Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Parkour: prática corporal de aventura ou ginástica

Parkour: Adventure Body Practice or Gymnastic

Parkour: práctica corporal de aventura o gimnástica

 

Alexandre Ferreira Lapa Polac

alexandre.polac@sme.prefeitura.sp.gov.br

 

Mestre em Ciências

Coordenador pedagógico na Rede Pública Municipal de São Paulo

(Brasil)

 

Recepción: 13/12/2023 - Aceptación: 23/02/2024

1ª Revisión: 09/02/2024 - 2ª Revisión: 21/02/2024

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Polac, A.F.L. (2024). Parkour: prática corporal de aventura ou ginástica. Um estudo exploratório. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(311), 99-112. https://doi.org/10.46642/efd.v29i311.3311

 

Resumo

    O propósito deste ensaio é questionar o entendimento do parkour como, correntemente vem sendo apresentado, uma prática corporal de aventura ou um esporte. Este esforço foi investido devido à compreensão desta classificação não alinhadacom as especificidades do nosso objeto de estudo. Para esta jornada, o questionamento foi apresentado a partir da compreensão de seu fundador, David Belle, sobre esta prática, assim como os ideais basilares de uma de suas principais influências, o Método Natural, por seu fundador Georges Hébert, o que resultou no alinhamento do parkour mais como um método de treinamento corporal ou uma ginástica, do que da classificação supracitada.

    Unitermos: Parkour. Ginástica. Método Natural.

 

Abstract

    The purpose of this essay is to question the understanding of parkour as it has been currently presented, an adventure body practice or a sport. This effort was made due to the understanding of this classification is not aligned with the specificities of our object of study. For this purpose, the questioning was based on the understanding of its founder, David Belle, about this practice, as well as the basic ideals of one of its main influences, the Natural Method, by its founder Georges Hébert, which resulted in parkour being aligned more as a body training method or gymnastics, rather than the aforementioned classification.

    Keywords: Parkour. Gymnastics. Natural Method.

 

Resumen

    El propósito de este ensayo es cuestionar la comprensión del parkour como, actualmente, presentado como una práctica corporal de aventura o un deporte. Este esfuerzo se invirtió debido a la comprensión de esta clasificación no alineada con las especificidades de nuestro objeto de estudio. Para este viaje, la pregunta se presentó a partir del entendimiento de su fundador, David Belle, sobre esta práctica, así como de los ideales básicos de una de sus principales influencias, el Método Natural, por parte de su fundador Georges Hébert, lo que resultó en la alineación del parkour más como método de entrenamiento corporal o gimnasia, que de la clasificación antes mencionada.

    Palabras clave: Parkour. Gimnasia. Método Natural.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 311, Abr. (2024)


 

Introdução 

 

    O tema desenvolvido neste ensaio surgiu de reflexões em sala de aula, com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental II, onde o intuito era o aprofundamento da compreensão destes sobre a Educação Física, e consequentemente de suas manifestações, como um campo de conhecimento desenvolvido sócio historicamente. Ao trabalhar com o parkour nos 8os anos, surgiu um anseio pela compreensão das origens desta prática. A partir deste movimento, chegamos até uma de suas principais influências, Georges Hébert1.

 

    Neste caminho, dificuldades e questionamentos sobre o parkour e suas definições dentro da Educação Física apareceram, principalmente no que se refere ao eixo de conteúdo referente. Para os familiarizados com a Educação Física Escolar, esta prática aparece associada ao eixo de conteúdo “prática corporal de aventura”. Aparecem também associações desta prática como um “esporte”, tais como “de risco”, “alternativos” e “extremos” (Brasil, 2018, p. 219). Entretanto, ambas as “definições” parecem não apreender as características centrais desta prática, abordando questões não essenciais do objeto em questão, como as possíveis sensações advindas de sua prática (no caso das práticas corporais de aventura), ou uma faceta que aparece como tendência para quase todas as práticas corporais (no caso dos esportes) deixando de lado os elementos objetivos que, de fato, caracterizam esta prática2. Por essa razão, pretende-se aqui questionar tal definição.

 

    Há um número razoável de estudos sobre o parkour na Educação Física escolar brasileira, procurando apresentar uma sistematização de propostas (Gastão, e Ferreira, 2020; Lemes de Paula, 2021; Sena, e Lemos, 2020), mas poucos deles realizando questionamentos sobre aquilo que poderíamos chamar de uma “idealização” da prática, a partir do sentido atribuído, em determinado momento, pelos seus fundadores3, e o modo como estes sentidos aparecem cotidianamente (Pereira, Honorato, e Auricchio, 2020)4. Até por isso, pretende-se aqui dar início ao seguinte questionamento: o que é o parkour? Neste texto, a partir de seu fundador, parte-se da hipótese de que o parkour enquadra-se, a partir das suas características, com a ginástica. Assim, objetiva-se compreender o parkour como uma manifestação, pensando na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), deste eixo outrora apontado.

