ISSN 1514-3465
Jogos Olímpicos e presença de mulheres
judocas nas páginas da revista Veja (1988 a 2016)
Olympic Games and the Presence of Judoca Women in the Pages of Veja Magazine (1988 a 2016)
Juegos Olímpicos y la presencia de mujeres judokas en las páginas de la revista Veja (1988 a 2016)
Josiana Ayala Ledur
*josiled@hotmail.com
Ana Maria Kich
**kich.edufis@gmail.com
Ester Liberato Pereira
+ester.pereira@unimontes.br
Janice Zarpellon Mazo
++janice.mazo@ufrgs.br
*Mestrado em Ciências do Movimento Humano
na linha de pesquisa Representações Sociais do Movimento Humano
pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Pós-Graduada em Envelhecimento e Qualidade de Vida
pela Escola de Educação Física (ESEFID)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Licenciatura em Educação Física pela ESEFID/UFRGS
Membro do Núcleo de Estudos em História do Esporte
e
da Educação Física (NEHME/UFRGS)
**Possui graduação em Educação Física Licenciatura
pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (São Leopoldo)
Mestre em Ciências do Movimento Humano - Linha de pesquisa:
Cultura e Educação: Representações Sociais do Movimento Humano (PPGCMH/ESEFID/UFRGS)
Integrante do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em História
e Memória do Esporte e da Educação Física (NEHME),
do Observatório do Esporte Paralímpico e Esportes Surdos (OSPES)
e do Centro de Memória do Esporte (CEME)
+Professora efetiva do Departamento
de Educação Física e do Desporto (DEFD)
da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH)
e editora-chefe do periódico Caminhos da História - Revista do PPGH da Unimontes
Doutorado em Ciências do Movimento Humano
pelo Programa de Pós-Graduação
em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH)
na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
na linha de pesquisa Representações Sociais do Movimento Humano
Mestrado em Ciências do Movimento Humano pelo PPGCMH/UFRGS
Especialização em Equoterapia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP)
Licenciatura plena em Educação Física pela ESEFID/UFRGS
Intercâmbios acadêmicos na Faculdade de Desporto (FADEUP)
da Universidade do Porto (UP) (Portugal)
e na Facultad de Educación Física (FACDEF)
da Universidad Nacional de Tucumán (UNT) (Argentina)
Líder do Grupo de Estudos em História do Esporte
e da Educação Física (GEHEF), certificado pelo CNPq
Idealizadora e coordenadora
do
Centro de Memória do Esporte (CEMESP) da Unimontes.
++Professora Titular da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança
(ESEFID)
e do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Coordenadora do Centro de Memória do Esporte (CEME)
e do Observatório do Esporte Paralímpico e Esportes Surdos (OSPES) da UFRGS
Líder do grupo de pesquisa NEHME - Núcleo de Estudos em História e Memória
do Esporte e da Educação Física
(Brasil)
Recepção: 19/10/2022 - Aceitação: 04/02/2023
1ª Revisão: 21/01/2023 - 2ª Revisão: 01/02/2023
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Citação sugerida
: Ledur, J.A., Kich, A.M., Pereira, E.L., e Mazo, J.Z. (2023). Jogos Olímpicos e presença de mulheres judocas nas páginas da revista Veja (1988 a 2016). Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(297), 23-37. https://doi.org/10.46642/efd.v27i297.3704
Resumo
Este artigo buscou analisar as representações de atletas judocas brasileiras veiculadas nas páginas da revista Veja, entre o período de 1988 até 2016. A escolha deste recorte temporal justifica-se pelo fato dos JJ.OO. de Seul, em 1988, ser a primeira edição a contar com o judô feminino, ainda que estivesse no programa somente como “esporte apresentação”, na qual as mulheres judocas brasileiras lá estiveram. O recorte investigativo inicia-se em 1988 e, os demais anos consultados, correspondem às edições seguintes em que ocorreram os Jogos Olímpicos, encerrando-se em 2016, quando o judô brasileiro feminino passou a ganhar maior notoriedade. Nos anos demarcados para o estudo, foi feita uma busca pelos termos “Judô” e “Jogos Olímpicos”. Desta primeira busca foram selecionadas 12 reportagens advindas da sessão denominada “Esportes, Olimpíadas” e outras de menor repercussão. A fim de contemplar o referido contexto, após a coleta das fontes, procedeu-se com a organização e agrupamento das informações, as quais foram separadas por elementos de mesma classe e separadas em pastas, sendo submetidas posteriormente, à análise temática de conteúdo.
