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ISSN 1514-3465

 

O efeito da utilização de computadores e Internet na função cognitiva de idosos

The Effect of Using Computers and the Internet on the Cognitive Function of the Elderly

El efecto del uso de computadoras e Internet en la función cognitiva de las personas mayores

 

Rodrigo de Rosso Krug*

rkrug@unicruz.edu.br

Anna Quialheiro Abreu da Silva**

anna.silva@unisul.edu.br

Ione Jayce Ceola Schneider***

ione.schneider@ufsc.br

Luiz Roberto Ramos****

lrr@bol.com.br

Eleonora d’Orsi*****

eleonora.dorsi@ufsc.br

André Junqueira Xavier******

andre.xavier@unisul.edu.br

 

*Licenciado Pleno em Educação Física. Universidade Cruz Alta

Doutor em Ciências Médicas. Universidade Federal de Santa Catarina

Professor do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde

da Universidade de Cruz Alta

**Fisioterapeuta. Universidade Estadual de Londrina

Doutora em Sáude Coletiva. Universidade Federal de Santa Catarina

Professora da Universidade do Extremo Sul Catarinense

***Fisioterapeuta. Universidade do Estado de Santa Catarina

Pós-Doutora em Sáude Coletiva. Universidade Federal de Santa Catarina

Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Santa Catarina

***Médico. Instituto Paulista de Medicina

Pós-Doutor em Neuropsicogeriatria. Harward University

Professor do Programa de Saúde Coletiva

da Universidade Federal de São Paulo

*****Médica. Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Pós-Doutora em Saúde Coletiva - University College London

Professora do Programa de Professor de Saúde Coletiva

da Universidade Federal de Santa Catarina

******Médico. Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Pós-Doutor em Saúde Coletiva - University College London

Professora do Programa de Professor de Saúde Coletiva

da Universidade Federal de Santa Catarina

Professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense

(Brasil)

 

Recepção: 31/07/2020 - Aceitação: 14/02/2021

1ª Revisão: 02/11/2020 - 2ª Revisão: 24/12/2020

 

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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação sugerida: Krug, R. de R., Silva, A.Q.A. da, Schneider, I.C., Ramos, L.R., d’Orsi, E., e Xavier, A.J. (2021). O efeito da utilização de computadores e Internet na função cognitiva de idosos. Lecturas: Educación Física y Deportes, 26(275), 179-195. https://doi.org/10.46642/efd.v26i275.2497

 

Resumo

    Objetivo: Estimar o efeito da participação em grupos de estimulação e reabilitação cognitiva mediados pelo uso de computadores e Internet sobre a função cognitiva de idosos. Métodos: Estudo prospectivo de intervenção controlada e randomizado por sorteio realizado de 2010 a 2011 com pacientes voluntários atendidos em uma Clínica de Memória do Sul de Santa Catarina, Brasil. O grupo de intervenção (n=56) recebeu um programa de estimulação cognitiva de 20 sessões quinzenais de 1,5 horas cada. O grupo controle (n=53) recebeu acompanhamento médico de rotina. Ambos os grupos receberam orientações de saúde, atividade física e não faziam uso prévio de computadores e Internet. O desfecho foi o ganho de 4 pontos ou mais no Mini Exame de Estado Mental, entre as avaliações. Foi realizada análise de regressão logística com resultados expressos em Odds Ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), com nível de significância de p≤0,05. Resultados: O grupo de intervenção obteve uma probabilidade 4,63 vezes maior do desfecho (OR= 4,63; IC 95%: 1,43-14,94) em relação ao grupo controle. Conclui-se que a participação em grupos de estimulação cognitiva mediado pelo uso de computadores e Internet está associado a melhora significativa na função cognitiva de idosos com comprometimento cognitivo leve.

    Unitermos: Computadores. Função cognitiva. Saúde. Idosos.

 

Abstract

    Objective: To estimate the effect of participating in cognitive stimulation groups mediated by computers and Internet on the cognitive function of elderly. Method: Randomized prospective controlled intervention study carried out from 2010 to 2011 with volunteered patients followed in the Memory Clinics of the South of Santa Catarina, Brazil. The intervention group (n=56) received a program of 20 sessions biweekly of 1.5 hours each of cognitive stimulation. The control group (n=53) received routine medical follow-up. Both groups received guidelines of health, physical activity and not make previous use of computers and Internet. The outcome was gain of 4 points or more in the Mini-Mental State Examination, between evaluations. Odds ratios and 95% confidence intervals were estimated by logistic regression analysis, with a significance level of p≤0.05. Results: In the final adjusted model, the intervention group obtained an odds 4.63 times higher of the outcome (OR=4.63; CI 95%: 1.43-14.94) compared to the control group. Concluded that the participation in cognitive stimulation groups mediated by computers and Internet is associated with reliable improvement on cognitive function of elderly with Mild Cognitive Impairment.

