Lecturas: Educación Física y Deportes | http://www.efdeportes.com

ISSN 1514-3465

 

Estratégias metodológicas no agenciamento da bicicultura 

em ambientes escolares: um relato de experiência

Methodological Strategies in the Agency of Bicyculture in School Environments: an Experience Report

Estrategias metodológicas para promover la bicicultura en ámbitos escolares: un relato de experiencia

 

Leandro Dri Manfiolete Troncoso*

ldm.troncoso@unesp.br

Sandra Soledad Troncoso Robles Dri Manfiolete**

sandra.troncoso.robles@gmail.com

Carlos José Martins***

carlos.j.martins@unesp.br

 

*Bacharelado em Educação Física - Centro de Educação Física e Esportes

da Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Técnico em Segurança Pública - Terceiro Grupamento

do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná (CB-PMPR)

Mestrado em Ciências da Motricidade, área Pedagogia da Motricidade Humana

Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade

Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (IBRC-UNESP)

Cursa o Doutorado do Programa de Pós-Graduação

em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (IBRC-UNESP),

linha de pesquisa: Tecnologias das Dinâmicas Corporais (Brasil)

**Técnica en Enfermería de Nivel Superior

Universidad Tecnológica de Chile (INACAP)

Pregrado Pedagogía en Educacíon Física, Deporte y Recreacíon

Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad Austral de Chile (FFyH-UACh)

Alumna Magíster en Educación. Mención Política y Gestión Educativa

Facultad de Filosofía y Humanidades (FFyH-UACh) (Chile)

***Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano

e Tecnologias (Mestrado Acadêmico e Doutorado)

Recomendado pela CAPES 2009 / Conceito 5 Área Multidisciplinar Saúde

Professor participante do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNICAMP 

Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorado Sanduíche - Université de Paris XII (Paris-Val-de-Marne)/CETSAH-EHESS

Mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas

Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais

Atualmente é Professor Assistente Doutor Nível II (MS 3 II)

no Depto. de Educação Física da Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho Campus de Rio Claro (Brasil)

 

Recepção: 09/02/2021 - Aceitação: 11/07/2021

1ª Revisão: 06/05/2021 - 2ª Revisão: 08/07/2021

 

Level A conformance,
            W3C WAI Web Content Accessibility Guidelines 2.0
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0

 

Creative Commons

Este trabalho está sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Troncoso, L.D.M., Manfiolete, S.S.T.R.D., e Martins, C.J. (2021). Estratégias metodológicas no agenciamento da bicicultura em ambientes escolares: um relato de experiência. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(280), 204-220. https://doi.org/10.46642/efd.v26i280.2849

 

Resumo

    Este artigo tem por objetivo apresentar um relato de experiência com estratégias metodológicas de trabalho com bicicleta nas vias públicas geradoras de processos educativos vivenciados no agenciamento da bicicultura em ambientes escolares. Partindo da crítica ecossocialista, duas experiências são apresentadas, realizadas no biênio 2018-2019 na cidade de Valdívia, Chile: a) a criação de espaço cultural para mecânica colaborativa “Bicicletería Austral” na Universidad Austral de Chile (UACh); b) a proposta conceitual “Biciudadanía para ambientes escolares” subdivida nos eixos temáticos saúde (sustentabilidade e aptidão física), cidadania (urbanidade e normas de transito), mecânica (conhecimento sobre bicicleta e técnica de reparo) e ambiente (percepção do entorno e sensibilização do outro). É interpretado a partir da abordagem ecossocialista que, ao criar novos caminhos viáveis para o agenciamento da bicicultura, colabora para uma bicidadania desde a experiência do pedalar na formação crítica de estudantes ao gerar novas redes de comunicação voltadas ao atenção e cuidado no transito através da sensibilização cicloativista.

    Unitermos: Bicicleta. Ciclismo. Escola. Mobilidade urbana.

 

Abstract

    This article presenting an experience report with methodological strategies for working bicycles on public roads generate educational processes experienced agencyment bicycling in school environments. Based on ecosocialist criticism, two experiences are presented, carried out in the 2018-2019 biennium in two public schools in the city of Valdivia, Chile: a) the collective creation of a community space for collaborative mechanics “Bicicletería Austral” with the Federación de Estudiantes de the Universidad Austral de Chile (FEUACH); and b) the conceptual proposal "Biciudadanía for school environments" subdivides into thematic axes health (sustainability and physical fitness), citizenship (urbanity and traffic regulations), mechanics (knowledge about bicycles and repair techniques) and environment (perception of the surroundings and awareness of the other). It is interpreted from the ecosocialist approach, by creating new viable paths for the agencyment bicycling, collaborate towards a bicitizenship from the experience pedaling critical training of students by generating new communication networks aimed at attention and care in traffic through cycling awareness.

    Keywords: Bicycle. Bicycling. School. Urban mobility.

 

Resumen

    Este artículo tiene como objetivo presentar un relato de experiencia con estrategias metodológicas para el trabajo con bicicletas en la vía pública que generan procesos educativos vivenciados para promover la bicicultura en entornos escolares. A partir de la crítica ecosocialista, se presentan dos experiencias realizadas en el bienio 2018-2019 en la ciudad de Valdivia, Chile: a) la creación de un espacio cultural de mecánica colaborativa “Bicicletería Austral” en la Universidad Austral de Chile (UACh); b) la propuesta conceptual “Biciudadanía para ambientes escolares” subdivida en los ejes temáticos: salud (sustentabilidad y aptitud física), ciudadanía (urbanidad y normas de tránsito), mecánica (conocimiento sobre la bicicleta e técnicas de reparación) y ambiente (percepción del entorno y sensibilización del otro). Se interpreta del enfoque ecosocialista que, al crear nuevos caminos viables promover la bicultura, se colabora hacia una biciciudadanía desde la experiencia de pedalear en la formación crítica de los estudiantes mediante la generación de nuevas redes de comunicación orientadas a la atención y cuidado en el tránsito. mediante la sensibilización cicloactivista.