Unitermos:
Mulheres. Revista Veja. Jogos Olímpicos. Judô.
Abstract
This article sought to analyze the representations of Brazilian judoka athletes published on the pages of Veja magazine, between the period from 1988 to 2016. The choice of this time frame is justified by the fact that the Seoul Olympic Games, in 1988, was the first edition female judo, even though it was on the program only as a “sport presentation”, in which Brazilian female judocas were there. The investigative cut begins in 1988 and, the other years consulted, correspond to the following editions in which the Olympic Games took place, ending in 2016, when Brazilian female judo began to gain greater notoriety. In the years selected for the study, a search was made for the terms “Judo” and “Olympic Games”. From this first search, 12 reports were selected from the session called “Sports, Olympics” and others of lesser impact. In order to contemplate that context, after collecting the sources, the information was organized and grouped, which were separated by elements of the same class and separated into folders, being subsequently submitted to the thematic content analysis.
Keywords
: Women. Veja Magazine. Olympic Games. Judo.
Resumen
Este artículo buscó analizar las representaciones de los judokas brasileños publicadas en las páginas de la revista Veja, entre el período de 1988 a 2016. La elección de este marco temporal se justifica por el hecho de que los JJ.OO. de Seúl, en 1988, fue la primera edición que contó con judo femenino, a pesar de que estaba en el programa solo como una “presentación deportiva”, en la que estaban presentes las judokas brasileñas. El corte investigativo comienza en 1988 y, los demás años consultados, corresponden a las siguientes ediciones en las que se realizaron los Juegos Olímpicos, finalizando en 2016, cuando el judo femenino brasileño comenzó a ganar mayor notoriedad. En los años seleccionados para el estudio se realizó una búsqueda por los términos “Judo” y “Juegos Olímpicos”. De esta primera búsqueda se seleccionaron 12 reportajes de la sesión denominada “Deportes, Olimpiadas” y otros de menor impacto. Para contemplar ese contexto, luego de recolectar las fuentes, se organizó y agrupó la información, la cual fue separada por elementos de la misma clase y separada en ítems, siendo posteriormente sometida al análisis de contenido temático.
Unitermos:
Mujeres. Revista Veja. Juegos Olímpicos. Judo.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 297, Feb. (2023)
Introdução
O Judô idealizado pelo mestre Jigoro Kano no Japão em 1882, desde seus primórdios, contou com a presença de praticantes mulheres. No entanto, em território brasileiro este processo se deu de forma mais lenta, principalmente devido a implicações relacionadas à legislação esportiva nacional (Souza, e Mourão, 2011). Assim sendo, a presença das mulheres brasileiras no judô e em outras artes marciais, quando observada a partir de uma perspectiva histórica, foi se constituindo de forma um tanto diferenciada da masculina. (Nunes, 2011)
O desenvolvimento do judô no Brasil remonta à primeira década do século XX, a partir da chegada dos primeiros imigrantes japoneses. No referido período, a orientação destinada às mulheres no cenário brasileiro, era de que elas praticassem apenas atividades físicas pouco impactantes. Esta orientação ganhou força no início da década de 1940, quando passou a vigorar o Decreto-Lei 3.199 de 1941, destinado a estabelecer as bases de organização dos desportos em todo o Brasil.