 

Figura 1. A prática do parkour gera uma ruptura nos usos tradicionais das estruturas urbanas

Figura 1. A prática do parkour gera uma ruptura nos usos tradicionais das estruturas urbanas

Fonte: Copilot Designer

 

    O caminho para apresentar a sustentação desta hipótese segue nesta ordem: (1) origens do parkour, (2) influências do parkour e (3) eixos de conteúdo. Na primeira parte, o foco direciona-se em relação aos apontamentos de David Belle, o “fundador”do parkour, sobre esta prática; na segunda parte, apresentam-se os elementos centrais do Método Natural, principal influência do parkour; e na terceira parte, trato das definições dos eixos de conteúdo e as aproximações com os elementos centrais do parkour. Sobre a razão desta organização, os dois primeiros tópicos foram escolhidos para fundamentar o parkour como um método de treinamento corporal (ainda que distintos daqueles usualmente associados – por exemplo, musculação), a partir de seus fundadores (e consequentemente também de alguns de seus praticantes, como se apresenta em Pereira, Honorato, e Auricchio (2020) e também em Murillo (2020), ainda que aqui a ênfase da autoria seja distinta do que se tem neste ensaio) e o terceiro para comparação entre os eixos e as características extraídas dos tópicos antecessores.

 

Origens do parkour 

 

    Pode-se dizer que o parkour é uma prática corporal contemporânea, desenvolvida pelo francês David Belle, que nasceu em 1973, em Fecamp, na França, e seu grupo Yamakazi5. Seu avô materno, Gilbert Kitten, que o criou, e o pai de David, Raymond Belle, foram bombeiros e tanto David como seu pai passaram por treinamento militar, tendo David participado por um tempo curto do Regimento de Infantaria da Marinha Francesa e seu pai estado entre os soldados do Exército francês na Guerra do Vietnã (1955-1975). Neste período, esta instituição tinha em seus treinamentos forte influência do Método Natural, de Georges Hébert (1875-1957), que, como veremos, foi uma referência tanto para Raymond quanto para David e, consequentemente, para o parkour.

 

    Sobre a popularização do parkour, esta se deu por um processo de disseminação da prática espetacularizada, por meio das mídias sociais, em certa medida desenvolvido por seu próprio fundador6, ainda que ele tenha tido embates, seguido de um rompimento, com o seu grupo Yamakasi, tendo como fundamento deste a manutenção de valores originais da prática – por exemplo, a liberdade, o altruísmo e o autodesenvolvimento. (Daout, 2018)

 

    Voltando à prática corporal em si, ao analisar o histórico de David Belle e as influências do parkour, ficam evidentes a origem e a influência militares desta prática, caracterizada por investimentos rígidos de disciplina e de controle direcionados ao corpo. Entretanto, segundo Rotawisky (2013), mesmo sob esta influência do Método Natural, onde objetiva-se “ser forte para ser útil”, a disciplina no parkour desenvolve-se visando ampliar as possibilidades de experimentação do corpo naquilo que ela chama de “jogo na paisagem urbana” (p. 42):

    “No momento em que os fundadores do parkour concedem à infra-estrutura urbana um caráter lúdico, de jogo, eles alteraram as técnicas do corpo relacionadas ao método militar. Neste sentido, parkour retoma a importância da disciplina militar para aumentar a força do corpo, mas não para produzir corpos dóceis e produtivos. A disciplina para estes praticantes aumenta a capacidade de ação política e de experimentação que seus corpos abrigam.”7 (tradução da autoria). (Rotawisky, 2013, p. 55)

    Outro elemento similar é encontrado em Murillo (2020), não em relação à disciplina, mas sobre o “caráter político” da prática, por meio da sua ressignificação do espaço urbano, e que nessa relação, que podemos dizer dialética, se dá esse jogo na paisagem urbana, como aponta Rotawisky (2013), e também os seus desdobramentos, que seriam os valores desenvolvidos pela prática.

    “A prática do parkour gera uma ruptura nos usos tradicionais das estruturas urbanas e, em linha direta, com as estruturas sociais de poder. Neste sentido, o movimento intencional configura um mecanismo de expressão, protesto e resistência. A relação desta prática com a cidade implica indiscutivelmente uma ressignificação desta última, de tal forma que deixa de ser a representação plana do espaço geográfico, de organização geométrica com simetria ou não onde vivem os cidadãos, passando a constituir-se em uma complexa realidade de interações em que o parkour transcende os limites funcionais da arquitetura, para os praticantes a infraestrutura da cidade deve ser lida como um desafio necessário e obrigatório, mas não limitado e limitador. É assim que surgem valores como o auto aperfeiçoamento, o autocuidado, o cuidado do outro e do cenário da prática”.8 (tradução da autoria) (pp. 414-415).

