Educação Física mostra que desde o princípio houve discriminação de gênero, mantendo os papéis sexuais distintos e determinados, caracterizando os comportamentos tipicamente masculinos e femininos a serviço de uma ideologia sexista.
Os estudos que abordam a temática gênero, no Brasil, são relativamente novos, pois até as décadas de 1970 a 1980 gênero estava associado as temáticas relativas as diferenças do sexo biológico. Consequentemente, os movimentos feministas vieram criticar a funcionalidade dos termos.
Somariva (2015, p. 29) afirma que “passaram a compreender o sexo como uma categoria totalmente determinada pela história e pela cultura que, a partir de então, passou-se a interpretá-la integrada à categoria gênero.”. Neste sentido, quando se fala de gênero, não se refere ao sexo biológico de homem ou mulher, mas sim, a construção social associada ao masculino e ao feminino.
Sendo assim é importante ressaltar que, o trato do futebol com turmas mistas nas aulas de Educação Física é um importante reflexo desse movimento social. Vale ressaltar que o futebol foi a manifestação da cultura corporal escolhida para ser analisada e estudada em relação ao gênero e à co-educação nesse trabalho. Entretanto, todas as manifestações da cultura corporal têm em sua estrutura, mais ou menos, relação de conflitos de gênero.
O estudo do futebol, segundo Coletivo de Autores (1992, p. 71-72) deve levar em consideração abarcar diferentes aspectos como:
O futebol enquanto jogo com suas normas, regras, e exigência físicas, técnicas e táticas; O futebol enquanto espetáculos esportivos; O futebol enquanto processo de trabalho que se diversifica e gera mercados específicos da atuação profissional; O futebol enquanto jogo popularmente praticados; O futebol enquanto fenômeno cultural que inebria milhões e milhões de pessoas em todo o mundo e, em especial, no Brasil.
Somariva (2015) aponta que o entendimento de aulas mista se dá a partir da preparação de aulas onde não há a separação de atividades por sexo biológico e, sim, pede-se para que meninos e meninas façam as mesmas atividades. Para o mesmo autor, a co-educação está em aulas de educação conjunta, isto é, não separar as atividades para meninos ou meninas. Todas as crianças devem fazer as mesmas atividades. É importante que esteja claro que uma aula co-educativa é uma aula mista, mas que, em qualquer situação de conflito de gênero o professor faça as devidas intervenções/problematizações.
Nas palavras de Souza Júnior (2003), é necessário que a cultura do esporte dentro das escolas e nas aulas de Educação Física sejam observadas e analisadas por diferentes prismas, para que assim possa-se visualizar a melhor maneira de ensinar práticas esportivas sem que haja a divisão sexista.
Segundo Somariva (2015, p. 30),
Nesse sentido, a inserção do termo ‘gênero’ como categoria analítica e o entendimento de que este é um constructo social, foi/é uma das maiores contribuições para a desnaturalização de corpo/movimento, objetos de estudo da Educação Física.
Nas palavras de Cruz et al. (2008, p. 3-4), mesmo com a criação de escolas mistas, “a relação estabelecida de superioridade dos homens frente às mulheres continua até os dias atuais, já que muitos/as professores/as fazem uso de práticas que deixam transparecer os estereótipos e os preconceitos de gênero”.
Somariva (2015, p. 34) descreve que “é pelo reconhecimento e reflexão das desigualdades de gênero que se manifestam na experimentação das práticas corporais que a coeducação na Educação Física se realiza.”. Deste modo, compreende-se igualdade de gênero como a valorização, de maneira igualitária, dos aspectos semelhantes e dessemelhantes entre os homens e mulheres, assim como dos papéis sociais por eles desempenhados.
Consequentemente entende-se que é através da estruturação de aulas de Educação Física que aproxime os alunos de sua totalidade, onde o mesmo, possa entrar no “universo do outro” e, compreender que a ação, o pensamento e o sentimento podem ser genuínos, isto é, o interesse pode surgir tanto em meninos quanto em meninas, independentemente do sexo biológico é que essa perspectiva terá melhores possibilidades de continuarem em processo de transformação.
Não se pode negar que as aulas com estrutura mista foram um grande passo para que as questões de gênero fossem evidenciadas na Educação Física. O que se coloca em questão é que a “mistura” de alunos e alunas por si só não garantiu que as desigualdades fossem discutidas e minimizadas, pois, mesmo quando o conteúdo é o mesmo é realizado em aulas mistas, pode haver um tratamento diferenciado para ambos os sexos por parte dos professores, não favorecendo o desenvolvimento de relações intergrupais. (Saraiva, 2005, apud Somariva, 2015 p. 33)
O Coletivo de Autores (1992) entende que a aula é um espaço organizado, de maneira intencional, para que o estudante tenha a possibilidade de apropriação do conhecimento específico da cultura corporal e de seus diversos aspectos nas práticas da realidade social. Nas palavras de Somariva (2015, p. 35), “Efetivar a Educação Física coeducativa e equitativa passa diretamente por uma mudança complexa na forma com que professores e professoras compreendem as relações de gênero.”.
