ISSN 1514-3465
Associação entre o nível de funcionalidade e readmissão
hospitalar de pacientes com doença cardiovascular
Association between the Level of Functionality and Hospital Readmission of Patients with Cardiovascular Disease
Relación entre el nivel de funcionalidad y el reingreso hospitalario de pacientes con enfermedad cardiovascular
Emilson Colantonio, PhD
** ***nunoec@uol.com.br
Vanessa Matos Fraga, MD
*va.nessamatos@ymail.com
Felipe Granado de Souza, MD
++granado.felipe@unifesp.br
Fabio Tanil Montrezol, PhD
**abiotanil@hotmail.com
Alessandra Medeiros, MD
*+a.medeiros@unifesp.br
*Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Universidade Federal de São Paulo
**Programa de Pós Graduação em Ciências do Movimento Humano
e Reabilitação. Universidade Federal de São Paulo
***Departamento de Ciências do Movimento Humano
Universidade Federal de São Paulo
+Departamento de Biociências
Universidade Federal de São Paulo
++Universidade Federal de São Paulo
(Brasil)
Recepção: 14/07/2022 - Aceitação: 12/11/2022
1ª Revisão: 04/11/2022 - 2ª Revisão: 09/11/2022
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Citação sugerida
: Colantonio, E., Fraga, V.M., Souza, F.G. de, Montrezol, F.T., e Medeiros, A. (2022). Associação entre o nível de funcionalidade e readmissão hospitalar de pacientes com doença cardiovascular. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(295), 131-146. https://doi.org/10.46642/efd.v27i295.3613
Resumo
Introdução: A avaliação da capacidade funcional traduz a habilidade do indivíduo em realizar atividades do dia-a-dia que demandam do metabolismo aeróbio. O Duke Activity Status Index (DASI) tem valor prognóstico na avaliação de pacientes com doença cardiovascular (DCV). Objetivo: Analisar a associação entre a funcionalidade, avaliada pelo DASI e a readmissão hospitalar de pessoas com DCV. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com adultos, de ambos os sexos, com diagnóstico de DCV. A coleta de dados foi realizada em quatro ambulatórios de cardiologia. Foram utilizados os seguintes procedimentos: Anamnese, Questionário Internacional de Atividade Física, e determinação da capacidade funcional através da aplicação do DASI. Resultados: A amostra foi de 160 participantes, com média de idade de 64 (14) anos, 61% do sexo feminino, 65% de serviços públicos. Os principais diagnósticos foram: 26% hipertensão arterial sistêmica, 11% arritmia, 26% insuficiência cardíaca, 24% doença arterial coronariana e 13% outras; 80% dos indivíduos declararam ser irregularmente ativos e sedentários. A funcionalidade avaliada pelo DASI apresentou a mediana de 19,2 pontos. Análise de regressão logística identificou que menores índices de funcionalidade (DASI<19,2), sexo masculino e ser usuário de serviço público, são fatores independentemente associados à readmissão hospitalar de pacientes com DCV. Conclusões: A baixa capacidade funcional foi independentemente associada à readmissão hospitalar.
Unitermos:
Readmissão hospitalar. Atividades cotidianas. Atividade motora. Doenças cardiovasculares.
Abstract
Introduction: The assessment of functional capacity reflects the individual's ability to perform day-to-day activities that require aerobic metabolism. The Duke Activity Status Index (DASI) has prognostic value in the evaluation of patients with cardiovascular disease (CVD). Objective: to analyze the association between functionality, assessed by DASI and hospital readmission of people with CVD. Methods: A cross-sectional study was carried out with adults, of both sexes, diagnosed with CVD. Data collection was performed in four cardiology outpatient clinics. The following procedures were used: Anamnesis, International Physical Activity Questionnaire, determination of functional capacity through the application of the DASI. Results: The sample consisted of 160 participants, with a mean (SD) age of 64 (14) years, 61% female, 65% from public services. The main diagnoses were: 26% systemic arterial hypertension, 11% arrhythmia, 26% heart failure, 24% coronary artery disease and 13% others; 80% of individuals declared to be irregularly active or sedentary. The functionality assessed by DASI had a median of 19.2 points. Logistic regression analysis identified that lower levels of functionality (DASI<19.2), male gender and being a public service user, are factors independently associated with hospital readmission of patients with CVD. Conclusions: Low functional capacity was independently associated with hospital readmission.
Keywords:
Hospital readmission. Daily activities. Motor activity. Cardiovascular diseases.
Resumen
Introducción: La evaluación de la capacidad funcional refleja la habilidad del individuo para realizar actividades cotidianas que demandan metabolismo aeróbico. El Duke Activity Status Index (DASI) tiene valor pronóstico en la evaluación de pacientes con enfermedad cardiovascular (ECV). Objetivo: Analizar la asociación entre la funcionalidad, evaluada por el DASI y el reingreso hospitalario de personas con ECV. Métodos: Se realizó un estudio transversal con adultos de ambos sexos diagnosticados de ECV. La recolección de datos se realizó en cuatro consultas externas de cardiología. Se utilizaron los siguientes procedimientos: Anamnesis, Cuestionario Internacional de Actividad Física y determinación de la capacidad funcional mediante la aplicación del DASI. Resultados: La muestra estuvo compuesta por 160 participantes, con una edad media de 64 (14) años, 61% del sexo femenino, 65% de los servicios públicos. Los principales diagnósticos fueron: 26% hipertensión arterial sistémica, 11% arritmia, 26% insuficiencia cardiaca, 24% enfermedad coronaria y 13% otros; el 80% de las personas declararon ser irregularmente activas y sedentarias. La funcionalidad evaluada por el DASI tuvo una mediana de 19,2 puntos. El análisis de regresión logística identificó que los niveles más bajos de funcionalidad (DASI<19,2), el género masculino y ser usuario de un servicio público son factores asociados de forma independiente con el reingreso hospitalario de los pacientes con ECV. Conclusiones: La baja capacidad funcional se asoció de forma independiente con el reingreso hospitalario.