    Ainda que a disciplina seja um elemento importante no parkour e tenha um caráter “libertador”, enfatizado pelo próprio Belle, as consequências citadas por Rotawisky (“aumento da capacidade política” e “experimentação que abrigam seus corpos”) e também apontadas por Murillo aparecem de outro modo para Belle. São utilizados dois fragmentos nos quais ele aborda elementos centrais do parkour e que explicam a questão da disciplina no parkour: aquilo que ele chama de “espírito” do parkour e a “liberdade” por ele gerada. Abaixo, o primeiro ponto (espírito do parkour) sob sua perspectiva “original”:

    “A arte do deslocamento é uma forma útil e harmoniosa de mover-se na natureza e no ambiente urbano por seus próprios meios. Ela permite que seu praticante desenvolva qualidades como agilidade, resistência, controle e especialmente autoconfiança. Ao se mover sem a ajuda de equipamentos, ela dá ao praticante a possibilidade de se descobrir todos os dias, de usar seu corpo, que é sua ferramenta mais preciosa. Não há necessidade de instalações, tudo é bom para que esta arte veja a luz do dia, mas na rua, esta arte é a mais natural que existe e todo ser humano a tem em seus genes”9 (tradução da autoria) (Belle, 2020b).

    E, a seguir, o que Belle entende por liberdade no parkour, assim como os desdobramentos disto:

    “Libertar-se de obstáculos, restrições, medos e conseguir ir onde se decidiu, graças ao trabalho físico e mental Seu gosto pela aventura e o desejo de liberdade são muito fortes: o esporte e o percurso são sua razão de ser. [...] A abstração do medo do perigo, a concentração, a perspectiva de chegar ao objetivo que se estabeleceu sem restrições físicas, sentindo-se vivo e livre, estes são alguns dos ingredientes que fizeram o "parkour". "Parkour" não tem federação, nem clube e nem campeonato. Não há padrões, não há dinheiro, apenas o desejo de fazer, sem regras, mas com honestidade e humildade. E muito trabalho sobre si mesmo”10 (tradução da autoria) (Belle, 2020a).

    Nestes apontamentos de Belle, além da caracterização geral sobre a “arte do deslocamento” (uma maneira útil e harmoniosa de se deslocar na natureza e no meio urbano por seus próprios meios), há a indicação dela como (1) um método para o desenvolvimento de capacidades físicas e psíquicas (ele permite ao seu praticante desenvolver qualidades tais como agilidade, resistência, controle e, sobretudo, a confiança em si), (2) por meio de um treinamento, (3) que leva a um grau de autoconhecimento. Importante destacar também a dissociação que ele faz com o âmbito esportivo, apresentado na parte final do segundo trecho.

 

    Retomando as influências do parkour, David Belle relata a importância do pai na sua vida, assim como com a relação com seu corpo (e consequentemente o parkour):

    “[Raymond foi] um excelente bombeiro, reconhecido pela profissão, que marcará profundamente a vida de David [...] Para [David], o esporte deve antes de tudo ser utilitário, a força e a agilidade que desenvolvemos devem nos servir na vida, como seu pai muitas vezes lhe lembrava”11 (tradução da autoria). (Belle, 2020a)

    Aqui, o caráter utilitário do movimento para Belle, supracitado nas suas falas e no texto de Rotawisky, aparece de modo evidente. Entretanto, isto não surge como uma concepção própria de movimento de Raymond Belle, mas de Georges Hébert. Como apontado no início desta parte, Raymond era entusiasta do Método Natural, de Georges Hébert, assim como David: “Outros antes de nós enfatizaram nossa arte, como Georges Hébert, pai do método natural, que a viu como um meio de se realizar e de se desenvolver”12 (tradução da autoria) (Belle, 2020b).

 

    Como o próprio Belle aponta, é o “hebertismo” (que pode ser entendido como o Método Natural) a “raiz filosófica” do parkour (Atkinson, 2009, p. 170). Mas o que é o Método Natural e quem é Georges Hébert?

 

Influências do parkour 

 

    Antes de continuar a exposição, entendo ser importante apontar a dificuldade em encontrar textos de autoria de Georges Hébert na Internet. Somente um livro dele encontra-se disponível nas buscas pela Internet, traduzido para o inglês por Philippe Til, assim como alguns textos encontrados na Revista de Educação Physica. Apesar disso, os materiais utilizados conseguem apresentar o pensamento de Hébert com destacado detalhamento, visto que coincidem com aqueles apresentados por estudos sobre ele. (Jubé, 2020; Soares, 2003; 2015)

 

    Hébert foi um oficial da Marinha Francesa, que, após passar por um evento de resgate da população de uma ilha de Martinica, decorrente de uma erupção vulcânica, entendeu como necessária a criação de um método de deslocamento e treinamento físico eficaz, por achar que isto garantiria um resultado melhor na ação supracitada. Não somente neste evento, na verdade.

