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ISSN 1514-3465

 

Análise das concepções de lazer e trabalho dos docentes de Educação Física

Analysis of the Conceptions of Leisure and Work of Physical Education Teachers

Análisis de las concepciones de ocio y trabajo de los profesores de Educación Física

 

Lourenço Nunes Batista Silva*

lourenco-nunes@hotmail.com

Amanda Raquel Rodrigues Pessoa**

amandaraquel@ifce.edu.br

 

*Graduado em Educação Física pelo Instituto Federal do Ceará

Especialista em Educação Física Escolar pelo Centro Universitário de Patos

Professor de Educação Física da Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte

**Graduada em Educação Física pela Universidade Regional do Cariri

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará

Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual do Ceará

Professora do curso de Educação Física do IFCE (Juazeiro do Norte, CE)

(Brasil)

 

Recepção: 23/10/2021 - Aceitação: 31/01/2023

1ª Revisão: 05/01/2023 - 2ª Revisão: 28/01/2023

 

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Citação sugerida: Silva, L.N.B., e Pessoa, A.R.R. (2023). Análise das concepções de lazer e trabalho dos docentes de Educação Física. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(297), 54-70. https://doi.org/10.46642/efd.v27i297.3232

 

Resumo

    A pesquisa está pautada na relação entre lazer e trabalho, partindo do contexto conceitual, com foco no entendimento que professores de Educação Física têm acerca dessas significações. O objetivo geral: compreender a relação entre lazer e trabalho no cotidiano de professores do curso de Educação Física do Instituto Federal do Ceará (IFCE). De forma específica, identificar as concepções de lazer e trabalho desses sujeitos e como eles difundem a relação entre essas duas esferas sociais. A metodologia da pesquisa caracteriza-se como qualitativa, descritiva e de campo. Foram realizadas entrevistas com 11 professores do IFCE, Campus - Juazeiro do Norte. Percebeu-se que os professores possuem uma compreensão sobre lazer pautada em propriedades teóricas discutidas no decorrer do trabalho, vinculadas ao prazer, diversão, desenvolvimento, descanso e bem-estar, como também a relação com o tempo livre. O trabalho na concepção docente, por ser uma esfera das obrigações, o descaracteriza como lazer, mas destacaram que há propriedades comuns entre as duas esferas com destaque para o prazer.

    Unitermos: Lazer. Trabalho. Professores. Educação Física.

 

Abstract

    The research is based on the relationship between leisure and work, starting from the conceptual context, focusing on the understanding that Physical Education teachers have about these meanings. The general objective: to understand the relationship between leisure and work in the daily life of teachers of the Physical Education course at Instituto Federal do Ceará (IFCE), specifically, to identify the concepts of leisure and work of these subjects and how they spread the relationship between these two social spheres. The research methodology is characterized as qualitative, descriptive and field. Interviews were conducted with 11 teachers from IFCE, Campus - Juazeiro do Norte. It was noticed that teachers have an understanding of leisure based on theoretical properties discussed during the work, linked to pleasure, fun, development, rest and well-being, as well as the relationship with free time. The work in the teaching conception, being a sphere of obligations, mischaracterizes it as leisure, but they highlighted that there are common properties between the two spheres, with emphasis on pleasure.

    Keywords: Leisure. Work. Teachers. Physical Education.

 

Resumen

    La investigación se fundamenta en la relación entre ocio y trabajo, partiendo del contexto conceptual, centrándose en la comprensión que los docentes de Educación Física tienen sobre estos significados. El objetivo general: comprender la relación entre ocio y trabajo en el cotidiano de los profesores del curso de Educación Física del Instituto Federal de Ceará (IFCE). En concreto, se trata de identificar las concepciones de ocio y trabajo de estos sujetos y cómo difunden la relación entre estas dos esferas sociales. La metodología de la investigación se caracteriza por ser cualitativa, descriptiva y de campo. Se realizaron entrevistas con 11 profesores del IFCE, Campus - Juazeiro do Norte. Se constató que los docentes tienen una comprensión del ocio a partir de propiedades teóricas discutidas durante el trabajo, vinculadas al placer, la diversión, el desarrollo, el descanso y el bienestar, así como la relación con el tiempo libre. El trabajo en la concepción docente, como esfera de obligaciones, lo caracteriza erróneamente como ocio, pero destacaron que existen propiedades comunes entre las dos esferas, con énfasis en el placer.