Palabras clave
: Readmisión hospitalaria. Actividades diarias. Actividad motriz. Enfermedades cardiovasculares.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 295, Dic. (2022)
Introdução
As doenças isquêmicas cerebrais e cardíacas são as causas mais comuns de morbi-mortalidade. Este grupo de doenças é um importante fator de incapacitação e também responsável por um terço dos óbitos do mundo, seguidas de diabetes, câncer e doenças respiratórias (Benjamin et al., 2017; Malta et al., 2006; Najafi et al., 2014). Vale ressaltar que apesar de haver um declínio da prevalência deste grupo de patologias em países desenvolvidos, nos últimos anos houve aumento desta prevalência em países em desenvolvimento ou sub-desenvolvidos (Organização Pan Americana da Saúde, 2003). Cerca de 80% das mortes por doenças cardiovasculares (DCVs) ocorrem em países de baixa e média renda, na proporção parecida entre homens e mulheres. (World Health Organization, 2002; 2011)
As DCVs representam alto custo ao paciente e ao sistema de saúde e estão entre as maiores causas de admissões hospitalares. Um fator importante para o aumento da mortalidade cardiovascular e dos custos em saúde são as readmissões hospitalares, especialmente as que ocorrem nos primeiros 30 dias após a alta hospitalar (Xu et al., 2021). Segundo Fernandez-Gasso et al. (2017) de 2003 a 2013, 60% das readmissões hospitalares do mundo foram por causas cardiovasculares, sendo a insuficiência cardíaca (IC) a causa mais comum. Estudos apontam que as características do indivíduo são os fatores preponderantes para a readmissão, já que existe uma correlação forte e positiva entre idade, estágio da doença e período de internação com o risco de admissão. Além destes destacam-se o sexo feminino, viver sozinho e o nível de conhecimento da patologia e da gravidade, além de fatores socioeconômicos e educacionais. (Carter et al., 2020; Havranek et al., 2015; Meddings et al., 2017; Rumsfeld et al., 2013)
Políticas econômicas foram discutidas e implantadas a fim de reduzir o risco de readmissão, porém estratégias com a finalidade de identificar os indivíduos com maior risco de readmissão ainda são discutidas sem grande êxito. Essas readmissões poderiam ser evitadas, em parte, com estratégias de maior atenção aos pacientes e melhor assistência em prol do autocuidado (Calvillo-King et al., 2013; Gheorghiade et al., 2013; McAlister et al., 2017; Reilly et al., 2015). A atividade física regular ou um estilo de vida mais ativo, é uma boa ferramenta de autocuidado. Tem baixo custo, reduz o agravamento da doença, os índices de morbidade e mortalidade, e a necessidade de readmissão hospitalar. (From et al., 2013; Najafi et al., 2014; Samayoa et al., 2014)
A avaliação da capacidade funcional traduz a habilidade do indivíduo em realizar atividades do dia-a-dia que demandam do metabolismo aeróbio/anaeróbio. Isso requer uma atividade integrada dos sistemas pulmonar, cardiovascular e musculoesquelético, e essa capacidade determina a capacidade funcional de cada pessoa. Do ponto de vista fisiológico, a capacidade funcional e/ou capacidade cardiorrespiratória é a habilidade de um indivíduo executar trabalho aeróbio, definido pelo consumo máximo de oxigênio (VO2max), isto é, o produto do débito cardíaco pela diferença arteriovenosa de oxigênio na exaustão física. O teste de esforço máximo é o único método preciso para determinar a capacidade cardiorrespiratória (aptidão aeróbia), no entanto, nem sempre está disponível devido à condição física do paciente ou quando houver possibilidade de expor um determinado paciente a risco maior do que o normal. (Arena et al., 2007)
Nesse sentido, os questionários são ferramentas baratas, simples e seguras para avaliar a condição clínica ou funcional (Arena et al., 2007; George et al., 2010), assim como para serem usados antes do teste de exercício para determinar a capacidade de um paciente para atingir o esforço apropriado (Phillips et al., 2011). Para a avaliação dessa capacidade, vários testes de exercício com diferentes protocolos podem ser utilizados. Além destes, outros instrumentos, tais como questionários de sintomas e de medidas de estado de saúde têm sido desenvolvidos. Estes instrumentos têm a vantagem de serem de baixo custo, são válidos, efetivos, seguros e rápidos. (Coutinho-Myrrha et al., 2014)
O Duke Activity Status Index (DASI) é um instrumento amplamente utilizado para pesquisas de avaliação funcional de pessoas com: IC (Grodin et al., 2015; Kok et al., 2004; Wu et al., 2016), doença arterial periférica e estenose aórtica grave (Kotajarvi et al., 2017), por apresentar correlação significativa com o pico do consumo de oxigênio (Hlatky et al., 1989). Esse questionário foi elaborado por Hlatky et al. (1989) sendo traduzido e validado no Brasil em 2014 (Coutinho-Myrrha et al., 2014). Portanto, esse instrumento pode auxiliar na prática clínica, por relacionar-se com a sobrevida, prevenção de um novo evento cardíaco e com a qualidade de vida (Wu et al., 2016). Outro ponto importante quanto à aplicação do DASI, relaciona-se ao fato de que nem sempre é possível a realização de teste de esforço máximo.
