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ISSN 1514-3465

 

A inserção do profissional de Educação Física no Sistema Único de Saúde

The Insertion of the Physical Education Professional in the Unified Health System

La inserción del profesional de Educación Física en el Sistema Único de Salud

 

Lucas Vitor Baumgärtner*

lucasvbaumgartner@gmail.com

Camila da Cunha Nunes**

camila.nunes@unifebe.edu.br

Matheus Fraga***

fragam86@gmail.com

 

*Doctorado en Educación por el Programa de Postgrado en Educación

de la Universidad de Vale do Itajaí (UNIVALI)

Maestría en Educación del Programa de Posgrado en Educación

de la Universidad Regional de Blumenau (FURB)

Graduado en Licenciatura en Educación Física

Licenciado en Educación Física

por el Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE)

Actualmente es miembro investigador del Grupo de Estudios e
Investigaciones en Educación y Trabajo (UNIVALI)

Profesor de Educación Física en Educación Infantil

de la Red Educativa Municipal de Brusque (SEME)

Profesor de las carreras de Psicología y Enfermería y Tutor

de la Carrera de Educación Física
en el Centro Universitario Leonardo da Vinci (UNIASSELVI)

**Doutora em Desenvolvimento Regional
pela Universidade Regional de Blumenau (FURB)
Máster em Educação y Desenvolvimento Regional (FURB)
Licenciada em Educação Física (FURB)
Professora do Centro Universitário Brusque (UNIFEBE)

***Licenciado em Educação Física
pelo Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE)
Professor de tênis em Escola Guga

(Brasil)

 

Recepción: 04/07/2020 - Aceptación: 24/01/2025

1ª Revisión: 05/11/2024 - 2ª Revisión: 21/01/2025

 

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Cita sugerida: Baumgärtner, L.V., Nunes, D. da C., e Fraga, M. (2025). A inserção do profissional de Educação Física no Sistema Único de Saúde. Lecturas: Educación Física y Deportes, 29(321), 2-16. https://doi.org/10.46642/efd.v29i321.2395

 

Resumo

    Este estudo teve como objetivo descrever a atuação de cinco profissionais de Educação Física no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica de Brusque/ Santa Catarina. Foi realizado uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório e de campo. Para tal, foram entrevistados e observados cinco profissionais atuantes no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, sendo um profissional de cada Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica do município de Brusque. Todas as entrevistas semiestruturadas e observações não-participantes das intervenções junto aos grupos do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica ocorreram no local de trabalho dos profissionais de Educação Física. Percebeu-se que as funções dos profissionais de Educação Física no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, apesar de ser muito participativo nos grupos de atividades físicas, vai muito além disso. Mesmo suas funções estando descritas em documento, para usuários, e, para outros integrantes das equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica fica restrita a desenvolver grupos de atividades físicas. Contudo, segundo os relatos, os profissionais de Educação Física participam ativamente dos acolhimentos nas Unidade Básica de Saúde, nos atendimentos compartilhados, na territorialização e das reuniões multidisciplinares nas Unidades, além das reuniões mensais da equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica.

    Unitermos: Inserção. Profissional de Educação Física. Sistema Único de Saúde.

 

Abstract

    This study aimed to describe the performance of five Physical Education professionals at the Expanded Center for Family Health and Primary Care in Brusque/Santa Catarina. Qualitative exploratory and field research was carried out. To this end, five professionals working in the Expanded Family Health and Primary Care Center were interviewed and observed, one professional from each Expanded Family Health and Primary Care Center in the city of Brusque. All semi-structured interviews and non-participant observations of interventions with the groups of the Expanded Family Health and Primary Care Center took place in the workplace of Physical Education professionals. It was noticed that the functions of Physical Education professionals in the Expanded Family Health and Primary Care Center, despite being very participative in physical activity groups, go far beyond that. Even though its functions are described in a document, for users, and for other members of the teams of the Expanded Family Health and Primary Care Center, it is restricted to developing physical activity groups. However, according to reports, Physical Education professionals actively participate in receptions in the Basic Health Units, in shared care, in territorialization and in multidisciplinary meetings in the Units, in addition to the monthly meetings of the Expanded Family Health and Primary Care Center team.

    Keywords: Insertion. Physical Education professional. Unified Health System.