De forma mais específica, o Art. 54 de tal Decreto-Lei mencionava: “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. Deste modo, a prática de algumas modalidades ficou restrita somente aos homens, na medida em que as mulheres não poderiam realizar atividades consideradas, então, lesivas à capacidade reprodutiva. Neste cenário, o judô era, portanto, contraindicado para o público feminino, sob reforços pautados em discursos médicos. No ano de 1965, esta lei foi ratificada, de modo a determinar quais seriam as modalidades proibidas, abarcando dentre estas, lutas de qualquer natureza. (Souza et al., 2015)
Tais justificativas ainda podem ser encontradas na literatura e em ginásios de treinamento, como no estudo de Moreira (2021), em que se verifica o relato da autora sobre a sua inserção no ginásio de treinamento de boxe e a resistência que as mulheres encontraram ao fortalecer o corpo com um esporte considerado masculino, e que por tal repetição teriam seus corpos masculinizados.
Em contrapartida, indícios pertinentes aos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul sugerem que, mesmo em períodos de proibição, as mulheres praticavam o judô. A fim de exemplificar este dado, em 1961, na Universidade Federal do Rio de Janeiro foi realizada uma aula de judô para mulheres, ministrada por uma sensei japonesa visitante (Souza et al., 2015). De modo similar, no Rio Grande do Sul, conforme relato da judoca Léa Linhares, uma das primeiras judocas do Estado, no ano de 1965, o judô passou a ser oferecido na forma de curso no Colégio Irmão Pedro1, para uma turma composta, na época, por dezoito meninas. (Linhares, 2003)
A fim de melhor ilustrar o cenário acima apresentado, o estudo de Souza, e Mourão (2006) aponta que, no ano de 1979, quatro atletas participaram do Campeonato Sul-Americano de judô realizado em Montevidéu, no Uruguai. Contudo, as atletas tiveram que ter seus nomes substituídos por nomes masculinos, posto que ainda prevalecia o impedimento de mulheres de praticarem esportes denominados “viris”. Tal estratégia foi adotada com intuito de conseguir subsídios junto ao Conselho Nacional de Desportos, estando entre eles, a obtenção de passagens aéreas. Mesmo diante de tais adversidades, os resultados da equipe feminina no campeonato em questão vieram por meio de medalhas e, junto a esta conquista, desdobramentos originados pelas diversas reivindicações das mulheres brasileiras ocasionaram a revogação da Lei 3.199, no final do referido ano.
Em 1980, o judô feminino foi legalizado junto ao Conselho Nacional de Desportos, oficializando deste modo, a permissão para que mulheres pudessem lutar em campeonatos nacionais e internacionais sob o amparo dos órgãos responsáveis pela modalidade. No mesmo ano, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), promoveu o primeiro Campeonato Brasileiro de Judô Feminino, realizado no Rio de Janeiro, com a presença de judocas representantes dos estados do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e da Bahia. (Souza, e Mourão, 2011)
A participação de mulheres brasileiras em campeonatos de judô a nível nacional, embora já tivessem alcançado o respaldo legal de organizações regulamentadoras do esporte, ainda tardaria a ocorrer em arenas olímpicas, uma vez que, somente em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul foi a primeira participação das categorias femininas. Nesta edição do evento, o judô fez parte das modalidades elencadas como “esporte de apresentação” e, nos Jogos 1992 em Barcelona, esta condição foi modificada, deflagrando então, a primeira participação oficial na categoria feminina. (André, 2016)
A representatividade feminina em Jogos Olímpicos tem sido crescente, tal como aponta o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, apenas 15 mulheres tiveram a oportunidade de representar o Brasil em diversos esportes. Após 20 anos, quando houve a conquista da medalha de bronze de Ketleyn, nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, a delegação brasileira foi composta por 133 mulheres em diversos esportes. Ao passo que em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, quando Sarah Menezes conquistou uma medalha de ouro e Mayra Aguiar uma de bronze, foram 123 atletas mulheres na delegação brasileira. Esta curva continuou em uma crescente, posto que nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, ano em que Rafaela Silva conquistou um ouro e Mayra Aguiar mais um bronze, havia 209 mulheres compondo a delegação brasileira. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2020)
Estudos recentes, tal como o desenvolvido por Moraes (2017), mostram que a mídia desempenha um papel considerável, quando se trata da visibilidade dada à atletas do sexo feminino. Mesmo que tal visibilidade, muitas vezes esteja atrelada a estereótipos relacionados a papéis de gênero, alicerçados em discursos ligados à soberania patriarcal dentro do esporte, que se caracteriza por dar maior ênfase à feminilidade e a heterossexualidade das atletas mulheres em detrimento de suas conquistas esportivas.