 

    Segundo Soares (2015), por ser um oficial da Marinha, ele conheceu, nas expedições que participou, na África e nas Américas, lugares onde as pessoas viviam em maior contato com a natureza, e que esta “condição natural”, ou seja, a realização das atividades cotidianas em um espaço não urbano, necessárias à sua sobrevivência, promovia o desenvolvimento harmônico desses sujeitos em relação à sua gestualidade e à sua morfologia. Inclusive, estes sujeitos, segundo Jubé (2020), eram seus modelos para a elaboração de uma educação física para ambos os sexos: a “carvoeira”, para a educação física feminina, e o “guerreiro primitivo”, para o treinamento militar (pp. 3-4).

 

    E o que é o Método Natural? Segundo Soares (2003; 2015), o Método Natural tem como objetivo o pleno desenvolvimento de homens e mulheres, utilizando suas possibilidades naturais, sem instrumentos para auxiliá-lo, em contato com a natureza, privilegiando uma “nudez controlada” (Soares, 2003, p. 26) e um confronto com os diferentes estados da natureza, tendo o movimento corporal um marcante caráter utilitarista.

 

    Tais elementos aparecem em Hébert (2014), na apresentação de seu método: “[o] único sistema geral voltado para a perfeição da máquina humana, e é baseado no treinamento progressivo e na prática metódica de exercícios naturais e funcionais”13 (tradução da autoria) (p. 20). Como já apresentado, há uma valoração nos “exercícios naturais” e “úteis” para o alcance da “perfeição da máquina humana”, em relação àqueles de outra ordem (tais como o esporte), por meio de uma prática metódica:

    “Você precisa somente de um breve momento de reflexão para entender que estas oito categorias [andar, correr, saltar, nadar, escalar, levantar, arremessar e defesas naturais] são todas úteis, em vários graus, ao longo de nossa existência. Fora delas existe a prática de atividades como esgrima, equitação, remo, que são de uso secundário ou limitadas a uma determinada população; ou jogos, esportes, atividades acrobáticas ou divertidas, nenhuma das quais é realmente necessária para cada indivíduo, independentemente do status social ou ocupação”14 (tradução da autoria). (Hébert, 2014, p. 20)

    No trecho seguinte, em uma coletânea de textos para a Revista de Educação Physica, apesar de não definir o que é o Método Natural e sim a Educação Física (fica evidente que para o autor são ambas a mesma coisa), todos estes elementos supracitados são apontados:

    “[Ação] metódica, progressiva e contínua, da infância à idade adulta, que tem por objetivo assegurar o desenvolvimento físico integral; acrescer as resistências orgânicas; valorizar as aptidões em todos os gêneros de exercícios naturais [...]; desenvolver a energia e todas as outras qualidades de ação ou viris; enfim, subordinar todo o adquirido, físico e viril, a uma ideia moral, dominante: o altruísmo”. (Hébert, 1941d, p. 11)

    Esta concepção apresenta-se como um ato educativo com diversas instâncias (e isto pode ser visto também em Belle, entretanto em outra perspectiva). Como aponta Hébert (1941d), “Em educação, não há separar sem inconveniente, mesmo sem perigo, as três espécies de educação: física, viril e moral, quer dizer, os músculos, a virilidade e a moralidade” (p. 11). E sob a alegação de uma falta no desenvolvimento de um destes elementos, recai a crítica sobre o esporte.

 

    Esta crítica é presente em muitos de seus textos (cabe notar um trecho em Hébert [1941b, p. 11] sobre a essência da ginástica, de essência francesa e do esporte, de essência inglesa, apontando as qualidades de um e defeitos de outro sob uma perspectiva “cultural”) e discutido em uma série de artigos do autor publicados na Revista de Educação Physica, sobre os “perigos” do esporte. (Hébert, 1941a; 1941b; 1941c)

 

    Nesta série sobre tais “perigos”, Hébert (1941a) aponta como um dos vários problemas desta manifestação a falta de “domínio do espírito” e a desvalorização da moderação, além de ter como finalidade “[...] tornar-se forte [somente] para vencer os outros” (Ibidem, p. 31), que difere daquela concepção do “ser forte para ser útil”, valorizada tanto por Hébert quanto por Belle, o que ajuda a entender tal ojeriza ao esporte, principalmente por parte do oficial da Marinha.

