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ISSN 1514-3465

 

A autoeficácia e sua relação com a prática de dança. Uma revisão sistemática

The Self-Efficacy and their Relationship with Dance Practice. A Systematic Review

La autoeficacia y su relación con la práctica del baile. Una revisión sistemática

 

Camila Lopes Ferreira Provenzano*

cams.lfp@gmail.com

Julio Cesar Pereira Kozak**

juliokozak@hotmail.com

Guilherme da Silva Gasparotto***

guilhermegptt@gmail.com

 

*Mestranda em Educação

pela UFPR (Cognição, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano)

Especialista em Fisiologia do Exercício pela UFPR

Licenciada em Educação Física pelo Centro Universitário de Maringá

Membro do Grupo de estudos e pesquisa

em educação e movimento (GEPEM- IFPR)

Professora na Rede Pública de ensino de Balneário Camboriú

**Mestrando em Educação pela UFPR

na linha de Cognição, Aprendizado e Desenvolvimento Humano

Especialista em Treinamento Desportivo

Bacharel em Educação Física

Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa

em Educação e Movimento (GEPEM - IFPR)

Professor no Colégio Santo Anjo

***Doutor em Educação Física. Docente

do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná

e do Programa de Pós-graduação em Educação (UFPR)

(Brasil)

 

Recepção: 21/08/2020 - Aceitação: 13/04/2022

1ª Revisão: 02/02/2021 - 2ª Revisão: 17/02/2021

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Provenzano, C.L.F., Kozak, J.C.P., e Gasparotto, G. da S. (2022). A autoeficácia e sua relação com a prática de dança. Uma revisão sistemática. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(292), 198-215. https://doi.org/10.46642/efd.v27i292.2551

 

Resumo

    O objetivo do estudo foi revisar sistematicamente as pesquisas que analisaram a relação da autoeficácia com a prática de dança de estudantes do ensino fundamental, bem como verificar quais variáveis e contextos dentro da escola foram abordados em conjunto à autoeficácia, para melhor explicar essa relação. A revisão incluiu estudos publicados nos últimos 10 anos nas bases eletrônicas de trabalhos científicos: ERIC/Thesaurus, SportDiscus, SciELO e Web of Science. Foram utilizados os descritores caracterizando componentes da autoeficácia (self, self-efficacy) com os descritores relacionados à dança, em que também se considerou a expressão corporal (dance, dancing, dance education). Cinco estudos foram incluídos na revisão. A relação entre autoficácia e prática de dança mostrou-se consistente e se confirmou em quatro dos cinco trabalhos. Outras variáveis também se apresentaram importantes na explicação do desfecho da relação da autoeficácia com a prática de dança, tais como a motivação acadêmica, a prática de atividades extracurriculares, a autoestima e o autoconceito.

    Unitermos: Estudantes. Autoeficácia. Ensino fundamental. Dança.

 

Abstract

    The objective of the study was to systematically review the research that analyzed the relationship between self-efficacy and dance practice of elementary school students, as well as verifying which variables and contexts within the school were addressed together with self-efficacy, to better explain this relationship. The review included studies published in the last 10 years in the electronic databases of scientific papers: ERIC/Thesaurus, SportDiscus, SciELO and Web of Science. Descriptors featuring components of self-efficacy (self, self-efficacy) were used with a descriptors related to dance, in which body expression (dance, dancing, dance education) was also considered. Five studies were included in the review. The relationship between self-efficacy and dance practice proved to be consistent and was confirmed in four of the five studies. Other variables were also important in explaining the outcome of the relationship between self-efficacy and dance practice, such as academic motivation, the practice of extracurricular activities, self-esteem and self-concept.

    Keywords: Students. Self-efficacy. Elementary school. Dance.

 

Resumen

    El objetivo del estudio fue revisar sistemáticamente las investigaciones que analizaron la relación entre la autoeficacia y la práctica del baile de estudiantes de escuela primaria, así como verificar qué variables y contextos dentro de la escuela se abordaron junto con la autoeficacia, para mejorar explicar esta relación. La revisión incluyó estudios publicados en los últimos 10 años en las bases de datos electrónicas de trabajos científicos: ERIC/Thesaurus, SportDiscus, SciELO y Web of Science. Se utilizaron descriptores que caracterizan los componentes de la autoeficacia (self, self-efficacy) con descriptores relacionados con el baile, en los que también se consideró la expresión corporal (danza, baile, educación del baile). Se incluyeron cinco estudios en la revisión. La relación entre la autoeficacia y la práctica de la danza fue consistente y se confirmó en cuatro de los cinco trabajos. Otras variables también fueron importantes para explicar el resultado de la relación entre la autoeficacia y la práctica de la danza, como la motivación académica, la práctica de actividades extraescolares, la autoestima y el autoconcepto.

