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ISSN 1514-3465

 

Prevenção de lesões de tornozelo em atletas de voleibol. Uma revisão de literatura

Ankle Injury Prevention in Volleyball Athletes. A Literature Review

Prevención de lesiones de tobillo en jugadores de voleibol. Una revisión de la literatura

 

Lucas André Borato, MSc.*

borato.la@gmail.com

Luis Henrique Franqueira Bsc.**

lhfranqueira@hotmail.com

Isabela Cristina Soares MSc.+

i.soares@unesp.br

Cristiane Rodrigues Pedroni, PhD.++

cristiane.pedroni@unesp.br

 

*Graduado em fisioterapia

pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ (UNESP)

Mestrado em Ciências da Atividade Física

pela Universidade de São Paulo (USP)

Pós-graduado em Fisioterapia Esportiva

Pós-graduado em Futebol e Futsal

Doutorando em Sport and Exercise

pela Auckland University of Technology (AUT)

Colaborador do grupo Sports Kinesiology

Injury Prevention and Performance - SKIPP (AUT)

Colaborador do Laboratório de Pesquisa

em Ortopedia e Recursos Terapêuticos - LAPORT (UNESP)

**Graduado em fisioterapia pela UNESP

Pós graduado em Fisioterapia Esportiva

+Graduada em fisioterapia pela UNESP

Mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela UNESP

Colaboradora do Laboratório de Pesquisa

em Ortopedia e Recursos Terapêuticos - LAPORT.

++Graduada em fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

Mestrado em Fisioterapia pela UFSCAR

Doutorado em Biologia Buco-Dental

pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/UNICAMP

Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia da UNESP Marília – SP

Coordenadora do Laboratório de Pesquisa

em Ortopedia e Recursos Terapêuticos – LAPORT

Docente credenciada no Curso de Pós-Graduação

em Desenvolvimento Humano e Tecnologias da UNESP Rio Claro – SP

Supervisora do Centro de Estudos da Educação e da Saúde

e Centro Especializado em Reabilitação CEES/CER II da Unesp Marília

Líder do Grupo de Pesquisa "Movimento Humano e Funcionalidade"

certificado pelo CNPq e Tutora da Liga Acadêmica

em Fisioterapia em Ortopedia e Desportiva – LAFITE

(Brasil)

 

Recepción: 26/08/2021 - Aceptación: 28/05/2024

1ª Revisión: 17/05/2024 - 2ª Revisión: 24/05/2024

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Cita sugerida: Borato, L.A., Franqueira, L.H., Soares, I.C., e Pedroni, C.R. (2024). Prevenção de lesões de tornozelo em atletas de voleibol. Uma revisão de literatura. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(316), 230-242. https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/view/3176

 

Resumo

    O voleibol é um dos esportes mais populares no mundo que envolve movimentos rápidos e vigorosos do corpo. Exercícios preventivos são indicados pelas diretrizes de reabilitação, porém, a literatura mostra uma taxa de incidência alta de lesões musculoesqueléticas geralmente em tornozelo, joelho e ombro, podendo ser agudas ou por overuse. As lesões de tornozelo ocorrem principalmente por contato com outros jogadores sendo a entorse como o tipo mais comum. O objetivo do presente estudo foi identificar e discutir pesquisas sobre a importância e eficácia das intervenções para lesões de tornozelo em atletas de voleibol. Foi realizada uma busca computadorizada de biblioteca virtual PubMed, que resultou em oito artigos selecionados. Foi demonstrado uma importância da prevenção de lesão de tornozelo em atletas de voleibol indicando-se o treinamento preventivo e neuromuscular com o uso de órtese quando necessário.

    Unitermos: Voleibol. Articulação do tornozelo. Traumatismos em atletas.

 

Abstract

    Volleyball is one of the most popular sports in the world that allows fast and vigorous body movements. Guidelines indicate preventive exercises; however, the literature demonstrates a high incidence rate of musculoskeletal injuries, usually in the ankle, knee and shoulder being acute or because of overuse. Ankle injuries occur mainly by contact with other players with sprain being the most common type. We aimed to investigate and discuss studies about the importance and role of interventions for ankle injuries in volleyball athletes. A search was conducted in a PubMed virtual library and had eight selected articles. This study illustrates the importance of the prevention of ankle injury in volleyball athletes indicating preventive and neuromuscular training and the use of orthosis when necessary.