 

    Além destas questões, outros dois aspectos característicos do esporte (para além das questões morais) são criticados por Hébert: a especialização e a comparação de desempenho, que aparecem também em Pereira, Honorato, e Auricchio (2020). Sobre o primeiro ponto, alguns apontamentos indiretos já foram apresentados, na ideia do que é “ser forte” no Método Natural, e que se expressa neste trecho: “O especialista, limitado em seus meios, é o produto de uma falsa concepção do ser forte. Ser forte significa ser desenvolvido de maneira completa e útil”. (1941c, p. 10)

 

    E acerca da comparação de desempenho, o autor não vê nenhum elemento “educativo”, principalmente em relação às questões morais envolvidas. Além disso, aquelas questões relacionadas à especialização, da falta de um desenvolvimento completo do corpo, para além da prática (ou seja, útil para o cotidiano) cruzam com este ponto. Todas estas ideias são resumidas neste trecho, em que ele compara o esporte ao que ele chama de “velha ginástica”.

    “[...] [Esta ginástica] não [considera] o exercício como um fim. Seus princípios [...] tendem a realizar um ideal mais elevado. A força adquirida pelo treinamento não é, entre eles, se não um meio de melhor preencher seus deveres de homem e cidadão e de melhor servir o país. A ideia diretriz é moral e não material. [...] Do lado esportivo, sabemos que o resultado material, quer dizer, a manifestação da força, é tudo. O fim é a “performance” sempre melhor, o recorde a bater [...]. Entre esportistas, o indivíduo é respeitado como um dogma. Tudo se apaga diante do campeão, do recordista ou de algumas unidades que formam equipo de jogo; Sendo o fim a “performance”, a massa e, em particular, os fracos, são sacrificados para assegurar o triunfo de um só”. (Hébert, 1941b, p. 10)

    Para além dos possíveis questionamentos que este trecho incita, cabe aqui a ênfase no antagonismo apresentado, principalmente por Hébert, em relação ao esporte, que também se vê em Dash (um dos primeiros praticantes de parkour no Brasil), no texto de Pereira, Honorato, e Auricchio (2020), ao abordar a possibilidade do parkour se tornar um esporte olímpico: Sou contra a competição no Parkour e a grande maioria dos praticantes, de verdade, no mundo, também é contra (p. 144).

 

Eixos de conteúdo 

 

    Apresentado o parkour (suas origens e influências), gostaria de abordar os eixos de conteúdo para relacionar a manifestação corporal em questão com estes e verificar suas aproximações. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2018), assim como qualquer outro documento que apresente esta divisão dos eixos de conteúdo (jogos e brincadeiras, esporte, ginástica, dança, lutas e práticas corporais de aventura), o parkour é compreendido como uma “prática corporal de aventura” (p. 219). Outras classificações são também apontadas na Base, tais como “esportes de risco, esportes alternativos e esportes extremos” (p. 218). Direcionando a discussão sobre os eixos, o conceito de esporte é apresentado como uma prática marcada

    “[…] [Pela] comparação de um determinado desempenho entre indivíduos ou grupos [...], regido por um conjunto de regras formais, institucionalizadas por organizações [...], as quais definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis de competição” (p. 215).

    E as práticas corporais de aventura, na BNCC, são aquelas em que:

    “[...] [Exploram-se] expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um ambiente desafiador. Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações, como esportes de risco, esportes alternativos e esportes extremos. [...] [Aqui] optou-se por diferenciá-las com base no ambiente de que necessitam para ser realizadas: na natureza e urbanas. [...]. [As] práticas de aventura urbanas exploram a “paisagem de cimento” para produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante a prática de parkour, skate, patins, bike, etc.”. (Brasil, 2018, pp. 218-219)

    Procurando esquematizar as especificidades destes conceitos, pode-se caracterizar o esporte pela (1) comparação de performances, por meio de (2) regras rígidas e pela (3) institucionalização destas práticas. Já as práticas corporais de aventura caracterizam-se por formas de experimentação corporal que visam superar (1) situações de imprevisibilidade apresentadas – no caso do parkour –, (2) na interação com o ambiente urbano. Essas práticas, por lidarem com situações de imprevisibilidade, (3) geram sensações de frenesi, em situações de risco controlado. Importante apontar que, diferentemente dos outros eixos, a caracterização das práticas de aventura centraliza-se nas sensações provocadas por tais atividades, e não em características “objetivas”. Apesar de elementos presentes no parkour estarem em consonância com as práticas corporais de aventura, este eixo não abarca as questões essenciais deste, o que também acontece, só que de modo mais acentuado, com o esporte.