    Palabras clave: Estudiantes. Autoeficacia. Escuela primaria. Baile.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 292, Sep. (2022)


 

Introdução 

 

    Quando se fala em autoeficácia, aponta-se um conceito consolidado da Psicologia apresentado por Bandura em 1977, que se refere aos julgamentos que as pessoas fazem de suas capacidades de realizar determinados planos de ação e atingir seus objetivos. Essa expressão pode ser um preditor de desempenho físico, resultado de complexos processos de autopersuasão, que efetivam o processamento cognitivo das fontes de informações de confiança. Em outras palavras, a pessoa busca informações armazenadas no cérebro, relacionadas à confiança, para então emitir uma resposta, sendo esse processo responsável pela mediação da autoeficácia. (Bandura, 2001)

 

Imagem 1. Entender a relação entre a prática da dança e a percepção 

de autoeficácia pode auxiliar no desenvolvimento de ações pedagógicas

Imagem 1. Entender a relação entre a prática da dança e a percepção de autoeficácia pode auxiliar no desenvolvimento de ações pedagógicas

Fonte: Pexels.com - Foto: Nikita Korchagin

 

    A percepção de autoeficácia pode ser também um facilitador para o aprendizado de habilidades motoras e melhoria do desempenho, havendo uma ligação direta entre autoeficácia e feedback positivo para melhorar o desempenho motor (Saemi et al., 2012). A percepção de autoeficácia pode influenciar no desempenho de uma atividade e, ao mesmo tempo, é influenciada por ela, tendo implicações no desenvolvimento da criança de forma ampla. Esta influência ocorre tanto por uma ação direta como pelo seu impacto nos processos de motivação, bem como escolhas e interesses, que por sua vez, afetam o nível e o tipo de comportamento. (Bandura, 1981)

 

    Alguns autores como Perez, Weiner, e Ferreira têm preconizado que práticas corporais podem apresentar papel importante no desenvolvimento da percepção de autoeficácia de crianças e adolescentes. Esses pesquisadores apontam que, entre essas práticas, na escola, a dança parece possibilitar a promoção da percepção da autoeficácia, de forma que diferentes dimensões da vida do estudante seja favorecida, inclusive o desempenho escolar. (Gasparotto et al., 2020)

 

    De acordo com Perez et al. (2015) a dança integra aspectos emocionais, psicológicos e físicos, sendo o estudante capaz de desenvolver uma autoimagem ajustada, que fortalecerá sua autoestima e seu autoconceito, determinando fatores de motivação e desempenho acadêmico através de evidências que indicam contextos relacionados a realizações e existência de algumas percepções causais dominantes. Weiner (1985) relata que se os estudantes com uma atitude favorável ao aprendizado tiverem sucesso acadêmico e aqueles com uma atitude negativa fracassarem, independentemente de sua inteligência, seria constatado que a motivação é um determinante do desempenho acadêmico, predispondo um aumento da sua autoeficácia.

 

    Ferreira (2005) expõe ideia de que a dança pode ajudar na adoção de atitudes de valorização e apreciação das diversas manifestações expressivas e culturais, na ampliação da aprendizagem do estudante, já que trabalha a percepção do próprio corpo, elemento indispensável à aquisição das habilidades de leitura e escrita, possibilitando aumento da capacidade de interação social, fazendo o estudante conhecer e respeitar a diversidade e auxiliando no desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo-social.

 

    Identifica-se pelos textos de vários autores clássicos, como Laban (1978), Portinari (1985), Nanni (2003), a importância que a dança tem na formação completa do indivíduo, reportando a preocupação e a responsabilidade na valorização de conhecimentos relativos à construção da autoestima, autoeficácia e da identidade pessoal, ao cuidado do corpo, à nutrição, à valorização dos vínculos afetivos e à negociação de atitudes e todas as implicações relativas à saúde da coletividade.