    Palabras clave: Bicicleta. Ciclismo. Escuela. Movilidad urbana.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 280, Sep. (2021)


 

Introdução 

 

    A partir da exposição de trabalho “Bicycling as contextualized research strategy. Reflections on the professional formation of the physical educator” realizada no XI Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana e XVII Simpósio Paulista de Educação Física (UNESP) em 2019, uma experiência contextualizada é apresentada ao agenciamento da bicicultura em ambiente escolar sul-americano.

 

    Diante da concepção de práxis cicloativista (Troncoso et al., 2018), o conceito de processos educativos assume caráter existencial de colaboração para a autonomia onde os sujeitos participam de práticas sociais interconectando o apreendido nos espaços por onde transitam servindo como ponto de apoio para novas aprendizagens heterogêneas, inclusive para aquelas que a escola visa proporcionar, mas que muitas vezes essas experiências são academicamente pouco reconhecidas (Bontempi, e Pietri, 2017). Dessa maneira, é proposto uma discussão ecossocialista no agenciamento da bicicultura no contexto da mobilidade urbana com sentido de apresentar uma estratégia metodológica de trabalhar com a bicicleta na escola dada a dificuldade de pedalar em um transito urbano motorizado que causa risco a vida dos alunos e professores. (Pereira et al., 2018)

 

    Nesse sentido, um questionamento central é feito na criação de melhores condições para a mobilidade por bicicleta na escola: Como as instituições educativas podem operacionalizar caminhos seguros do pedalar no trajeto “casa-escola-casa”?

 

    A referência de política pública é o “Guia para elaboración del plan de movilidad escolar”, documento elaborado conjuntamente entre as Secretarias de Mobilidade Urbana e Educação do Distrito Central de Bogotá, Colômbia, instituição referencia com o Programa Al Colegio en Bici que tem por objetivo melhorar o acesso e permanência das crianças no sistema de ensino através do empréstimo de bicicletas para o seu deslocamento, beneficiando durante oito anos de funcionamento, mais de 15.000 crianças de poucos recursos em percursos fiáveis ​​e expedições. Sua importância reside na definição do conceito de mobilidade escolar ao considerar o cuidado com a vida, a educação viária, a saúde infantil, a leitura do entorno para gerar comportamento seguro na via, a convivencialidade, a corresponsabilidade cotidiana com todos os atores da comunidade para que os pais e mães, possam contribuir para uma autentica cultura do respeito a uma melhor mobilidade na cidade, entendendo entorno escolar como as instalações físicas e os veículos individual e coletivos de transporte nas vias públicas no fomento da cultura de proteção viária com objetivos a curto, médio e longo prazo. (Alcaldía Mayor de Bogotá, 2016, p. 7)

 

    Dentre as ações promotoras da mobilidade ativa por bicicleta no Brasil em instituições educacionais, destaca-se o Projeto de Educação e Lazer (PEDAL Consciente) do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da Universidade Federal de São Carlos (DEFMH-UFSCar) (Carmo, 2017). Atualmente, o projeto conta com espaço físico dentro desta Universidade acolhendo cerca de 700 crianças e adolescentes de 11 a 15 anos de escolas públicas da cidade de São Carlos e conta com a parceria da Associação São-Carlense de Ciclismo (ASC) e da Prefeitura Municipal e, ainda, além de oferecer a comunidade universitária o empréstimo de bicicletas e ferramentas para atividades de mecânica colaborativa, o grupo realiza passeios cicloturísticos (Gonçalves Junior et al., 2016). Por outro lado, afirma-se a necessidade de comunicar a temática da mobilidade ativa na escola ao propor mudanças ambientais que colaborem para elevar níveis de atividade física e de melhorar as condições de saúde mental das crianças e adolescentes. (González et al., 2021)

 

    Portanto, em vista a influencia do transporte motorizado individual-coletivo no trajeto “casa-escola-casa” encarada enviezadamente como uma necessidade “comum” geradora de altos níveis de congestionamento veicular e poluição atmosférica devido à concorrência pelo espaço da via pública nos horários de entrada e saída desses estabelecimentos que, além de aumentar o risco real de acidentes, há reflexos político-econômicas ainda não dimensionados (Lu et al., 2015; Scartazzini, e Hayakawa, 2017). Dessa maneira, visualiza-se um quadro estrutural da bicicleta como resistência ao paradigma rodoviarista e suas influencias na vida social do sujeito educador que pedala.

 

    Este artigo tem por objetivo apresentar um relato de experiência com estratégias metodológicas de trabalho com bicicleta nas vias públicas geradoras de processos educativos vivenciados no agenciamento da bicicultura em ambientes escolares.

