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ISSN 1514-3465

 

Alterações longitudinais na aptidão física de crianças

conforme a participação na educação física escolar

Longitudinal Changes in Children's Physical Fitness According to Participation on School Physical Education

Cambios longitudinales en la condición física de niños y niñas según la participación en educación física escolar

 

Vanilson Batista Lemes*

vanilson.lemes@hotmail.com

Naildo Santos Silva**

naildo_18@hotmail.com

 

*Graduado em Educação Física

pela Universidade Luterana do Brasil

Mestrado e Doutorado em Ciências do Movimento Humano

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Atualmente é professor efetivo na Secretaria de Educação

do Estado de Santa Catarina

**Mestre em Ciências do Movimento Humano

pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Pós Graduação em Fisiologia do Exercício e Grupos Especiais

pela Faculdade Leão Sampaio

Graduado em Licenciatura em Educação Física

pelo Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Juazeiro do Norte, CE

Membro pesquisador do Projeto Esporte Brasil - PROESP-Br

(Brasil)

 

Recepção: 16/06/2020 - Aceitação: 30/09/2022

1ª Revisão: 21/07/2022 - 2ª Revisão: 22/09/2022

 

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Citação sugerida: Lemes, V.B., e Silva, N.S. (2022). Alterações longitudinais na aptidão física de crianças conforme a participação na educação física escolar. Lecturas: Educación Física y Deportes, 27(294), 103-119. https://doi.org/10.46642/efd.v27i294.2343

 

Resumo

    Introdução: Intervenções com aulas de Educação Física Escolar (EFE) indicam ser possível aumentar, resistência cardiovascular, reduzir sobrepeso/obesidade e melhorar indicadores sanguíneos de risco à saúde cardiometabólica. Objetivo: Verificar alterações longitudinais na aptidão cardiorrespiratória (APCR), índice de massa corporal (IMC) e soma de dobras cutâneas (SDC) de acordo com a participação em uma intervenção com aulas de EFE, considerando relações com sexo e idade. Métodos: Pesquisa avaliativa de caráter pedagógico com abordagem quantitativa. Participaram do estudo crianças de ambos os sexos com idades entre 6 e 12 anos, selecionados por conveniência. Avaliou-se as variáveis de acordo com o protocolo de testes do PROESP-BR e antropometria. A modelagem de equações de estimativa generalizadas foi utilizada para verificar as alterações longitudinais e as relações. Resultados: As 112 crianças do grupo participativo (GP), as quais atingiram 70% ou mais presenças nas aulas de EFE, obtiveram alterações positivas na APCR, no IMC e na SDC em maior magnitude comparativamente ao grupo com participação inferior a 70% (GNP). Conclusão: Uma parte das crianças com elevada participação na EFE obteve alterações longitudinais referentes a melhorias na APCR. Essa participação e aumento da APCR, podem ter contribuído para que o GP reduzisse o IMC ao longo de um ano letivo. Não se observou o mesmo efeito para aqueles escolares como menos participação nas aulas de EFE.

    Unitermos: Aptidão física. Crianças. Educação Física.

 

Abstract

    Introduction: Interventions with School Physical Education (SPE) classes indicate that it is possible to increase cardiovascular resistance, decrease overweight/obesity and improve blood indicators of health cardiometabolic risk. Objective: To verify longitudinal changes in cardiorespiratory fitness (CRF), body mass index (BMI) and skinfolds sum (SKF) according to participation in an intervention with PE classes, considering relationships with sex and age. Methods: Pedagogical Evaluative research with a quantitative approach. Study participants are children of both sexes aged between 6 and 12 years old, selected by convenience. The variables were evaluated according to the PROESP-BR test protocol and anthropometry. Generalized estimation equation modeling was used to verify longitudinal changes and relationships. Results: The 112 children in the participatory group (PG) who reached 70% or more attendance in the SPE classes, obtained positive changes in CRF, BMI and SKF in greater magnitude compared to the group with less than 70% participation (NPG). Conclusion: A part of the children with high participation in SPE had longitudinal changes referring to improvements in CRF. This participation and increase in CRF may have contributed to the PG's decrease in BMI over the course of a school year. The same effect was not observed for those schoolchildren such as less participation in SPE classes.