    Palabras clave: Ocio. Trabajo. Docentes. Educación Física.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 297, Feb. (2023)


 

Introdução 

 

    O presente estudo tem como foco o lazer e a sua íntima relação com o trabalho, mais especificamente, vinculado aos docentes do curso de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Juazeiro do Norte.

 

    Não é algo simples a conceituação do termo lazer, por se tratar de algo intrínseco ao ser humano. É comum vermos a definição de lazer ligada a uma determinada prática de qualquer atividade que gere prazer, muitas vezes fora do ambiente de trabalho ou até mesmo como sendo o próprio trabalho visto como lazer para os indivíduos que não tem propriedade da real significação do ócio e sua característica desprendida do trabalho. É necessário analisar que a definição do que seja lazer, não se dá somente através da atividade desenvolvida ou do tempo em que está sendo realizada, mas sim da sensação provocada por tais pontos, daí a vinculação do que é prazeroso no lazer.

 

    Uma das concepções basilares e ainda difundidas acerca desse tema é a exposta pelo sociólogo francês Joffre Dumazedier (2004, p. 34) que afirma: “o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada”.

 

Imagem 1. Este estudo investiga a compreensão dos professores 

de Educação Física sobre o lazer e sua relação com o trabalho

Imagem 1. Este estudo investiga a compreensão dos professores de Educação Física sobre o lazer e sua relação com o trabalho

Fonte: Freepik.es

 

    Para Dumazedier (2004) as atividades voltadas ao entretenimento, repouso, formação ou até mesmo socialização podem ser entendidas como lazer, desde que sejam feitas pela livre vontade do indivíduo, de maneira a se desvencilhar de quaisquer obrigações profissionais, familiares ou sociais. Desta forma, as atividades desenvolvidas em família, por exemplo, como levar os filhos ao parque, não podem ser entendidas como lazer, não para os pais, pois os mesmos estão na busca pela diversão dos filhos. Ainda que estejam se divertindo, o intuito maior foi designado por uma “obrigação” familiar, logo esse segmento está dentro das obrigações junto da família.

 

    No tocante às discussões em volta do mundo do trabalho, elas se intensificaram a partir dos estudos de Karl Marx, como um forte crítico ao mundo do trabalho imposto pelo capitalismo, para Marx o trabalho era doutrinador. Rodrigues et al. (2020) afirmam que, mesmo 152 anos depois de Karl Marx, a classe trabalhadora ainda resiste a esse mecanismo e anseia pelas práticas de lazer.

 

    A sociedade capitalista conseguiu disseminar o discurso da produtividade, em que educar passou a ser sinônimo de buscar incessantemente por uma formação que amplie a sua capacidade de realizar o seu trabalho, mas nem sempre esse discurso foi predominante. No passado, o ato de trabalhar era vinculado ao sofrimento, à dor. Essa era uma atividade desenvolvida pelos escravos, pelos servos e oprimidos. A palavra trabalho é oriunda da palavra latina tripalium que era o nome dado a um instrumento de tortura e a palavra labor sinônimo de trabalho significa esforço penoso. (Silvestre, e Amaral, 2014)

 

    Para Bermúdez, García, e Pernas (2019), o trabalho está instituído pela atual sociedade como algo central sobre o resto dos tempos sociais e o lazer como um tempo que tem valor em si mesmo fruto de uma organização social caracterizada por ritmos frenéticos, principalmente, no cerne das grandes metrópoles cercadas pelo automobilismo e pelas necessidades tecnológicas e industriais.

 

    As transformações sociais pelas quais a humanidade tem passado, potencializando o processo de globalização e desenvolvimento tecnológico desenfreado são perceptíveis e têm ganhado enfoque, no entanto, o sistema capitalista e as demandas intensas de trabalho parecem não ganhar o destaque necessário mediante à necessidade de discutir e refletir como a esfera do trabalho e da produção vem determinando o tempo e as possibilidades de usufruir de práticas culturais e de lazer. (Elcid, e Ascaso, 2018)

 

    Dumazedier (1974) analisa que apesar dos sujeitos inseridos no sistema capitalista almejarem o ingresso e a permanência em atividades laborais desde o início de sua formação, com o intuito de efetivar realizações pessoais e sociais diversas, ainda assim, o trabalho acaba por impactar em outras fontes de interesses humanos, a exemplo, relações sociais e familiares, autocuidado e o lazer, um mecanismo importante de desenvolvimento cultural, crítico e pessoal.