    Keywords: Computers. Cognitive function. Health. Elderly.

 

Resumen

    Objetivo: Estimar el efecto de la participación en grupos de estimulación cognitiva y rehabilitación mediada por el uso de computadoras e Internet sobre la función cognitiva en personas mayores. Métodos: Estudio prospectivo, controlado y aleatorizado de intervención aleatorizado realizado de 2010 a 2011 con pacientes voluntarios atendidos en una Clínica de Memoria del Sur en Santa Catarina, Brasil. El grupo de intervención (n=56) recibió un programa de estimulación cognitiva de 20 sesiones quincenales de 1,5 horas cada una. El grupo de control (n=53) recibió seguimiento médico de rutina. Ambos grupos recibieron orientación sobre salud, actividad física y no habían utilizado previamente computadoras e Internet. El resultado fue la ganancia de 4 puntos o más en el Mini Examen del Estado Mental, en las evaluaciones. El análisis de regresión logística se realizó con resultados expresados ​​en Odds Ratio (OR) y sus respectivos intervalos de confianza al 95% (IC 95%), con un nivel de significancia de p≤0.05. Resultados: El grupo de intervención obtuvo una probabilidad 4,63 veces mayor del resultado (OR = 4,63; IC del 95%: 1,43-14,94) en comparación con el grupo de control. Se concluye que la participación en grupos de estimulación cognitiva mediada por el uso de computadoras e Internet se asocia con una mejora significativa en la función cognitiva en personas mayores con deterioro cognitivo leve.

    Palabras clave: Computadoras. Función cognitiva. Salud. Personas mayores.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 275, Abr. (2021)


 

Introdução

 

    Indivíduos com 60 ou mais anos idade sofrem alterações em suas funções cognitivas (Zimmer, De Marchi, e Colussi, 2017) que podem levar ao comprometimento cognitivo leve e demência. Porém, também têm possibilidade significativa de estabilização ou recuperação (Mendes, Câmara, Caires, Garcês, e Pocinho, 2020). O comprometimento cognitivo leve é definido como uma desordem caracterizada por um declínio cognitivo recente percebido pelo indivíduo ou pela própria família em um grau além do esperado para a idade ou escolaridade e confirmada por uma pontuação cognitiva que ainda não cause comprometimento funcional significativo. (Farias, 2018)

 

    Pessoas com declínio cognitivo podem ser encaminhados para clínicas de memória (Krug, 2017). Uma clínica de memória é um serviço ambulatorial interdisciplinar organizado para prevenir, diagnosticar, coordenar cuidados e proporcionar autonomia e independência para pessoas com deficiências cognitivas e demência (Jolley, e Moniz-Cook, 2009), podendo também, fornecer cuidados não farmacológicos, como intervenções psicossociais e estimulação cognitiva. (Barnes et al., 2013; Diamond, e Ling, 2016; Nevalainen et al., 2015)

 

    As clínicas de memória em todo o mundo devem compartilhar as melhores práticas, avaliações, intervenções precoces, informações sobre práticas inovadoras, ensino e pesquisa (Jolley, e Moniz-Cook, 2009) além de proporem atividades cognitivamente estimulantes. (Freitas, Wanzeler, e Teixeira, 2016)

 

    Evidências consistentes provenientes de ensaios clínicos controlados e randomizados e metanálises mostram que várias formas de atividades cognitivamente estimulantes têm efeito de retardar o declínio cognitivo, mesmo em pessoas com comprometimento cognitivo leve e Alzheimer em estágio inicial. (Diamond e Ling, 2016)

 

    Controlar a diabetes, hipertensão, obesidade, depressão, tendo uma dieta saudável, evitar o tabaco, o abuso de álcool, o estilo de vida sedentário e realizar atividades educacionais/atividades cognitivas pode prevenir um em cada três casos de doença de Alzheimer (Diamond, e Ling, 2016; Nevalainen et al., 2015; Norton, Matthews, Barnes, Yaffe, e Brayne, 2014). Possivelmente por esses motivos, em países desenvolvidos a incidência e a prevalência de demência parece estar se estabilizando ou até mesmo diminuindo. (Livingston et al., 2017; Matthews et al., 2013)

