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ISSN 1514-3465

 

A representação da meditação na vida de adultos

The Representation of Meditation in Life of Adults

La representación de la meditación en la vida de los adultos

 

Eduardo Cunha Nardi*

eduardocnardi@gmail.com

Rogério Cruz de Oliveira**

rogerio.cruz@unifesp.br

 

*Graduando de Educação Física

Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista

**Doutor em Educação Física. Professor Associado

Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista

Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde

Departamento de Ciências do Movimento Humano. Curso de Educação Física

Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa Sociocultural em Educação Física

(Brasil)

 

Recepção: 10/12/2020 - Aceitação: 15/02/2021

1ª Revisão: 03/02/2021 - 2ª Revisão: 08/02/2021

 

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Citação sugerida: Nardi, E.C., e Oliveira, R.C. de (2021). A representação da meditação na vida de adultos. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(275), 224-233. https://doi.org/10.46642/efd.v26i275.2739

 

Resumo

    Introdução: A meditação é uma prática integrativa e complementar que, na esfera do cuidado em saúde, possui efeitos relacionados ao bem-estar. Objetivo: Compreender a representação da meditação na vida de adultos. Método: Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, a qual selecionou sete voluntários praticantes de meditação residentes na cidade de Santos-SP, Brasil. A entrevista semiestruturada foi o instrumento de coleta de dados e a análise de dados se deu por categorias não apriorísticas. Resultados: A meditação foi representada pelos voluntários como sendo uma tarefa, meio de melhora ou pilar para a vida. Conclusão: A meditação é vista como algo positivo na vida dos voluntários investigados, associada ao bem-estar e ao cuidado de si.

    Unitermos: Saúde. Adultos. Meditação. Autocuidado.

 

Abstract

    Background: The meditation is an integrative and complementary practice has effects related to wellness, mainly in the health care context. Objective: Comprehend the representation of meditation in life of adults living in Santos-SP. Method: It was developed a descriptive research of qualitative approach in which seven meditation practitioners were recruited – all residents in city of Santos-SP, Brazil. As an instrument of data collection, a semi-structured interview was used and the data analysis was done by non-aprioristic categories. Results: The meditation was represented by volunteers as being a task, way of improvement, or a mainstay of life. Conclusion: The meditation was seen as positive in the life of the volunteers investigated, related to the wellness and self-care.

    Keywords: Health. Adults. Meditation. Self care.

 

Resumen

    Introducción: La meditación es una práctica integradora y complementaria que, en el ámbito de la salud, tiene efectos relacionados con el bienestar. Objetivo: Comprender la representación de la meditación en la vida de los adultos. Método: Se desarrolló una investigación descriptiva con enfoque cualitativo, que seleccionó a siete voluntarios practicantes de meditación residentes en la ciudad de Santos-SP, Brasil. La entrevista semiestructurada fue el instrumento de recolección de datos y el análisis de los datos se realizó por categorías no a priori. Resultados: La meditación fue representada por los voluntarios como una tarea, un medio de superación o un pilar de la vida. Conclusión: La meditación se ve como algo positivo en la vida de los voluntarios investigados, asociado con el bienestar y el autocuidado.

    Palabras clave: Salud. Adultos. Meditación. Autocuidado.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 275, Abr. (2021)


 

Introdução 

 

    A meditação é uma prática mental com origem na tradição oriental, diretamente relacionada às práticas e filosofias da yoga e do budismo (Menezes, e Dell’Aglio, 2009a). No Oriente, a meditação é um caminho para alcançar uma maior espiritualidade, enquanto no Ocidente, ela está ligada pela busca do equilíbrio corpo e mente, como também se tornou um agente para tratamentos clínicos (Menezes, e Dell’Aglio, 2009a). Para Silva (2014), sua contribuição se dá na esteira da prevenção e tratamento de diversas doenças, especialmente as de fundo crônico, com uma abordagem complementar ou integrada a medicina cartesiana.

 

    Menezes, e Dell’Aglio (2009a), embasadas em Cahn, e Polish (2006) e Shapiro, Schwartz, e Santerre (2002), afirmam existir mais de uma técnica de meditação, entretanto com algo em comum: a manutenção da atenção. Nesse escopo está o “Programa de Redução de Estresse baseado em Mindfulness” (MBSR – Mindfulness-Based Stress Reduction), que, de acordo com Silva (2014), é um dos programas mais reconhecidos de intervenção fundamentada na meditação, sendo promissor no tratamento dos mais variados problemas, como depressão, ansiedade e dor crônica, além de contribuir na redução da dor ou capacidade de lidar com a mesma. Em Castellano et al. (2019), houve correspondência positiva da aplicação do MBSR no contexto da artrite reumatóide.