 

    Levantadas tais questões sobre conceituação e entendimento do que podemos perceber como lazer e trabalho, surge a seguinte indagação: Como os professores de Educação Física entendem o lazer e sua relação com o trabalho? Haja vista que teremos como foco, aqui, profissionais que vêm contribuindo no cenário acadêmico e nas práticas sociais para a vivência, desenvolvimento, apropriação e explanação do lazer, pois a graduação em Educação Física, tem uma responsabilidade profissional com a esfera do lazer, sendo um conhecimento tratado nos cursos de graduação.

 

    Logo, tem-se como objetivo geral: Compreender a relação entre lazer e trabalho no cotidiano de professores do curso de Educação Física do IFCE. De forma específica, identificar as concepções de lazer e trabalho desses indivíduos e como eles difundem a relação entre essas duas esferas sociais.

 

Métodos 

 

    A referida pesquisa é caracterizada como qualitativa, descritiva e de campo, pois se apropriou da investigação do comportamento, das crenças, dos valores, das atitudes e do universo dos significados que os professores de Educação Física atribuíram ao lazer. (Minayo, 2009)

 

    Os indivíduos investigados foram os professores de Educação Física do Ensino Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), da cidade de Juazeiro do Norte - CE. A amostra contou com um grupo de 11 professores em atividade laboral no IFCE.

 

Tabela 1. Disposição e características dos professores entrevistados

ID

Idade

Sexo

Qualificação

Tempo de serviço na instituição

P01

30

F

Mestrado

08 Anos

P02

53

M

Especialização

16 Anos

P03

41

M

Mestrado

09 Anos

P04

48

M

Mestrado

13 Anos

P05

63

M

Mestrado

23 Anos

P06

47

F

Doutorado

21 Anos

P07

43

F

Mestrado

13 Anos

P08

45

M

Mestrado

14 Anos

P09

35

M

Mestrado

10 Anos

P10

32

F

Mestrado

07 Anos

P11

32

F

Mestrado

08 Anos

Fonte: Construção dos autores

 

    As informações foram obtidas através de entrevista semiestruturada desenvolvida pelos pesquisadores durante a pesquisa, respeitando os aspectos éticos, os investigados foram direcionados quanto à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram aplicadas na pesquisa as normas éticas estabelecidas pela resolução nº 510 de 07 de abril de 2016, fornecendo assim a devida segurança aos entrevistados.

 

Resultados 

 

    Após os registros oriundos das entrevistas e a efetuação das análises do conteúdo, realizou-se três ações: pré-análise, exploração e o tratamento das informações, desenvolvendo a construção das categorias e subcategorias discriminando as concepções e a relação de lazer e trabalho. (Bardin, 2016)

 

A concepção sobre a relação lazer e trabalho 

 

    Nessa categoria, está apresentado, de acordo com os professores, a significação do lazer e do trabalho e a relação estabelecida entre essas esferas no contexto da vida do docente universitário.

 

A concepção de lazer 

 

    Com o intuito de compreender a visão dos entrevistados sobre o conceito de lazer e trabalho, buscou-se, através das respostas dos professores, analisar as suas relações com o foco teórico aqui discutido anteriormente. A análise foi realizada por meio das respostas das seguintes asserções:

  1. Qual sua concepção de lazer?

  2. Qual sua concepção de trabalho?

  3. Como você percebe a relação trabalho e lazer?

Tabela 2. Concepção de lazer dos professores

Concepção de lazer

Respostas

Professores

Prazer

08

P01, P02, P05, P06, P07, P08, P10 e P11

Tempo “livre” ou tempo de não trabalho

05

P01, P04, P06, P07 e P09

Diversão

03

P02, P04 eP09

Bem-estar

03

P08, P10 e P11

Descanso

02

P04 e P09

Fonte: Construção dos autores

 

    As respostas evidenciam que, para os entrevistados, o lazer estabelece uma relação direta com o prazer, a diversão, o bem-estar, como também as atividades que são realizadas no tempo livre ou tempo de não trabalho. Na Tabela 2, estão expostas as subcategorias que serão responsáveis pelo conceito de lazer para os professores, a frequência com que foram citadas e quais indivíduos as citaram.

 

A concepção de trabalho 

 

    No que se refere à concepção de trabalho por parte dos professores, o tópico será desenvolvido a partir da análise das respostas da questão 02. Analisaremos um total de quatro subcategorias: atividade obrigatória, atividade remunerada, atividade dignificante e atividade prazerosa.