 

    Entre os fatores indicados como responsáveis por este acontecimento estão o aumento da renda com a consequente redução da vulnerabilidade, maiores níveis de educação e a redução dos fatores de risco cardiovascular (Lincoln et al., 2014). As medidas preventivas de múltiplos domínios focadas em fatores de risco conhecidos e incentivo à prática de atividades físicas, cognitivas e sociais parecem atenuar o declínio cognitivo e suas consequências. (Ngandu et al., 2015)

 

    As tarefas cognitivas podem ser em grupo ou individual, e, utilizando tecnologias ou simplesmente o lápis e o papel (Golino, e Flores-Mendoza, 2016). Dentre as tarefas cognitivas não farmacológicas, podemos destacar jogos com figuras, jogos com e sem tempo limitado, desenhar, assistir filmes, histórias, fotos e músicas, leitura (Golino e Flores-Mendonza, 2016), resolução de exercícios (Catalayud, Pló, e Muro, 2020), a prática de atividades físicas (Krug, 2017) e o uso de computadores e Internet (Krug et al., 2017).

 

    O uso de computadores e Internet é denominado Literácia Digital, que é definida como a capacidade de planejar, executar e avaliar ações usando instrumentos digitais, como pesquisar na Internet e enviar e receber mensagens para resolver problemas diários. A Literácia Digital pode reduzir as limitações físicas, mentais e socioeconômicas associadas ao envelhecimento, permitindo que as pessoas participem, cooperem na sociedade e compartilhem de sua riqueza material e simbólica em um contexto de envelhecimento ativo e saudável (Xavier, d’Orsi, Wardle, Demakakos, Smith, e von Wagner, 2013), além de promover maior interação com amigos e/ou familiares, maior integração na sociedade moderna, aumento da auto-estima e pode auxiliar a manter a capacidade cognitiva. (Barnes et al., 2013)

 

    Krug, d’Orsi, e Xavier (2019) verificaram em estudo longitudinal com 1.705 idosos que manter-se usando Internet em um período de 4 anos teve relação com o ganho cognitivo (OR = 3,3; IC 95% 1,1 - 9,8) e com menor perda cognitiva (OR = 0,39; IC95% 0,17 - 0,88). Outro estudo longitudinal populacional mostrou estabilização e/ou atraso do declínio cognitivo resultante do uso cotidiano de computadores e Internet. Isso ocorreu tanto em indivíduos de meia-idade como em idosos, especialmente entre aqueles com menor capacidade cognitiva. (Xavier et al., 2014)

 

    A manutenção e ou melhora da função cognitiva pode diminuir o número de doenças e proporcionar maior autonomia e qualidade de vida (Barnes et al., 2013; Ngandu et al., 2015). Portanto, é muito importante promover e incentivar programas de políticas públicas voltadas para o envelhecimento ativo e saudável, onde o trabalho com idosos deve sempre visar à melhora/promoção da saúde física, social e mental destas pessoas. (Krug, d’Orsi, e Xavier, 2019)

 

    O objetivo deste estudo foi estimar o efeito da participação em grupos de estimulação e reabilitação cognitiva mediado pelo uso de computadores e Internet sobre a função cognitiva de idosos.

 

Métodos

 

    Estudo prospectivo controlado randomizado por sorteio (em lista de espera) realizado nos anos de 2010 e 2011 com pacientes que desejavam ser tratados nas Clínicas de Memória da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) de Palhoça e Tubarão. A população deste estudo consistiu em idosos residentes na comunidade (ambos os sexos) com idades entre 60 e 85 anos, de duas cidades de médio porte do estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, matriculados em duas clínicas de memória universitária.

 

    Todos os participantes tinham diagnóstico clínico prévio de comprometimento cognitivo leve de acordo com os critérios propostos pelo grupo de consenso de Estocolmo: presença de queixa cognitiva do sujeito e/ou membro da família, ausência de demência, mudança do funcionamento normal, declínio em qualquer área da função cognitiva, preservação do funcionamento geral mas possivelmente com dificuldade crescente no desempenho das atividades da vida diária.

 

    Os critérios de exclusão foram: diagnóstico prévio de demência, comprometimento funcional, doença aguda ou crônica não controlada e deficiência sensorial grave (visual e auditiva).