 

Resumen

    Este estudio tuvo como objetivo describir el desempeño de cinco profesionales de Educación Física del Centro Ampliado de Salud de la Familia y Atención Primaria de Brusque/Santa Catarina. Se realizó una investigación cualitativa exploratoria y de campo. Para ello, fueron entrevistados y observados cinco profesionales que actúan en el Centro Ampliado de Salud Familiar y Atención Primaria, un profesional de cada Centro Ampliado de Salud Familiar y Atención Primaria de la ciudad de Brusque. Todas las entrevistas semiestructuradas y observaciones no participantes de las intervenciones con los grupos del Centro Ampliado de Salud de la Familia y de Atención Primaria tuvieron lugar en el lugar de trabajo de los profesionales de Educación Física. Se constató que las funciones de los profesionales de Educación Física del Centro Ampliado de Salud de la Familia y Atención Primaria, a pesar de ser muy participativos en los grupos de actividad física, van mucho más allá. Si bien sus funciones están descritas en un documento, para los usuarios y para los demás integrantes de los equipos del Centro Ampliado de Salud Familiar y Atención Primaria, se restringe al desarrollo de grupos de actividad física. Sin embargo, según reportes, los profesionales de la Educación Física participan activamente en las recepciones en las Unidades Básicas de Salud, en la atención compartida, en la territorialización y en las reuniones multidisciplinarias en las Unidades, además de las reuniones mensuales del equipo del Centro Ampliado de Salud de la Familia y de Atención Primaria.

    Palabras clave: Inserción. Profesional de Educación Física. Sistema Único de Salud.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)


 

Introdução 

 

    Com o decorrer dos anos visualizou-se à necessidade da oferta da atividade física para a prevenção e promoção da saúde dentro da atenção primária. Esta foi a oportunidade de os profissionais de Educação Física (PEF) adentrarem na saúde pública e perpassa o próprio reconhecimento da Educação Física como uma das categorias inseridas na área da saúde. (Nunes, e Voss, 2019)

 

    A partir disto, o PEF passa a ter função importantíssima nos atendimentos juntamente com a equipe multidisciplinar. Entretanto, muitos destes profissionais tem certo medo de atuar devido a diversos fatores, quando a precária formação inicial, falta de conhecimento específico, etc. (Brugnerotto, e Simões, 2008). Apesar de haver documentos que expliquem a função do PEF, suas práticas desenvolvidas dentro do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) parecem estar incertas.

 

    Com o passar do tempo o PEF foi inserido também no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), ambulatórios especializados, entre outras redes (Brasil, 2012). Visto que a inserção do PEF no SUS é recente, é necessário analisar como ocorre o planejamento e atuação do PEF no SUS (Sistema Único de Saúde) a partir do NASF-AB. Parte-se do pressuposto que o PEF tem um planejamento a ser seguido, construído com base nas políticas públicas que especifiquem a sua função no NASF-AB e, consequente, atuação.

 

    Essa pesquisa justifica-se, pois é recente a inserção do PEF para atuação junto ao SUS, visto que ocorreu inicialmente por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), a utilização da terminologia NASF-AB ocorreu em 2017. Assim, usuários, profissionais e acadêmicos podem desconhecer a atuação desses profissionais na prevenção e promoção de saúde no âmbito público. Além disso, há falta de pesquisas que sustentem a importância deste profissional na saúde pública, sobretudo, no contexto local a partir do município de Brusque (SC).

 

    Ademais, alguns profissionais podem se sentirem com inabilidade de assumirem sua função, talvez por incapacidade ou por falta de credibilidade na atuação. Brugnerotto, e Simões (2008) ao dissertarem sobre a caracterização dos currículos de formação profissional em Educação Física, sinalizaram que é preciso um amadurecimento das propostas dos currículos que foram investigados, sendo talvez necessário, não somente o amadurecimento, mas também o modo como ele é implementado.

 

    Como justificativa, temos a de demonstrar a importância da atuação no SUS do PEF, bem como, esclarecer para os graduados e futuros graduados em Educação Física quais são as atribuições e ações podem realizar no SUS, especificamente relacionado com Atenção Primária à Saúde. Este trabalho contribui para aumentar as pesquisas produzidas no campo da Educação Física em relação a atuação do PEF na Saúde Pública/ Saúde Coletiva.

 

    O objetivo deste artigo é descrever a atuação de cinco profissionais de Educação Física no NASF-AB de Brusque/ SC. É preciso ressaltar que, houve a extinção do programa NASF-AB e surgimento do eMulti, no entanto, a pesquisa demonstra a importância que o programa NASF-AB tinha à época.

 

Atenção Básica à Saúde 

 

    A atenção básica é entendida como o conjunto de ações, individuais ou coletivas, compreendendo à promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento e reabilitação (Bachetti, e Borges, 2016) – constituindo-se em uma das principais portas de entrada para o SUS.