 

Tabela 3. Concepção de trabalho dos professores

Concepção de trabalho

Respostas

Professores

Atividade obrigatória

06

P03, P04, P05, P07, P09 e P10

Atividade remunerada

03

P01, P02 e P06

Atividade dignificante

01

P11

Atividade prazerosa

01

P08

Fonte: Construção dos autores

 

Discussões 

 

    Partindo das informações apresentadas na Tabela 2, estabeleceu-se 05 subcategorias que serão explanadas no decorrer da análise. Observou-se que a concepção de lazer estabelece vínculos com enfoques como: prazer, diversão, desenvolvimento, descanso e bem-estar, como também a relação com o tempo livre.

 

    A primeira subcategoria denominada “prazer”, foi a mais citada entre as concepções dos professores, em que obteve 08 respostas. Como podemos verificar a seguir:

    [...] espaço de tempo em que eu tenho para desenvolver atividades não ligadas ao trabalho, mas que me dão prazer [...]. (P02)

 

    [...] eu posso desenvolver atividades prazerosas, que não estejam relacionadas ao trabalho, nem estejam relacionadas às necessidades básicas como comer e dormir. (P01)

 

    Bom, minha concepção de lazer é tudo aquilo que você faz com prazer, independentemente do tempo e de onde você faz, para mim isso é o lazer, que me traga benefícios, mas que seja feita uma coisa bem prazerosa. (P05)

 

    [...] Algo que seja de alguma forma prazeroso, embora nem sempre seja. (P06)

    Nas teorias que fundamentam a concepção de lazer, é comum vermos a vinculação do lazer com o prazer. Marcellino (2017), Camargo (2017) e Dumazedier (2004) tratam esse aspecto como algo a ser buscado em toda atividade de lazer, mesmo que em sua vivência, o resultado pode não ser tão prazeroso como se desejava, como foi expresso pelo P06.

 

    De acordo com Camargo (2017), na prática do lazer, está intrínseca a busca pelo prazer iminente. Essa associação entre lazer e prazer acaba gerando formas preconceituosas de concebê-lo, propiciando assim um distanciamento dos aspectos que compõem o lazer das outras dimensões vistas como obrigação e, por isso, distantes da sua dimensão hedonista.

 

    Essa concepção remonta aos tempos da Grécia antiga e da elite de Roma que organizavam ações tidas como espetáculos para a população em que havia referência ao ócio com caráter desprendido de ações formativas, reflexivas, críticas o que ajudou a evidenciar um potencial alienante do lazer. (Elizalde, e Gomes, 2010)

 

    Marcellino (2021) ressalta a importância de compreender o lazer para além do prazer adquirido em determinadas atividades, pois o lazer não é somente uma atividade prazerosa, mas deve ser um espaço e tempo para o desenvolvimento pessoal e social do ser humano, em que se constrói o saber, principalmente, aquele ligado a uma dada cultura.

 

    Por outro lado, o sistema empresarial tem percebido a importância do lazer atrelado ao próprio processo de produção pelo trabalho, as grandes empresas têm proporcionado aos seus colaboradores espaços e vivências de lazer no interior do ambiente de trabalho, algo que tem se mostrado tendencial e que já aponta para resultados positivos entre essa relação (Kelly, et al., 2020). No estudo sobre a relação entre atividades de lazer e os aspectos psicológicos houve apontamentos para o lazer como um recurso sustentável na rotina laboral, no qual “o tempo gasto em lazer acima da média de um indivíduo estava positivamente relacionado à autoeficácia relacionada ao trabalho”. (Kelly, et al., 2020, p. 02)

 

    O lazer nessa perspectiva é vivido na sua condição simbólica e pode provocar emoções agradáveis ou não, mas são capazes de excitar a condição humana em suas diferentes formas.

 

    Na segunda subcategoria, 05 dos entrevistados, afirmaram haver uma relação do lazer com o tempo livre ou de não trabalho, essa relação muito se dá ao fato da discussão de estudiosos que afirmam que o lazer é próprio da Revolução Industrial, como também a contribuição do sociólogo francês Dumazedier (2004) e sua conceituação de lazer, que estabelece a prática realizada livre ao tempo das obrigações, e o trabalho é tido como uma obrigação.

 

    Apesar de que trabalho, segundo Silvestre e Amaral (2014, p. 03), não seja somente uma obrigação que produz uma remuneração, trabalho como forma de emprego. Para os autores, o tema em questão “também pode ser entendido como uma ação do ser humano para criar melhores condições para a sua existência”, portanto, o lazer assume também um papel semelhante.