Considerando-se a alta prevalência das DCVs e a alta taxa de readmissão hospitalar desses pacientes, a hipótese da relação da readmissão hospitalar com a capacidade funcional despertou grande interesse de investigação. O principal objetivo deste estudo foi avaliar se existe a associação entre a funcionalidade e a readmissão hospitalar de pessoas com DCVs.
Métodos
Foi realizado um estudo transversal com pacientes ambulatoriais de cardiologia de quatro instituições: duas públicas e duas privadas, das cidades de Santos e Guarujá, no período de julho a setembro de 2017. Foram selecionados 160 indivíduos (97 feminino e 63 masculino.) de um total de N = 266 (no=400 e E0=5%). Foram considerados para inclusão os indivíduos com 18 anos ou mais, com diagnóstico de DCV e em acompanhamento médico. Os critérios de não inclusão foram: não aceitar participar da pesquisa, não assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), possuir alteração cognitiva que limitasse a realização da entrevista. Os participantes foram informados previamente sobre os procedimentos e objetivos do estudo e as entrevistas foram realizadas com a anuência dos mesmos e após a assinatura do TCLE. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo, número do parecer 2.142.624. Todas as instituições autorizaram a realização do estudo.
Procedimentos
Um questionário foi elaborado para a coleta de dados, no qual foram obtidos dados pessoais, presença de comorbidades, hábitos de saúde, tipo de serviço (público ou privado), principal diagnóstico cardiovascular, número de admissões hospitalares por DCV. Os dados foram coletados de prontuários e por meio de entrevistas (autorrelato). Para determinar o nível de atividade física do indivíduo utilizou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta (Matsudo et al., 2001), que classifica o indivíduo em muito ativo, ativo, irregularmente ativo e sedentário.
A principal variável preditora foi a capacidade funcional, avaliada com o DASI. Este é um questionário de simples aplicação, composto de 12 questões de atividades de vida diária como: higiene pessoal, locomoção, tarefas domésticas, função sexual e recreação. Cada item tem um peso específico em METs, que varia a pontuação entre 0 e 58,2. Quanto maior a pontuação, melhor a capacidade funcional (Coutinho-Myrrha et al., 2014). A variável de desfecho foi a readmissão hospitalar devido à DCV, analisada como variável dicotômica (sim ou não). Foram consideradas como potenciais variáveis de confusão ter uma ou mais comorbidades (depressão, diabetes e dislipidemia).
Análise estatística
Na análise descritiva as variáveis categóricas foram expressas em frequências absolutas e relativas e as variáveis numéricas pela média e desvio-padrão. A variável DASI foi categorizada pelo valor da mediana estimada (<19,2 e ≥19,2). A mediana foi usada pois não havia um ponto de corte descrito na literatura para a classificação do nível de funcionalidade. O IPAQ foi categorizado em indivíduos muito ativos e ativos (IPAQ 1 e 2) e indivíduos irregularmente ativos e sedentários (IPAQ 3 e 4).
Modelos de regressão logística foram realizados para estimar os odds ratios (OR) brutos e ajustados para a identificar os fatores associados à readmissão hospitalar. O nível de significância estabelecido foi de 0,05. A qualidade do ajuste do modelo de regressão final foi avaliada pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Os resultados são expressos como OR com o intervalo de confiança (95%) e p-valor correspondentes. Todas as análises foram realizadas no software R Core Team.
Resultados
Dos 88 (55%) indivíduos que tiveram readmissão hospitalar, a maioria era mulheres (52,3%), tinham idade média de 65,01 (DP=13,26) anos e 59,1% eram casados ou em união estável. A distribuição dos participantes de acordo com a etnia (autorrelato) foi: brancos 62 (39%), pardos 65 (41%), pretos/negros 19 (12%), amarelos 2 (1%) e 12 pessoas (7%) não relataram etnia. Destes, 76 (86,4%) eram usuários de serviços públicos e a maioria relatou ser sedentário ou praticar atividade física de maneira irregular (88,6%), não preenchendo os critérios para serem considerados ativos. A hipertensão arterial (81,0%) e a dislipidemia (51,0%) foram as comorbidades mais comuns entre os readmitidos.
Entre todos os indivíduos da amostra as DCVs mais frequentes foram: infarto agudo do miocárdio (44), IC (41), arritmias (34), valvopatias (9). Somente 15 pacientes possuíam diagnóstico único de hipertensão arterial sistêmica, todos os demais apresentavam a associação de dois ou mais diagnósticos. O acidente vascular encefálico foi identificado em 12 pacientes. A Tabela 1 resume as características dos indivíduos participantes entre os grupos de acordo com a ocorrência de readmissão hospitalar.