 

    Sobre a conceituação do parkour como esporte, há uma série de manifestações corporais que apresentam uma face competitiva e passam por um processo de “esportivização”, dentre as quais podemos incluir o parkour. Entretanto, o que seria este processo? González (2005) classifica este como “ato ou efeito de converter ou transformar uma prática corporal em esporte ou uma prática social em assumir os códigos próprios desse fenômeno” (p. 170). Atkinson (2009), que procura aprofundar as bases do parkour em seu texto, descreve sobre como o “sportization process” (o termo é oriundo de Eric Dunning) se deu no parkour (por meio de Sébastien Foucan, um dos fundadores do parkour e amigo de infância de David Belle) e define-o como

    “[…] [o] processo pelo qual formas subalternas ou alternativas de esporte, lazer e diversão são cooptadas e incorporadas às principais culturas esportivas. Eles são formalizadas, institucionalizadas, hierarquizadas e tornam-se tipos de esportes que são organizados e operados com base na intensa competição, exclusão social e dominação de outros”15 (tradução da autoria) (p.173).

    Como Atkinson (2009) lembra, este processo atinge as mais diversas manifestações corporais, sem, entretanto, redefinir o núcleo central destas atividades. A esportivização é assim, uma faceta, podemos dizer capitalista, da cultura corporal de movimento, mas não a única nem a principal, como é também no caso do parkour.

 

    Sobre a conceituação do parkour como prática corporal de aventura, as situações de imprevisibilidade são comuns em um número razoável de manifestações da cultura corporal de movimento, principalmente quando há nelas uma pluralidade de elementos envolvidos (o número de participantes, de objetos, assim como o espaço em que desenvolve a atividade, geram estas situações). Entretanto, pode-se concordar que a imprevisibilidade gerada pela interação com o ambiente no parkour é bem diferente daquela apresentada em um campo de futebol. Mas, como já apontado nos dois primeiros tópicos, relativos à origem e influência do parkour, perceberemos que não é este um aspecto central dele – a interação entre o participante e o espaço.

 

    O eixo mais próximo do parkour é aquele que engloba os elementos valorizados tanto por Belle quanto por Hébert. Pérez Gallardo (2005) aponta, que na ginástica “está implícita a ideia de exercitar e sua delimitação neste âmbito está no corpo em movimento” (pp. 210-211) e de que “qualquer ação que seja repetida com o objetivo de melhorar a aptidão física e/ou a melhoria da qualidade na execução de um gesto pode ser considerada ginástica” (p. 211). Na BNCC, apesar de uma divisão em diferentes tipos de ginástica (geral, de condicionamento físico e de conscientização corporal), os elementos apresentados por Pérez Gallardo aparecem como centrais.

 

    Ambos os elementos levantados por Pérez Gallardo têm destaque tanto em Hébert quanto em Belle. Obviamente, a dinâmica do parkour é diferente daquela apresentada por uma ginástica “normal” (Belle até nomeia o parkour como a “arte do deslocamento”), por ter um deslocamento contínuo e ser realizada em ambiente externo, o que, contudo, é verificado em outras atividades consideradas gímnicas (“calistenia”, “circuito”, crossfit, etc.).

 

    Nas caracterizações de Belle sobre o parkour e de Hébert sobre o Método Natural, a crítica ao esporte é apresentada de modo enfático, principalmente no segundo caso. Evidentemente, por ser um conceito contemporâneo, as práticas corporais não são confrontadas de modo similar. Mas tampouco seus elementos centrais são relevantes para os dois (Belle e Hébert), como foi mostrado neste ensaio. Neste sentido, o parkour pode ser associado com mais facilidade à ginástica do que às práticas corporais de aventura ou ao esporte.

 

Conclusões 

 

    Apesar de todas as contradições envolvidas no discurso de David Belle sobre a essência do parkour (não desenvolvidas devido ao foco do ensaio), fica evidente o parkour não como uma atividade centrada nas sensações geradas pela sua prática, tampouco em uma atividade em que objetiva comparar performances, mas em um método de treinamento (que difere sim de outras práticas ginásticas) que objetiva o desenvolvimento de capacidades físicas e psíquicas, principalmente entendendo sua conexão com os ideais de Hébert.

 

    Isto é perceptível tanto nas ideias de Hébert sobre a educação física, desenvolvidas em seu Método Natural, como no que podemos chamar de elementos centrais do parkour, elaborados por Belle. Existem diferenças entre tais concepções, como, por exemplo, a utilização do espaço urbano como o locus do parkour, entre outras questões decorrentes do contexto em que foram elaboradas (por exemplo uma datando do início do século XX e a outra na transição com o século XXI), mas ambas possuem, e procuram enfatizar, o lema “ser forte para ser útil”, oposto ao que os autores entendem ser aquele do esporte (especialização para a competição), e que denota não somente uma visão pragmática para o movimento, mas um processo para o desenvolvimento humano.

 

Notas 

  1. Hébert apareceu após algumas pesquisas dos alunos apontarem a influência do Método Natural em relação ao parkour. E a partir do questionamento sobre o Método Natural, chegamos a ele.

  2. Este apontamento foi tomado por ele ter sido apresentado como um questionamento (pode-se dizer coletivo) em uma destas aulas, sobre o que caracteriza as práticas corporais de aventura, principalmente na comparação com os outros eixos.