 

    É a partir da atenção básica, que se encontra a Estratégia de Saúde da Família (ESF), uma das principais estratégias propostas pelo Ministério da Saúde brasileiro, para reorientar o modelo assistencial do SUS (Brasil, 2012). A ESF “procura reorganizar os serviços e reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, ou seja, da promoção da qualidade de vida da população, constituindo-se em uma proposta com dimensões técnica, política e administrativa inovadoras”. (Lima, 2015, p. 7)

 

    Os princípios norteadores da ESF que incorpora os princípios do SUS e se estrutura a partir da UBS é operacionalizado por meio da integralidade, territorialização, equipes multiprofissionais e caráter substitutivo (Santana, e Carmagnani, 2001). Composta pelas ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos (Massuda, 2010). Além disso, para viabilizar suas ações, é necessário compor uma equipe multiprofissional. (Brasil, 2012)

 

    Entre os objetivos da ESF incluem-se: a prestação da assistência integral e contínua de boa qualidade à população, elegendo a família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no atendimento à saúde; a intervenção sobre os fatores de risco a que esta população está exposta, humanizando as práticas de saúde por meio de estabelecimento de vínculo de confiança e contribuindo para a democratização do conhecimento do processo saúde-doença. (Brasil, 2012)

 

    Para que as equipes do ESF atuem é necessário realizar a territorialização das famílias, através do cadastramento por meio de visitas domiciliares, possibilitando um diagnóstico das características sociais, demográficas e epidemiológicas (Brasil, 2012). É na equipe da ESF que as situações levantadas durante as visitas, resultam em diagnósticos nas reuniões internas para serem discutidas, valorizando a soma de olhares dos vários profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. Dessa forma, a equipe acaba obtendo um maior impacto sobre os diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença.

 

    Uma das maiores dificuldades para o funcionamento da ESF é a carência de profissionais para atender esta nova realidade (Campos, e Belisario, 2001), pois se exige profissionais com formação generalista, capazes de atuar de forma efetiva na complexa demanda de cuidados da atenção básica que se encontra na contramão do modelo biomédico. Para atender as necessidades da família na atenção básica surge o NASF, por sua vez, visando a ampliação e abrangência das ações já produzidas na atenção básica.

 

Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e o Profissional de Educação Física 

 

    Atualmente o NASF-AB, foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. Constituídos por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, a atuação é de forma integrada, a fim de apoiar as demais equipes de Saúde da Família e de atenção básica para populações específicas, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes. (Brasil, 2012)

 

    Os NASF-AB fazem parte da atenção básica, mas não se constituem serviços com unidades físicas independentes ou especiais. Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde1 e seus serviços, além de outras redes como Sistema Único de Assistência Social, redes sociais e comunitárias. (Brasil, 2012)

 

    Os NASF-AB devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde. Ações de apoio como discussão de casos, interconsulta, ações intersetoriais, educação permanente e ações de prevenção e promoção da saúde, são exemplos de ações desenvolvidas pelos profissionais atuantes no NASF-AB. (Brasil, 2012)

 

    Diante deste contexto, onde o sedentarismo tornou-se um problema de saúde pública, muitas discussões têm permeado temas relacionados à ampliação das políticas públicas de saúde no Brasil por meio da inclusão de práticas corporais e da atividade física (PCAF) (Scabar, Pelicioni, e Pelicioni, 2012). “Dessa forma, o perfil dos profissionais da rede de Atenção Básica, entre os quais o da Educação Física, deve contemplar posturas que superem a perspectiva individualizante e fragmentária que tradicionalmente abordam os modos de viver”. (Scabar, Pelicioni, e Pelicioni, 2012, p. 412)

 

    É da interação com a cultura que advém a importância de se construir conceitos e compreensões de saúde, promoção da saúde e PCAF a partir das experiências apresentadas e/ou construídas pela população referenciada a um território. Nesse sentido, recomenda-se que o PEF favoreça a abordagem da diversidade das manifestações da cultura corporal presentes localmente e as que são difundidas nacionalmente. (Brasil, 2009)

 

    Para a atuação profissional desenvolvendo PCAF não se pode determinar as diretrizes a seguir apenas para o PEF, mas sim, para todos os profissionais envolvidos nessa área estratégica:

  1. Fortalecer e promover o direito constitucional ao lazer;

  2. Desenvolver ações que promovam a inclusão social e que tenham a intergeracionalidade, a integralidade do sujeito, o cuidado integral e a abrangência dos ciclos da vida como princípios de organização e fomento das práticas corporais/atividade física;