 

    O Grupo de Intervenção (GI) foi composto por aqueles idosos matriculados nas clínicas de memória que foram sorteados aleatoriamente para participar da intervenção. O GI foi realizado no período de 2010 e 2011, sendo duas turmas em 2010/1, duas em 2010/2 e a mesma coisa em 2011. Já o Grupo Controle (GC) foi constituído pelos que não foram sorteados, porém, permaneceram na lista de espera para participar no futuro.

 

    Todos os participantes receberam acompanhamento médico e recomendações sobre à hábitos de vida saudáveis como prática de atividades físicas, alimentação e atividade intelectual. Durante o estudo, cada paciente de ambos os grupos consultou pelo menos duas vezes nas clínicas de memória. Nenhum dos participantes em ambos os grupos sabia anteriormente como pesquisar na Internet e usar o email.

 

    O GI recebeu uma intervenção não-farmacológica, com uma metodologia iniciada em 2006 que visa compensar, estimular e reabilitar deficiências cognitivas por meio de uma interação com instrumentos digitais (computadores e Internet) em um ambiente cooperativo.

 

    O GI foi orientado por supervisores, que ensinavam o uso básico do computador. O programa consistiu de 20 sessões com duração de 1,5 horas cada, duas vezes por semana. Os alunos de graduação previamente treinados (supervisores), acadêmicos da Escola de Medicina da UNISUL, conduziram as sessões em laboratórios de informática.

 

    Este é um programa sustentável porque os alunos aprendem como lidar com pessoas mais velhas como parte de seu currículo. Esta é uma questão importante em termos de custo-eficácia, implementação e sustentabilidade. (Krug et al., 2019)

Cada encontro do GI teve a seguinte estrutura:

  • Introdução do tema do dia: Qual ferramenta será utilizada (5 a 10 minutos);

  • Interação e uso da(s) ferramenta(as) proposta(as) com duração de 60 minutos com 5 a 10 minutos de intervalo para alongamento (ressalta-se que este tipo de atividade física não atinge as recomendações de atividade física para promoção da saúde);

  • Reunião de todo o grupo ao final, em círculo, para avaliação do trabalho do dia onde todos os participantes deveriam se manifestar inclusive o monitor que dá a voz a cada um e fala por último (15 minutos). As falas deveriam ser sucintas e cabe ao monitor solicitar ao participante que termine sua fala e ceda a vez para o próximo.

    A metodologia do GI baseou-se em aprender a usar o mouse, ferramentas de desenho livre, visualizadores de imagens, jogos, navegadores, navegação hipertextual, email e redes sociais. No final de cada sessão, há uma reunião de grupo onde o processo de aprendizagem, o progresso e as dificuldades são discutidos. Tanto as relacionadas com a própria sessão, quanto a consciência das mudanças na vida diária dos participantes. Esta parte da sessão é fundamental para os participantes e os monitores, pois este é o momento de avaliar a atenção, envolvimento, codificação elaborativa, resiliência e significado das atividades. Essas avaliações são usadas para planejar o próximo conjunto de atividades e abordar o progresso individual.

 

    A intervenção realizada neste estudo representa uma nova metodologia desenvolvida por Xavier, Sales, Ramos, Anção, e Sigulem (2004) e mais detalhes podem ser encontrados na pesquisa de Krug, Ono, Quialheiro, d’Orsi, Ramos, e Xavier. (2015)

 

    Os dados foram coletados por meio de avaliações, antes e após a intervenção, tanto no GI como no GC, por pessoal treinado e supervisionado.

 

    Os dados coletados incluíram a variável de desfecho obtida pelo ganho ou não (não, sim) de quatro pontos ou mais na pontuação da avaliação final do Mini Exame do Estado Mental (MEEM2) em relação à primeira avaliação (MEEM1). Esse ganho de quatro pontos ou mais no Mini Exame do Estado Mental (MMSE) indica mudança significativa no nível de confiança de 90% na função cognitiva, evitando a conversão para os resultados médios (Hensel, Angermeyer, e Riedel-Heller, 2007). O MMSE avalia a capacidade cognitiva por meio de 30 perguntas sobre orientação temporal e espacial, memória de fixação, evocação, atenção, cálculo, e linguagem. É um instrumento muito utilizado em estudos populacionais, sendo traduzido e validado no Brasil por Bertolucci, Brucki, Campacci, e Yara (1994).

 

    A variável independente foi o uso de computadores e Internet: participar do GI ou do GC.