  3. Entende-se que a prática em si tem movimento independente de seus fundadores, ganhando significados subjetivos e sociais que podem estar dissociados de sua proposta original. Por isso, não é sobre a ressignificação que se pretende um questionamento, mas sobre quais são os elementos essenciais do objeto de estudo, e que entende-se apresentado pelos seus fundadores, que coincide com aqueles apresentados pelos seus praticantes (A arte do deslocamento é uma forma útil e harmoniosa de mover-se na natureza e no ambiente urbano por seus próprios meios [Belle, 2020b]).

  4. Este foi o único artigo encontrado em português e posterior a 2020. Entretanto, não há nele foco na Educação Física Escolar (ainda que nela apareça uma reflexão metodológica) e sim uma ênfase na crítica ao processo de esportivização pelo qual passa o parkour.

  5. O grupo original era composto por nove integrantes, sendo eles Charles Perrière, Châu Belle-Dinh, David Belle, Guylain N’Guba-Boyeke, Laurent Piemontesi, Malik Diouf, Sébastien Foucan, Williams Belle e Yann Hnautra. (Daout, 2018, p.15)

  6. Este apontamento é feito, pelo fato de haver a comercialização do parkour promovida por Belle, por meio de produtos, cursos e até de sua própria imagem, contrariando o seu discurso purista sobre a promoção da prática do parkour.

  7. “En el momento en que los fundadores del parkour otorgaron a la infraestructura urbana un carácter lúdico, de juego, alteraron las técnicas del cuerpo relacionadas con el método militar. En este sentido, el parkour retoma la importancia que tiene la disciplina militar para incrementar la fuerza del cuerpo, pero no para producir cuerpos dóciles y productivos. La disciplina para estos practicantes aumenta la capacidad de acción política y experimentación que albergan sus cuerpos”.

  8. “La práctica del parkour genera un quiebre en los usos tradicionales de las estructuras urbanas y en línea directa, con las estructuras sociales de poder. En este sentido, el movimiento intencionado configura un mecanismo de expresión, reclamo y resistencia. La relación de esta práctica con la ciudad, implica indiscutiblemente una re-significación de esta última, de tal manera que ella deja de ser la representación plana del espacio geográfico, de organización geométrica con simetría o no donde habitan los ciudadanos, pasando a constituirse en una compleja realidad de interacciones en la que el parkour trasciende los límites funcionales de la arquitectura, para los traceurs la infraestructura de la ciudad debe leerse como un reto necesario y obligatorio, pero no limitado y limitante. Es así como se desprenden valores tales como; auto superación, auto cuidado, cuidado del otro y del escenario de práctica”.

  9. “L’art du déplacement est une manière utile et harmonieuse de se déplacer dans la nature et dans le milieu urbain par ses propres moyens. Elle permet à son pratiquant des développer des qualités telles que l’agilité, la resistance, la maîtrise et surtout la confiance en soi. En se déplaçant sans l’aide de matériel, elle donne à celui qui l’exerce la possibilité de se découvrir chaque jour, d’utiliser son corps qui est son outil le plus précieux. Nul besoin d’installations, tout est bon à cet art pour voir le jour, mais dans la rue, cet art est le plus naturel qui soit et tout être humain le possède dans ses gênes”.

  10. “Se libérer des entraves, des contraintes, de ses peurs et réussir à aller là ou on l’a décidé, grâce à un travail tant physique que mental [...] Son goût pour l’aventure et l’envie de liberté sont trop forts: le sport et le parcours sont pour lui sa raison d’être. [...] l’abstraction de la peur du danger, la concentration, la perspective d’arriver au but que l’on s’est fixé sans contrainte physique, se sentir vivant et libre, voilà une partie des ingrédients qui ont fait le «parkour». Le «parkour» n’a ni fédération, ni club ni championnat. Il n’y a pas de norme pas d’argent juste le désir de faire, sans règles, mais avec honnêteté et humilité. Et beaucoup de travail sur soi”

  11. “[Raymond a été] un sauveteur émérite, reconnu par la profession qui marquera profondément la vie de David [...] Pour [David], le sport doit tout d'abord, être utilitaire, la force et l'agilité que l'on développe doivent nous servir dans la vie, comme lui rappelait souvent son père”.

  12. “D’autres avant nous on su mettre l’accent sur notre art tel que Georges Hébert, père de la méthode naturelle que a vu en celle-ci un moyen de s’accomplir et de se développer”.

  13. “[the] only one general system geared at the perfection of the human machine, and it is based on progressive training and the methodical practice of natural and functional drills”.

  14. “You only need a brief moment to reflect on this to understand that these eight categories [walking, running, jumping, swimming, climbing, lifting, throwing and natural defenses] are all useful, in various degrees, throughout our existence. Outside of them exists the practice of activities like fencing, horseback riding, rowing, which are of secondary use or limited to a certain population; or games, sports, acrobatic or fun activities, none of which are really needed for every single individual, regardless of social status or occupation”.