 

    Partindo das características do lazer pautadas por Marcellino (2021) de tempo e atitude, no qual esse tempo, assim como aborda Padovan (2022), é um momento em que o indivíduo se ocupa com atividades agradáveis fora do ambiente de trabalho se dedicando a aspectos como, diversão, entretenimento e ludicidade, o trabalho seria uma coerção e, portanto, o lazer seria vivenciado num determinado tempo, tido como desvinculado do tempo de trabalho, praticado em um tempo livre. Vejamos essa relação descrita pelos entrevistados:

    Penso que lazer é o tempo que sobra livre, que não é o tempo de trabalho [...]. (P01)

 

    Minha concepção de lazer são vivências opcionais em tempo de não trabalho [...]. (P06)

 

    Bom, para mim, lazer é o tempo de não trabalho fora das obrigações institucionais, fora das obrigações religiosas, das obrigações de casa, então, todo mundo tem um período em que você desenvolve as atividades que obrigatoriamente são classificadas dentro do tempo livre [...]. (P07)

    O fato de haver uma oposição do lazer em relação ao trabalho foi objeto de estudo de Elias, e Dunning (1992) e tal fato continua sendo discutido na atualidade com outras reflexões agregadas ao processo, por exemplo, o modo de trabalho mudou de maneira radical nos últimos 3 anos devido à pandemia da COVID-19 e o avanço da tecnologia que promovem relações sociais cada vez mais fechadas reprimindo o desenvolvimento da relação intrapessoal em detrimento da relação com equipamentos eletrônicos. (Padovan, 2022)

 

    As subcategorias 03 e 04 intituladas lazer e diversão, e lazer e bem-estar, ambas obtiveram o mesmo número de enfoque nas falas dos professores e apareceram 03 vezes cada, como podemos ver a seguir em algumas das falas:

    [...] espaço de tempo em que eu tenho para desenvolver atividades não ligadas ao trabalho, mas que me dão prazer, as que para mim são interessantes, são divertidas [...]. (P02)

 

    [...] lazer, para mim, é a forma onde a gente pode ocupar nosso tempo, de forma livre, seja para qualquer fim que não seja das obrigações profissionais, familiares ou até sociais e que possa estar, é incluído o descanso, o divertimento, o desenvolvimento, isso, para mim, é a concepção de lazer. (P04)

 

    [...] uma espécie de bem-estar, então lazer envolve e engloba todos esses aspectos [...]. (P10)

    Retomando as falas dos professores, verifica-se que foi levantado outro ponto em comum, diretamente ligado às palavras como bem-estar ou divertimento.

 

    Nota-se que, na fala de P04, a configuração da sua concepção de lazer é bastante completa no que tange à relação do lazer com o tempo e desvinculação com as obrigações profissionais, familiares e sociais. Assim também como um momento que pode ser para o ócio, descanso, divertimento e, o mais importante, para o desenvolvimento pessoal, que Marcellino (2021) aponta como uma educação pelo lazer, seria um tempo destinado ao desenvolvimento pessoal, um espaço de crescimento intelectual de construção do saber.

 

    Já para P10, o lazer está diretamente ligado à qualidade de vida, o que mais uma vez remete à importância do lazer na sociedade moderna. Essa relação de lazer com qualidade de vida é bem significativa, pois para Nahas (2017, p. 15) “[...] o conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um [...]”, ou seja, é algo que é inerente ao homem. De certa forma, o lazer pode ser entendido dessa maneira também, pois para algumas pessoas o lazer não está contido na atividade praticada, mas sim no íntimo de cada um, como exposto na fala de P11:

    [...] eu penso, depois de minhas análises que não deixam de influenciar também na minha resposta, que lazer é algo que não está na atividade, ele é algo que está no ser humano intrinsecamente, ou seja, é uma experiência que você vive, que provocou em você uma dimensão de prazer, uma dimensão de alegria e uma dimensão de motivação de vida que acaba influenciando em todo o resto. Então, o lazer é algo que vai dignificar o homem na sua condição mais humana possível. Então, lazer para mim é toda e qualquer forma e que, muitas vezes, se transforma em atividade, que provoca uma dimensão de prazer e de bem-estar que favorece o ser humano a se constituir enquanto ser, enquanto ser humano mesmo. (P11)

    Nota-se que, para P11, a prática do lazer pode vir a favorecer a constituição do ser humano enquanto pessoa capaz de transformar a ordem social na qual está inserido. É o poder do lazer enquanto instrumento educador. Essa ideia de lazer é evidenciada por Marcellino (2017). Observa-se uma semelhança nas palavras de P11 às do autor quanto à significação do lazer, por afirmarem que o lazer não é algo pertencente à atividade praticada e sim ao homem. Marcellino (2017) infere que quanto ao lazer atualmente é perceptível a simples associação com experiências individuais vivenciadas, o que acaba por gerar conceitos e visões parciais, restritas aos conteúdos de determinadas atividades.