Nesta mesma direção, é necessário ressaltar que a mídia, principalmente as que representam grandes instituições, elabora seus materiais de divulgação com intuito de atrair a atenção dos leitores, veiculando representações que são incorporadas pelo imaginário social, e que por sua vez, possuem potencial para modificar a maneira de pensar e influenciar a opinião de seus seguidores (Assman et al., 2018). O imaginário social, tal como aponta Pesavento:
é, pois, representação, evocação, simulação, sentido e significado, jogo de espelhos onde o ‘verdadeiro’ e o aparente se mesclam, em estranha composição onde a metade visível evoca qualquer coisa de ausente e difícil de perceber. Persegui-lo como objeto de estudo é desvendar um segredo, é buscar um significado oculto, encontrar a chave para desfazer a representação do ser e parecer. (Pesavento, 1995, p. 24)
Na interpretação de Baczko, o imaginário social compõe:
uma das forças reguladoras da vida coletiva. As referências simbólicas compartilhadas não caracterizam apenas indivíduos que pertencem a uma mesma sociedade, para além disso, definem também de forma mais ou menos precisa, os meios inteligíveis das suas relações com ela, com as divisões internas e as instituições sociais. (Baczko, 1985, p. 309)
E a mídia, por constituir-se de uma instituição social, prospera e opera dentro da sociedade, ou seja, cria as suas regras e práticas e atua de acordo com as definições e limitações do contexto social.
Nesta direção, este artigo buscou analisar as representações de atletas judocas brasileiras veiculadas nas páginas da revista Veja, entre o período de 1988 até 2016. A escolha deste recorte temporal justifica-se pelo fato dos JJ.OO. de Seul, em 1988, ser a primeira edição a contar com o judô feminino, ainda que estivesse no programa somente como “esporte apresentação”, na qual as mulheres judocas brasileiras lá estiveram. O fim do recorte é delimitado na cidade do Rio de Janeiro, 2016, onde o Brasil esteve presente com equipe feminina completa e conquistou duas medalhas, sendo uma de ouro e outra de bronze, repetindo o feito dos JJ.OO. Londres 2012.
Método
Para este estudo foi escolhido o caminho da pesquisa documental, para que possibilitasse direcionar o olhar atento aos materiais disponíveis na composição do quadro de investigação. Cabe ressaltar que a delimitação se dará pelas ocorrências na mídia impressa da revista Veja, dentro do espaço temporal determinado pela participação do esporte judô, no naipe feminino, em Jogos Olímpicos em caráter não oficial e posteriormente oficial.
Por ser uma pesquisa em documentos pode também ser caracterizada como qualitativa, no qual o objetivo é apresentar de forma subjetiva, múltipla, os efeitos de um acontecimento ou fenômeno, buscando com isso o seu significado para a vida das pessoas, ou grupos que presenciaram. (Turato, 2005)
A revista Veja, publicação criada pelo Grupo Abril em 1968, ocupa lugar de destaque entre os segmentos de revistas informativas, estando entre as revistas de maior circulação no Brasil. Ao acessar o acervo digital da revista, que conta com vasto material digitalizado e datado desde o ano 1968, marca do primeiro exemplar, foi possível consultar reportagens voltadas a diferentes representações acerca das atletas judocas brasileiras.
O recorte investigativo inicia-se em 1988 e os demais anos consultados correspondem às edições seguintes em que ocorreram os Jogos Olímpicos, encerrando-se em 2016, quando o judô brasileiro feminino passou a ganhar maior notoriedade. Nos anos demarcados para o estudo, foi realizada uma busca pelos termos “Judô” e “Jogos Olímpicos”. Desta primeira busca foram selecionadas 12 reportagens advindas da sessão denominada “Esportes, Olimpíadas” e outras de menor repercussão.