  3. Desenvolver junto à equipe de Saúde da Família ações intersetoriais pautadas nas demandas da comunidade;

  4. Favorecer o trabalho interdisciplinar amplo e coletivo como expressão da apropriação conjunta dos instrumentos, espaços e aspectos estruturantes da produção da saúde e como estratégia de solução de problemas, reforçando os pressupostos do apoio matricial;

  5. Favorecer no processo de trabalho em equipe a organização das práticas de saúde na Atenção Primária à Saúde (APS), na perspectiva da prevenção, promoção, tratamento e reabilitação;

  6. Divulgar informações que possam contribuir para adoção de modos de vida saudáveis por parte da comunidade;

  7. Desenvolver ações de educação em saúde reconhecendo o protagonismo dos sujeitos na produção e apreensão do conhecimento e da importância desse último como ferramenta para produção da vida;

  8. Valorizar a produção cultural local como expressão da identidade comunitária e reafirmação do direito e possibilidade de criação de novas formas de expressão e resistência sociais;

  9. Primar por intervenções que favoreçam a coletividade mais que os indivíduos sem excluir a abordagem individual;

  10. Conhecer o território na perspectiva de suas nuances sociopolíticas e dos equipamentos que possam ser potencialmente trabalhados para o fomento das práticas corporais/ atividade física;

  11. Construir e participar do acompanhamento e avaliação dos resultados das intervenções;

  12. Fortalecer o controle social na saúde e a organização comunitária como princípios de participação políticas nas decisões afetas a comunidade ou população local. (Brasil, 2009, p. 146)

    Para tal, é preciso que todos os profissionais envolvidos no processo planejem suas ações, visto que estas diretrizes não podem ser apenas de responsabilidade do PEF. Sendo assim, o planejamento é essencial para que seja atendida a necessidade da comunidade.

 

Metodologia 

 

    Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, em relação ao objetivo utilizamos o exploratório por meio do procedimento pesquisa de campo (Gil, 2002). Foram entrevistados e observados cinco PEF (PEF1, PEF2, PEF3, PEF4 e PEF5) atuantes no NASF-AB, sendo um profissional de cada NASF-AB do município de Brusque (SC). Ressalta-se que a seleção foi feita de maneira intencional, ou seja, os únicos cinco profissionais atuantes na cidade. Todas as entrevistas semiestruturadas e observações não-participantes (Gil, 2002) das intervenções junto aos grupos do NASF-AB ocorreram no local de trabalho do PEF (nas UBS). De início, realizou-se a observação para evitar a modificação do comportamento/fala do participante. Foram observadas cinco intervenções, uma de cada PEF participante, para complementar/ilustrar as informações das entrevistas. Durante as observações, foram registradas as práticas a partir de quatro eixos: atividades realizadas durante os encontros; público participante; pessoas que acompanham o PEF e a estrutura da aula.

 

    A análise dos resultados foi constituída por meio do processo de triangulação que envolveu os dados empíricos coletados na entrevista semiestruturada, os registros das observações produzidas no caderno de anotações e a fundamentação teórica pautadas na análise de conteúdo (Bardin, 1977) foram apresentadas categorias analíticas empíricas sinalizadas em itálico (durante o processo analítico). Em síntese, a partir dos dados documentais e teóricos formulamos questões a priori e com os dados empíricos criamos categorias a posterior, atendendo e descrevendo os dados conforme os sujeitos apresentassem seus resultados.

 

    Na análise de conteúdo, Bardin (1977), nos mostra que toda produção cientifica perpassa por categoria a priori, que são oriundas dos objetivos específicos, na montagem dos questionários, entrevistas ou propriamente roteiros de observações. No entanto, a autora não se limita a isso. Após aplicação dos instrumentos de pesquisa, as categorias a posteriori são elencadas. Sendo assim, as respostas dos sujeitos vão nos dar outras categorias que deverão ser analisadas pelos pesquisadores e organizadas.

 

    Para assegurar os critérios éticos que envolvem a pesquisa científica, registra-se que a condução da pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa por meio do parecer de número 3.225.506 sob o registro de Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 09465619.3.0000.5636.

 

Resultados e discussão 

 

    Em relação ao capítulo de resultados e discussões, iremos apresentar o texto e a análise a partir das categorias a priori e a partir dos resultados dos sujeitos criaremos as categorias a posterior. Saliento que as categorias estarão em negrito para melhor compreensão.

No que se refere ao tempo de formação dos PEF atuantes no NASF-AB, relata-se que todos são formados na área de Educação Física, sendo o mais recente com 2 anos de formação e o mais experiente com 16 anos. Alguns já atuavam anteriormente na área da saúde, envolvidos com projetos municipais, entretanto, para alguns esse é o primeiro contato com a área da saúde.