 

    Essa afirmação infere que é uma realidade que não condiz com o lazer e apenas possibilita uma restrição dessa ampla esfera social a uma mera condição vinculada a uma atividade, o que acaba por reduzir o conceito de lazer a visões fragmentadas. Por fim, o último aspecto do quadro 1 “descanso”, como já observado no mesmo, foi relatada nas falas de dois professores como podemos ver a seguir:

    [...] o descanso, o divertimento, o desenvolvimento, isso para mim é a concepção de lazer. (P04)

 

    [...] eu vejo o lazer nesse sentido de tentar ocupar meu tempo livre de alguma forma que eu possa ter um divertimento, descanso [...]. (P09)

    De acordo com Sánchez (2021), a palavra lazer ou “Skholé” são sinônimos e originários da Grécia e da Roma, que significam um tempo de ocupação do ser humano, livre, dedicado ao prazer pensado a partir do momento em que as pessoas não realizam nenhuma atividade do trabalho obrigatório. Essa correlação sem dúvida deve ter sua contribuição para a conceituação de lazer por Dumazedier (2004) que afirma ser um conjunto de ocupações diferentes das obrigações profissionais, familiares e sociais, sendo o descanso ou repouso uma dessas ocupações.

 

    A contribuição de Dumazedier (1974) para os estudos do lazer é indispensável, pois na própria conceituação de lazer para o sociólogo tem-se abordado o descanso, que é a subcategoria em questão como um dos pontos destacados. A partir dos estudos do francês, busca-se aprimorar o conceito de lazer. No entanto, persevera “as funções precípuas do lazer: descanso, divertimento e desenvolvimento pessoal”. Ainda que os estudiosos busquem a ampliação do conceito de lazer, atualmente, essas funções continuam atreladas a essa significação, e “a função de descanso está ligada ao aspecto compensatório do desgaste das energias, liberando a fadiga física e mental”. (Aguiar, 2000, p. 114)

 

    Interessante notar que a visão contemporânea dos estudiosos do lazer (Marcellino, 1995; Camargo, 2017; Melo, e Alves Júnior, 2003) não difere em muitos aspectos da visão clássica do sociólogo francês Dumazedier que em sua totalidade ainda vigora, apesar de que tais concepções são datadas do século XX.

 

    Na segunda categoria, a concepção de trabalho tem-se a difusão de uma compreensão de que o trabalho é uma atividade de cunho obrigatório, logo descaracterizado como uma atividade de lazer, aparecendo na maioria das respostas presente em seis falas como podemos ver em algumas listadas baixo:

    [...] agora trabalho é aquilo que é de obrigação, para mim, sendo obrigação, tendo que cumprir horários, tendo que entregar, cumprir prazos, aí eu considero trabalho. (P03)

 

    [...] é o tempo que a gente ocupa para exercer as obrigações profissionais [...]. (P04)

 

    [...] trabalho é toda atividade que você faz por obrigação [...]. (P07)

 

    Bom, o trabalho, para mim, está mais relacionado a obrigação de fato [...]. (P09)

    Podemos observar que essa esfera social denominada trabalho, nesse contexto, faz oposição à prática de lazer, que seriam as ocupações livres das obrigações profissionais. É unanimidade nas palavras o quesito apontado. Para Hackman, e Oldhan (1975), apud Tolfo, e Piccinini (2007, p. 39) o trabalho apresenta três características fundamentais: “(a) a variedade de tarefas que possibilita a utilização de competências diversas; (b) um trabalho não-alienante; e (c) o retorno (feedback) sobre seu desempenho nas atividades realizadas”.

 

    A primeira característica estabelece um vínculo direto com a realidade dos professores que têm em sua demanda de trabalho essa necessidade de desenvolver várias tarefas requerendo a utilização de suas competências. Toma-se por enfoque a segunda característica, que informa que o trabalho aumenta no indivíduo o sentimento de responsabilidade, obrigação que faz jus a sua significação perante os entrevistados e, por fim, a última característica estabelece uma relação com o sistema capitalista vigente em nossa sociedade, que busca pessoas capazes de melhorar sua qualidade de trabalho constantemente.