 

    Na esfera das políticas de promoção à saúde no Brasil existe o intuito em alcançar uma incitação de melhores condições de vida e escolhas saudáveis para as pessoas, com uma visão ampliada do escopo das áreas de serviços da saúde afim de que possam chegar às casas das pessoas (Brasil, 2010). Tal premissa converge com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, pois a mesma considera a pessoa a partir de sua singularidade na compreensão do processo saúde-doença (Brasil, 2015). Assim, é pertinente que a compreensão do cuidado em saúde seja ampliado, o que significa incorporar também o contexto de vida das pessoas para além da doença.

 

    Nesse sentido, o incremento das práticas integrativas e complementares (PICS) no Sistema Único de Saúde (SUS) é um recurso importante para o apoio e acompanhamento de grupos específicos (saúde mental) vinculados a promoção da saúde. Isso permite que os profissionais facilitem o processo de autocuidado dos usuários, pensando em fortalecer a relação da saúde integral em direção a educação do ser e sair da alienação comportamental dos profissionais e pacientes em procurar auxílio apenas nos momentos críticos e em busca de medicamento, sem que aconteça uma escuta e diagnóstico integral para fins terapêuticos, prevenindo a perpetuação ou aumento de crises da doença (Silva, 2014).Nesse sentido, é significante a investigação sobre como praticantes vêem e acreditam ter sido influenciados em sua vida pela prática diária da meditação.

 

    Diante do exposto, o objetivo consiste em compreender a representação da meditação na vida de adultos. Esse estudo se coloca ao lado de Menezes, e Dell’Aglio (2009b), que, ao analisarem o impacto da meditação passiva (sentada e silenciosa) no cotidiano de 105 adultos na cidade de Porto Alegre-RS, concluíram que a experiência da meditação promoveu benefícios cognitivos e emocionais – dentro outros; sendo esse o horizonte de hipótese.

 

Método 

 

    Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. A pesquisa descritiva possui ênfase no conhecer e descrever fatos e fenômenos de determinada realidade (Triviños, 2008). A abordagem qualitativa se ancora em Minayo (1994), para a qual afirma se tratar de uma ótica que responde a questões muito particulares, se preocupando com um nível de realidade que não pode ser quantificado.

 

    O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob protocolo CAAE nº 80124517.5.0000.5505. Todos os voluntários assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

    Participaram do estudo sete voluntários de ambos os sexos (cinco homens e duas mulheres), com faixa etária acima dos 18 anos.

 

    Os critérios de inclusão consistiram em: ser praticante de meditação há, no mínimo, um mês; praticar a meditação, no mínimo, uma vez por semana. O recrutamento dos voluntários foi feito de forma pessoal num estúdio de Meditação em Santos-SP (Brasil). A ideia inicial era contarmos com a participação de 20 pessoas, entretanto não houve autorização para a realização da pesquisa em outros locais contatados. A coleta de dados teve a duração de três meses e ocorreu entre março e maio de 2018.

 

    Como instrumento de coleta de dados foi utilizado uma entrevista semiestruturada. A entrevista semiestruturada é um dos principais meios de coleta de dados em pesquisa qualitativa (Triviños, 2008). Os voluntários responderam à seguinte questão: “O que a meditação representa na sua vida hoje?”. Além dessa questão foram colhidos dados sobre o perfil do voluntário, quais são: idade, profissão, tempo de prática de meditação, frequência semanal e envolvimento com outras práticas (corporais e/ou PICS). Os voluntários foram entrevistados em local reservado no próprio estúdio de meditação, com vistas a garantir o sigilo e a descrição da coleta de dados.Cada voluntário foi entrevistado numa única oportunidade e todas as entrevistas foram gravadas e transcritas para um arquivo eletrônico para posterior análise. Para preservação do anonimato utilizamos pseudônimos na identificação dos voluntários.

 

    A análise do conteúdo das respostas foi feita por categorias não apriorísticas, que, para Campos (2004), emerge totalmente do contexto das respostas. Embasados no mesmo autor, a elaboração das categorias se deu por frequenciamento (repetição de conteúdos comuns à maioria dos respondentes) e por relevância implícita (tema importante que não se repete no relato de outros respondentes, mas que guarda em si, riqueza e relevância para o estudo).

 

Resultados 

 

    O Quadro 1 apresenta o perfil dos voluntários do estudo: adultos jovens, com variabilidade no tempo de prática da meditação (dois meses a um ano e meio) e frequência semanal mínima de duas vezes por semana, com exceção da entrevistada Ana. Outro destaque é o fato de todos estarem envolvidos com práticas corporais, seja como profissão, no caso de dois atletas (Leonardo e Carlos), seja por apreço no caso de outros cinco voluntários (Henrique, Joana, Ana, Jorge e Lucas).