 

    P1 já atuou 10 anos na área da saúde e está completando 6 anos no NASF-AB; P2 atua a apenas 2 meses no NASF-AB, anteriormente atuava com a Educação; P3 trabalha há 9 anos com a saúde e desses 9 anos, 7 com o NASF-AB; P4 possui 1 ano e 4 meses de atuação com o NASF-AB; e P5 está atuando há 1 ano no NASF-AB. Desses 5 profissionais, 3 são efetivos e 2 são residentes do Programa Residência Multiprofissional em Atenção Básica – Saúde da Família.

 

    Atuam de acordo com o planejamento construído a partir das reuniões multidisciplinares, formado por uma equipe multiprofissional. O planejamento é elaborado para que os profissionais atuem de acordo com a população que abrange a UBS daquela localidade. O PEF do NASF-AB realiza planejamentos compartilhados juntamente com os demais profissionais que atuam na UBS. No relato de P1 identificou-se que, “[...] não existe um planejamento específico para a Educação Física. Existe às vezes um planejamento específico para um território [...]”. Este território na fala do P1 corresponde a demanda específica de determinada UBS. Corroborando com P1, apresenta-se no Caderno de Atenção Básica que:

    o processo de implementação do NASF implica a necessidade de estabelecer espaços rotineiros de discussões e de planejamento em equipe (NASF) e entre equipes (NASF e equipe de SF [Saúde da Família]). Com reuniões para definir objetivos, critérios de prioridades, critério de avaliação dos trabalhos, resolução de conflitos, discussões de casos/situações, entre outros. (Brasil, 2009, p. 23)

    O processo de territorialização é um dos elementos base para a constituição dos planejamentos. Sendo assim: “a territorialização possibilita diagnóstico mais preciso das condições de saúde da comunidade e também a construção de um planejamento local de saúde” (Brasil, 2009, p. 70). Para isso, a equipe multiprofissional se desloca da UBS para tomar conhecimentos das demandas da região que atende. A partir disso, terá conhecimentos sobre a população específica e dos indicadores sociais, particularmente relacionados a saúde. Não somente os casos identificados pelo NASF-AB, mas também os casos coletados por agentes de saúde, médicos e os que chegam pelos acolhimentos realizados na UBS. P1 esclarece que: “[...] existe às vezes um planejamento específico para um território, para um território que tem muito sedentário, que tem muita obesidade, daí a gente dá uma força, [...]”.

 

    Além disso, o acolhimento é de suma importância para que o NASF-AB, assim como os demais profissionais atuantes na UBS, possa atender os usuários no momento do suas requisições, como sustenta Brasil (2009):

    as particularidades da saúde mental na Atenção Primária e a necessidade de ampliação da clínica devem fazer parte do conhecimento e do cotidiano dos profissionais das equipes do NASF que trabalharão junto às equipes de Saúde da Família. Busca-se evitar ações fragmentadas e aumentar a capacidade de acolhimento e de resolubilidade nesse nível de atenção (p. 40).

    Uma sugestão de mudança para o acolhimento em uma das UBS visitadas, foi na melhora da Guia de Encaminhamento. Assim é preciso que o profissional que realizar o atendimento com o usuário, possa coletar o maior número de informações sobre o mesmo, a fim de que, quando os todos se reunirem para discutir os casos, possam encaminhar de forma correta ao(s) profissional(is) específico(s).

 

    Conforme P2: “é discutido a organização do NASF, agora, por exemplo, estamos tentando organizar uma nova Guia de Encaminhamento, para que a gente possa coletar mais informações sobre o usuário pra trazer pra equipe NASF”. Isso pode ser observado na reunião multidisciplinar que participamos em que quase todos os profissionais da UBS se reuniram com o intuito de discutir casos, atendimentos e acolhimentos.

 

    Segundo Brasil (2009, p. 23) essas reuniões têm como princípios “[...] definir objetivos, critérios de prioridades, critério de avaliação dos trabalhos, resolução de conflitos, discussões de casos/situações, entre outros”. Salienta-se que os acolhimentos podem ser realizados por qualquer profissional da UBS, não precisando ser da sua área de atuação, isso é chamado de “matriciamento”. “O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, necessariamente, relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de referência”. (Brasil, 2009, p. 12)

 

    No acolhimento, é identificado a demanda específica de casos da região abrangente da UBS. Salientado por P3 sobre o planejamento para os seus usuários: “[...] cada um faz de acordo com a sua demanda e com a necessidade dos seus bairros”. Entende-se por demanda a identificação das necessidades dos usuários daquela área em específico, complementando: “faz-se necessário que identifique o que é mais prevalente no seu território. Ela deve organizar suas ofertas levando-se em conta as especificidades da clientela adscrita, que inclui o contexto local”. (Brasil, 2009, p. 14)