Tabela 1. Características da amostra segundo a readmissão hospitalar
|
Total |
Readmissão hospitalar |
||||
Não |
Sim |
|||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
|
Sexo |
||||||
Feminino |
97 |
60,6 |
51 |
70,8 |
46 |
52,3 |
Masculino |
63 |
39,4 |
21 |
29,2 |
42 |
47,7 |
Idade, média (DP) |
64,48 (13,73) |
63,85 (14,36) |
65,01 (13,26) |
|||
Estado civil |
||||||
Solteiros/Viúvos/Divorciados |
78 |
48,8 |
42 |
58,3 |
36 |
40,9 |
Casado/União estável |
82 |
51,3 |
30 |
41,7 |
52 |
59,1 |
Tipo de serviço |
||||||
Privado |
56 |
35,0 |
44 |
61,1 |
12 |
13,6 |
Público |
104 |
65,0 |
28 |
38,9 |
76 |
86,4 |
Fumante |
||||||
Não |
142 |
88,8 |
65 |
90,3 |
77 |
87,5 |
Sim |
18 |
11,3 |
7 |
9,7 |
11 |
12,5 |
IPAQ |
||||||
Ativo e Muito ativo |
32 |
20,0 |
22 |
30,6 |
10 |
11,4 |
Irregularmente ativos e Sedentários |
128 |
80,0 |
50 |
69,4 |
78 |
88,6 |
Comorbidades |
||||||
Depressão |
25 |
16,0 |
14 |
19,0 |
11 |
12,0 |
Diabetes mellitus |
53 |
33,0 |
23 |
32,0 |
30 |
34,0 |
HAS |
132 |
82,5 |
61 |
85,0 |
71 |
81,0 |
Dislipidemia |
73 |
46,0 |
28 |
39,0 |
45 |
51,0 |
DASI ≥19,2 |
80 |
50,0 |
51 |
70,8 |
29 |
33,0 |
DASI <19,2 |
80 |
50,0 |
21 |
29,2 |
59 |
67,0 |
Diagnóstico
principal |
||||||
HAS |
42 |
26,3 |
38 |
52,8 |
4 |
4,5 |
Arritmia |
18 |
11,3 |
7 |
9,7 |
11 |
12,5 |
IC |
39 |
24,4 |
6 |
8,3 |
33 |
37,5 |
DAC |
39 |
24,4 |
12 |
16,7 |
27 |
30,7 |
Outros |
22 |
13,8 |
9 |
12,5 |
13 |
14,8 |
Legenda: DP, desvio-padrão; IPAQ, International Physical Activity Questionnaire; DASI ≥19,2 indivíduos com maior funcionalidade, DASI <19,2 indivíduos com menor funcionalidade; HAS, hipertensão arterial sistêmica; IC, insuficiência cardíaca; DAC, doença arterial coronariana. *IPAQ 1 e 2, indivíduos muito ativos e ativos; IPAQ 3 e 4, indivíduos irregularmente ativos e sedentários. Fonte: Dados da pesquisa
No modelo de regressão logística multivariável (Tabela 2), os indivíduos casados ou em união estável apresentaram maiores chances de readmissão hospitalar em relação aos indivíduos solteiros, viúvos ou divorciados (OR=2,82; IC 95% [1,19; 7,04]). Indivíduos usuários de serviços públicos apresentaram maiores chances de readmissão do que usuários de serviços privados, OR=4,16 (IC 95% [1,67; 10,71]). Quanto a funcionalidade, os indivíduos com DASI <19,2, ou seja, baixa funcionalidade, apresentaram maiores chances de terem readmissão em relação aos indivíduos com DASI ≥19,2, OR=3,10 (IC 95% [1,27; 7,76]). Já sobre o diagnóstico principal do paciente, os indivíduos que tinham Arritmia, IC, DAC e outros, apresentaram maiores chances de readmissão hospitalar em relação aos que tinham HAS, OR=15,60 (IC 95% [3,58; 82,6]), OR=23,10 (IC 95% [5,78; 113,0]), OR=14,00 (IC 95% [3,93; 61,3]) e OR=9,74 (IC 95% [2,46; 46,0]), respectivamente. O teste de Hosmer-Lemeshow verificou um bom ajuste do modelo final (p=0,729).
Tabela 2. Regressão logística para associação entre as características da amostra e a readmissão hospitalar (n=160)
|
Readmissão
hospitalar |
|||||
cOR |
IC95% |
p |
aOR |
IC95% |
p |
|
Sexo |
||||||
Feminino |
referência |
|
|
- |
- |
- |
Masculino |
2,22 |
(1,16; 4,34) |
0,018 |
|
|
|
Idade, média (DP) |
1,01 |
(0,98; 1,03) |
0,593 |
- |
- |
- |
Estado civil |
||||||
Solteiros/Viúvos/Divorciados |
referência |
|
|
referência |
|
|
Casado/União estável |
2,02 |
(1,08; 3,83) |
0,029 |
2,82 |
(1,19; 7,04) |
0,021 |
Tipo de serviço |
||||||
Privado |
referência |
|
|
referência |
|
|
Público |
9,95 |
(4,73; 22,3) |
<0,001 |
4,16 |
(1,67; 10,71) |
0,002 |
Fumante |
||||||
Não |
referência |
|
|
- |
- |
- |
Sim |
1,33 |
(0,49; 3,79) |
0,581 |
|
|
|
IPAQ |
||||||
Ativo e Muito ativo |
referência |
|
|
- |
- |
- |
Irregularmente ativos e Sedentários |
3,43 |
(1,53; 8,15) |
0,003 |
|
|
|
Funcionalidade |
||||||
DASI ≥19,2 |
referência |
|
|
referência |
|
|
DASI <19,2 |
4,94 |
(2,55; 9,87) |
<0,001 |
3,10 |
(1,28; 7,76) |
0,013 |
Diagnóstico principal |
||||||
HAS |
referência |
|
|
referência |
|
|
Arritimia |
14,90 |
(3,96; 68,0) |
<0,001 |
15,60 |
(3,58; 82,6) |
0,001 |
IC |
52,20 |
(15,1; 232,0) |
<0,001 |
23,10 |
(5,78; 113,0) |
<0,001 |
DAC |
21,40 |
(6,81; 84,1) |
<0,001 |
14,00 |
(3,93; 61,3) |
<0,001 |
Outros |
13,70 |
(3,89; 58,8) |
<0,001 |
9,74 |
(2,46; 46,0) |
0,002 |
Legenda: cOR, crude odds ratio; aOR, adjuste odds ratio; IC, intervalo de confiança; IPAQ, International Physical Activity Questionnaire; DASI ≥19,2 indivíduos com maior funcionalidade, DASI <19,2 indivíduos com menor funcionalidade; HAS, hipertensão arterial sistêmica; IC, insuficiência cardíaca; DAC, doença arterial coronariana. *IPAQ 1 e 2, indivíduos muito ativos e ativos; IPAQ 3 e 4, indivíduos irregularmente ativos e sedentários.