    Keywords: Volleyball. Ankle joint. Athletic injuries.

 

Resumen

    El voleibol es uno de los deportes más populares del mundo que implica movimientos corporales rápidos y vigorosos. Los ejercicios preventivos son recomendados por las guías de rehabilitación, sin embargo, la literatura muestra una alta tasa de incidencia de lesiones musculoesqueléticas generalmente en tobillo, rodilla y hombro, las cuales pueden ser agudas o por uso excesivo. Las lesiones de tobillo se producen principalmente por contacto con otros jugadores, siendo los esguinces el tipo más común. El objetivo del presente estudio fue identificar y discutir investigaciones sobre la importancia y efectividad de las intervenciones para las lesiones de tobillo en atletas de voleibol. Se realizó una búsqueda informática en la biblioteca virtual PubMed, que resultó en ocho artículos seleccionados. Se ha demostrado la importancia de prevenir lesiones de tobillo en deportistas de voleibol, indicando un entrenamiento preventivo y neuromuscular con el uso de una órtesis cuando sea necesario.

    Palabras clave: Voleibol. Articulación del tobillo. Lesiones en deportistas.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 316, Sep. (2024)


 

Introdução 

 

    O voleibol é um dos esportes mais populares no mundo, sendo praticado por aproximadamente 200 milhões de jogadores (Verhagen et al., 2004; Kilic et al., 2017). Sendo considerado um esporte sem contato, no qual os jogadores das equipes adversárias são separados por uma rede, poderia se esperar uma baixa incidência de lesões (Verhagen et al., 2004). Porém, por se tratar de um esporte que envolve movimentos rápidos e vigorosos do corpo como um todo, tanto horizontal quanto verticalmente, e que demanda tarefas específicas como saltar, aterrissar, bloquear e cravar a bola combinadas com movimentos rápidos, existe um aumento da demanda do sistema musculoesquelético, fazendo com que os jogadores potencializem os riscos de lesões. (Watkins, e Green, 1992; Verhagen et al., 2004; Kilic et al., 2017)

 

Figura 1. O voleibol é um desporto em que os jogadores as jogadoras estão sujeitos a lesões

Figura 1. O voleibol é um desporto em que os jogadores as jogadoras estão sujeitos a lesões

Fonte: Gerador de imagens de Bing

 

    Estudos demonstram uma taxa de incidência total de lesões musculoesqueléticas variando de 1,7 a 10,7 lesões por 1000 horas jogadas (Bahr, e Bahr, 1997; Bere et al., 2015; Kilic 2017), geralmente situadas em tornozelo, joelho e ombro e podendo ser tanto lesões agudas quanto por overuse (Bahr, e Reeser, 2003; Bahr, e Bahr, 1997; Barber Foss, Myer, e Hewett, 2014; Verhagen et al., 2004; Kilic et al., 2017). Verhagen et al. (2004) relataram uma taxa de lesão no tornozelo de 1.0 lesão por 1000 horas jogadas, sendo que todas foram lesões agudas, enquanto Bahr, e Reeser (2003) demonstraram relataram um total de 2,5 lesões por 1000 horas jogadas com lesões de tornozelo representando 17% dessas lesões e também sendo todas lesões agudas. Já Bere et al. (2015) ilustrou que a incidência de lesões, que resultaram em afastamento do jogador durante a partida, foi de 3,8 por 1000 horas jogadas, ocorrendo mais em atletas seniores do que juniores e não tendo diferença de incidência em homens e mulheres.

 

    Em todos os grupos etários e sexo, o tornozelo foi a parte do corpo mais comumente lesionada (25,9%). Mais recentemente, Chandran et al. (2021) apontou que rupturas complexas de ligamentos laterais do tornozelo é a lesão específica mais comum. Similarmente, em um estudo de caso com a seleção brasileira de voleibol, foi demonstrado que atletas profissionais tiveram sete lesões por 1000 horas de jogo e duas lesões por 1000 horas de treino, tendo um tempo médio de recuperação de 10 dias. Os autores também apontaram que as lesões ocorreram majoritariamente no joelhos e tornozelos dos jogadores (Haupenthal et al., 2023). Enquanto que Fortes, e Carazzato (2008), identificaram que, para as lesões de tornozelo, durante o ataque os pontas são os atletas que mais se lesionam e durante o bloqueio os opostos. A incidência de lesões parece ser maior para os jogadores centrais e menor para os líberos do que para as outras posições dos jogadores. (Bere et al., 2015)