 

    Já as variáveis de controle foram: sexo (masculino, feminino); idade (em anos); escolaridade (em anos de estudo); acesso ao serviço de saúde (não, sim); diagnóstico de doenças como hipertensão, diabetes, hipotireoidismo, depressão e doenças cardiovasculares (não, sim); polimedicação, ou seja, uso de mais de 3 medicamentos de uso contínuo (não, sim); uso de benzodiazepínicos (não, sim); tabagismo (não, sim); atividade física (ativo fisicamente - pratica atividade física três vezes ou mais por semana; e inativo fisicamente - pratica atividade física menos de três vezes por semana); sobrepeso/obesidade baseado no índice de massa corporal - IMC 27,0 Kg/m² (não, sim); capacidade funcional, medida pelo BOMFAQ/OARS (Ramos, 2003). Este instrumento consiste em 15 perguntas sobre atividades básicas e instrumentais da vida diária(0 a 100 pontos); MEEM1(0 a 30 pontos); e o, intervalo, em dias, entre a data da primeira e da segunda avaliação por meio do MEEM1 e MEEM2.

 

    Utilizou-se o pacote estatístico STATA (Stata Corporation, College Station, Estados Unidos) e realizou-se estatística descritiva das características e variáveis estudadas. Para comparar as características do GC e do GI utilizou-se o teste de Qui-Quadrado (X²) para as variáveis qualitativas e o teste T para amostras independentes para as variáveis quantitativas.

 

    Foram estimados Odds Ratios (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%), por meio de regressão logística bruta e ajustada, com nível de significância de p≤0,05. As variáveis com valor de p≤0,05 na análise bivariada foram incluídas no modelo multivariável final. O modelo final foi ajustado para a idade, sexo, doenças cardiovasculares e diabetes, que são os fatores de risco para déficits cognitivos mais relatados na literatura científica. (Diamond, e Ling, 2016; Lincoln et al., 2014; Nevalainen et al., 2015; Norton, Matthews, Barnes, Yaffe, e Brayne, 2014)

 

    Este estudo cumpriu todos os princípios éticos de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética envolvendo seres humanos com o código UNISUL: 10.905.4.01.III. Todas as pessoas envolvidas no estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

Resultados

 

    Da amostra inicial de 121 indivíduos, houve 12 perdas: 3 óbitos, 4 perdas do GI e 5 perdas do GC. Sendo assim, Uma amostra de 109 participantes foi analisada, 56 no GI e 53 no GC. Os participantes do GI frequentaram pelo menos 75% das sessões.

 

    As características descritivas dos dois grupos estão apresentadas na Tabela 1 e na Tabela 2. O valor mínimo do MEEM1 foi de 19 e o máximo de 26 pontos em ambos os grupos. O GC foi significativamente (p>0,001) mais inativo fisicamente (83%) em relação ao GI (50,0%), porém, com menores dificuldades funcionais (GC=13,19 ± 2,17; GI=12,62 ± 2,76; p=0,042).

 

Tabela 1. Características do Grupo de Intervenção (GI), do Grupo 

Controle (GC) e do total da amostra, Tubarão e Palhoça, Brasil, 2011

Variáveis

GC (n=53)

f (%)

GI (n=56)

f (%)

Total (n=109)

f (%)

P

Ganho de 4 pontos ou mais no MEEM

Não

Sim

 

43 (81,1)

10 (18,9)

 

35 (62,5)

21 (37,5)

 

78 (71,6)

31 (28,4)

0,031*

Sexo

Masculino

Feminino

 

43 (81,1)

10 (18,9)

 

45 (80,4)

11 (19,6)

 

88 (80,7)

21 (19,3)

0,918

Acesso ao serviço de saúde

Não

Sim

 

26 (49,1)

27 (50,9)

 

18 (32,1)

38 (67,9)

 

44 (40,4)

65 (59,6)

0,072

Atividade física

Ativo fisicamente

Inativo fisicamente

 

9 (17,0)

44 (83,0)

 

28 (50,0)

28 (50,0)

 

37 (34,0)

72 (66,0)

>0,001*

Sobrepeso/Obesidade

Não

Sim

 

40 (75,5)

13 (24,5)

 

40 (71,4)

16 (28,6)

 

80 (73,4)

29 (26,6)

0,633

Tabagismo

Não

Sim

 

49 (92,4)

4 (7,6)

 

55 (98,2)

1 (1,8)

 

104 (95,4)

5 (4,6)

0,700

Depressão

Não

Sim

 