 

Revisão da literatura 

 

    No Manifesto Ecossocialista (Kovel, e Lowy, 2002) os autores afirmam que todas as pessoas sofrem de um caso crônico do paradoxo marxista de Antonio Gramsci, o qual se vive em uma época em que a velha ordem está morrendo e arrastando a civilização com ela, enquanto a nova ordem não parece capaz de nascer, mas o aprofundamento da crise que anuncia o esgotamento dos recursos naturais devido ao modo de produção material-simbólico das sociedades humanas. O sistema capitalista paira como uma sombra profunda de fatalismo internalizado nas enormes desigualdades sociais promovidas pela doutrina neoliberal, inclusive deixando a grande maioria da humanidade em condições de miséria (agravadas ainda mais no contexto pandêmico do coronavírus), tendo como (não) alternativa possível, a ordem mundial capitalista como exemplo discursivo que afirma um compromisso angustiado de aceitação passiva. (Lowy, 2018)

 

    Por que o socialismo somente poderia vir de bicicleta? A frase que dá título ao livro do sociólogo espanhol Jorge Riechmann é de José António Viera-Gallo, jurista e político chileno nascido em 1943, subsecretário de Justiça durante a presidência de Salvador Allende que, após o golpe de 1973, se exilou na Itália (Riechmann, 2012). O exemplo deste país deve-se a transição abrupta de um governo popular socialista para uma ditadura liberal de transição (Chamayou, 2020). Aqui a correlação prática é da bicicleta como prática de governo e seus efeitos no sistema de transporte (viabilidade do índice de 10% da população das grandes cidades latino-americanas pedalarem), em detrimento a velocidade motorizada que, ao trazer desenvolvimento humano as custas de combustível fóssil, tem gerado poluição atmosférica, mas principalmente a reprodução de uma violência viária manifesta em sinistros e mortes no transito, a econômica-política do automóvel particular tem, na ocupação desordenada, causado transtornos a vida humana no ambiente urbano.

 

    Iván Illich reforça esta dimensão conceitual ao afirmar que, ao sustentar a impossibilidade de alcançar um estado social baseado na noção de equidade e, simultaneamente, aumentar a energia mecânica disponível, exceto na condição do consumo de energia per capita mantido dentro de limites e onde a eletrificação torna-se justificativa demagógica watts per capita ultrapassar determinado número, o socialismo exige para a realização de seus ideais um certo nível de uso de energia: não pode vir a pé, nem de carro, mas apenas na velocidade de uma bicicleta. (Illich, 2005, p. 37)

 

    Essa afirmação remete-se a discussão sobre filosofia da tecnologia aplicada a história da bicicleta que surgiu na mesma época do automóvel, mas que se manifestou marginalmente. Pode-se afirmar que a suposta neutralidade da tecnologia foi apropriada para o desenvolvimento humano em direção a um tipo de sociedade industrial voltada ao consumo de energia externa ao corpo humano (Angus, 2012). Assim, a diferença entre o primeiro e último modelo de bicicleta são os meios mecânicos de sua propulsão, de pernas no chão para a transmissão por corrente na roda traseira para o último, adaptações que a tornaram um modo de deslocamento confortável (Bijker, 1995), no caso, a transformação específica da bicicleta foi necessária para a segurança do ciclista como a roda dianteira mais alta para atingir altas velocidades, mas causa instabilidade, as rodas de igual tamanho foram o fato adaptativo da evolução de um desenho “seguro”, acabou por beneficiar avanços eficientes. (Feenberg, 2010)

 

    Além disso, destacamos a mobilidade ativa por bicicleta como forma de urbanismo adaptado as exigências de cidades mais humanas voltadas para as pessoas, inclusive símbolo de progresso do Estado de Bem-Estar social no norte europeu (Gehl, 2013). Em contraposição na sociedade latino-americana, estamos no auge do modelo da automobilidade que exclui o não possuidor de automóvel particular e uma (ainda) proporcional mobilização do movimento cicloativista de denuncia enquanto processo de resistência na configuração do espaço urbano. (Rosin, y Leite, 2019)

 

    Entende-se que, o ecossocialismo torna-se uma abordagem crítica no agenciamento da bicicultura ao fornecer ferramentas conceituais para entender que a natureza funciona como ecossistemas inter-relacionados de conhecimento e expor as maneiras pelas quais a atividade humana está minando estes sistemas autopoiéticos que tornaram toda a vida possível devido ao deslocamento corporal que o desenvolvimento tecnológico propiciou aos seres humanos (Villalobos, e Razeto-Barry, 2019). Embora a ecologia tenha descrito a pegada antropogênica, o pouco reconhecimento desta análise significa que alguns ambientalistas criaram um programa confiável para impedir essa destruição, mas ao se depararem com questões complexas, falta o esboço de uma crítica coerente ao capitalismo em vista de suas parcerias menores com governos neoliberais e, o mais grave, oferecerem uma camuflagem verde para políticas financistas reacionárias. (Estenssoro, 2017)

 

    Assim, no contexto da crise energética com o abuso político da contaminação, Ivan Illich afirma que os métodos utilizados atualmente para produzir energia, esgotam os recursos e contaminam o ambiente. De acordo com um cálculo proporcional, o autor destaca que, para transportar uma só pessoa em um automóvel por uma distância de 500 quilômetros, são queimados os mesmos 175 kg de oxigênio de um indivíduo respira durante um ano, o que confirma o reconhecimento da energia física passada certo limite, torna-se corruptora do ambiente social, pois ao contrário, o pedalar torna possível ao ser humano acelerar a locomoção ao seu limite teórico, sendo o ciclista quatro vezes mais veloz que o pedestre, mas gastando cinco vezes menos calorias por quilômetro que este, assim ultrapassando o rendimento possível de qualquer máquina ou animal (Illich, 2005, p. 35). No mesmo sentido, André Gorz em seu ensaio A ideologia social do automóvel afirma que, para que as pessoas possam renunciar aos carros, é pouco suficiente oferecer transporte coletivo cômodo e que a direção deve ser na necessidade de dispensá-lo por se sentirem em casa nos bairros construídos e, ainda, por terem prazer em andar ou pedalar ao trabalho, pois nenhum transporte compensará viver em um lugar inabitável. (Gorz, 2005)