    Keywords: Physical fitness. Children. Physical Education.

 

Resumen

    Introducción: Las intervenciones con clases de Educación Física Escolar (EFE) indican que es posible aumentar la resistencia cardiovascular, reducir el sobrepeso/obesidad y mejorar los indicadores sanguíneos de riesgo para la salud cardiometabólica. Objetivo: Verificar los cambios longitudinales en la aptitud cardiorrespiratoria (APCR), índice de masa corporal (IMC) y suma de pliegues cutáneos (SDC) según la participación en una intervención con clases EFE, considerando relaciones con el sexo y la edad. Métodos: Investigación evaluativa de carácter pedagógico con enfoque cuantitativo. Participaron del estudio niños y niñas con edades entre 6 y 12 años, seleccionados por conveniencia. Las variables fueron evaluadas según el protocolo de prueba PROESP-BR y antropometría. Se utilizó un modelo de ecuación de estimación generalizada para verificar los cambios y las relaciones longitudinales. Resultados: Los 112 niños y niñas del grupo participativo (GP), que alcanzaron el 70% o más de asistencia a clases de la EFE, obtuvieron cambios positivos en APCR, IMC y SDC en mayor magnitud en comparación con el grupo con participación inferior al 70% (GNP). Conclusión: Una parte de los niños con alta participación en la EFE presentó cambios longitudinales referentes a mejoras en el APCR. Esta participación y aumento en APCR puede haber contribuido a la reducción del IMC en el transcurso de un año escolar. No se observó el mismo efecto para esos estudiantes, como una menor participación en las clases de EFE.

    Palabras clave: Aptitud física. Niñas y Niños. Educación Física.

 

Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 294, Nov. (2022)


 

Introdução 

 

    Estudos indicam que aptidão física musculoesquelética, cardiorrespiratória e uma composição corporal adequada protegem crianças e adolescentes do risco à saúde causado por alterações no metabolismo da glicose, resistência à insulina, colesterol elevado e redução da capacidade cardiovascular (Andersen et al., 2015; Brand et al., 2019, 2020; Gaya et al., 2019). Desse modo, algumas intervenções com aulas de Educação Física Escolar (EFE) indicam que é possível aumentar a resistência cardiovascular, reduzir o sobrepeso/obesidade, melhorar os indicadores sanguíneos de risco à saúde cardiometabólica, além de proporcionar aulas motivantes, bem-estar e qualidade de vida. (Brand et al., 2019; 2020; Coledam et al., 2014; García-Hermoso et al., 2020; Lubans et al., 2016; Minatto, Barbosa Filho, Berria, e Petroski, 2016; Oliveira et al., 2017)

 

    Embora esses efeitos benéficos venham se consolidando nessas diferentes proposições, a presente pesquisa se justifica devido a uma lacuna na literatura sobre a diferença de realidade nas intervenções multidisciplinares comparativamente, aqueles estudos que consideram a realidade da EFE onde apenas um professor atua como responsável por esta disciplina, como no Brasil. (Brand et al., 2019, 2020; Brasil, 2019; García-Hermoso et al., 2020; Knopp, Prat, e Azevedo, 2014; Lubans et al., 2016; Minatto et al., 2016; Oliveira et al., 2017)

 

    O contexto multidisciplinar proporciona aos docentes um atendimento a poucas turmas, há um revezamento profissional, um número adequado de alunos por professor e se tratando de pesquisas internacionais há grande estrutura material e física, somada ao suporte de outros profissionais da saúde (Brand et al., 2019, 2020; García-Hermoso et al., 2020; Lubans et al., 2016; Minatto et al., 2016; Oliveira et al., 2017). Fato que não ocorre nas escolas onde há um único professor ou professora. (Brasil, 2019; Knopp, Prat, e Azevedo, 2014; Oliveira et al., 2017)