Resultados e discussão
Após a coleta, as informações foram organizadas e agrupadas por elementos de mesma classe e separadas em pastas para serem seguidamente analisadas, de acordo com a técnica de análise temática de conteúdo, proposta por Flick (2009). Deste processo, emergiram quatro categorias a posteriori, sendo estas elencadas a partir das informações agrupadas por tema, a fim de refinar “aqueles trechos relevantes à questão de pesquisa” (Flick, 2009, p. 291). A etapa de categorização permitiu a identificação das “unidades de codificação” pertinentes ao objeto de estudo, as quais foram cotejadas com as fontes bibliográficas acerca do assunto. Na sequência, apresenta-se os resultados e interpretações acerca das informações advindas das seguintes categorias: Esperança e conquistas de medalhas, o longo caminho; múltiplas participações olímpicas e tradição.
Esperança e conquistas de medalhas, o longo caminho
Nesta categoria será discorrida a constante esperança de conquistas de medalhas, que marcou o longo caminho percorrido pelo judô feminino brasileiro. É indiscutível o papel significativo que o esporte e o cenário competitivo têm na cultura ou sociedade em todo o mundo. É possível colocar em cena as emoções, os sentimentos, os esforços, o tempo e a energia, de uma forma que nenhuma outra atividade se aproxima. (Machado, 2019)
Importa ressaltar que o fundador do judô, Jigoro Kano, já participava do Movimento Olímpico desde os anos 1909, e entre os anos de 1936 e 1940, ele mesmo liderou a delegação japonesa no movimento de provocação para que os JJ.OO. fossem realmente universais e chegassem a ser realizados na Ásia, com isso promoveu a campanha Tóquio 1940, e do judô. (Espartero, 2021)
A partir da ocasião possibilitada pelos JJ.OO. de Seul, em 1988, quando ocorre a primeira participação de judocas mulheres neste megaevento, as brasileiras Soraia André e Mônica Angelucci (Imagem 1) se classificaram em quinto lugar, demarcando, por meio destas colocações, o início da caminhada do judô feminino brasileiro, que serviu como abertura para as futuras gerações e conquistas. (Souza, e Mourão, 2006)
No entanto, o fato de a participação das atletas não refletir em medalhas gerou certo desconforto, que pode ser percebido já nas primeiras reportagens veiculadas pela revista Veja durante os Jogos Olímpicos de Seul de 1988. Por meio de depoimento concedido à revista, a atleta Mônica Angelucci expressou sua falta esperanças em ter seu nome contabilizado no quadro de medalhas obtidas pela delegação brasileira, visto que a competição em Seul havia se dado em caráter de apresentação e qualquer conquista não iria somar pontos ao total das modalidades oficiais. (Gente, 24 de agosto, 1988, p. 90)
Já nos anos 2000, durante a cobertura dos Jogos Olímpicos de Sydney a revista Veja depositou seu foco na atleta Vânia Ishii, filha de Chiaki Ishii, primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro, sob a esperança que ela repetisse o feito do pai, que havia conquistado uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, ou que obtivesse melhores colocações que sua irmã Tânia Ishii, uma das pioneiras do judô feminino no Brasil, já tinha participado de Jogos anteriores, sem conquistar a sonhada medalha. Nesta reportagem Vânia exaltou a responsabilidade de honrar o sobrenome: “não é qualquer família que tem três lutadores olímpicos”. (Vânia Ishii, 14 de junho, 2000, p. 28)
Ainda nos anos 2000, em reportagem que dá luz a conquista da medalha de prata de Tiago Camilo, a revista Veja mostra em números, os atletas que haviam conquistado medalhas olímpicas até aquele momento. Das 186 conquistas, 84,94% foram para o sexo masculino e 15% para sexo feminino. Percentil baixo, mas que mostrava um caminho a ser trilhado em meio a muitas dificuldades, refletidas também pela falta de condições financeiras.