Discussão
O principal achado deste estudo foi que pacientes com menores índices de capacidade funcional (DASI <19,2) apresentaram maiores chances de ter uma readmissão hospitalar, comparados aos pacientes com maiores índices de capacidade funcional. É importante ressaltar que a amostra estudada apresentou valores baixos, com a mediana de 19,2 e intervalo interquartil do 9,95 a 32,2 METs. Em um estudo de coorte (Tang et al., 2014), com quase nove mil participantes, que incluiu uma amostra de pacientes com DCV estável, o DASI foi expresso por uma distribuição em quartis com os seguintes grupos (<24, de 24 a 38, 38 a 50 e ≥51). Podemos observar que 75% de nossa amostra seria do primeiro e segundo quartis deste estudo, ou seja, a maior parte de nossa amostra seria incluída nos grupos de menores níveis de capacidade funcional. A despeito das diferenças metodológicas os níveis baixos do DASI observados geram um questionamento interessante em relação às possíveis causas deste índice em nossa amostra. Sabe-se que o delineamento transversal limita a inferência deste resultado e que um estudo longitudinal seria mais preciso para a avaliação deste índice, por outro lado, mesmo uma medida isolada do DASI pode ser útil.
Em outro trabalho, foram investigados pacientes com doença arterial periférica e uma avaliação funcional por meio do DASI foi útil para identificar pacientes com maior risco de eventos adversos a longo prazo (Senthong et al., 2017). Esse estudo reitera a propriedade do DASI de predizer o prognóstico a longo prazo, assim como Grodin et al. (2015), os quais concluíram que o DASI tem valor prognóstico para a predição de mortalidade em pacientes com IC crônica estabilizada. Esta propriedade torna este instrumento indicado para a avaliação em pacientes com DCV estável. (Grodin et al., 2015; Senthong et al., 2017; Tang et al., 2014)
Como as atividades do DASI são pontuadas em METs, é possível quantificar, a partir do resultado final, o VO2max do indivíduo (Coutinho-Myrrha et al., 2014). Ravani et al. (2012) corroboram com essa análise e evidenciaram em sua pesquisa que o questionário DASI tem boa concordância com o VO2max medido durante o teste de exercício cardiopulmonar, porém, recomenda-se que um fator de correção (teste/re-teste de 6 meses) seja aplicado aos dados brutos para maior precisão. Baixos níveis de capacidade funcional avaliados por um instrumento simples apresentaram associação com a readmissão hospitalar e morte. Reduzida capacidade funcional e de realização de atividades da vida diária no momento da alta foram detectadas como importantes preditores de morte e de readmissão hospitalar independente da causa da internação. (Aubert et al., 2017; Chiaranda et al., 2020; Llopis Garcia et al., 2019; Sato et al., 2021)
A aplicabilidade clínica do DASI parece ser factível e além de nossos achados, os outros estudos mencionados reiteram a qualidade deste instrumento para a predição de prognóstico a médio e longo prazos. Por tratar-se de um questionário simples e de fácil aplicação, nossos achados sugerem que o uso do DASI poderia ser muito útil em avaliações rotineiras dos pacientes com DCV. A identificação de pacientes com maior risco de readmissão hospitalar e a orientação preventiva poderiam ser uma estratégia viável. Além disso, o trabalho multi e interdisciplinar na atenção básica de saúde poderá oferecer, de modo seguro, a orientação de incremento do nível de atividade física e de funcionalidade destes pacientes.
A associação entre o sexo e a readmissão hospitalar foi observada em nossa amostra. Alguns estudos apresentam dados semelhantes. Em um recente estudo (Franzone et al., 2017), os autores consideraram que o sexo masculino apresentou mais comorbidades em relação ao sexo feminino. A amostra deste estudo foi de 868 pacientes no pós-operatório de implante de válvula aórtica transcateter. Uma metanálise com pacientes submetidos ao implante valvar, observou que o efeito protetor observado no sexo feminino é resultado de uma complexa interação entre fatores de risco cardiovasculares, complicações perioperatórias e a recuperação ventricular esquerda. (Conrotto et al., 2015)
A associação entre estado civil (casados e com união estável) e a readmissão hospitalar foi observada em nossa amostra. O estado civil é um importante marcador de prognóstico para qualquer situação clínica. Em um estudo de coorte de veteranos americanos idosos, que incluiu mais de 43 mil participantes, foi observado que os pacientes casados, embora tivessem mais comorbidades, apresentaram menores taxas de mortalidade hospitalar, nos casos de pneumonia (Metersky et al., 2012). Os autores relatam que possivelmente, o nível socioeconômico maior e o estímulo de seus cônjuges para a busca de assistência hospitalar de modo mais precoce podem ter influenciado os melhores desfechos (Metersky et al., 2012). Este também pode ser o fator que influenciou nossos achados, pois os pacientes casados apresentaram maiores taxas de readmissão hospitalar por causas cardiovasculares.