 

    É possível levar em conta ainda, a necessidade de analisar as influências de sexo, idade e do planejamento de EFE que deve estar vinculado com as necessidades legislativas e ao efetivo ensino de manifestações da cultura corporal, mesmo que essas diretrizes não considerem a promoção da aptidão física e da saúde como temas centrais da EFE na escola (Brasil, 2019; IPLA, 2017; Governo do Estado de Santa Catarina, 2019). Considerando essas questões e a dificuldade de encontrar estudos realizados no estado de Santa Catarina que as tenham testado nas séries iniciais do ensino fundamental, a presente pesquisa apresenta o seguinte objetivo: verificar as alterações longitudinais na aptidão física cardiorrespiratória (APCR), índice de massa corporal (IMC) e soma de dobras cutâneas (SDC) de acordo com a participação em uma intervenção com aulas de EFE, considerando relações com sexo e idade.

 

Métodos 

 

Delineamento do estudo e procedimentos éticos 

 

    Trata-se de uma pesquisa avaliativa de caráter pedagógico com abordagem quantitativa (Lemes, Brand, Moreira, Gaya, e Gaya, 2019), realizado em um ano de intervenção com aulas de EFE em um município do Sul de Santa Catarina. A primeira avaliação dos níveis de aptidão física e a aplicação da intervenção para promoção da saúde no contexto escolar ocorreram em fevereiro de 2019. As avaliações finais foram realizadas na primeira semana do mês de dezembro de 2019.

 

    Todos os aspectos éticos da Declaração de Helsinki foram seguidos (World Medical Association, 2013). Pais e estudantes assinaram termos de consentimento livre e esclarecido, estudantes e pais também concederam assentimento o qual já fazia parte da documentação escolar, e receberam relatórios individuais sobre as avaliações físicas ao final do ano letivo de 2019. O presente estudo e métodos foram aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) Nacional, por intermédio do Centro Universitário Estácio de Sá. Número de parecer de aprovação CEP: 25315518.4.0000.5357 - NP: 3.758.311.

 

População e amostra 

 

    Estimou-se como população para o presente estudo, aproximadamente 740 escolares matriculados regularmente em uma escola na cidade de Imbituba, no ano 2019. Uma amostra conveniente de 167 crianças com idades entre 6 e 12 anos foi selecionada pelas necessidades de se verificar a efetividade de uma proposta de EFE embasada na perspectiva de promover melhores valores de aptidão física e saúde nas séries iniciais do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano). O tamanho da amostra mínimo foi calculado de acordo com o software G*power considerando os testes estatísticos de equações de regressão múltipla e generalizadas com tamanho de efeito baixo a moderado 0,2 a 0,5, poder de teste de 0,80, erro de 5% e até 6 preditores.

 

Contexto escolar e aplicação da intervenção 

 

    A descrição do Projeto Aptidão Física na Escola pode ser observada no Quadro 1. O ambiente de intervenção possuí uma quadra de esportes, cinco salas de aulas para os anos iniciais, primeiro ao quinto ano, e um parquinho de recreação onde são realizadas aulas de EFE. As aulas de EFE do presente estudo foram ministradas de acordo com as leis estaduais de Santa Catarina (Governo do Estado de Santa Catarina, 2019). Ocorreram para 10 turmas dos anos iniciais por um único professor, o qual tem experiência de sete anos. A Educação Física (EF) ocorreu três vezes por semana para cada turma, durante 45 minutos diários. As turmas tinham entre 18 a 33 estudantes, eram divididas em 5 no período matutino e 5 no vespertino.