 

    Corroborando com essa forma de identificação, P2 destaca a população que compõem a sua região: “há muitos idosos e hipertensos, bastante insulínicos dependentes, mas o que aparece aqui são casos de obesidade, principalmente em crianças”. Ainda P4 fortalece a ideia: “[...] a gente muda de Unidade a cada dia, e cada Unidade tem uma demanda diferente, então a gente não tem público específico, a cada dia vai mudar esse público”. Elucidando a fala do P4, ele relata que cada UBS tem a uma demanda de necessidades específicas dos seus usuários, devido ao fato de que cotidianamente esta equipe NASF-AB atende uma UBS diferente. Por este motivo, ele como profissional tem o seu planejamento para cada UBS, visto que, para cada uma delas, serão planejamentos diferentes, por conta de suas particularidades. Sendo assim, “[...] as intervenções devem se dar a partir do contexto familiar e comunitário [...]”. (Brasil, 2009, p. 40)

 

    Sobre as funções desempenhadas pelo PEF dentro do NASF-AB, pode-se descrever a partir de P2 que “[...] trabalha com os grupos e também faz as visitas domiciliares, atendimentos compartilhados com outros profissionais, [...] e também os acolhimentos, sempre que o paciente chega a gente ajuda.” Para corroborar, P3 ressalta:

    a gente trabalha com grupos, tanto os grupos que a gente tem nos bairros de atividade física quanto os grupos de gestantes, que são da Unidade, grupos de hipertensos e diabéticos [...]. A gente trabalha na escola com programação da escola, [...] a gente trabalha com visita domiciliar, [...] e visita compartilhada.

    A partir disso, verifica-se veemência a incidência no relato dos participantes das funções descritas em Brasil (2009), funções estas anteriormente apresentadas. Destaca-se também as reuniões multiprofissionais e multidisciplinares das quais o PEF participa. Silva (2016) apresenta que o PEF além de participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, pode também produzir informações científicas e pedagógicas. De maneira corroborativa, P1 sinaliza: “uma facilidade que encontramos é trabalhar com um grupo “multi” [...]”; P2: “[...] a gente busca sempre ter uma mesma linha de ação. Elas2 são organizadas para que essas reuniões “multis” possam ser planejadas os atendimentos e tudo o mais.”; P3: “então, nós temos as discussões multiprofissionais, são feitas em todas as unidade [...]”; por fim, P4: “[...] existem reuniões de discussões de casos [...], elas ocorrem semanalmente.”

 

    A respeito das informações científicas e pedagógicas, não só o PEF, mas toda a equipe NASF-AB trabalha com a orientação sobre promoção e prevenção da saúde. Como salienta Silva (2016), o PEF precisa incorporar a adesão de levar aos usuários informações de hábitos saudáveis, sejam eles sobre promoção ou prevenção da saúde da população. Portanto, “os profissionais do NASF realizarão diretamente também, embora em caráter excepcional, atenção aos usuários que requeiram cuidados de reabilitação, orientação, atendimento individual e coletivo”. (Brasil 2009, p. 56)

 

    P2 informou que: “[...] a gente tem o grupo do Bem-estar que envolve todos os profissionais da equipe NASF. Então a gente se organiza para que a farmacêutica vá lá e fale sobre como armazenar os medicamentos; as vezes a psicóloga vai lá falar sobre a ansiedade [...]”. Entende-se então, que os profissionais trabalham para orientar os usuários sobre os benefícios de determinadas ações e sobre as consequências de outras. Sendo assim, P2 afirmou que “[...] não temos o objetivo de pressionar [...]”, apenas de orientar.

 

    Nesta perspectiva, as informações fornecidas pelo P1 que eles tentam incentivar ao máximo os usuários para que conquistem sua autonomia e não que fiquem dependentes de terceiros. Para isso, Silva (2016) defende a ideia de que o PEF precisa conhecer a demanda de usuários para que adeque suas atividades de acordo com a realidade dos que frequentam seus grupos. Assim pode adaptar suas aulas com materiais de fácil acesso, como por exemplo, garrafas de água, cabos de vassouras e elásticos. Faz-se importante salientar:

    aumentar a autoconfiança, a capacidade, a autonomia de indivíduos e grupos sociais, seja nas relações interpessoais, seja nas institucionais, deve ser objetivo central das boas práticas de reabilitação. Isso tem sido chamado também de empoderamento. Seu significado é fundamental, traduzindo desenvolvimento de potencialidades, aumento de informação, da percepção e da participação real e simbólica dos pacientes, que assim passam a ser sujeitos, e não meramente objetos das ações. (Brasil, 2009, p. 62)