38 (71,7)

15 (28,3)

 

41 (73,2)

15 (26,8)

 

79 (72,5)

30 (27,5)

0,859

Doença cardiovascular

Não

Sim

 

44 (83,0)

9 (17,0)

 

52 (92,9)

4 (7,1)

 

96 (88,1)

13 (11,9)

0,113

Hipertensão

Não

Sim

 

26 (49,1)

27 (50,9)

 

24 (42,3)

32 (57,1)

 

50 (45,9)

59 (54,1)

0,516

Diabetes

Não

Sim

 

44 (83,0)

9 (17,0)

 

45 (80,4)

11 (19,6)

 

89 (81,6)

20 (18,4)

0,720

Hipotiroidismo

Não

Sim

 

51 (96,2)

2 (3,8)

 

48 (85,7)

8 (14,3)

 

99 (90,8)

10 (9,2)

0,057

Polimedicação

Não

Sim

 

40 (75,5)

13 (24,5)

 

33 (58,9)

23 (41,1)

 

73 (67,0)

36 (33,0)

0,066

Use de benzodiazepínicos

Não

Sim

 

49 (92,5)

4 (7,5)

 

54 (96,4)

2 (3,6)

 

103 (94,5)

6 (5,5)

0,363

f = frequencia; % = Percentual; p valuar do teste do Qui-Quadrado; *p≤0,05; GI= Grupo de Intervenção, GC= Grupo Controle.

 

    Outro ponto importante foi que o GI apresentou maiores proporções na variável ganho ou não de quatro pontos ou mais no MEEM2 em relação ao MEEM1 quando comparado ao GC (GC=18,9%; GI=37,5%; p=0,031).

 

Tabela 2. Características do Grupo de Intervenção (GI), do Grupo 

Controle (GC) e do total da amostra, Tubarão e Palhoça, Brasil, 2011

Variáveis

GC (n=53)

x ± DP

GI (n=56)

x ± DP

Total (n=109)

x ± DP

P

Idade

69,71 ± 5,96

68,89 ± 5,21

69,29 ± 5,58

0,444

Escolaridade

7,08 ± 3,58

7,89 ± 4,38

7,50 ± 4,01

0,289

MEEM1

24,06 ± 2,51

24,63 ± 2,06

24,45 ± 2,28

0,415

Capacidade funcional

13,19 ± 2,17

12,62 ± 2,76

12,90 ± 2,49

0,042**

Tempo* entre as avaliações

164,49 ± 88,65

155,88 ± 93,86

161,90 ± 91,11

0,624

x = média; DP = Desvio padrão; p valor do teste T para amostras independentes; GI= Grupo de Intervenção;

 GC= Grupo Controle; MEEM1 = Mini Exame do Estado Mental Inicial; * = Dias; **p≤0,05.

 

    Não houve diferença significativa entre os grupos em relação às demais variáveis, sendo que os dois grupos eram compostos em sua maioria por homens (GC=81.1%; GI=80.4%), com acesso a seguro de saúde privado superior a 500 USD por mês (GC=75,9%; GI=67,9%), não obesos (GC=75,5%; GI=71,4%), não faziam uso de tabaco (GC=92,4%; GI=98,2%), sem diagnóstico de doença vascular (GC=83,0%; GI=92,9%), de diabetes (GC=83,0%; GI=80,0%), de doença da tireoide (CG=96,2%; GI=85,7%), com diagnóstico de hipertensão (GC=50,9%; GI=57,1%), não fazia uso de polimedicação (GC=75,5%; GI=58,9%) e não utilizava benzodiazepínicos (GC=92,5%, GI=96,4%).

 

    Na Tabela 3 estão as análises bruta e ajustada do ganho de 4 pontos ou mais no MEEM2 em relação ao MEEM1. Estes resultados mostraram que nas análises brutas apenas as variáveis GI e MEEM1 estavam associadas à variável desfecho. Nas análises ajustadas, as mesmas variáveis permaneceram associadas ao ganho de 4 pontos ou mais no MEEN2. Os idosos do GI tiveram probabilidade 4,63 vezes maior de ganhar quatro pontos ou mais no MEEM2 (OR=4,63; IC95%:1,43-14,94) quando comparados ao GC.