 

    Sendo a dança, um movimento cinestésico, é possível estimular a aprendizagem por meio desta habilidade, pois é considerada tátil (ao sentir o movimento), visual (ao observar e transformar em uma ação), auditiva (ao ouvir e dominar o ritmo), afetiva (ao demonstrar emoções e sentimentos através das coreografias), cognitiva (ao raciocinar para adequar a coordenação), motora (ao estabelecer um esquema corporal), fatores que podem ter relação com a percepção de autoeficácia, por ser um facilitador efetivo para o aprendizado de habilidades motoras e melhoria do desempenho, havendo uma ligação direta e feedback positivo no que se refere ao desenvolvimento de uma atividade.

 

    Marques (1997) e Strazzacappa (2002), dentre outros autores, indicam que na escola, a dança ainda se apresenta de forma tímida, é um tema pouco discutido entre professores e gestores, mesmo sendo reconhecida como conteúdo estruturante das áreas de Artes e Educação Física pelo Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 2000) e pela Base Comum Nacional Curricular (2017). No ambiente científico, as fontes são diversificadas com abordagens metodológicas distintas e, com frequência incluem participantes que não praticam a dança no ambiente escolar, como finalidade pedagógica, o que limita a reflexão sobre sua relação com fatores importantes relacionados à aprendizagem.

 

    Entender de que forma a relação entre a prática da dança e a percepção de autoeficácia em ambiente escolar é apresentada na literatura pode auxiliar no desenvolvimento de ações pedagógicas, além de proporcionar novos direcionamentos para produção científica sobre o tema. Diante disso, o objetivo do estudo foi revisar sistematicamente as pesquisas que analisaram a relação da autoeficácia com a prática de dança de estudantes do ensino fundamental, bem como verificar quais variáveis e contextos dentro da escola foram abordados em conjunto à autoeficácia, para melhor explicar essa relação.

 

Metodologia 

 

Tipo de estudo 

 

    Este tratou-se de um estudo de revisão sistemática da literatura, considerado um dos delineamentos mais adequados para verificação do estado da arte a respeito de um tema específico, e sintetizar o conhecimento na atualidade sobre determinada relação entre fatores. Estudos sobre o estado da arte podem significar uma contribuição importante na construção das teorias de uma área de conhecimento, porque procuram identificar os aportes significativos da teoria e prática, apontar as restrições sobre o campo em que se move a pesquisa, as suas lacunas de disseminação, identificar experiências investigadas que apontem alternativas de solução para os problemas da prática e reconhecer as contribuições da pesquisa na constituição de propostas na área focalizada. (Romanowski, e Ens, 2006)

 

    O desenho metodológico de uma revisão sistemática tem alta evidência científica em termos de hierarquia. Segundo o Oxford Centre for Evidence-Based Medicine (2016), esse tipo de pesquisa está classificada como nível 1 de cinco possíveis, na representação dessas evidências, visto que possibilita estabelecer um panorama sobre o tema estudado. (Gasparotto et al., 2018)

 

Estratégia de busca 

 

    Os artigos incluídos nesta revisão foram selecionados por meio de busca em quatro bases eletrônicas de dados: ERIC/Thesaurus, SportDiscus, SciELO e Web of Science. A busca dos artigos foi limitada ao período entre 2009 e 2019, tendo-se considerado artigos publicados nos idiomas português, inglês e espanhol, visto que textos e periódicos de maior impacto acadêmico são publicados ou traduzidos para esses idiomas.

 

    Foram utilizados descritores que caracterizaram componentes da autoeficácia (self e self-efficacy) e descritores relacionados à dança, em que também se considerou expressão corporal (dance, dancing, dance education). As buscas de estudos foram realizadas com descritores em língua inglesa e portuguesa. Foram realizadas combinações entre os descritores mediante a utilização dos operadores booleanos “AND” e “OR”. Não foram incluídas teses, dissertações e monografias.

 

    Todos os processos de seleção e avaliação de artigos foram realizados por pares. Uma análise inicial foi realizada com base nos títulos dos manuscritos; em seguida, outra avaliação foi realizada nos resumos de todos os artigos que preenchiam os critérios de inclusão ou que não permitiam certeza de que deveriam ser excluídos. Após análise dos resumos, todos os artigos selecionados foram obtidos na íntegra e, posteriormente, examinados de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Também foi realizada uma busca manual em listas de referências dos artigos selecionados, visando identificar outras publicações que preenchessem os critérios de inclusão.