 

    Lesões no tornozelo ocorrem em sua maioria por contato com outro jogador, pisando sobre o pé do adversário, e atingindo até 59% das lesões (Fortes, e Carazzato, 2008; Verhagen et al., 2004), enquanto traumas sem contato direto é o segundo fator lesivo mais recorrente (Bere et al., 2015; Fortes, e Carazzato, 2008; Verhagen et al., 2004). O tipo de lesão mais comum é a entorse (32,5% das lesões), ocorrendo principalmente na articulação do tornozelo (Bere et al., 2015) e tendo como mecanismo típico a associação dos movimentos de inversão de tornozelo e a plantiflexão no momento em que o jogador aterrissa do salto na área de conflito abaixo da rede (Bere et al., 2015; Fortes, e Carazzato, 2008; Verhagen et al., 2004). Dessa maneira, estudos recentes demonstram a necessidade de programas preventivos de lesões e recomendam que haja enfoque em prevenir lesões por entorse de tornozelo recorrentes ou não. (Agel et al., 2007; DiStefano et al., 2018)

 

    Diante do exposto, torna-se importante a análise do conhecimento que há descrito na literatura sobre a temática de prevenção de lesão de tornozelo em atletas de voleibol. O interesse proposto por este estudo parte da consideração de que estes dados coletados servirão de base para hipóteses atuais sobre a importância e eficácia das intervenções voltadas para lesões de tornozelo dentro da modalidade estudada. Para tanto, foi realizada uma pesquisa em base de dados com posterior leitura e avaliação das publicações existentes.

 

    O objetivo dessa revisão de literatura foi identificar e discutir estudos sobre a importância e eficácia das intervenções voltadas para lesões de tornozelo em atletas de voleibol.

 

Metodologia 

 

    Uma busca computadorizada de toda a Biblioteca Virtual PubMed foi realizada para identificar artigos relevantes. Toda a busca foi feita sem delimitação de data de publicação e limitada a estudos escritos com idioma inglês. Os termos de busca foram mapeados para MeSH Terms, sendo um deles selecionado em Subheading e pesquisados sob 3 conceitos: (1) Prevention and control [Subheading], (2) Volleyball e (3) Ankle Injuries. A estratégia de busca foi realizada combinando as palavras chaves de cada conceito pela palavra AND, a busca pelos artigos relevantes a pesquisa foi feita manualmente. Os trabalhos foram selecionados após leitura de todo o material resultante da pesquisa. Foram incluídos apenas trabalhos que apresentavam estratégias de prevenção de lesão de tornozelo em atletas de voleibol.

 

Resultados 

 

    Após a busca virtual, foram inicialmente selecionados 11 estudos, tendo sido três destes estudos descartados por não estarem em conformidade com os critérios de inclusão. Dos artigos incluídos, um apresenta estudo sobre prevenção de lesões no voleibol (James, Kelly, e Beckman, 2014), um sobre entorse de tornozelo em esportes de alto risco (Janssen et al., 2016), outro estudo sobre o efeito do treino de equilíbrio em superfície instável em atletas (Eisen et al., 2010), e por fim, também foram encontrados cinco artigos que avaliaram o uso de braces preventivos na articulação do tornozelo. (Midgley et al., 2007; Pedowitz et al., 2008; Shaw, Gribble, e Frye, 2008; Frey, Feder, e Sleight, 2010; Janssen et al. 2017)

 

    Na Tabela 1 é possível observar os dados, de forma resumida, dos artigos selecionados, indicando os autores e ano do estudo, o objetivo do estudo, os instrumentos de avaliação e os principais resultados.

 

Tabela 1. Resumo dos estudos

Autores / Ano

Objetivo

Avaliação

Resultados

James et al.

2014

Descrever as recomendações encontradas na literatura atual para reduzir lesões relacionadas à entorse de tornozelo em atletas de voleibol.

Foram realizadas buscas em bancos de dados acadêmicos.