Tendo como referência os pacientes com diagnóstico único de hipertensão arterial sistêmica, os pacientes com outras DCVs apresentaram associação com a necessidade de readmissão hospitalar. Este achado, embora pareça ter uma obviedade, reforça a necessidade de um acompanhamento criterioso dos pacientes com DCV, uma vez que a maioria dessas doenças têm como base a HAS. Segundo Mesquita et al. (2017), o médico tem um papel fundamental nas ações que podem minimizar o risco de internações por IC. A abordagem multidisciplinar e a implementação de boas práticas embasadas em evidências científicas podem reduzir o risco de internação, e rotinas que comprovadamente diminuem a necessidade de internação hospitalar, deveriam ser usadas nos serviços de saúde do Brasil.
Limitação do estudo
Em nosso estudo, o DASI foi avaliado de modo transversal, em forma de entrevista direta com os participantes. A necessidade de readmissão hospitalar foi aferida por meio de autorrelato, uma vez que os participantes foram entrevistados nas salas de espera dos ambulatórios de cardiologia das cidades de Santos e Guarujá. Este método foi selecionado pois a amostra escolhida foi de pacientes com DCV estável e em acompanhamento ambulatorial. A utilização do IPAQ para a determinação do nível de atividade física talvez pudesse ser substituída por uma medida mais precisa como acelerômetros.
Conclusão
Menores níveis de capacidade funcional avaliados pelo DASI foram independentemente associados à readmissão hospitalar.
Referências
Arena, R., Myers, J., Williams, MA, Gulati, M., Kligfield, P., Balady, GJ, Collins, E., e Fletcher, G. (2007). Assessment of functional capacity in clinical and research settings: a scientific statement from the American Heart Association Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention of the Council on Clinical Cardiology and the Council on Cardiovascular Nursing. Circulation, 116(3), 329-43. https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.106.184461
Aubert, C.E., Folly, A., Mancinetti, M., Hayoz, D., e Donzé, J.D. (2017). Performance-based functional impairment and readmission and death: a prospective study. BMJ Open, 7(6), e016207. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2017-016207
Benjamin, EJ, Blaha, MJ, Chiuve, SE, Cushman, M., Das, SR, Deo, R. Ferranti, SD, Floyd, J., Fornage, M., Gillespie, C., Isasi, CR, Jiménez, MC, Jordan, LC, Judd, SE, Lackland, D., Lichtman, JH, Lisabeth, L., Liu, S., Longenecker, CT, Mackey, RH, Matsushita, K., Mozaffarian, D., Mussolino, ME, Nasir, K., Neumar, RW, Palaniappan, L., Pandey, DK, Thiagarajan, RR, Reeves, MJ, Ritchey, M., Rodriguez, CJ, Roth, GA, Rosamond, WD, Sasson, C., Towfighi, T., Tsao, CW, Turner, MB, Virani, SS, Voeks, JH, Willey, JZ, Wilkins, JT, Wu, JHY, Alger, HM, Wong, SS, e Muntner, P. (2017). Heart Disease and Stroke Statistics - 2017 Update: A Report From the American Heart Association. Circulation, 135(10), e146-e603. https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000000485
Calvillo-King, L., Arnold, D., Eubank, KJ, Lo, M., Yunyongying, P., Stieglitz, H., e Halm, EA (2013). Impact of Social Factors on Risk of Readmission or Mortality in Pneumonia and Heart Failure: Systematic Review. Journal of General Internal Medicine. 28(2), 269-82. https://doi.org/10.1007/s11606-012-2235-x
Carter, J., Ward, C., Thorndike, A., Donelan, K., e Wexler, D.J. (2020). Social factors and patient perceptions associated with preventable hospital readmissions. Journal of Patient Experience, 7, 19-26. https://doi.org/10.1177/2374373518825143
Chiaranda, G., Myers, J., Arena, R., Kaminsky, L., Sassone, B., Pasanisi, G. Mandini, S., Pizzolato, M., Franchi, M., Napoli, N., Guerzoni, F., Caruso, L., Mazzoni, G., e Grazzi, G. (2020). Improved percent-predicted peak VO2 is associated with lower risk of hospitalization in patients with coronary heart disease. Analysis from the FRIEND registry. International Journal of Cardiology, 310, 138-144. https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2020.02.057
Conrotto, F., D’Ascenzo, F., Presbitero, P., Humphries, KH, Webb, JG, O’Connor, AS, Morice, MC, Lefèvre, T., Grasso, C., Sbarra, P., Taha, S., Omedè, P., Marra, WG, Salizzoni, S., Moretti, C., D’Amico, M., Biondi-Zoccai, G., Gaita, F., Marra, S. (2015). Effect of Gender After Transcatheter Aortic Valve Implantation: A Meta-Analysis. The Annals of Thoracic Surgery. 99, 809-16. https://doi.org/10.1016/j.athoracsur.2014.09.089
Coutinho-Myrrha, MA, Dias, RC, Fernandes, AA, Araújo, CG, Hlatky, MA, Pereira, DG, e Britto, RR (2014). Duke Activity Status Index em Doenças Cardiovasculares: Validação de Tradução em Português. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 102(4), 383-390. https://doi.org/10.5935/abc.20140031