 

Critérios de inclusão 

 

    Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: (i) artigos originais publicados em periódicos peer-reviewed com objetivo de verificar a relação entre a dança e a autoeficácia; (ii) estudos publicados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2019; (iii) amostras com estudantes de ensino fundamental, nível escolar equivalente em estudos internacionais ou idades equivalentes aos estudantes do ensino fundamental brasileiro. A ideia foi considerar somente estudos originais e transversais na referida revisão. Contudo, devido à escassez de estudos transversais, optou-se por artigos que seguissem os critérios de inclusão, mesmo que possuíssem outros procedimentos. Foram incluídos, então, estudos que contivessem procedimentos tais como: autorrelatos, entrevistas semi-estruturadas, análises comportamentais, atividades, inventários e escalas de autoconceito. O desfecho analisado em todos os estudos foi a relação da prática da dança com a autoeficácia, a autoestima e o desempenho acadêmico.

 

Extração dos dados 

 

    Para os estudos incluídos nesta revisão, os seguintes dados foram extraídos: país e local do estudo; tipo (estudantes do ensino fundamental brasileiro ou equivalente internacional) e tamanho da amostra; instrumentos de medida da autoeficácia; variáveis de ajuste; e principais resultados.

 

Resultados 

 

    O fluxograma (Figura 1) demonstra o processo de seleção dos artigos que foram incluídos no estudo.

 

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos artigos incluídos na revisão

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos artigos incluídos na revisão

Fonte: Elaboração própria

 

    Após a seleção dos artigos, elaborou-se um quadro que descreve a síntese de cada um deles, com suas características e principais achados, com o intuito de facilitar a comparação dos resultados.

 

Quadro 1. Síntese das características e principais achados dos artigos que foram incluídos no estudo

Título

Autores / Periódico / Ano

Objetivo principal

Tipo de análise

Principais achados

Educação como expressão do corpo que dança: um olhar sobre a vivência da dança em projetos sociais

Ramos, e Medeiros

 

Educar em Revista, 2018

O objetivo foi investigar a dança enquanto fonte educativa, a partir de uma experiência desenvolvida no Projeto social, da UFRN denominado Nova Descoberta (PND).

Pesquisa Qualitativa, que partiu da questão o que é dança para você, comparando as respostas iniciais e finais, após a vivência contextualizada da mesma, por alunos da faixa etária entre 07 e 17 anos. Como referência metodológica, foi utilizada a fenomenologia de Merleau-Ponty.

Uma das tarefas da educação, a inserção dos indivíduos no universo da cultura e da arte, ampliando os sentidos da existência e do encontro com o outro. Observou-se, portanto, nas respostas, a importância atribuída a essa arte, que trabalha com a expressão, que é linguagem do corpo e que, portanto, comunica saberes diversos, os quais esses alunos puderam compreender e também comunicar.

Imagen corporal, autoestima, motivación y rendimiento en practicantes de danza

Requena Pérez, Martín Cuadrado, e Lago Marín

 

Revista de Psicología del Deporte, 2015

O objetivo foi observar as implicações da imagem corporal, motivação e autoestima no desempenho acadêmico de estudantes do Conservatório de Dança.

Pesquisa Quantitativa, realizada através de análise antropométrica e comportamental focada na avaliação da imagem e estudo da autoestima e motivação, estabelecendo relações entre esses fatores e desempenho.

O estudo dos efeitos dessa intervenção e o desenvolvimento de resultados acadêmicos

mostrou a grande influência da autoestima e motivação no desempenho. O estudo também revelou a importância de trabalhar na autoestima para construir

uma imagem corporal apropriada e a necessidade de educação emocional e o uso sistemático de ferramentas de diagnóstico.

Relación entre la danza libre-creativa y autoestima en la etapa de educación primaria

Domínguez Dominguez Cacho, e Castillo Vera

 

Cuadernos de Psicología del Deporte, 2017

 

O objetivo do estudo foi analisar a relação existente entre a dança e o aumento dos niveis de autoestima nas diferentes dimensões que conformam crianças na educação primaria.