 

    A segunda subcategoria presente, assim como na primeira, aparece em seis falas e aborda o trabalho como uma atividade remunerada, que traz um retorno financeiro, um capital necessário para o desenvolvimento das atividades pessoais e das responsabilidades para com o país. Os entrevistados afirmam que trabalho é:

    [...] é atividade remunerada que eu vou desenvolver com um fim, uma necessidade, um objetivo específico, que é remunerado ou assalariado. (P01)

 

    Concepção de trabalho, é atividade remunerada e é algo importante para o ser humano porque traz elementos de autorrealização e percepção de auto competência. (P06)

 

    [...] o trabalho eu tenho por obrigação cumpri-lo independente do que venha com ele, e é algo que é remunerado, que é pago [...]. (P10)

    É uma relação de “mão dupla” na qual há um estímulo, atividade que gera uma resposta à remuneração, um salário. Frisa-se que P06 diz ser o trabalho algo além da remuneração, uma atividade importante para a autorrealização e percepção de competência por parte do ser humano.

 

    England, e Whiteley (1990) apud Morin (2001, p. 12) corroboram com as palavras dos entrevistados ao afirmar que trabalho é “[...] uma atividade que segue um horário regular, em um local de trabalho e pela qual se recebe um salário [...]”, como também “[...] uma atividade que beneficia aos outros, que traz uma contribuição para a sociedade e que gera um valor agregado” tal quesito retoma a terceira subcategoria na fala de P11:

    Bem, trabalho é algo que dignifica o homem, que favorece ele a ter melhores condições de vida [...]; [...] ele é na verdade todas as formas que o homem utiliza para transformar a humanidade [...]. (P11)

    Dessa forma, o trabalho vai além da questão financeira, ele adota uma importância diante da sociedade quanto à condição de evolução, de transformação, não só das várias matérias-primas vinculadas à questão produtiva com que o homem lhe dá, mas que possibilite melhorias de condições de vida para todos, condições de saúde, educação, tecnologia e, por que não, de lazer.

 

    Ainda segundo Morin (2001), o trabalho é uma atividade agradável, prazerosa, que segue normas de uma forma mecanizada, o que vai ao encontro da concepção de P08 quando afirma:

    Trabalho, na minha concepção, também são atividades que proporcionam bastante prazer, agora é seguindo normas e diretrizes e horários preestabelecidos de uma forma sistematizada. (P08)

    Há na fala de P08 uma correlação entre as atividades laborais e prazer, sendo o fator de obrigação o que descaracteriza as propriedades de lazer, o que não impede serem essas dotadas de experiências hedonistas.

 

A relação trabalho e lazer 

 

    Quando indagados sobre a relação entre trabalho e lazer, observa-se nas respostas que as concepções demonstram ser divergentes, convergentes, complementares e opostos. Alguns professores apontaram que há uma relação divergente entre estas duas esferas como pode ser visualizado nas descrições abaixo:

    É uma relação dada pela dicotomia, por uma luta, porque em geral o trabalho é mais valorizado do que o lazer [...]. (P06)

 

    [...] eu acho que se você está na situação de trabalho é complicado que você esteja numa situação de lazer [...]. (P09)

 

    [...] eu percebo que nós, dentro da sociedade atual, a gente supervaloriza o trabalho em detrimento do lazer [...]. (P10)

 

    [...] nessa relação produtiva de trabalho e lazer o que tem acontecido é que essa relação acabou ficando meio conflituosa [...]. (P11)

    P06 diz que a relação é dada por uma dicotomia, ou seja, é uma relação contrária, na qual é caracterizada a oposição entre lazer e trabalho, que muito se dá pelo seu contexto histórico derivado do processo de busca por uma menor jornada de trabalho por parte dos operários das indústrias, na perspectiva de adquirir um tempo livre das obrigações trabalhistas, essas revoluções possibilitaram que esse tempo fosse destinado a atividades que gerem prazer, atividades de lazer, portanto, as duas esferas não poderiam andar juntas, sendo assim divergentes.

 

    Para Marcellino (1995), essa mesma problemática decorrente da busca pela diminuição da jornada de trabalho alavanca um outro conflito entre lazer e trabalho, pois, se a jornada for diminuída, há uma implicação direta na renda que deixará de ser suficiente para a manutenção da qualidade de vida, das despesas e até mesmo para usufruir do lazer tido como pago, por isso, o trabalhador se vê obrigado a trocar o tempo de lazer por tempo de trabalho.