 

Tabela 3. Análise bruta e ajustada dos efeitos do grupo de intervenção (GI) do ganho 

de 4 pontos ou mais na função cognitiva de idosos, Tubarão e Palhoça, Brasil, 2011

 

Variáveis

Análise bruta

Análise ajustada

OR (IC 95%)

p

OR (IC 95%)

p

GI

2,58 (1,07;6,19)

0,034*

4,63 (1,43;14,94)

0,010*

Idade

0,95 (0,88;1,03)

0,238

0,96 (0,86;1,07)

0,438

Sexo

0,36 (0,10;1,31)

0,121

0,70 (0,13;3,69)

0,679

Atividade física

0,51 (0,21;1,20)

0,122

-

 

Sobrepeso/Obesidade

0,43 (0,15;1,26)

0,125

-

 

Acesso ao serviço de saúde

2,46 (0,98;6,18)

0,055

1,34 (0,42;4,28)

0,625

Depressão

0,88 (0,34;2,27)

0,800

-

 

Doenças cardiovasculares

0,18 (0,02;1,47)

0,111

0,07 (0,00;1,42)

0,083

Hipertensão

0,60 (0,26;1,40)

0,238

-

 

Diabetes

0,23 (0,05;1,06)

0,059

0,30 (0,06;1,62)

0,164

Hipotiroidismo

0,60 (0,12;3,01)

0,538

-

 

Tabagismo

0,62 (0,07;5,75)

0,671

-

 

Escolaridade

1,09 (0,44;2,71)

0,859

-

 

Tempo entre as avaliações

0,99 (0,99;1,00)

0,333

-

 

Capacidade funcional

0,99 (0,84;1,16)

0,873

-

 

MEEM1

0,67 (0,55;0,83)

<0,001*

0,57 (0,43;0,75)

<0,001

Use de benzodiazepínicos

1,27 (0,22;7,35)

0,785

-

 

Polimedicação

0,49 (0,19;1,28)

0,148

-

 

OR= Odds Ratio; IC95%= Intervalo de confiança de 95%; GI= Grupo de Intervenção; 

MEEM1= Mini Exame de Estado Mental Inicial. *=p≤0,05.

 

Discussão

 

    Os idosos participantes do GI apresentaram melhora significativa no estado cognitivo, quando comparado ao GC. O escore MEEM1 também foi um fator independente: quanto maior o MEEM1, mais difícil foi a melhora, mostrando uma dependência inversa à condição basal. Isso aconteceu possivelmente devido ao fato de que as pessoas com pontuação mais elevada no MEEM1 estão mais próximas de sua melhor capacidade do que as outras, resultando em melhora menos aparente porque é progressivamente mais difícil aumentar a pontuação quando você já está perto do topo (Rabe-Hesket, e Skrondal, 2009). A escolaridade não foi estatisticamente significativa na análise e este fato pode ser explicado pela escolaridade dos dois grupos (GI e CG) ser homogênea. A escolaridade é considerada um fator muito importante na incidência e prevalência de declínios cognitivos devido sua influencia na redução de fatores de risco cardiovascular, sobre perdas funcionais e sobre a procura por atendimentos e tratamentos médicos. (Matthews et al., 2013)

 

    A literatura revela muitos fatores associados ao declínio cognitivo: baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, baixa atividade cognitiva, isolamento social, ser mulher, ser solteiro, o avanço da idade, comorbidades e obesidade. A diabetes está associada com uma progressão mais rápida do comprometimento cognitivo leve para a demência. A hipertensão apresenta resultados imprecisos sobre a sua influência na função cognitiva em diferentes faixas etárias. Fazer uso do tabaco também é prejudicial. A polimedicação e as benzodiazepinas também são influenciadores de déficits cognitivos. (Carneiro, e Cabral, 2016)

 

    No presente estudo, nenhuma dessas variáveis permaneceu associada ao desfecho. Uma explicação é que, desde o início do acompanhamento, ambos os grupos receberam atendimento médico ambulatorial especializado no qual foram instruídos sobre o uso racional da medicação, atividade física, nutrição e cessação do tabagismo, bem como tratamento e monitoramento de doenças crônicas. (Appleby, e Cummings, 2013)

 

    Ambos os grupos mostraram melhorias na função cognitiva ao longo do estudo. Tanto a abordagem ao paciente (GC) quanto à utilização de computadores (GI) são atividades que podem auxiliar na função cognitiva. Estes resultados estão de acordo com Barnes et al. (2013) que relataram melhora significativa em ambos os grupos participantes em seu estudo controlado.