 

    Dessa maneira, devemos imaginar novos modelos de cidades para os cidadãos disporem da mobilidade ativa por bicicleta para seus deslocamentos cotidianos, o que significa, por um lado, criar barreiras para que as pessoas não necessitem habitualmente do transporte motorizado, a exemplo da cobrança alta de estacionamentos de bens privados em vias públicas e, em nosso caso específico, fomentar com recursos humanos e financeiros, a cultura de bicicleta em espaço escolar com atividades físico-recreativas em horário de contraturno, com a finalidade de ensinar aqueles que querem aprender a pedalar na cidade e obter autonomia sabendo consertar sua bicicleta com local específico para estes serviços práticos, o que em nossa proposta, vislumbramos o apoio explícito das instituições educativas.

 

Resultados 

 

    Duas estratégias metodológicas são apresentadas no agenciamento da bicicultura realizadas durante o biênio 2018-2019 na cidade de Valdívia, Chile.

 

    Na primeira estratégia metodológica, apresenta-se a descrição do espaço cultural Bicicletería Austral, lugar criado por um grupo de cicloativistas junto a Dirección de Servicios da Universidad Austral de Chile (UACh) para o trabalho de mecânica colaborativa partindo do principio em que o mais experiente ensina o outro a técnica de reparo básica de bicicletas. O espaço está localizado numa casa estilo colonial as margens do Rio Calle junto a Federación de los Estudiantes (FEUACh) nas dependências do campus Isla Teja.

 

    A iniciativa gestionada entre os educadores físicos Leandro Dri Manfiolete Troncoso e Sandra Soledad Troncoso Robles Dri Manfiolete, o engenheiro civil Felipe Cuevas e o antropólogo Víctor Hugo Gutiérrez que, em conjunto com a Dirección de Servicios, após um semestre de reuniões na sensibilização da importância do agenciamento da bicicultura para esta comunidade universitária, a referida unidade acabou por destinar recursos limitados para a readequação básica de uma sala junto a FEUACh com uma caixa de ferramentas, além de ajuda de permanência estudantil para o trabalho de monitor (os organizadores não contaram com ajuda de custo), fatores que acabaram por inviabilizar a organização das atividades. Segue abaixo, foto e folder inauguração na Semana de la Movilidad Sustentable (UACH).

 

Figura 1. Inauguração da Bicicletería Austral

Figura 1. Inauguração da Bicicletería Austral

Fonte: Dirección de Servicios UACh

 

    A inspiração tem como origem o espaço Bicicletaria Cultural da cidade de Curitiba, estado do Paraná, Brasil, empreendimento cidadão de gestão privada que busca apoiar o ciclista urbano em suas necessidades, serviços e informações, que se desenvolve com suas potencialidades a partir da rede cicloativista desta cidade, inclusive sede da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CICLOIGUAÇU) em frente a Praça de Bolso do Ciclista (Santana et al., 2019). O objetivo deste espaço é de agenciar a mecânica de bicicleta inserida na cultura estudantil desta universidade e, para tanto, julgou-se necessário, ter um lugar específico gerador de processos educativos nesta prática social (Troncoso et al., 2020). Isto se deve a oportunidade dos estudantes interagirem ensinando outros ciclistas estudantes que necessitem de reparos com possibilidade de serviços com a incubação de projetos voltados a promoção da bicicultura, seja com dia específico ocupado somente por mulheres ou, até mesmo, uma empresa de ciclo entregas dos serviços acadêmicos da universidade.

 

    A segunda estratégia metodológica, a proposta Biciudadanía para ambientes escolares foi desenvolvida durante o biênio 2018-2019 nas escolas públicas Escuela 39 Las Animas e Escuela Francia, administradas pelo Departamento Administrativo de Educación Municipal (DAEM), Ilustre Municipalidad de Valdivia, Chile.

 

    O projeto iniciado na Escuela 39 Las Animas a partir da vontade do diretor da escola no desenvolvimento do ciclismo urbano para alunos do sexto ano básico, contou inicialmente com 30 bicicletas durante o segundo semestre de 2018. A proposta foi implementada em espaço interno da escola com atividades voltadas para o ensino coletivo do uso da bicicleta como forma de preparação para pedalar nas vias públicas com foco no cuidado da mobilidade ativa ao incorporar a bicicleta na escola como ato criativo que fomentou a confiança, carinho e respeito ensinando e aprendendo a observar os sentidos humanos na percepção de espaços-tempos entre adultos e adolescentes para vínculos urbanos pedalantes. (Robles et al., 2020)

 

Figura 2. Atividades de ciclismo na quadra da Escuela 39 Las Animas

Figura 2. Atividades de ciclismo na quadra da Escuela 39 Las Animas

Fonte: Arquivo pessoal dos autores

 

    Durante quatro meses, o grupo foi preparado para saídas fora da escola. Mas devido a pouca atenção do corpo diretivo em apoiar uma proposta educativa que, ao significar sair com alunos para fora do colégio em bicicleta, houve uma dificuldade aparente de estabelecer confiança entre os entes, seja dos alunos na pouca compreensão desta prática, dos pais que não pedalam e transmitem temor devido ao risco das atividades, de outros professores no temor de que algum aluno sofresse um acidente de transito e do corpo diretivo que estava focado no objeto bicicleta diferente da problematização do sujeito ciclista e suas dificuldades aparentes em pedalar em um centro urbano centenário em uma região patagônica fria e com chuvas em maior parte do ano escolar, com ruas estreitas e rede cicloviária não integrada, além da escola estar localizado na avenida de maior fluxo da cidade, sendo que apenas ao final do semestre, conseguimos realizar um passeio para um parque natural.