Quantitativa, utilizando como instrumento de reconhecimento de informações, o questionário multimédia e Multilingue de Avaliação da Autoestima desenvolvida e validada

por Ramos em 2008.

Os resultados mostram que a dança auto-criativa promove aumento dos níveis de autoconceito de capacidade física, aparência física autoconceito, autoconceito social, autoconceito de estabilidade emocional e autoconceito geral, promovendo assim a autoestima global dos alunos no terceiro ciclo primário.

Significados de atividades extracurriculares para crianças bailarinas

Brandão, e Lordelo

 

Psicologia Escolar e Educacional, 2017

O objetivo foi investigar o cotidiano de crianças da classe média em Salvador, Bahia, buscando a importância das aulas extracurriculares.

Pesquisa Qualitativa, realizada através da observação não estruturada de caráter etnográfico e exploratório na escola de balé e entrevistas-conversa com cinco crianças.

Os resultados apontam para os sentidos ambivalentes que circunscrevem o balé entre as dimensões da disciplina e do lúdico, além do status de hiperocupação, que constitui um ponto que une as crianças do presente estudo e nos faz refletir sobre as representações da infância atualmente. Na medida em que surgem cada vez mais instituições especializadas em ofertar atividades para crianças, os resultados indicam que os ambientes em que se desenvolvem atividades extracurriculares permanecem ainda pouquíssimo explorados no Brasil; e discutem, também, a necessidade de investigar mais essa infância, invisibilizada por ser considerada normativa.

Dança escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem

Fernandes

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, 2009

O objetivo foi analisar a Dança Escolar, considerando os aspectos culturais e sociais.

A metodologia utilizada é uma revisão bibliográfica, enfatizando a dança no processo de aprendizagem da criança, correlacionando-a as Inteligências Múltiplas de Howard Gardner e sua contribuição na formação do indivíduo de uma forma global, na construção do conhecimento.

A dança na escola quando aplicada com metodologia adequada e, principalmente com consciência pedagógica, possibilita ao educando uma formação corporal global, ampliando suas capacidades de interação social e afetiva, desenvolvendo as capacidades motoras e cognitivas. Quando realizada de forma lúdica e não competitiva, a dança escolar passa a ser agente de formação e transformação, possibilitando oportunidades de humanização e integração entre todos os alunos, aumentando assim a autoestima.

Fonte: Elaboração própria

 

Características gerais dos estudos 

 

    Os cinco artigos selecionados relataram a dança e sua contribuição na formação integral de crianças e adolescentes, no que tange o estímulo às habilidades corporais e cognitivas. Dois desses estudos são de abordagem quantitativa de análise dos dados, medidos por meio de questionários, instrumentos validados e com limitações consideráveis devido o tamanho das amostras. Os outros três estudos possuem foco qualitativo, sendo descritivos fenomenológicos, e de observação. Dois destes estudos foram realizados fora do Brasil, sendo um em Córdoba e outro em Huelva, ambos na Espanha. Devido à escassez de estudos a respeito da dança e suas relações com a percepção da autoeficácia, muitas vezes os artigos referem-se apenas à autoestima e ao autoconceito o que mostrou a necessidade de buscar na literatura constructos que embasassem a relação desses conceitos com a percepção de autoeficácia.

 

Discussão 

 

Relação da autoeficácia com a participação em aulas de dança 

 

    Fernandes (2009), por meio de sua pesquisa de observação embasada nas múltiplas inteligências de Gardner (1995), constatou que a dança na escola quando aplicada com metodologia adequada e, principalmente com consciência pedagógica, possibilita ao estudante uma formação corporal global, ampliando suas capacidades de interação social e afetiva, desenvolvendo as capacidades motoras e cognitivas, passando ser agente de formação e transformação, possibilitando oportunidades de humanização e integração entre todos aumentando a autoestima e colocando em prática o sentido de uma educação voltada para a inclusão, o que vem de encontro com a citação de Trevisan (2006) que descreve a dança muito mais do que um passatempo ou divertimento, onde deve estar voltada para o desenvolvimento global da criança e do adolescente, favorecendo todo tipo de aprendizado que eles necessitam, pois uma criança que teve contato com a dança, certamente terá sua autoestima aumentada.