 

Quadro 1. Perfil dos voluntários

Pseudônimo

Idade

Profissão

TPM

FS

EOP

Henrique

28 anos

Prof. de Educação Física

2 meses

1 a 2 vezes

(20 minutos)

Futevôlei, Futebol, Ciclismo e Treinamento Funcional

Joana

22 anos

Animadora de Festa Infantil

2 meses

2 vezes

(10 minutos)

Treinamento Funcional

Ana

29 anos

Psicóloga

2 meses

1 vez

(5 minutos)

Treinamento Funcional

Leonardo

19 anos

Atleta de natação

9 meses

2 vezes

(60 minutos)

Natação e Musculação

Carlos

21 anos

Atleta de natação

1 ano e 6 meses

4 a 5 vezes

(20 a 30 minutos)

Natação e Musculação

Jorge

26 anos

Prof. de Educação Física

2 meses

5 vezes (15 minutos)

Futebol, Caminhada e Treinamento Funcional

Lucas

35 anos

Biólogo

3 meses

2 a 3 vezes

(10 a 15 minutos)

Corrida, Ciclismo e Surf

Notas: TPM: Tempo de Prática na Meditação; FS: Frequência Semanal (excluindo o tempo de prática na aula. 

Foi considerado o tempo de cada sessão); EOP: Envolvimento com Outras Práticas; Prof.: Profissional.

Fonte: Os próprios autores

 

    Em relação a representação da meditação na vida dos entrevistados, as respostas obtidas foram:

    “Hoje é um treino, assim como tem o treino físico é um treino mental. Então vão ter dias que vai estar mais difícil e vão ter dias que eu vou querer meditar. Vão ter dias que eu vou pensar só em meditar, como pensar em treinar [...] Eu vejo ela [a meditação] como um treino, como uma parte, mas também como uma coisa de concentração de estar presente e de bem-estar mental e, consequentemente, físico” (Henrique).

 

    “Têm [dias que] eu procuro colocar despertador para lembrar que eu tenho que meditar, porque você está na correria do dia a dia e aí não lembra, ‘Ah, não! Depois eu faço’!, Ou, nem lembra. [Agora] eu tenho esse hábito” (Joana).

 

    “Tem momentos que eu lembro dela [a meditação]. ‘Nossa, acho que agora eu precisava só parar saber’. Tem [momentos] também quando acha uma bolinha, que a gente estabeleceu. Não sei se o [Professor] te falou isso: a gente estabeleceu uma bolinha. Todo mundo ganhou uma bolinha pra lembrar de meditar e eu deixei a bolinha dentro da minha bolsa [...] a gente mexe na bolsa o tempo todo e sempre perde as coisas dentro e vira e mexe eu acho a bolinha. Então [eu percebo] ‘Olha! Eu tenho que meditar!’. Mas isso já está acontecendo até naturalmente” (Ana).

 

    “Ela [a meditação] é meio que um pilar para mim, porque eu, antes dela, não via o mundo como ele é desse jeito. Ele, meio que mudou para mim. Eu agora estou entendendo mais algumas coisas e a meditação gera um sentimento bom para você e é isso que te faz querer viver mais cada dia. É começar a sentir mais amor ao próximo, é bacana. Você começa a ver que cada segundo é um momento muito importante, sabe?!” (Leonardo).

 

    “[...] é muito mais extenso do que a natação, sabe?! É um preparo para a minha mente que, com certeza, tem várias ramificações no meu dia a dia: me ajuda a ser uma pessoa mais compreensiva, mais passiva, ouvir melhor os outros [...]” (Carlos).

 

    “[...] ajudou a pensar melhor, a reconhecer mais, observar mais, tudo” (Jorge).

 

    “[...] faz parte da agenda semanal” (Lucas).

    O conjunto de respostas acima nos permitiu identificar três categorias de análise:

  1. Meditação como tarefa: compromisso a ser vivenciado rotineiramente a fim de torná-lo um hábito ou parte integrada do cotidiano do voluntário, presente nos discursos de Henrique, Joana, Ana e Lucas.

  2. Meditação como meio de melhoras: prática que trouxe aos voluntários benefícios diversos, como: bem-estar mental, físico e espiritual; visão mais ampla de vida e de mundo; resiliência e compreensão, e; novas atitudes. Tais aspectos foram notados nas respostas de Henrique, Leonardo, Carlos e Jorge.

  3. Meditação como pilar para a vida: não é algo complementar à vida, mas sim um divisor na vida de Leonardo.

Discussão 

 

    A meditação tem representação positiva na vida dos voluntários investigados, mesmo na perspectiva da tarefa, o que nos alinha com Menezes, e Dell’Aglio (2009b), os quais ressaltam os benefícios da prática em diversas áreas da vida, mesmo aqueles recém-iniciados - 1 mês em diante.