 

Figura 3. Passeio ciclístico com estudantes da Escuela 39 Las Animas

Figura 3. Passeio ciclístico com estudantes da Escuela 39 Las Animas

Fonte: Arquivo pessoal dos autores

 

    Ao final do ano letivo, foi realizada uma cerimônia para entrega (mal planejada) das bicicletas para os estudantes pedalarem nas férias, contando com a presença do prefeito Omar Sabat Guzmán e demais autoridades, mesmo assim na época ele se interessou pela proposta. Dessa maneira, o projeto foi ampliado no segundo semestre de 2019 pelo DAEM com o nome Vida Activa na compra de 447 bicicletas e seus respectivos kits de segurança (capacete, cadeado e jaleco refletante) sendo distribuídas para 16 escolas desta localidade.

 

Figura 4. Escuela 39 Las Animas e cerimônia da entrega de bicicletas

Figura 4. Escuela 39 Las Animas e cerimônia da entrega de bicicletas

Fonte: Ilustre Municipalidad de Valdivia, Los Ríos, Chile

 

    Apesar do impacto midiático, o projeto encontra-se com dificuldades de prosseguimento devido ao não-estabelecimento de um programa comum para o ensino-aprendizagem com bicicleta, o pouco tempo de aula (de uma a duas vezes por semana), a baixa remuneração dos monitores que pedalam com as crianças nas vias públicas e, notamos principalmente a necessidade de um espaço específico em local visível do estabelecimento escolar para o trabalho educativo de mecânica como estratégia para tornar visível o uso da bicicleta entre professores, alunos, corpo diretivo, funcionários e pais e mães, a não participação do executivo municipal em propor acoes para os motoristas de educação no transito, além da necessidade de formação de monitores pelas universidades. Porém, a discussão encontra-se interditada, primeiro pelo fechamento das escolas devido ao fenômeno do Estallido Social e, com o contexto pandêmico de coronavirus, o ensino virtual vigente que impede atividades presenciais, para avançar a uma política pública de bicicleta na escola.

 

Discussão 

 

    As duas estratégias metodológicas apresentadas estão estruturadas em quatro eixos estratégicos de acordo com a organização do conteúdo dividida em oito respectivos subtemas: a) saúde - sustentabilidade e aptidão; b) cidadania - regras de trânsito e urbanidade; c) mecânica - conhecimentos de bicicleta e técnica de reparação; d) meio ambiente - percepção do meio ambiente e consciência do outro.

 

Quadro 1. Esquema conceitual Biciudadanía para ambientes escolares

Quadro 1. Esquema conceitual Biciudadanía para ambientes escolares

Fonte: Manfiolete et al. (2019)

 

    No eixo Saúde, busca-se aprimorar a percepção de equilíbrio ao gerar o hábito da mobilidade por bicicleta dividido em sustentabilidade e aptidão física. Quanto a sustentabilidade, o guia são as 17 diretrizes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2018) com a bicicleta envolvida nas 17 metas (European Ciclysts Federation, 2015), além do direito à cidade no trânsito com base na escala humana. Quanto ao sub-eixo aptidão física, propomos primeiramente atividades no espaço interno da escola organizados em formato circuito: a) Capacidade aeróbia: correr, pedalar no pátio, superar obstáculos, pular, dobrar-se levantando em uma bicicleta; b) Capacidade anaeróbia: exercícios de apoio sobre o próprio corpo como abdômen, prancha e agachamento; c) Flexibilidade: alongamento dos membros inferiores e superiores ao final das aulas com posturas diversas; d) Agilidade: corridas intermitentes com velocidade e alta intensidade; e) Coordenação: trabalhar com bolas de diferentes tamanhos em posição dinâmica, pular corda e exercícios de lateralidade; f) Equilíbrio: exercício com Fita Slack Line; g) Comunicação: jogos de habilidade seguindo o parceiro.

 

    No eixo Cidadania, apresentam-se os direitos e deveres dos ciclistas propondo a discussão sobre a convivência viária aplicada às normas de trânsito via comportamentos de autocuidado ao conhecer o uso da bicicleta em vias públicas. No sub-eixo regulamentos de trânsito, apresentam-se as normas que condicionam os direitos e deveres do uso de bicicletas nas vias públicas, respectivamente a nova Ley de Convivência Vial (Chile, 2018) e o Código de Trânsito Brasileiro (Brasil, 1997). Esses regulamentos indicam a forma motorista de como o ciclista deve se comportar no trânsito. Já o sub-eixo urbanidade, pedalar torna-se uma tarefa complexa para o jovem ciclista por pouco possuir plenas condições devido à baixa confiança dos pais autorizar o seu uso, a escola torna-se protagonista do pedalar com segurança.