 

    Para seu estudo, Requena Pérez, Martín Cuadrado, e Lago Marín (2015) utilizaram uma amostra experimental composta por 75 estudantes de Dança Clássica do Conservatório de Dança de Córdoba, Espanha, por meio de um inventário que se refere à percepção do aluno em quatro áreas: autoestima geral, social, familiar e escolar e uma escala de mentira de oito itens. Nos estudos de confiabilidade e validade, coeficientes α entre 0,81 e 0,93 foram obtidos para as diferentes escalas. Importantes relações de dependência de desempenho foram encontradas com relação a fatores emocionais de autoestima, percepção de autoeficácia e motivação. Segundo o estudo, estudantes com maior autoestima, e por consequencia, maior percepção de autoeficácia, assimilam melhor o conteúdo e desenvolvem procedimentos e atitudes positivas que melhoram seu desempenho pessoal e acadêmico. Houveram algumas limitações que devem ser reconhecidas como pontos fracos, como a impossibilidade de expandir a amostra para alcançar resultados mais desenvolvidos. Os resultados apresentados são referendados pela investigação de Amado Alonso, Leo Marcos, Sánchez Migue, Sánchez Oliva, e García Calvo (2010), na qual estudantes com maior autoestima assimilam melhor o conteúdo e desenvolvem capacidades e atitudes positivas que favorecem o desempenho pessoal e acadêmico. Endossa ainda, as declarações de Salinero Martín, Ruiz Tendero, e Sánchez-Bañuelos (2006), onde os alunos que apresentam maior nível de compromisso com a aprendizagem são capazes de superar com sucesso as situações de estresse e ansiedade.

 

    Domínguez Cacho, e Castillo Vera (2017) descrevem a autoestima como o compontente afetivo do autoconceito, representando a autoavaliação e a percepção de nós mesmos, sendo construído com pensamentos, sensações, experiências acumuladas, principalmente na infância e na adolescência. Para isto, realizaram a pesquisa quase experimental, com uma amostra não probabilística por conveniência, com um grupo controle de 45 estudantes e um grupo experimental de 46 estudantes, utilizando um questionário contendo 30 itens, que avalia as sete dimensões que juntas compõem a autoestima e o autoconceito. A confiabilidade do questionário é de 0,855. Os resultados apresentados coincidem com o de autores como Márquez (1995), Etxábarri Bidegain (2001) e Ruano Arriagada (2004) que afirmam que a dança tem potencial para aumentar a autoestima e o autoconceito, seguindo Murgui, García, y García (2016). Corroboram também com a pesquisa realizada por South (2006) que relata o favorecimento dos níveis de autoconfiança com a prática da dança. Os autores relatam a necessidade de dar à dança um papel de liderança, investindo na implementação durante o horário escolar, pois a dança tem o potencial de causar efeitos positivos na autoestima em dimensões físicas e emocionais.

 

    Brandão, e Lordelo (2017) questionaram qual o significado da participação de estudantes em atividades extracurriculares, no caso o ballet, e a partir dessa pergunta, passaram a entender e a justificar a necessidade de direcionar o olhar para contextos de aprendizagem e formação extraescolares, compreendendo os significados das atividades independentes da rotina escolar. A pesquisa realizada por estas autoras foi a partir de duas principais técnicas: observação não estruturada de caráter etnográfico e exploratório, registrada por meio de diários de campo e entrevistas-conversa realizadas com crianças. As crianças, em geral, entendem que a Escola tem por função ensinar e ao serem perguntadas sobre o lado bom da escola, as brincadeiras e momentos de expressão aparecem com frequência, sendo que o recreio e a educação física são vistos como momentos de brincar e esses momentos são avaliados positivamente por elas, incluindo a sociabilidade, ou a relação com outras crianças.

 

    Os apontamentos descritos levam a percepção de que a escola vai além do ensino de conteúdos e deveres, e que associar atividades corporais pode ser um método útil para aumentar o conhecimento e os comportamentos positivos em crianças e jovens, como descreve Bungay, e Vella-Burrows (2013). Corroborando, Wright et al. (2006) descrevem que há efeito significativo sobre o comportamento das crianças, participar de atividades corporais, aumentando a autoconfiança, aprimoramento de habilidades, melhoria social e resolução de conflitos.