Tal observação foi apresentada em tom de crítica, “o judô é, ainda, um dos raros esportes que em vez de dar, tira dinheiro de seus atletas” (A vida..., 27 set. 2000, p. 122). O texto seguiu referenciando a realidade vigente na época, onde os judocas que quisessem participar de competições internacionais, tinham de pagar a própria passagem, e ainda ratear com os colegas os custos de viagem do técnico e outros agregados. Com relação a esta problemática, a judoca Vânia Ishii também se pronunciou: “Se fosse por dinheiro eu nunca faria o que fiz na tentativa de ganhar uma medalha”, diz a judoca Vânia Ishii, que voltou para casa na semana passada com um sétimo lugar nas Olimpíadas, mas com a frustração de ver sua medalha escapar no ippon que recebeu da belga Gella Vandecaveye. (A vida..., 27 set. 2000)
Nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004, houve grande especulação e apostas sobre esperanças de medalhas, que a revista Veja reforçou ao citar as previsões feitas por revistas internacionais, como a Sport Ilustrated, que apontou Edinanci Silva e Vânia Ishii como possíveis medalhistas, ao referir que, para o judô brasileiro estavam cotadas 3 medalhas de bronze e uma de prata, e que as atletas citadas, pelo desempenho obtido em outros campeonatos internacionais eram fortes candidatas a subir do pódio. (O Brasil na festa. 18 ago., 2004, p. 90)
Dentre as matérias que faziam menção aos Jogos Olímpicos de Atenas, emergiu uma fala da atleta Edinanci Silva, que foi questionada se sua terceira participação em Jogos Olímpicos traria a tão esperada medalha, na medida em que seu nome figurava como uma das grandes apostas do time brasileiro. Contudo, Edinanci trouxe seu ponto de vista, inferindo que a participação em uma olimpíada representava mais do que isso, e comentou: “O importante não são as medalhas que você conquista, mas as experiências que você adquire”. (A terceira chance...,11 ago. 2004, p. 71)
A partir da edição dos Jogos de Pequim de 2008, as mensagens divulgadas pela revista passaram a traduzir o novo contexto vivido pelo esporte. No ano em questão, a delegação brasileira rompeu a barreira de medalhas em esportes individuais, com a conquista do bronze de Ketleyn Quadros. Fato que ocasionou a diminuição de insinuações sobre fracasso e pressão sobre as atletas, acerca da obtenção de medalhas e, que por conseguinte cedeu espaço para uma das maiores conquistas do judô feminino brasileiro. Mantendo um tom modesto, a reportagem fez menção ao “sabor” de ouro da medalha de bronze da atleta brasiliense e do orgulho da mãe de Ketleyn, que havia pendurado uma faixa amarela na casa, com a finalidade de mostrar a todos que sua filha estava nos Jogos Olímpicos e, uma semana após, estava celebrando a conquista do pódio junto ao país inteiro. (A terceira..., 20 ago. 2008, p. 96)
A medalha de Ketleyn Quadros foi um marco para as mulheres judocas brasileiras, segundo Rosicleia Campos, que ocupava o cargo de técnica principal da equipe feminina desde o ano de 2005, e que também era tida como responsável por realizar “ajustes radicais”, que resultaram em muitas conquistas a nível internacional para o judô (Souza et al., 2015). Destarte, a primeira medalha olímpica do judô feminino brasileiro representou a consolidação deste trabalho, mesmo Ketleyn não estando entre as favoritas ou entre as esperanças de medalhas na referida edição. Sua conquista abriu portas para as atletas que a sucederam, pois nos anos seguintes, as mulheres judocas brasileiras passaram a repetir o feito de medalhar, chegando ao tão sonhado ouro olímpico e a presença de mulheres judocas nas páginas da revista Veja passou a ser mais constante.