  15. “[…] [the] process by which subaltern or alternative forms of sport, leisure, and play are co-opted and incorporated into mainstream sports cultures. They become formalized, institutionalized, hierarchical, and rule-bound types of sport that are organized and operated on the basis of intense competition, social exclusion, and domination of others”.

Referências 

 

Atkinson, M. (2009). Parkour, Anarcho Environmentalism, and Poiesis. Journal of Sport & Social Issues, 33(2), 169-194. https://doi.org/10.1177/0193723509332582

 

Belle, D. (2020a). BIO. http://kyzr.free.fr/davidbelle/menu.php

 

Belle, D. (2020b). ESPRIT. http://kyzr.free.fr/davidbelle/menu.php

 

Brasil (2018). Base Nacional Comum Curricular (BNCC):Educação é a Base. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

 

Daout, Y. (2018). L’ontologie múltiple du parkour [Dissertação realizada para obtenção do título de Mestre em Sciences Sociales et Sport. Faculté des Sciences Sociales et Politiques, Université de Lausanne]. https://serval.unil.ch/notice/serval:BIB_S_27897

 

Gastão, G. S., e Ferreira, T. (2020). Práticas corporais de aventura no ensino médio: parkour e corrida de orientação. In: L.B. Kawashima, e E.C. Moreira, (Org.). Educação Física no Ensino Médio: reflexões e práticas exitosas. EdUFMT Digital.

 

González, F.J. (2005). Esportivização. In: F.J. González, e P.E. Fernsterseifer (Org.). Dicionário crítico de Educação Física. Editora Unijuí.

 

Hébert, G. (1941a). Os Perigos Morais do Esporte. Educação Physica: Revista de Esporte e Saúde, Rio de Janeiro-RJ, 56, 30-32; 57-59. http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=164070&pesq=Hebert&pagfis=4481

 

Hébert, G. (1941b). Os Perigos Sociais do Esporte. Educação Physica: Revista de Esporte e Saúde, Rio de Janeiro-RJ, 57, 10-11; 66-67. http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=164070&pesq=Hebert&pagfis=4545

 

Hébert, G. (1941c). Os Perigos Físicos do Esporte. Educação Physica: Revista de Esporte e Saúde, Rio de Janeiro-RJ, 58, 10-11; 61-63. http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=164070&pesq=Hebert&pagfis=4629

 

Hébert, G. (1941d). Expressões técnicas da Educação Física: distinção entre “Esporte”, “Educação Física” e “Ginástica”. Educação Physica: Revista de Esporte e Saúde, Rio de Janeiro-RJ, 61, 10-11; 61-62. http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=164070&pesq=Hebert&pagfis=4881

 

Hébert, G. (2014). The Natural Method: Georges Hebert’s Practical Guide to Physical Education. Tradução de PhilippeTil.

 

Jubé, C.N. (2020). Método Natural de Georges Hébert: princípios e primeiras influências (1905-1914). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 42, 1-8. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2019.05.001

 

Lemes de Paula, D.H. (2021). Parkour na Educação Infantil: uma proposta de organização da prática educativa. Cadernos de Formação RCBE, 12(1), 8-21. http://revista.cbce.org.br/index.php/cadernos/article/view/2387

 

Murillo, J.C.C. (2020). Prácticas corporales alternativas: parkour, una forma de ser en la ciudad. Retos, 38, 411-416. https://doi.org/10.47197/retos.v38i38.73269

 

Pereira, D.W., Honorato, T., e Auricchio, J.R. (2020). Parkour: Do Principio Filosófico ao Fim Competitivo. LICERE – Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, 23(1), 134-152. https://doi.org/10.35699/1981-3171.2020.19690

 

Pérez Gallardo, J. S. (2005). Ginástica. In: F.J. González , e P.E. Fernsterseifer (Org.). Dicionário crítico de Educação Física. Editora Unijuí.

 

Rotawisky, J.L. (2013). Parkour, cuerpos que trazan heterotopías urbanas. Revista Colombiana de Antropología, 49(2), p. 41-61. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-65252013000200003

 

Sena, D.C.S. de, e Lemos, M. H. S. de (2020). Parkour: propostas de aulas na educação física escolar. Caderno de Educação Física e Esporte, 18(2), 159-169. https://doi.org/10.36453/2318-5104.2020.v18.n2.p159

 

Soares, C.L. (2003). Georges Hébert e o Método Natural: nova sensibilidade, nova educação do corpo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 25(1), p. 21-39. http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/171

 

Soares, C.L. (2015). Uma educação pela natureza: o método de educação física de Georges Hébert. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 37(2), 151-157. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2014.11.016


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 311, Abr. (2024)