Fernandez-Gasso, L., Hernando-Arizaleta, L., Palomar-Rodríguez, J.A., Abellán-Pérez, M.V., e Pascual-Figal, D.A. (2017). Trends, causes and timing of 30- day readmissions after hospitalization for heart failure: 11- year population-based analysis with linked data. International Journal of Cardiology, 248, 246-251. https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2017.07.094
Franzone, A., Pilgrim, T., Arnold, N., Heg, D., Langhammer, B., Piccolo, R., Roost, E., Praz, F., Räber, L., Valgimigli, M., Wenaweser, P., Jüni, P., Carrel, T., Windecker, S., e Stortecky, S. (2017). Rates and predictors of hospital readmission. European Heart Journal, 38(28), 2211-2217. https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehx182
From, S., Liira, H., Leppävuori, J., Remes-Lyly, T., Tikkanen, H., e Pitkälä, K. (2013). Effectiveness of exercise intervention and health promotion on cardiovascular risk factors in middle-aged men: a protocol of a randomized controlled trial. BMC Public Health, 13(125). https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-125
George, M.J., Kasbekar, S.A., Bhagawati, D., Hall, M., e Buscombe, J.R. (2010). The value of Duke Activity Status Index (DASI) in predicting ischaemia in myocardial perfusion scintigraphy - a prospective study. Nuclear Medicine Review. Central & Eastern Europe, 13(2), 59-63. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21598228/
Gheorghiade, M., Vaduganathan, M., Fonarow, G.C., e Bonow, R.O. (2013). Rehospitalization for heart failure. Problems and perspectives. Journal of the American College of Cardiology, 61(4), 391-403. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2012.09.038
Grodin, J.L., Hammadah, M., Fan, Y., Hazen, S.L., e Tang, W.H. (2015). Prognostic value estimating functional capacity with the use of the duke activity status index in stable patients with chronic heart failure. Journal of Cardiac Failure, 21(1), 44-50. https://doi.org/10.1016/j.cardfail.2014.08.013
Havranek, EP, Mujahid, MS, Barr, DA, Blair, IV, Cohen, MS, Cruz-Flores, S. Davey-Smith, G., Dennison-Himmelfarb, CR, Lauer, MS, Lockwood, DW, Rosal, M., e Yancy, CW, American Heart Association Council on Quality of Care and Outcomes Research, Council on Epidemiology and Prevention, Council on Cardiovascular and Stroke Nursing, Council on Lifestyle and Cardiometabolic Health, and Stroke Council (2015). Social determinants of risk and outcomes for cardiovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation, 132, 873-898. https://doi.org/10.1161/cir.0000000000000228
Hlatky, MA, Boineau, RE, Higginbotham, MB, Lee, KL, Mark, DB, Califf, RM, Cobb, FR, e Lee, DB (1989). A brief self-administered questionnaire to determine functional capacity (The Duke Activity Status Index). American Journal of Cardiology, 64(10), 651-4. https://doi.org/10.1016/0002-9149(89)90496-7
Kock, CG, Khandwala, F., Cywinski, JB, Iswaran, H., Estafanous, FG, Loop, FD, e Blackstone, EH (2004). Health- related quality of life after coronary artery bypass grafting: A gender analysis using the Duke Activity Status Index. The Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery, 128(2), 284-295. https://doi.org/10.1016/j.jtcvs.2003.12.033
Kotajarvi, BR, Schafer, MJ, Atkinson, EJ, Traynor, MM, Bruce, CJ, Greason, KL, Suri, RM, Miller, JD, e LeBrasseur, NK (2017). The impact of frailty on patient- centered outcomes following aortic valve replacement. The Journals of Gerontology. Biological Sciences and Medical Sciences, 72(7), 917-921. https://doi.org/10.1093/gerona/glx038
Llopis García, G., Munck Sánchez, S., García Briñón, M.Á., Fernández Alonso, C., González Del Castillo, J., e Martín-Sánchez, F.J. (2019). Physical frailty and its impact on long-term outcomes in older patients with acute heart failure after discharge from an emergency department. Emergencias, 31(6), 413-416. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31777214/
Malta, D.C., Carvalho, D., Cezário, A.C., Moura, L., Neto O.M.L., e Silva Junior, J.B. (2006). A Construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do sistema único de saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 15(3), 47-65. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742006000300006
Matsudo, S., Araujo, T., Matsudo, V., Andrade, D., Andrade, E., Oliveira, L.C., e Braggion, G. (2001). Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): Estudo da Validade e reprodutibilidade no Brasil. Celafiscs. RBSFS, 2, 18. https://www.researchgate.net/publication/308043555
McAlister, F.A., Youngson, E., e Kaul, P. (2017). Patients with heart failure readmitted to the original hospital have better outcomes than those readmitted elsewhere. Journal of American Heart Association, 6(5), 1-7. https://doi.org/10.1161/JAHA.116.004892
Meddings, J., Reichert, H., Smith, SN, Iwashyna, TJ, Langa, KM, Hofer, TP., e McMahon Jr., LF (2017). The impact of disability and social determinants of health on condition-specific readmissions beyond medicare risk adjustments: a cohort study. Journal of General Internal Medicine, 32, 71-80. https://doi.org/10.1007/s11606-016-3869-x