Nesse clima de conquistas, na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, sediados em Londres 2012, um novo marco do judô feminino brasileiro entrava para a história. Com duas medalhas, mesmo número que o alcançado pelo judô masculino, veio o tão sonhado ouro, protagonizado pela piauiense Sarah Menezes que venceu todas as adversárias, em um dia memorável para toda a equipe. As vitórias no tatame marcaram sua trajetória, tornando-a a primeira mulher a conquistar o ouro olímpico em modalidade individual. O discurso presente na revista Veja, buscou retratar todo o percurso esportivo de Sarah até o lugar mais alto do pódio, revelando que a atleta mal havia conseguido assistir a cerimônia de abertura, visto que seus estudos e “olhar” estavam totalmente direcionados para as estratégias que seriam aplicadas contra as adversárias. Direcionamentos estes, que contavam com a orientação da técnica e estrategista da seleção, Rosicleia Campos. (O judô faz escola, 8 ago. 2012, pp.126-128)
As medalhas de bronze de Mayra Aguiar (Imagem2) e a dos atletas da equipe masculina, também alcançadas em Londres, ganharam espaço nas reportagens. Em clima de celebração, a revista Veja inferiu que, o número expressivo de medalhas conquistadas por uma única modalidade naquela edição, revelava que as esperanças de medalhas haviam sido atingidas. Na reportagem intitulada “O Judô faz escola”, não são descritos quem eram as favoritas, contudo, o discurso vigente era de que as mulheres judocas brasileiras seguiriam o caminho trilhado pelas primeiras atletas olímpicas, visibilizado por meio dos resultados obtidos. (O Judô faz escola, 8 de agosto, 2012)
Após as consecutivas vitórias para a delegação feminina de judô, contabilizadas nos Jogos Olímpicos de Pequim e Londres, a esperança de medalhas para a edição dos Jogos Olímpicos a serem realizados no Rio de Janeiro, em 2016, voltou-se para a atleta Mayra Aguiar, medalhista de bronze em Londres. Em matéria publicada em três de agosto de dois mil e dezesseis, a revista Veja inicia seu texto com a seguinte frase: “Rivalidade, substantivo feminino. Nenhuma outra palavra define melhor a relação entre a judoca gaúcha e sua nêmesis, a americana Kayla Harrison” (Mayra Aguiar..., 3 de agosto, 2016, p. 110). Na sequência, a relação das duas atletas é utilizada como “pano de fundo” para projeções futuras, posto que, ao tomar o período em questão como referência, os seis anos anteriores haviam sido demarcados pelo revezamento entre as duas na liderança da categoria de até 78 quilos. Ainda é salientado que, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Kayla havia vencido Mayra na semifinal olímpica, se colocando a caminho do ouro, restando para a brasileira a medalha de bronze. Dando continuidade, a revista anunciava que nos Jogos Olímpicos do Rio, seria o “final do primeiro grande capítulo da contenda”. (Mayra Aguiar..., 3 de agosto, 2016, p. 110)
A perceber, a referida revista aponta mais um fato que carrega estigma da edição de Londres 2012, a desclassificação e redenção de Rafaela Silva.
O Brasil é um país em que se permite a uma negra, mulher e favelada chegar ao empíreo dos portadores de medalha de ouro. Poderia sim, a não ser que se volte com redobrada atenção às cenas da vitória da judoca. O olhar com que ela aguardou a apreciação do golpe na adversária não era só de expectativa. Era de bicho acuado. Um minuto depois, confirmada a vitória, ela corre e atraca-se com o treinador, abraçando-o forte, protegendo-se nele, escondendo-se nele. A vitória não a dispensou do desamparo. Quatro anos antes, ao ser desclassificada em Londres foi chamada de "macaca", cujo lugar era a "jaula". Desta vez a medalha de ouro a blindava. (Quem somos?,17 de agosto, pag. 98)
Rafaela Silva, havia sido desclassificada em Londres por utilizar uma técnica proibida. No entanto, nos JJ.OO. do Rio de Janeiro, em 2016, conquistou o ouro olímpico, sendo aclamada pela revista como uma atleta com muita garra e determinação. O desempenho de Rafaela é apontado como um exemplo para explicitar o que seriam as “virtudes” do povo brasileiro. (Pires, 2018)
A luta é um pressuposto da existência humana porque é de fato mais antiga do eu nossa própria cultura, percebe-se que Rafaela é uma lutadora de fato, pois enfrentou situações adversas, e se manteve firme em seu propósito, de vencer as lutas e batalhas, conquistar a medalha olímpica, uma heroína. (Vasconcelos da Silva, 2021)
Segundo Moreira (2018, p. 110), “El universo del deporte es un campo fértil para la producción de héroes, ya que los atletas surgen como personajes – quienes parecen haber dejado atrás la vida común – dispuestos a enfrentar a sus oponentes en canchas polivalentes o céspedes deportivos”. Esta afirmação confirma que Rafaela Silva viveu as etapas de partida, iniciação e retorno, que todo herói e heroína vive.