 

    E é também devido a esse processo mencionado, que surgem as altas taxas de pessoas inseridas no trabalho informal, por meio das quais começaram a existir as primeiras manifestações de busca pelo trabalho informal, na tentativa de complementar uma renda existente ou adquirir uma renda inexistente, isso mediante à classe menos favorecida, de antemão a classe mais privilegiada usufruía do tempo de não trabalho. (Tomaselli, 2021)

 

    Observa-se entre os entrevistados que o trabalho e o lazer são convergentes em alguns aspectos, estabelecem pontos em comum. Vejamos nas palavras dos professores:

    [...] se tem trabalho tem que ter o outro lado, tem que ter o lazer [...]. (P03)

 

    [...] algumas atividades de trabalho, para mim, é uma satisfação e um lazer estar praticando [...]. (P08)

É uma relação que, vamos dizer assim, que ela se mistura [...]. (P11)

    P08 retoma a questão do prazer vinculado ao trabalho, apontando-o como um lazer, existindo com isso uma certa assimilação. Enquanto, P11 aborda de maneira mais clara a possibilidade de convergência entre lazer e trabalho à medida que aponta existir uma relação de mistura, junção.

 

    Atualmente, consegue-se observar essa relação de convergência entre lazer e trabalho no setor empresarial, em que o lazer é utilizado de forma compensatória. Para Aguiar (2000), esse fato se dá pela tentativa das empresas de recuperar as forças de trabalho, oferecendo atividades de divertimento aos seus colaboradores, todavia ambos convergem para o mesmo caminho, que é o de gerar lucros e ofertar retorno capital para as grandes empresas.

 

    Nas duas últimas subcategorias, tem-se reproduzido nas falas uma relação trabalho e lazer como de complementação e oposição. Primeiramente, serão expostas as falas que demonstram existir certa complementaridade, em que os professores responderam:

    [...] essa relação de trabalho e lazer, você pode ter os dois, caminhando paralelamente. (P05)

 

    [...] eu acho que os dois têm uma relação extremamente próxima e um complementa o outro [...]. (P07)

 

    [...] então, a relação hoje, se você perguntar como que eu a vejo, eu vejo como uma dependente da outra [...]. (P11)

    As informações acima deixam bem claro a ideia de complemento. Domingues, e Rechia (2016, p. 364) em seu estudo intitulado Trabalho e lazer: oposição ou composição? Trazem à tona de forma abrangente o mesmo conteúdo das categorias aqui vigentes. Para os autores, “saliente-se que tratar do tema ‘trabalho’ é tarefa delicada e não pode ser percebida isoladamente”, por isso, é necessário considerar elementos complementares tais como o lazer ou a educação.

 

    Para finalizar essa categoria, uma última fala aponta a perspectiva da oposição dita por P02, que expõe notadamente em sua visão que são “[...] meio que dois grandes opostos [...] (P02).

 

    O intuito deste estudo é verificar como se dá a conceituação e a relação de trabalho e lazer para os professores de Educação Física do IFCE. Seriam tais conceitos abordados através do senso comum ou derivado de um conhecimento científico? Em que a graduação em Educação Física influencia ou deixa de influenciar nas respostas fornecidas? Enfim, o importante é que todos os valores aqui atribuídos ao lazer e ao trabalho têm sua importância e contribuição para a ciência.

 

Conclusões 

 

    O estudo permitiu compreender a relação entre lazer e trabalho no cotidiano de professores do curso de Educação Física do IFCE, de forma específica, identificar as concepções de lazer e trabalho desses sujeitos e como eles difundem a relação entre essas duas esferas sociais.

 

    Percebeu-se que os professores possuem uma compreensão sobre lazer pautada em propriedades teóricas, percepções e conhecimentos adquiridos ao longo das práticas discutidas no decorrer do trabalho, vinculadas ao prazer, à diversão, ao desenvolvimento, ao descanso e ao bem-estar, como também a relação com o tempo livre. Acredita-se que as questões conceituais estabelecidas pelos professores sofrem influência da graduação em Educação Física, o que necessita de uma investigação mais detalhada para subsidiar possíveis relações.

 

    O trabalho na concepção docente, por ser uma esfera das obrigações, o descaracteriza como lazer, mas destacaram que há propriedades comuns entre as duas esferas com destaque para o prazer. Todavia, faz-se necessários novos estudos voltados à classe trabalhadora responsável pela educação e pelo desenvolvimento de toda uma nação, sabe-se das lutas travadas pelos professores de modo geral em busca de reconhecimento e valorização nada mais justo que pesquisar e entender melhor como tem sido a vida pessoal e profissional desses sujeitos.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 297, Feb. (2023)