 

    Entretanto, os autores ressaltam a importante relação entre o tempo de prática e as respostas: com maior tempo de aperfeiçoamento na meditação, de forma mais fluída e com menor esforço os processos de autorregulação da consciência irão acontecer (Menezes, e Dell’Aglio, 2009b). Talvez por isso, o voluntário com maior tempo de meditação no nosso estudo tenha uma compreensão mais ampla sobre a prática: um pilar para a vida. Esse tempo é fundamental diante do processo de aprendizagem, que é o controle emocional de um indivíduo. (Menezes, e Dell’Aglio, 2009b; Gross, 2002)

 

    Nessa esteira, compreendemos que os três voluntários (Joana, Ana e Lucas) que associaram a representação da meditação exclusivamente como um compromisso, uma tarefa, ainda se encontram no caminho de conquista desses benefícios. No entanto, já percebem a necessidade de se tirar um tempo para o cuidado de si. A perspectiva holística, da qual a meditação faz parte, propicia aos envolvidos, atenção a essa dimensão, aliado ao exercício do protagonismo, responsabilidade e autonomia. (Galvanese, Barros, e D’Oliveira, 2017)

 

    Outro aspecto de igual destaque é a questão do bem-estar, que, em nosso estudo reverberou na resposta de quatro voluntários (Henrique, Leonardo, Carlos e Jorge). Para Menezes, Fiorentim, e Bizarro (2012), até as pessoas leigas associam a meditação a um estado de bem-estar. Em Menezes, e Dell’Aglio (2009a) afirmam que os benefícios emocionais são os que mais incentivam os praticantes de meditação.

 

    Em Fernández et al. (2019), que conduziram estudo sobre os significados da meditação para um grupo de estudantes universitários no que se refere à sua vida cotidiana, os achados implicaram em autoconhecimento, autocuidado e mudança de perspectiva em relação a si mesmo. Tal resultado se alinha ao nosso estudo na perspectiva da busca por melhor horizonte de vida. Ainda no campo do ensino universitário, Carpena, e Menezes (2018), que investigaram o efeito de 1 treino de meditação focada de 6 semanas no estresse e mindfulness disposicional em universitários, afirmam que a meditação pode ser aliada no manejo do estresse e aprimoramento de habilidades.Tais achados corroboram Araújo et al. (2020) que, ao avaliarem os efeitos de um curso de meditação de atenção plena nas emoções e gentileza de estudantes universitários da área de saúde, encontraram desenvolvimento de habilidades socioemocionais de bem-estar.

 

    Tal perspectiva vai ao encontro de Vatansever, Wang, e Sahakian (2021), ao associarem a meditação guiada e a prática de mindfulness como estratégias promissoras de atenuação dos efeitos do isolamento social durante a pandemia de COVID-19. Em Matiz et al. (2020), que investigaram os efeitos de um programa de meditação mindfulness com professoras, foi possível observar melhoria na resiliência e bem-estar durante os períodos críticos de lockdown na Itália devido à situação pandêmica. Embora o nosso estudo tenha sido realizado antes do contexto de confinamento, é notório ressaltar a relevância dos efeitos da meditação para a melhoria do bem-estar das pessoas.

 

    Por isso mesmo, Lima et al. (2018) acreditam que há necessidade de fortalecimento da oferta desse tipo de prática no campo da promoção da saúde e prevenção de agravos. Embora as PICS já estejam presentes no SUS, existe uma série de desafios para sua consolidação, tais como: precariedade na integração entre as demais ofertas de serviços; carência de supervisão e avaliação, e; carência de uma cultura setorial (Menezes, Fiorentim, e Bizarro 2012).

 

Conclusão 

 

    A representação da meditação na vida de adultos é vista como algo positivo na vida, associada ao bem-estar e à tentativa de se investir no cuidado de si. Entretanto, para usufruir dos benefícios dessa prática há a necessidade de um tempo de dedicação semanal, mesmo se encarado como um compromisso, uma tarefa que não pode deixar de ser realizada.

 

    Embora o estudo possua limites relacionados ao número de participantes e as características dos voluntários, quatro deles envolvidos no universo das práticas corporais como profissão (dois profissionais de Educação Física e dois atletas de natação), ficou evidente que a meditação é um exercício de melhora pessoal, não estando distante dos resultados de Menezes, e Dell’Aglio (2009b).

 

    Por fim, faz-se urgente ampliar a discussão das PICS no campo da saúde brasileira, que, distantes da oferta massificada, possuem amplo terreno de conhecimento e intervenção.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 275, Abr. (2021)