 

    Muitos estudos já mostram que o uso de computadores pode ter efeito de retardar, reduzir e até mesmo promover a função cognitiva (Krug et al., 2017; Diamond, e Ling, 2016). Vários déficits cognitivos e funcionais têm causas reversíveis (d’Orsi et al., 2014) e o uso de computadores está associado com a redução do declínio cognitivo (Krug, 2017) e diminuição da incidência de demência (Barnes et al., 2013). Mesmo em pessoas com comprometimento cognitivo leve. (Xavier et al., 2014)

 

    Tun, e Lachman (2010) examinaram a associação entre o uso de computadores e a função cognitiva em 2.671 americanos e descobriram que quanto maior o uso de computadores, maiores foram as pontuações cognitivas. O estudo de base populacional longitudinal mostrou estabilização e/ou atraso do declínio cognitivo, resultante do uso cotidiano de computadores (Internet e email). Isso ocorreu tanto em indivíduos de meia idade como em idosos, e especialmente em pessoas com menor capacidade cognitiva (Xavier et al., 2014). Manter ou melhorar a função cognitiva em pessoas de meia-idade e idosas através da estimulação cognitiva é importante para a promoção da saúde. (Catalayud, Pló e Muro, 2020)

 

    Além de auxiliar na melhora cognitiva, o uso de computadores e Internet pode proporcionar diversos outros benefícios para os idosos como inclusão social, maior comunicação com familiares e amigos, fortalecimento de relações intergeracionais, maior autonomia, qualidade de vida lazer, conhecimento e inclusão digital (Krug et al., 2019; Ngandu et al., 2015) auxiliando estes a realizarem novos comportamentos importantes na sociedade moderna como o uso de email, redes sociais, serviços de banco online e até mesmo no caixa eletrônico, contratações de serviços online, uso de celulares, smart-phones e tablets, dentre muito outros.

 

    O uso de computadores e Internet pode ter forte impacto na prevenção e tratamento de problemas cognitivos além de poder diminuir gastos com uso de fármacos e internações hospitalares; auxiliar na aquisição de mais conhecimento e habilidades, influenciando em melhores desempenhos intelectuais e até mesmo impulsionando idosos menos escolarizados a voltarem a estudar; e incrementar os níveis de atividade física através do conhecimento sobre os benefícios da atividade física regular para a saúde e sobre diferentes formas de atividades físicas que podem ser realizadas. Este comportamento tecnológico é atualmente a maior fonte de informações sobre cuidados com saúde, estilo de vida e educação. (Krug, Xavier, e d’Orsi, 2018)

 

    Atualmente no Brasil não existem nenhuma política de acesso a Internet específica para idosos sendo que cabe exclusivamente as universidades através de projetos de extensão a oferta de programas que visam a utilização de computadores e Internet para idosos. Neste sentido, deve-se pensar na elaboração de propostas e ações que visem o uso de computadores e Internet como uma excelente forma de prevenção e tratamento do declínio cognitivo.

 

    Entre as limitações deste estudo estão o baixo tamanho da amostra e as diferenças entre GI e GC no que se refere ao estilo de vida sedentário (menor no GI) e à capacidade funcional (menor no GI). Essas diferenças podem não ter resultados tendenciosos, uma vez que era esperado que o GI apresentasse pior desempenho devido à sua capacidade funcional ligeiramente inferior no início do estudo. Entre os pontos positivos do estudo estão o desenho amostral randomizado, as avaliações padronizadas e o seguimento dos participantes em clínicas de memória especializadas.

 

    Sugere-se que novos estudos de intervenção controlada e randomizada com um maior número de participantes e que utilize outros instrumentos de rastreio cognitivo sejam realizados para enfatizar melhor o efeito da participação em grupos de estimulação e reabilitação cognitiva mediados pelo uso de computadores e Internet sobre a função cognitiva de idosos. Sugere-se também que novos estudos incluam além do uso de computadores e Internet a prática de atividades físicas o que pode proporcionar maiores efeitos sobre a função cognitiva de idosos.

 

    Conclui-se que a participação em grupos de estimulação cognitiva baseados em computadores e Internet podem estar associadas à melhora clinicamente significativa da função cognitiva em idosos acompanhados em clínicas de memória universitária e com comprometimento cognitivo leve. Estes achados tem grande relevância para a prevenção e para o tratamento de problemas cognitivos pois o uso de computadores e Internet são comportamentos modificáveis e não farmacológicos que podem ser facilmente incluídos em políticas púbicas de promoção da saúde de idosos.

 

Referências

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 26, Núm. 275, Abr. (2021)