Programas de prevenção devem ter enfoque em controle neuromuscular funcional além das tarefas de controle motor, incluindo pré-ativação do fibular longo, equilíbrio estático unipodal e mobilidade de dorsiflexão.

Janssen et al.

2016

Descrever a associação entre as variáveis pessoais preditoras de entorse de tornozelo e a eficácia de métodos de prevenção.

O método de prevenção utilizado foi o treinamento neuromuscular (NM), uso de órtese e a associação do treino NM+órtese.

Lesões anteriores de tornozelo foram associadas a maior adesão ao tratamento de prevenção; atletas de esportes de alto risco tiveram maior adesão ao tratamento com órtese e órtese+treino NM e menor adesão ao treinamento NM isolado.

Eisen et al.

2010

Comparar os efeitos de dois tipos diferentes de treinamento de equilíbrio de superfície instável.

Aplicação do Star Excursion Balance Test.

Não existiram diferenças significativas entre os valores do SEBT pré e pós protocolo de treinamento.

Midgley et al.

2007

Avaliar alterações no tempo de reação e atraso eletromecânico após o uso de suportes de tornozelo externos ao longo de uma temporada de jogos universitários de vôlei.

O atraso eletromecânico do fibular longo foi avaliado através da eletromiografia e dados da plataforma de força. O tempo de reação foi medido após uma perturbação de inversão durante a caminhada.

Uso de tornozeleira externa durante toda a temporada não induz alterações neuromusculares no tempo de início da contração do fibular longo.

Pedowitz et al.

2008

Revisar uma série de casos sobre o uso de órteses na prevenção de lesões de tornozelo em atletas de vôlei do sexo feminino.

Foram coletados prospectivamente dados a respeito de lesões, históricos médicos pré-participação e dados de exposição total no período de 1998 a 2005.

O uso profilático de uma órtese dupla vertical de tornozelo reduziu a taxa de lesões no tornozelo.

Shaw et al.

2008

Determinar o tipo de brace mais eficaz em estabilidade dinâmica após uma aterrissagem de salto em condições normais e fatigadas.

A tarefa de aterrissagem de salto foi realizada na plataforma de força e avaliados o tempo para estabilização

ântero-posterior e médio-lateral.

A órtese de tornozelo Swede-O Universal parece ser a melhor opção para proporcionar estabilidade dinâmica na região anterior-posterior durante uma tarefa de aterrissagem.

Frey et al.

2010

Avaliar o efeito do brace na incidência de lesões de tornozelo em uma população escolar jogadores de vôlei.

Foram utilizados apenas no membro dominante 5 tipos diferentes de braces que são comumente encontrados disponíveis no mercado no momento do estudo.

No geral, o uso de brace não alterou a incidência de lesões de tornozelo em jogadores escolares de vôlei se comparados ao grupo controle. Em atletas sem lesões, dois grupos se mostraram eficazes em proteger a articulação do tornozelo.

Janssen et al.

2017

Avaliar a facilidade de uso, qualidade, conforto, estabilidade e satisfação com 3 tipos de braces em atletas de futebol, vôlei e corrida.

Foi aplicada a escala Likert de 5 pontos para avaliação após a randomização dos atletas em 3 grupos: órtese semi-rígida, órtese com cadarço e brace de compressão.

Todos os 3 tipos de órtese de tornozelo tiveram pontuações altas em facilidade de uso e qualidade percebida. Jogadores de vôlei preferiram a órtese com cadarço por ter maior conforto, estabilidade e satisfação geral.

Fonte: Dados de pesquisa

 

Discussão 

 

    Lesões de tornozelo estão entre as lesões mais comuns no esporte de alto rendimento. Segundo James, Kelly, e Beckman (2014), cerca de 80% dos atletas que apresentaram uma lesão por entorse estão propensos a recidivas. Acerca disso, estudos mostram a importância do treinamento preventivo, principalmente em atletas de alto risco. (Konradsen et al., 2002)

 

    Apesar de ter estudos que indicam que uma força concêntrica excessiva de quadríceps possa ser associado com o risco de lesão de tornozelo no voleibol (Hadzic et al., 2022), James, Kelly, e Beckman (2014) demostraram que há baixa correlação entre força muscular e instabilidade de tornozelo, mas existe uma correlação importante entre controle motor e instabilidade de tornozelo, fazendo com que o treinamento neuromuscular seja uma peça fundamental nos protocolos de prevenção para lesões de tornozelo. Existe maior efetividade e aderência ao plano de prevenção quando as sessões de exercícios são incluídas em forma de aquecimento dinâmico antes de treinos e jogos. (Pasanen et al., 2009)