 

    O eixo Mecânica busca proporcionar habilidades para a manutenção do equipamento para uma pedalada confortável e segura, também busca gerar autonomia aprendendo a mecânica básica. A referência é a Fundação Recicleta de Santiago do Chile, na recuperação de bicicletas com base nos guias: a) Personalização; b) Revisão e diagnóstico; c) Limpeza e lubrificação da transmissão; d) Rolamentos. Quanto ao sub-eixo conhecimento sobre bicicleta, a personalização e ajustes mecânicos, revisão e manutenção para detectar problemas e soluções. No sub-eixo técnica de reparo, o diagnóstico para verificar o estado geral da bicicleta quanto ao desgaste dos pneus, rodas, alinhamento de freio e câmbios, corrente e catraca, cubos, limpeza e lubrificação da transmissão, além das medidas de segurança. (Recicleta, 2021)

 

    No eixo Ambiente, enfatiza-se a situação do estudante a partir da experiência de pedalar em grupo, entendendo os benefícios do uso da bicicleta para o cuidado com o ambiente gerando uma cultura de respeito e responsabilidade. No sub-eixo percepção do entorno, enfatiza-se nas públicas a comunicação por contato visual com motoristas para antecipar acidentes, visto que o ciclista vislumbre os riscos nos cruzamentos. No sub-eixo sensibilização do outro, a ecomotricidade busca apreender o ensino com bicicleta como existência incorporada, encarnada, extendida e enactiva. (Troncoso et al., 2019)

 

    Com base no Programa Nacional de Ciclismo para Todos (PNCpT) da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC, 2017), descreve-se resumidamente as quatro etapas do processo de ensino e aprendizagem sendo nossa referência de intervenção na progressão do conhecimento entre os alunos de ciclismo urbano.

  1. Introdução: o aluno aprende a pedalar em um perímetro definido e seguro incluindo a constatação de desníveis, conhece a altura do selim adaptada à sua altura, conhece as regras de segurança, completa um percurso em espaço plano realizado com equilíbrio e coordenação, pedais em linha reta, faz curvas para a direita e para a esquerda, tira as mãos do guidão alternadamente, mas pode ter algumas oscilações laterais, freia em um determinado espaço e sabe descer da bicicleta depois de parar, deixa-a inclinar para um lado para coloque o pé e com as mãos no guiador, desmonte levantando a perna oposta por trás do selim;

  2. Nível Elementar: o aluno consegue pedalar em perímetro delimitado e seguro, sabe escolher a bicicleta e conhece a altura do selim adaptada à sua altura, usa as normas de segurança, faz uso de comportamentos de defesa com avisos sonoros e visuais, verifica as condições de segurança no momento da partida em relação a outros elementos nas proximidades, mantém contato com a bicicleta em três pontos (pedais, selim e guidão), antecipa movimentos de outros veículos executando um caminho seguro, reconhece a importância de assumir um correto posicionamento na via pública;

  3. Nível Intermediário: o aluno conhece os benefícios de viajar de bicicleta, sabe pedalar em ambientes fechados-abertos, cumpre as regras de trânsito ao optar por ter comportamentos de defesa, coopera para cumprir normas de segurança, cuidado com o material, faz manutenção em sua bicicleta, conheça os elementos que a compõem com suas respectivas funções e use esse conhecimento nas saídas trazendo material adequado para consertar possíveis problemas;

  4. Nível avançado: o aluno conhece as vantagens de viajar de bicicleta, planeia o seu percurso com antecedência, sabe andar em contextos fechados-abertos optando por comportamentos defensivos, realiza manutenção na bicicleta, cumpre as regras e sinais de trânsito (perigo, proibição, obrigação e informação) de acordo com o código de trânsito em vigor, fazendo um percurso urbano, completando um percurso ciclístico adequado ao esforço, distância e tempo da atividade, selecionando adequadamente o que comer, beber e os horários para o fazer, devendo levar em conta o tempo da atividade.

    Para ampliar a discussão, se tecem breves considerações sobre as duas estratégias metodológica empregadas neste relato de experiência.

 

    Por um lado, ao trabalhar com a bicicleta na universidade em espaço cultural de mecânica colaborativa, depara-se com uma autocracia dos mais altos cargos institucionais dominados por motoristas que, pouco tem motivação para pedalar em direção ao trabalho devido as comodidades do automóvel e da segurança do transito urbano. Pode-se afirmar sobre a necessidade de investir na comunicação institucional de promover espaços sociais com bicicleta na delimitação de área específica para desenvolver uma pedagogia pedalantes com a geração de encontros, o que pode colaborar para o aumento de ciclistas na comunidade universitária e estudantil com potencial de aumento na circulação de conhecimento sobre bicicleta com destaque, em nosso caso, do fato político local do presidente da FEUACh na época, foi eleito para o cargo de vereador da cidade de Valdivia com maior votação entre os candidatos. Destacamos a carência de um docente universitário assumir a responsabilidade do espaço de mecânica colaborativa como forma de participar de editais para captação de recursos para manutenção do local físico, pagamento de pessoal e comprar de insumos básicos e organização de eventos.