Mediante exposição e corroborando com Souza Júnior (2003), o espaço oferecido para os alunos dentro da Educação Física escolar deve ser um estado de fazer e desfazer, criar e recriar não apenas copiar. Deste modo, entende-se que, mesmo que haja um estereótipo sexista reforçado por séculos, o professor e os alunos podem, se quiserem, mudar essa realidade social aos poucos.
Segunda a literatura de Somariva (2015), pensar em coeducação provoca a possibilidade de dar passos evolutivos na concepção de aulas mistas, assumindo as diferenças do processo educativo para serem trabalhadas dentro da aula de Educação Física.
Analisando a questão feminina, cabe ao professor oferecer oportunidades para que as meninas venham usufruir da cultura corporal, isto é, jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas. Assim, é fundamental que o futebol esteja presente no cotidiano feminino. [...] a escola também constrói cultura; se por um lado os valores culturais afastam as meninas do futebol, é possível criar propostas pedagógicas para que as mudanças aconteçam e valores sejam ressignificados. (Viana, 1983, p. 646)
Tal argumento enfatiza um dos princípios da proposta crítico superadora, de que é necessário fazer contínua reflexão sobre questões teórico metodológicas da Educação Física, que atualmente vem compreendendo a necessidade da desconstrução social atribuída ao gênero.
Em virtude da cultura brasileira, a mulher e o futebol passaram a ter caminhos opostos dentro da sociedade; caminhos trilhados e enraizados no chauvinismo machista. (Viana, 1983, p. 641)
É de conhecimento geral que existem diferenças entre homens e mulheres, todavia não deve se apegar apenas a fatores biológicos. O objetivo da desconstrução é restaurar e mostrar a força da linguagem corporal na construção do sujeito, das identidades culturais, das diferenças, das desigualdades.
Para Cruz, e Palmeira (2009, p. 119), “Durante as aulas de Educação Física, por exemplo, ficam evidentes as diferenças corporais existentes entre meninos e meninas, como resultado das implicações das normas e transformações a que os corpos são submetidos na sociedade.”.
A partir da instauração de aulas mistas de Educação Física, pode sistematizar as aulas mistas de Educação Física, pensadas de forma coeducativa como advento na quebra de estigma sociais de gênero, principalmente no futebol. É possível sistematizar as aulas mistas de Educação Física, pensadas de forma coeducativa como advento na quebra de estigma sociais de gênero, principalmente no futebol.
Desde sua origem este espaço tem sua prática restrita aos homens e, como todo espaço esportivo, também é um local sociocultural onde seus valores estabelecem limites a serem observados para a sua manutenção. A entrada da mulher neste espaço seria desse modo, uma afronta ao que foi instituído socialmente. (Somariva, 2015, p. 38)
Desde o início do século XX é perceptível o aumento na participação esportiva feminina em modalidades até então praticada somente por homens, um destes exemplos é o futebol. Diante disso, segundo Somariva (2015), a escola tem sido alvo da investigação para entender os desdobramentos das questões de gênero, principalmente na prática esportiva do futebol.
Se pensarmos nestas características materializadas numa aula sob a perspectiva de gênero teríamos que primeiramente reconhecer nos temas da cultura corporal como se apresentam as relações de gênero para cada conteúdo, levando em conta a especificidade de cada turma em questão, as feminilidades e masculinidades presentes e o contexto social que a turma está inserida, ou seja, partir-se-ia da prática social. Posteriormente, deve-se garantir que a prática pedagógica de cada conteúdo seja carregada de componentes que levem a turma a analisar e reconhecer em si, mecanismos de exclusão/inclusão de gênero que até então não eram evidenciados. Por último, traçar-se-iam os objetivos para que se modificasse possíveis comportamentos e valores sexistas enraizados na turma em questão. (Somariva, 2015, p. 44)3
A Educação Física enquanto representante maior das práticas corporais é agente de mudança fundamental neste processo de reconstrução social (Coletivo de Autores, 1992). Sendo assim, é papel do professor de Educação Física repensar a práxis de prática social de futebol nas escolas que ainda reforçam a masculinidade, desconstruindo através da prática corporal esse comportamento sexista. “Despertar no aluno a curiosidade e a motivação pode incentivar uma atitude científica”. (Castellani Filho et al., 2009, apud Somariva, 2015, p. 48)
Nas palavras de Viana (1983, p. 643), “Não restam dúvidas de que a participação feminina no esporte gera manifestação, discriminações, preconceitos e questionamentos quando as mulheres são protagonistas das modalidades esportivas determinadas culturalmente como masculinas.”