    Sobre isso, o mesmo P1 comentou adaptar suas atividades de acordo com o espaço e materiais disponíveis: “em relação aos materiais que o NASF trabalha nesses grupos, são alguns cones, colchonetes, cadeiras, garrafas de 500 ml cheias de areia para serem trabalhados os membros superiores com um pouco de peso [...]”. Auxiliando nesta autonomia, volta-se ao aspecto mencionado anteriormente sobre os PEF trabalharem sob a perspectiva de promoção e prevenção à saúde, nele embarcado a questão de mudanças de hábitos para a melhora da qualidade de vida da comunidade. Observa-se na fala de P5, que “a gente trabalha com a gente trabalha com a promoção, mas trabalhamos mais com a prevenção, [...] só que como a saúde é voltada mais na doença, a gente não atua tanto na doença, a gente atua na saúde”.

 

    Em contrapartida, houve PEF que informaram encontrar dificuldades com a falta de materiais, mas principalmente com o espaço físico disponível para a realização das práticas com os grupos. Com isso, P1 nos informou que em parceria com a comunidade, desfruta do salão da Igreja próxima a Unidade para a realização das atividades; já P2, nos relatou que não há espaço físico na sua Unidade, que são realizadas atividades do lado de uma horta; por fim, P3 e P4 disseram que também buscam parcerias com a comunidade, como em Igrejas e Colégios. Portanto, para que as práticas em grupo ocorram de forma planejada e desejada, é de suma importância que os profissionais mapeiem a comunidade, reconhecendo os seus lugares, espaços físicos, culturas, favorecendo para a valorização das práticas. (Silva, 2016)

    Há que se considerar também algumas situações desfavoráveis, como a urbanização exacerbada e o desaparecimento de espaços públicos de lazer; as dificuldades de acesso às praças, aos parques ou aos centros comunitários, seja pela ausência de tempo, recurso financeiro, limitações motoras, seja até mesmo pela violência. (Brasil, 2009, p. 145)

    Além disso, outra dificuldade encontrada no NASF-AB relatada pelos PEF de forma unânime, foi de os profissionais das UBS não terem a visão do NASF-AB como uma equipe qualificada para a resolução dos problemas, ou seja, não há reconhecimento por parte desses profissionais sobre a credibilidade do trabalho da equipe. Porém, será abordado apenas referente ao PEF inserido no NASF-AB.

 

    O P1 relata que “[...] a Unidade de Saúde Básica não nos vê como uma equipe de especialista, veem como uma equipe deles, que não vem um encaminhamento para o psicólogo, de depressão ao psicólogo, que eles vejam essa depressão como um problema que pode vir de várias coisas [...]”. O que este profissional quis dizer foi que, os profissionais da UBS apenas enxergam o problema como uma doença, e não que vários fatores podem acarretar a doença, como por exemplo a depressão citada pelo PEF, o ambiente também influencia muito nos sintomas.

 

    O P2 relatou “[...] não ser tão bem acolhido pela (ESF) [...]”; o P3 disse que falta “[...] entendimento por parte de alguns profissionais de outras áreas, que acabam às vezes não entendendo o trabalho, [...] não entendendo que é um trabalho diferente no usuário e não uma especialidade.”; e o P4 informa que “somos apenas requisitados para trabalhos coletivos [...]. Até mesmo profissionais da nossa área de formação desconhecem a minha atuação”.

 

    A partir disso, pode-se identificar que os PEF do NASF-AB conseguem atingir os seus objetivos elencados durante o seu trabalho, contudo, percebe-se a falta de credibilidade por parte dos profissionais de outras áreas e, também em alguns casos, de PEF que não atuam no NASF-AB. Ao abordar essa questão, Silva (2016) afirma que estudos mostram um déficit na formação dessa área. Por este motivo, questiona-se a recente entrada do PEF no NASF-AB, visto que aumenta a cada ano a entrada deste profissional na Saúde Pública. Em vista disso, os cursos de graduação precisam atender essa nova demanda, especializando seus profissionais e por meio da grade curricular que abranja a saúde pública e áreas afins, com a abertura de estágios específicos antes da formação. (Silva, 2016)

 

    Sobre as avaliações aplicadas pelos PEF nos usuários, novamente de forma unânime, os PEF informaram que realizam uma anamnese como avaliação inicial. Após o início nos grupos de atividades físicas, é realizado uma vez ao mês a pesagem dos usuários para que se tenha um controle e, não que sejam estabelecidas metas para serem alcançadas. Novamente salienta-se sobre a orientação, pois este é o motivo da pesagem, orientar aos usuários o seu peso para que criem consciência sobre o peso ideal. Além disso, antes de cada início das práticas, todos os PEF (participantes da pesquisa) aferem a pressão arterial dos usuários, para que sejam estabelecidos um controle sobre ela e que seja repassado ao usuário posteriormente. Apenas o P4 relatou em realizar a avaliação antropométrica (circunferências gerais).