 

    Por outro lado, ao trabalhar com bicicleta na escola básica com a promoção do ciclismo urbano no entorno de uma comunidade com alta vulnerabilidade social devido aos baixos ingressos dos familiares, nosso papel de despertar o interesse na autonomia da mobilidade por bicicleta foi importante para um grupo de estudantes do sexto ano, idade ótima para ensino-aprendizagem do pedalar em vias públicas. Isso gerou um impacto local na comunidade educativa sensibilizando os estudantes, mas com reflexos limitados a vida familiar em vista de que grande parte dos estudantes chegavam de automóvel particular ou de estudantes em áreas rurais com a disponibilidade de ônibus da escola. Destaca-se também a pouca compreensão no início dos trabalhos por parte do corpo diretivo, inclusive demorou um ano para ter espaço específico na escola para guardar as bicicleta, mas por outro lado, percebemos que, com o desenvolvimento das atividades junto com a responsabilidade dos professores ciclistas, alguns professores e parte do corpo diretivo, passaram em algumas ocasiões especiais, a realizar saídas periódicas buscando vivenciar na pele os problemas do pedalar na cidade e os impactos sociais presenciados por pais e mães dos alunos. Também vale mencionar a criação do trabalho como monitor de ciclismo nas escolas públicas ampliando os serviços das bicicletarias, talleres e bike shop com a população estudante, bem como a formação docente que a universidade pode disponibilizar, inclusive adequada aos objetivos do desenvolvimento sustentável. Ou seja, são possibilidades reais que ampliam o universo de trabalho educativo com bicicleta para horizontes pouco explorados em direção a uma microeconomia no agenciamento da bicicultura em ambientes escolares.

 

    Portanto, ao apresentar estas duas estratégias metodológicas de agenciamento da bicicultura em ambientes escolares, afirma-se a responsabilidade institucional de promover a bicicultura nos estabelecimentos de ensino básico, médio e superior no sentido de sensibilizar o outro para a coexistência em todos os níveis hierárquivos institucionais entre mobilidade ativa e transporte motorizado, ou seja, do ciclismo urbano como um direito humano.

 

Conclusões 

 

    Conclui-se atestando para a necessidade do agenciamento da bicicultura em ambientes escolares, deve estar inserida em uma política intersetorial no que diz respeito aos seguintes aspectos organizacionais: a) o apoio das universidades para “bicivilizar” a bicicleta em realizar ações educativas de sensibilização e formação de pessoal para trabalhar na promoção da bicicultura em estabelecimentos educacionais de nível básica e média; b) a instituição policial deve cumprir seu papel efetivo de fiscalizar a velocidade motorizada no trânsito como forma de controle viário; c) a gestão pública, em todos os níveis, deve urgentemente planejar a implantação de infraestrutura cicloviária, paraciclos e restrição ampla de estacionamentos de bens privados em vias públicas nas áreas comuns das cidades.

 

    Por fim, na interpretação da abordagem ecossocialista foi de, ao criar novos caminhos viáveis para o agenciamento da bicicultura, colaborar para uma bicidadania desde a experiência do pedalar na formação crítica de estudantes ao gerar novas redes de comunicação voltadas ao atenção e cuidado no transito através da sensibilização cicloativista.

 

Agradecimentos 

 

    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001, e a Agencia Nacional de Investigación y Desarrollo (ANID), Ministerio de Ciencia, Tecnología, Conocimiento e Innovación, República de Chile.

 

Referências 

 

Alcaldía Mayor de Bogotá (2016). Guía para la elaboración del Plan de Movilidad Escolar. Secretarías Distritales de Movilidad y Educación.

 

Angus, I. (2012). Cómo llevar a cabo una revolución ecosocialista. Melbourne: Discurso inaugural de la conferencia “Cambio climático, cambio social”. http://www.mientrastanto.org/boletin-103/ensayo/como-llevar-a-cabo-una-revolucion-ecosocialista

 

Bijker, W. (1995). Of bicycles, bakelites, and bulbs: toward a theory of sociotechnical change. MIT Press.

 

Bontempi Jr. B., e de Pietri, E. (2017). Processos educativos e formação dos indivíduos na contemporaneidade. Educação e Pesquisa, 43(2), 301-309. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-970220174302001

 

Brasil (1997). Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Lei 9.503 de 23/09/1997. Presidência da República. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm

 

Carmo, C. (2017). Epistemologia da bicicleta: processos educativos emergentes na prática do pedalar [Tese Doutorado em Educação. UFSCar]. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8962

 

Chamayou, G. (2020). A sociedade ingovernável. Uma genealogia do liberalismo autoritário. Tradução: Letícia Mei. Ubu Editora.

 

Chile (2018). Ley número 21.088. Modifica la ley de tránsito para incorporar disposiciones sobre convivencia de los distintos medios de transporte. Ministerio del Interior y Seguridad Pública. https://www.bcn.cl/leychile/navegar?idNorma=1118358

 

European Ciclysts Federation (ECF) (2015). Cycling delivers on the global goals. Shifting towards a better economy, society and planet for all. European Cyclists Federation and World Cycling Alliance. https://ecf.com/sites/ecf.com/files/The%20Global%20Goals_internet.pdf

 

Estenssoro, F. (2017). El factor ambiental en los debates ideológicos en torno al desarrollo de América Latina. História Unisinos, 21(1), 13-25. https://doi.org/10.4013/htu.2017.211.02

 

Feenberg, A. (2010). Racionalização subversiva: tecnologia, poder e democracia. In: R. Neder (org.). A teoria crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e tecnologia. Observatório Movimento Tecnologia Social na América Latina.

 

FPC (2017). Projeto “O Ciclismo vai à Escola”. Regulamento Geral. Federação Portuguesa de Ciclismo, Programa Nacional Ciclismo para Todos. https://www.fpciclismo.pt/ficheiros/2019/regulamento_o_ciclismo_vai_a_escola.pdf

 

Gehl, J. (2013). Cidades para pessoas. Editora Perspectiva.