 

    A pesquisa fenomenológica de Ramos, e Medeiros (2018), por meio de entrevistas com estudantes, mostrou ser uma das tarefas da educação, a inserção dos indivíduos no universo da cultura e da arte, ampliando os sentidos da existência e do encontro com o outro, observando nas respostas, a importância atribuída ao trabalhar com a expressão e a comunicação dos saberes diversos, os quais esses estudantes puderam compreender e também comunicar suas satisfações e percepções de autoestima e de autoeficácia. A dança como pontuou Laban (1978), revela valores ou condições mentais, oferecendo experiências de uma realidade de medos e satisfações, treinando o corpo-mente para reagir a todas às demandas até que se automatize a adoção da melhor delas. É de grande valia a prática corporal, no caso, a dança, para o crescimento das capacidades de esforço e percepção de autoeficácia.

 

    Durante o processo de busca sistemática, explorou-se a dança como forma de conteúdo estruturante relacionada à percepção da autoeficácia, porém, o número de resultados foi pequeno, o que demonstra uma área extensa a ser pesquisada, ou indicar novos caminhos a serem explorados.

 

    Em sua maioria, os artigos demonstraram que existe uma relação positiva da prática da dança com a autoestima e autoconceito, fatores que podem ser associados à autoeficácia, pois sua aplicação é um dos preditores do desempenho físico, sendo resultado de complexos processos de autopersuasão, que efetivam o processamento cognitivo das fontes de informações de confiança. O processo cognitivo é resultado de quatro fontes: as experiências de domínio pessoal, as experiências de modelos sociais, a persuasão social e os estados motivacionais e fisiológicos. (Bandura, 2001)

 

Limitações do estudo 

 

    Este estudo apresentou algumas limitações. A limitação do tempo: ao delinear a pesquisa, definiu-se esse recorte de publicações dos últimos 10 anos (2009-2019) para que retornassem trabalhos mais próximos do que está sendo pesquisado hoje em dia. Outra limitante refere-se ao fato de inicialmente ter-se pensado em estudos somente originais e transversais e de mesma abordagem metodológica (qualitativo ou quantitativo), entretanto, houve a necessidade de, posteriormente, incluir estudos com ambas abordagens, pois o número de textos incluídos na revisão foi baixo, e apesar de ser uma limitação para esse trabalho, demonstra o baixo número de produção científica sobre o tema e a possibilidade de explorar a relação em trabalhos de campo.

 

    A busca de estudos também foi limitada à literatura peer-reviewed, não incluindo teses, dissertações e posicionamentos de instituições. Possivelmente, a inclusão de alguma outra base de dados científicos no processo de busca retornaria um artigo diferente dos incluídos na revisão. Entretanto, as bases escolhidas são de ampla divulgação e concentram grande parte das referências sobre o tema.

 

Conclusões 

 

    Essa revisão sistemática da literatura sobre a relação entre a prática da dança e a percepção de autoeficácia incluiu cinco estudos que seguiram nos critérios determinados. A relação entre essas variáveis ficou evidente nesses estudos. Outras variáveis se mostraram importantes na explicação dessa relação, como autoestima, autoconceito, autoconfiança, melhoria social, desempenho social e acadêmico. Fatores como a influência dos pais, a atividade docente, o ambiente escolar, entre outros, igualmente importantes, não foram abordados nesses estudos, o que demonstra um campo amplo para futuras pesquisas.

 

    Diante desse pressuposto, e com os resultados das pesquisas que chegam ao consenso que a prática da dança apresenta colaboração positiva na percepção de autoestima, autoconceito e autoeficácia, há o respaldo teórico para a busca de aprofundamento das pesquisas de campo, mais robustas, sobre o tema.

 

    Há a necessidade de mais estudos que contemplem essa relação da prática da dança com a percepção de autoeficácia, frente ao baixo número de trabalhos com essa temática. Percebe-se também a necessidade de desenvolvimento de pesquisas que contemplem outros espaços, principalmente a escola, visto que as atividades práticas e extracurriculares apresentaram bons resultados quanto à percepção da autoeficácia. Esses resultados podem embasar práticas pedagógicas como forma de auxiliar em estratégias que favoreçam o desenvolvimento da percepção de autoeficácia, e do desenvolvimento humano em suas diversas dimensões.

 

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 292, Sep. (2022)