Mesquita, E.T., Jorge, A.J.L., Rabelo, L.M., e Souza-Júnior, C.V. (2017). Entendendo a hospitalização em pacientes com insuficiência cardíaca. International Journal of Cardiovascular Sciences, 30(1), 81-90. https://www.scielo.br/j/ijcs/a/6MzZJF5YqHdwDSgypz6kzKC/
Metersky, M.L., Fine, M.J., e Mortensen, E.M. (2012). The Effect of Marital Status on the Presentation and Outcomes of Elderly Male Veterans Hospitalized for Pneumonia. American College of Chest Physicians. Chest, 142 (4), 982-987. https://doi.org/10.1378/chest.11-3183
Najafi, F., Nalini, M., e Nikbakht, M.R. (2014). Changes in Risk Factors and Exercise Capacity After Cardiac Rehabilitation and Its Effect on Hospital Readmission. Iranian Red Crescent Medical Journal, 16(5), e4899. https://doi.org/10.5812/ircmj.4899
Organização Pan-Americana da Saúde (2003). Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Organização Mundial da Saúde. https://www.opas.org.br/wp-content/uploads/2015/09/d_cronic.pdf
Phillips, L., Wang, JW, Pfeffer, B., Gianos, E., Fisher, D., Shaw, LJ, e Mieres, JH (2011). Clinical role of the Duke Activity Status Index in the selection of the optimal type of stress myocardial perfusion imaging study in patients with known or suspected ischemic heart disease. Journal of Nuclear Cardiology, 18(6), 1015-20. https://doi.org/10.1007/s12350-011-9456-y
Ravani, P., Kilb, B., Bedi, H., Groeneveld, S., Yilmaz, S., e Mustata, S. (2012). Alberta Kidney Disease Network. The Duke Activity Status Index in patients with chronic kidney disease: a reliability study. Clinical Journal of American Society of Nephrology, 7(4), 573-80. https://doi.org/10.2215/CJN.07990811
Reilly, CM, Butler, J., Culler, SD, Gary, RA, Higgins, M., Schindler, P., Butts, B., e Dunbar, SB (2015). An economic evaluation of a self- care intervention in persons with heart failure and diabetes. Journal of Cardiac Failure, 21(9), 730-7. https://doi.org/10.1016/j.cardfail.2015.06.382
Rumsfeld, JS, Alexander, KP, Goff Jr., DC, Graham, MM, Ho, PM, Masoudi, FA, Moser, DK, Roger, VL, Slaughter, MS, Smolderen, KG, Spertus, JA, Sullivan, MD, Treat-Jacobson, D., e Zerwic, JJ (2013). American Heart Association Council on Quality of Care and Outcomes Research, Council on Cardiovascular and Stroke Nursing, Council on Epidemiology and Prevention, Council on Peripheral Vascular Disease, and Stroke Council. Cardiovascular health: the importance of measuring patient-reported health status: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 127, 2233-2249. https://doi.org/10.1161/CIR.0b013e3182949a2e
Samayoa, L., Grace, S.L., Gravely, S., Scott, L.B., Marzolini, S., e Colella, T.J. (2014). Sex differences in cardiac rehabilitation enrollment: a meta-analysis. Canadian Journal of Cardiology, 30(7), 793-800. https://doi.org/10.1016/j.cjca.2013.11.007
Sato, M., Mutai, H., Yamamoto, S., Tsukakoshi, D., Takeda, S., Oguchi, N., Ichimura, H., Ikegami, S., Wada, Y., Seto, T., e Horiuchi, H. (2021). Decreased activities of daily living at discharge predict mortality and readmission in elderly patients after cardiac and aortic surgery: A retrospective cohort study. Medicine (Baltimore), 100(31), e26819. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000026819
Senthong, V., Wu, Y., Hazen, S.L., e Tang, W.H.W. (2017). Predicting long-term prognosis in stable peripheral artery disease with baseline functional capacity estimated by the Duke Activity Status Index. American Heart Journal, 184, 17-25. https://doi.org/10.1016/j.ahj.2016.10.009
Tang, WHW, Topol, EJ, Fan, Y., Wu, Y., Cho, L., Stevenson, C., Ellis, SG, e Hazen, SL (2014). Prognostic value of estimated functional capacity incremental to cardiac biomarkers in stable cardiac patients. Journal of American Heart Association, 3(5), e000960. https://doi.org/10.1161/JAHA.114.000960
World Health Organization (2011). Global atlas on cardiovascular disease prevention and Control. S. Mendis, P. Puska, e B. Norrving (editors). WHO. http://www.who.int/cardiovascular_diseases/publications/atlas_cvd/en/
World Health Organization (2002). Integrated management of cardiovascular risk. WHO. http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/42602/1/9241562242.pdf
Wu, J.R., Lennie, T.A., Frazier, S.K., e Moser, D.K. (2016). Health-related Quality of Life, Functional Status and Cardiac Event-Free Survival in Patients with Heart Failure. The Journal of Cardiovascular Nursing, 31(3), 236-44. https://doi.org/10.1097/JCN.0000000000000248
Xu, H., Farmer, H.R., Granger, B.B., Thomas, K.L., Peterson, E.D., e Dupre, M.E. (2021). Perceived Versus Actual Risks of 30-Day Readmission. Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, 14, e006586. https://doi.org/10.1161/CIRCOUTCOMES.120.006586
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 295, Dic. (2022)