    Recomenda-se que o profissional de Educação Física favoreça em seu trabalho a abordagem da diversidade das manifestações da cultura corporal presentes localmente e as que são difundidas nacionalmente, procurando fugir do aprisionamento técnico pedagógico dos conteúdos clássicos da Educação Física, seja no campo do esporte, das ginásticas e danças, bem como na ênfase à prática de exercícios físicos atrelados à avaliação antropométrica e à performance humana. (Brasil, 2009, p. 144)

    Dessa maneira, são realizadas reuniões multidisciplinares e multiprofissionais para que, com os dados tabulados dos usuários todos os “profissionais do NASF” (P2), cuja frequência de encontro é uma vez ao mês, possam discutir os casos e seguir um padrão de atendimento.

Apesar disso, o P5 disse que há avaliações realizadas de “boca”, pelo fato de não haver suporte para toda a demanda. O exemplo que o P5 relata, é quando um usuário chega e lhe fala na anamnese que tem problemas na coluna, por conta disso, apenas recomenda não realizar os saltos durante as práticas, sendo assim, o problema do usuário fica muito subjetivo, pois não se sabe a real gravidade deste problema. Por exemplo: “se eu tenho um desvio na coluna, logo, você evite saltar!” (P5).

 

    Salienta-se que cada NASF-AB necessita compreender a sua demanda, sendo assim, os PEF devem realizar atividades em grupo, de acordo com as necessidades identificadas. Nesta perspectiva, comenta-se a fala de P1, visto que o mesmo relatou ter maior demanda de público com problemas na coordenação motora. Entretanto, P3 tem maior dificuldade com o condicionamento físico do seu grupo. Assim, é perceptível que os dois PEF possuem usuários com objetivos diferentes, porém, como comentado anteriormente, ambos se reúnem para que seja seguido um padrão de atendimento, porém o real objetivo da aula será modificado.

 

Conclusões 

 

    Percebeu-se que as funções do PEF no NASF-AB, apesar de ser muito participativo nos grupos de atividades físicas, vai muito além. Mesmo suas funções estando descritas em documento, para usuários e, para outros integrantes das equipes do NASF-AB fica restrita ao desenvolvimento de atividades físicas em grupo. Contudo, segundo os relatos, os PEF participam ativamente dos acolhimentos nas UBS, nos atendimentos compartilhados, na territorialização e das reuniões multidisciplinares nas Unidades, além das reuniões mensais da equipe NASF-AB.

 

    Sobre as contribuições que o PEF tem com o NASF-AB, se remete principalmente na prevenção e promoção da saúde. Sendo assim, o PEF orienta os usuários para a prevenção de doenças e/ou promoção da saúde, visando o bem estar de todos. Além disso, conclui-se que há dialogicidade, reuniões entre as equipes NASF-AB e que seguem a mesma linha de atuação e estrutura de trabalho, mudando apenas o objetivo principal da sua atuação, uma vez que que cada UBS contém uma demanda específica da população. Sendo assim, pelo fato ocorrer as reuniões, confirma-se que os PEF e demais profissionais que compõe o NASF-AB realizam um planejamento multidisciplinar e multiprofissional.

 

    Destaca-se na fala dos participantes a mesma dificuldade encontrada por eles no que se trata de espaço físico apropriado para a prática dos grupos de atividades físicas, daí a necessidade do estabelecimento de parcerias com a Comunidade. Há também carência de materiais. Acredita-se que a maior contribuição que o PEF tende a oferecer para o NASF-AB é visualizar os usuários como um todo, não apenas como sujeitos, mas considerando todo o contexto que o cerca, como a sociedade, trabalho, alimentação, moradia, saneamento básico etc. Aspectos esses que podem influenciar o estado de saúde-doença das pessoas.

 

Notas 

  1. Integram a Rede de Atenção à Saúde as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades Básicas de Saúde Fluviais, Unidades Odontológicas Móveis (UOM), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), ambulatórios especializados e as Academias de Saúde (Nunes; Voss, 2019).

  2. Reuniões multidisciplinares.

Referências 

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 29, Núm. 321, Feb. (2025)