Por mais que seja notória a diferença entre os sexos de maneira biológica, tal argumento não deve ser utilizado para afastar as mulheres das práticas esportivas, assim como do futebol.
Sendo assim, vimos que a finalidade do futebol nas aulas Educação Física não consiste na formação de jogadoras habilidosas, mas sim em conscientizar meninos e meninas de que o futebol é para todos, independentemente das habilidades motoras, sexo, raça ou cor, pois se o Brasil é o país do futebol e o mundo inteiro reconhece isso, as mulheres também são brasileiras. (Viana, 1983, p. 647)
Com o advento feminino este estereótipo sexista vem sendo discutido socialmente, mas, dentro de sala de aula cabe aos professores não pensar em metodologias que reforcem a hegemonia masculina, mas sim, dar oportunidade igual para os seus alunos.
Consequentemente, Somariva (2015) e Silva, e Sampaio (2012) ressaltam a importância de um repensar da prática pedagógica, esta deve ser pautada no conceito de equidade de gênero. Sendo assim, é importante não fazer tratamento diferenciado entre os alunos e estimular as relações intergrupais.
Está ao alcance dos professores de Educação Física trazer à tona as diferenças para o processo educativo e, assumir as diferenças como dados de realidade, para assim trabalhar a diferença juntamente com os alunos. O professor deve investir em educação continuada para poder criar estratégias que o auxiliam na mediação dos dados da realidade com o pensar e repensar de uma nova prática.
Metodologia
A metodologia utilizada nesta pesquisa é de cunho qualitativo, é necessário que o pesquisador compreenda as relações subjetivas complexas envolvidas no tema da pesquisa. Sendo que a mesma, não possui controle das variáveis do estudo.
Os estudos bibliográficos têm como intuito analisar as contribuições da cultura e da produção científica do passado, aqui delimitado entre o período de 2003 e 2018, sobre um determinado assunto ou problema de pesquisa. Para Cervo et al. (2007) “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em artigos, livros, dissertações e teses”.
Resultados e discussão
Constata-se que as questões de gênero nas aulas de Educação Física estão carregadas de estereótipos sexistas, estes que se apresentam desde a idade média.
Desde a antiguidade as questões de gênero estavam associadas ao sexo biológico e, consequentemente, ao papel que cada um tinha/tem. Com o advento feminista, as mulheres tentam aos poucos desconstruir a crença que expostas são apenas para homens.
Os esportes, segundo Coletivo de Autores (1992), podem ser praticado por ambos os sexos e seus resultados dependem do exercício da prática. Pensar na prática esportiva, lembra do papel fundamental da escola no desenvolvimento e na educação dos alunos. É na escola também, que encontra-se os estereótipos masculinos e femininos sendo reproduzidos de maneira velada ou não.
Desde muito cedo, não há incentivo por parte de familiares e professores para que as meninas pratiquem esportes durante sua infância e juventude. Tal realidade vem sendo aos poucos desconstruída dentro das salas de aula, principalmente nas aulas de Educação Física.
Dentro das práticas co-educativas, tem se percebido a tentativa de pensar e repensar o fazer da Educação Física e, como suas práticas refletem nas questões sociais. Viana (1983) aponta que há o mais e menos hábil em ambos os sexos.
O que modifica é a prática e aperfeiçoamento das atividades durante as aulas. Ao se pensar em uma “Educação Física plural”, deve levar em conta todos os alunos, isto é, sem discriminação por sexo, raça, etnia, peso ou cor.
Desta forma, as aulas devem possibilitar dentre diversos conhecimentos, desenvolvimento das estratégias-táticas e técnicas, para que todos explorem suas capacidades físicas, descubram novas expressões corporais e criem novas situações. (Viana, 1983, p. 645)
Ao analisar o feminino, os professores devem oferecer, dentro das aulas de Educação Física, a possibilidade de as meninas usufruírem da cultura corporal. Desconstruindo assim, uma metodologia, muitas vezes machista e sexista excludente.
Os valores culturais e as construções culturais para homens e mulheres estão tão enraizados na dinâmica cultural de nossa sociedade, que não bastaria uma conscientização ou um desejo de mudança para uma possível transformação da realidade social. (Viana, 1983, p. 646)
Consequentemente, o professor de educação física é a chave principal desse movimento de desconstrução, pois o mesmo deve despir-se de suas crenças e desenvolver uma postura que possibilite condições justas e iguais para seus alunos. Possibilitando assim, aulas que estimulem seus alunos a lidarem com as diferenças, abrindo espaço para discuti-las e interpretá-las.
Somariva (2015) e Junior, e Vara (2018) aborda a importância de se planejar uma aula de referência, isto é, uma aula que aborde o conteúdo teórico do futebol e notícias de jogadores e jogadoras que se destacam neste esporte, iniciando aí a desconstrução da crença que só homens sabem e/ou podem jogar.