 

    Órtese (ou brace) de tornozelo durante esportes são recomendadas como medida preventiva sendo uma maneira eficaz de diminuir a incidência de lesões no tornozelo em atletas de voleibol (Pedowitz et al., 2008; Janssen et al., 2016). Pedowitz et al. (2008) realizou um estudo dos efeitos do uso de brace profilático em atletas universitários de voleibol feminino durante sete anos e relatou ter diminuído significantemente a taxa de lesão de tornozelo. Frey, Feder, e Sleight (2010) avaliaram o uso profilático de diferentes tipos de braces em atletas femininas de voleibol em idade escolar, os autores demonstraram que não houve alteração na taxa de entorses de tornozelo nessas atletas, porém, em indivíduos que não tinham histórico de lesão houve diferença significante em dois tipos órteses. Em contrapartida, outro estudo demonstrou que o uso de brace durante toda uma temporada não induz alterações neuromusculares no tempo de ativação da musculatura da perna. (Midgley et al., 2007)

 

    Janssen et al. (2017) comparou o efeito de três tipos de braces diferentes (com compressão, amarração e semi-rígida) em jovens atletas recreacionais de diferentes modalidades, no qual todos tipos tiveram altas pontuações em facilidade de uso e qualidade percebida, sendo que jogadores de voleibol preferiram o brace de amarrar. Outro estudo de Shaw, Gribble, e Frye (2008), tentaram determinar qual brace de tornozelo é o mais apropriado para os atletas de voleibol usar durante a competição para fornecer estabilidade dinâmica, e foi sugerido que o brace de amarrar aparenta ser a melhor opção.

 

    Exercícios preventivos são recomendados pela maioria das diretrizes e protocolos de reabilitação, sendo estes, indicados posteriormente ao tratamento de atletas com lesões prévias como parte do programa de treinamento (Van Reijen et al., 2014) uma vez que atletas de voleibol com instabilidade crônica de tornozelo tem um controle neuromuscular alterado durante a aterrisagem aumentando o risco de recorrência (Tretriluxana et al., 2021). Oliviera et al. (2024), realizaram uma revisão sistemática sobre o uso de exercícios específicos para prevenção de lesões de tornozelo em atletas de voleibol, e apontaram que exercícios de fortalecimento, controle neuromuscular, mobilidade e estabilidade podem proteger a articulação do tornozelo e prover uma melhor saúde e um melhor desempenho do atleta.

 

    Em um estudo de Vuurberg et al. (2018) foi demonstrado que o treino preventivo é mais eficaz até 12 meses após a lesão para diminuir o risco de recidivas. Algumas ferramentas utilizadas nos programas preventivos incluem treinamento neuromuscular com exercícios de agilidade, equilíbrio e fortalecimento e treino proprioceptivo, que podem ser feitos em conjunto com aplicações de bandagem elástica ou rígida, que são mais eficazes para a prevenção de entorses. (Schiftan, Ross, e Hahne, 2015). De fato, em uma recente revisão sistemática foi similarmente sugerido que um programa de treinamento neuromuscular é eficaz para a prevenção de lesão em atletas do sexo feminino, além de recomendar que esse programa inclua exercício de força, potência, agilidade e equilíbrio. (Caldemeyer, Brown, e Mulcahey, 2020)

 

Conclusão 

 

    Esse estudo ilustra a importância da prevenção de lesões de tornozelo em atletas de voleibol, uma vez que essas lesões estão entre as mais comuns nos esportes. Destaca-se o treino neuromuscular visando o controle motor desses atletas em um aquecimento dinâmico antes de jogos e treinos. A órtese de amarração pode ser aconselhada para prevenção de lesões em atletas de voleibol quando há indicação.

 

    Finalmente, esse trabalho demonstrou uma escassez de estudos sobre o tema, dessa forma é recomendado novos estudos sobre a prevenção de lesão de tornozelo em atletas de voleibol, para melhor delinear quais as condutas e planos que devem ser traçados para evitar esses tipos de injúrias no alto rendimento.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 316, Sep. (2024)