 

Gonçalves-Junior, L., Corrêa, D., Carmo, C., e Toro Arévalo, S. (2016). Diarios de bicicleta: procesos educativos vivenciados en la Ruta de las Emociones. Estudios Pedagógicos, 42(1), 323-337. https://doi.org/10.4067/S0718-07052016000100021

 

González, S., Rubio, M., Triana, C., King, A., Banchoff, A., e Sarmiento, O. (2021). Building healthy schools through technology-enabled citizen science: The case of the our voice participatory action model in schools from Bogotá, Colombia. Global Public Health, 1 (1), 1-20. https://doi.org/10.1080/17441692.2020.1869285

 

Gorz, A. (2005). A ideologia social do automóvel. In: N. Ludd (org.). Apocalipse motorizado: a tirania do automóvel em um planeta poluído. Conrad Editora do Brasil.

 

Illich, I. (2005). Energia e equidade. In: N. Ludd (org.). Apocalipse motorizado: a tirania do automóvel em um planeta poluído. Conrad Editora do Brasil.

 

Kovel, J., e Lowy M. (2002). Manifiesto ecossocialista internacional. A Journal of Socialist Ecology, 13(1). http://gate.cruzio.com/~cns/backissues/cont49.html

 

Lowy, M. (2018). Why Ecosocialism: For a Red-Green Future. Great Transition Initiative (GTI). https://greattransition.org/publication/why-ecosocialism-red-green-future.

 

Lu, W., McKyer, E., Lee, C., Ory, M., Goodson, P., e Wang, S. (2015). Children’s active commuting to school: an interplay of self-efficacy, social economic disadvantage, and environmental characteristics. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 12(1), 1-14. https://doi.org/10.1186/s12966-015-0190-8

 

Manfiolete, S., Troncoso, L. Goncalves Junior, L., e Toro-Arévalo, S. (2019). Programa Biciudadanía en ambientes escolares: relato de experiência de dos intervenciones. In: VIII Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana: Motricidade e Interculturalidade (p. 15-24). Maputo: SPQMH.

 

ONU (2018). La Agenda 2030 y los Objetivos de Desarrollo Sostenible. Una oportunidad para América Latina y el Caribe. CEPAL. https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/40155/24/S1801141_es.pdf

 

Pereira, B., Cunha, J., Souza, S., Costa, L., e Matos, A. (2018). Rotinas de Vida das Crianças e Atividade Física. Porque é que as Crianças não vão para a Escola a Pé ou de Bicicleta? In: J. Pertrica, J. Serrano, A. Faustino, P. Mendes (Org.). Motricidade Infantil: Abordagens Acadêmicas de investigação (pp. 31-46). Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. http://hdl.handle.net/1822/59354

 

Recicleta (2021). Curso de mecánica básica. http://www.recicleta.cl/archivos.html

 

Riechmann, J. (2012). El socialismo puede llegar sólo en bicicleta. Ensayos ecosocialistas. Los Libros de la Catarata.

 

Robles, S. Toro-Arévalo, S., e Rengifo, A. (2020). Desde la escuela a la transformación urbanabici-tantes construyendo bi-ciudad. Tándem: Didáctica de la educación física, 67, 30-33. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7236423

 

Rodrigues, C. (2019). A ecomotricidade na apreensão da natureza: inter-ação como experiência lúdica e ecológica. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 51, seção especial Técnica e Ambiente, 8-23. https://doi.org/10.5380/dma.v51i0.63007

 

Rosin, L., e Leite, C., (2019). A bicicleta como resistência: o paradigma rodoviarista e o papel do ativismo ciclista no município de São Paulo/SP. Cadernos Metrópole, 21(46), 879-902. http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2019-4609

 

Santana, D., Rechia, S., Rodrigues, E., e Moro. L. (2019). As experiências de lazer na cidade: o cotidiano da praça de bolso do ciclista de Curitiba, Paraná. Movimento (UFRGS), 25, e25093, 1-17. https://doi.org/10.22456/1982-8918.88373

 

Scartazzini, L., e Hayakawa, R. (2017). Como adaptar uma bicicleta para uso didático interdisciplinar. Caminho Aberto - Revista de Extensão do IFSC, 4(6), 15-25. http://dx.doi.org/10.35700/ca.2017.ano4n6.p15-25.1937

 

Troncoso, L., Gonçalves Junior, L., e Toro-Arévalo, S. (2018). Ciclismo urbano e processos educativos: cicloativismo como práxis de libertação. Revista ALESDE, 9(3), 23-38. http://dx.doi.org/10.5380/jlasss.v9i4

 

Troncoso L., Manfiolete S., e Toro-Arévalo, S. (2020). Procesos educativos vivenciados en la práctica social mecánica de bicicleta. Retos, 38(1), 102-108. https://recyt.fecyt.es/index.php/retos/article/view/74280/48137

 

Troncoso L., Manfiolete, S., Toro-Arévalo S., Pimentel, G. e Puttini, R. (2019). Sentidos en la promoción de la bicicultura por docentes universitarios sudamericanos. Ibero-American Journal of Exercise and Sports Psychology, 15(1), 12-18. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7501125

 

Villalobos, M., e Razeto-Barry, P. (2019). Are living beings extended autopoietic systems? An embodied reply. Adaptive Behavior, 28(1), 3-13. https://doi.org/10.1177/1059712318823723


Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 280, Sep. (2021)