Múltiplas participações olímpicas e tradição
Em oito edições de Jogos Olímpicos, as mulheres judocas brasileiras abarcaram muito mais que esperanças, conquistas de medalhas. Este coletivo, representado por muitas gerações, trilhou um caminho de renúncias, escolhas e vitórias. Os percursos apresentados foram demarcados com as cores de bronze e ouro, quatro medalhas, muitas lutas no tatame e na vida real. Sua importância ocupa lugar de destaque na reportagem da revista Veja veiculada em agosto de 2012, intitulada “O Judô faz escola”. Escola esta, que foi abordada, por meio de trecho que refletia a tradição do judô brasileiro, como uma respeitada potência internacional. O texto ainda mencionou a influência da imigração japonesa para a construção o desenvolvimento da modalidade e da tradição judoística no país:
“Como seria de imaginar, a modalidade foi introduzida no Brasil por imigrantes japoneses, no início do século passado. O Japão continua sendo a grande referência no esporte em todo o mundo, como os Estados Unidos em relação ao basquete, e foram os japoneses também a fonte principal para a construção de um jeito brasileiro, rápido, de excelente pegada no quimono”. (O Judô faz escola, 8 de agosto, p. 126)
Em um segundo momento, o judô é apresentado em 2012, na revista Veja, como um esporte que aos poucos foi “caindo no gosto” dos brasileiros. Pois, mesmo que não que atraísse multidões aos ginásios, passou a ser muito querido, principalmente desde os anos 1960, entre as famílias. Pôr os filhos para praticá-lo era sobretudo um hábito da classe média, contabilizando no momento da publicação, 2,5 milhões de praticantes no país. Desta soma, 300 mil alunos eram federados e, portanto, já haviam participado de campeonatos em algum momento da vida. A revista Veja, para reforçar este contexto, trouxe nomes de clubes “tradicionalíssimos na preparação de atletas” (O Judô faz escola, 8 de ago, p. 126). E, cita nomes como, a Sociedade de Ginástica Porto Alegre (SOGIPA), como centro formador de dezenas deles, listando a significativa representação de atletas sul-rio-grandenses formados pelo clube, tais como os medalhistas de bronze Felipe Kitadai e Mayra Aguiar.
Conclusões
A crescente inserção de crianças nos esportes, como o judô, se dá por seus valores, e pela admiração dos atletas que atingem visibilidade maior a cada ciclo olímpico. Visto que os veículos midiáticos atuam com ênfase nos atletas que conseguem representar o país em múltiplas edições, nas maiores esperanças de medalhas e até mesmo naqueles que têm um ponto peculiar na sua trajetória esportiva, pode-se reconhecer o potencial das mídias nesta situação, como motor de promoção do esporte, de atletas e clubes formadores.
Diante do exposto, este estudo, apresentou os resultados encontrados através da pesquisa documental no acervo digital da revista Veja, onde verificou-se que os veículos midiáticos tendem a disponibilizar espaços maiores em suas páginas para aqueles atletas que estão em duas situações distintas, esperança de conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos ou então ter a conquista, tais feitos permitem que os referidos atletas voltem as publicações e ganhem maiores espaços na diagramação da revista. Os atletas que ficam pelo caminho de ser somente esperança, sem conquista, não tendem a aparecer novamente.
As possibilidades de investigações permanecem abertas, pois as categorias que foram apresentadas, são uma maneira de observar o que os veículos midiáticos propagam com olhar ajustado as representações sociais e culturais exclusivas do grupo de mulheres judocas. Entende-se que futuramente as análises documentais possam aprofundar no quesito de como essas ações reverberam fora do grupo específicos.
Nota
A Escola Técnica Estadual Irmão Pedro, foi fundada em 1959 e fica localizada na rua Félix da Cunha 515, no bairro Floresta em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
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