A “aula de referência” deve também ser uma aula sem muita intervenção do professor, sendo assim as equipes que irão jogar tem o papel de avaliar os pontos positivos e negativos de quem está jogando. Deste modo, os próprios alunos podem melhorar sua prática, através da curiosidade. Se desde o início evidencia-se as atitudes generificadas, fica mais fácil intervir e mudar.
“Misturado ao entusiasmo de vivenciar o futebol, o medo e a insegurança de se exporem em uma atividade que não dominam fizeram algumas meninas repensarem sua participação na aula” (Somariva, 2015, p. 48), sendo assim, é importante acolher os medos e inseguranças das meninas, deixando claro que o que se espera não é a perfeição de passes, dribles e ataques, mas sim a prática do esporte.
Outro ponto importante, é a escolha dos participantes ser feita pelo professor. Essa abordagem, apesar de deixar os alunos desconfortáveis, evita que os alunos escolham seus parceiros de jogo por conhecerem suas habilidades no esporte, com isso, as meninas podem jogar sem que sejam as últimas a serem escolhidas.
É necessária uma leitura da realidade da turma para que se compreenda, dentro deste caminho sinuoso, como se dará a aceitação dos meninos e auto reflexão das meninas (Somariva, 2015). A partir da participação e leitura da realidade, e da desigualdade, é que o professor deve começar a trabalhar a desconstrução do preconceito sexista dentro das aulas de Educação Física.
Conclusão
Pode-se perceber, com análise do trabalho, que a escola e as aulas de Educação Física têm papel fundamental na desconstrução de valores e crenças sociais antigas. “A realidade social é determinada pela atividade coletiva, prática e teórica" (Nascimento, 2014, p. 19), sendo assim, cabe aos professores planejar aulas que possibilitem a apropriação da cultura corporal para ambos os sexos, de maneira igual e justa.
Segundo Nascimento (2014, p. 21-22), “A compreensão da educação física como uma ciência relacionada à atividade pedagógica, caso da presente investigação, exige que a pergunta de pesquisa explicita a finalidade do ensino e atenção social da educação no geral”.
A prática da coeducação ainda é sexista, porém, é através da coeducação que alunos e professores podem pensar e repensar suas ideologias, crenças e valores em prol de uma sociedade justa e que dá abertura para as mulheres praticarem esportes.
Nas palavras de Somariva (2015, p. 70) "A Educação Física coeducativa, orientada pelo princípio da sensibilidade às diferenças sexuais, oferece aos/as alunos/as um leque de possibilidades para se conhecer e discutir as igualdades e diferenças que carregam no próprio jogo."
Percebe-se que a Educação Física coeducativa ainda é uma temática nova dentro das aulas, porém, isto é, aulas justas para ambos os sexos, talvez consigamos desconstruir a hegemonia masculina e, aos poucos, abrir espaço para o público feminino dentro do esporte.
Diante disso, se faz necessário novas pesquisas que contemplem as questões de gênero dentro das aulas de Educação Física, e tudo que diz respeito a ela. Sendo assim, alguns questionamentos surgem: Como desconstruir algo coletivo dentro das unidades de ensino? Os professores de Educação Física estão tendo aporte teórico e prático para dar seguimento às aulas com educação?
Notas
Sendo assim, a fim de tentar responder às lacunas presentes no processo de metodologia do ensino da Educação Física, sobretudo no ensino do futebol, tomando em consideração as distintas construções existentes no conteúdo da cultura corporal, sobretudo no ensino do futebol – caso específico deste trabalho –, defende-se a organização teórico metodológica do Coletivo de Autores (1992), por meio do livro Metodologia de Ensino da Educação Física, referente às questões da organização do conhecimento e sua abordagem metodológica, especificando, aos professores, como é de que forma o conhecimento pode ser tratado na escola, nos diferentes níveis de ensino e quais os procedimentos para ensiná-los. Trata-se apenas de indicativos teórico-metodológicos, ao mesmo tempo inesgotáveis, com o objetivo de contribuir com os professores de Educação Física. (Francisco, e Colombo, 2021, p. 10-11)
O feminismo como movimento social, busca igualdade, liberdade, direitos e oportunidades para as mulheres, rompendo papéis sociais construídos e padrões postos, ao longo da história, pela existência do patriarcado, sexismo e capitalismo nas suas vidas. (Somariva, 2015)
A influência e relevância de Marta são explicitadas desde sua qualidade e técnica em campo até sua comunicação e a tornaram um ícone de representatividade para as futuras gerações (Nigri, 2022, p. 95). A mesma foi eleita seis vezes melhor jogadora de futebol pela FIFA.
Referências
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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 28, Núm. 303, Ago. (2023)