 

    Devido às questões estruturais da escola, no que se refere à grande limitação do espaço físico, as aulas de EF foram realizadas de modo alternado entre três professores na única quadra esportiva. Assim, em uma semana os anos iniciais utilizavam este espaço, em outra semana as séries finais e o ensino médio, assim sucessivamente. Quando não havia possibilidade de os anos iniciais utilizarem a quadra, utilizou-se um espaço coberto no pátio da escola, um parquinho para realização de circuitos de habilidades motoras, as salas de aula para aulas de ginástica e eventualmente com autorização prévia dos pais, eram realizadas aulas de campo como, por exemplo a caminhada, a corrida orientada, atletismo, exercícios físicos nas praças e nas ruas do bairro.

 

    O principal propósito do plano geral da EFE nos iniciais centrou-se em aumentar os indicadores de saúde dos alunos, facilitando e estimulando melhorias nas capacidades físicas, coordenação motora, aptidão física, aprendizagem psicomotora, por meio do ensino aprendizagem as diferentes manifestações da cultura corporal (Gaya, Garlipp, Silva, e Moreira, 2008; IPLA, 2017). Considerou-se ainda, como aspectos conceituais a importância da saúde, de ser ativo fisicamente, do respeito e da disciplina esportiva. Corroborando a ideia de alfabetização física para desenvolver o gosto pelas práticas motoras ao longo da vida, respeitando as atualizações das leis da educação básica. (Brasil, 2019; IPLA, 2017; Governo do Estado de Santa Catarina, 2019).

 

    É importante salientar que a forma de avaliação do processo de ensino aprendizagem é realizada de acordo com a perspectiva de desenvolvimento integral das crianças. Valorizando o conhecimento procedimental (as aulas práticas), atitudinal (respeito, disciplina, competição saudável, cooperação, socialização, ética e moral) e conceitual (conhecimento de regras, aprendizagem intelectual lúdica, lógicas de jogo, benefícios do esporte para a saúde, para a vida, táticas, estratégias, cultura esportiva). Seguindo orientações normativas e pedagógicas da EFE (Brasil, 2019; Darido, e Rangel, 2011). Nesse sentido, as avaliações da aptidão física não constituem uma nota ou um parâmetro para mensurar rendimento escolar, são meios para diagnosticar e avaliar a saúde e detectar estudantes com elevadas habilidades esportivas. (Gaya, e Gaya, 2016)

 

Quadro 1. Resumo do planejamento da EFE no ano 2019

Objetivos conceituais

  • Desenvolver a capacidade de compreensão no que se refere a localização do corpo no espaço físico no qual o mesmo se insere.

  • Saber identificar as partes do corpo e os referidos movimentos que as mesmas realizam.

  • Aprimorar e desenvolver o sentido e o entendimento sobre a lateralidade.

  • Entender a importância de realizar movimento corporal para o próprio desenvolvimento como ser humano.

  • Perceber a importância do trabalho em equipe.

  • Saber diferenciar o que é um esporte, uma atividade física, uma dança, uma luta, um jogo, uma brincadeira, uma competição, uma atividade de cooperação.

  • Entender e aplicar as regras combinadas durante as aulas de EFE.

  • Desenvolver a capacidade de tomar decisões práticas.

  • Conhecer as relações básicas da atividade física, do exercício físico e da saúde com o autocuidado corporal (noções de higiene e cuidado pessoal).

  • Conhecer e saber diferenciar diferentes materiais e espaços esportivos, e ou de realização de práticas de atividade física e das diferentes manifestações da cultura corporal do movimento humano.

  • Entender de modo básico o que são as medidas antropométricas e da aptidão física relacionada com a saúde (3, 4 e 5 anos).

Objetivos procedimentais

  • Executar as habilidades e capacidades motoras básicas exigidas nas aulas de EFE.

  • Saber praticar atividade física e exercícios físicos de forma regular visando a manutenção e o desenvolvimento da aptidão física.

  • Saber jogar, cooperar e competir nas atividades propostas em aulas de EFE de acordo com as faixas etárias.

  • Aprender a combinar habilidades motoras básicas e/ou esportivas com habilidades complexas e pré-desportivas (3, 4 e 5 anos) no sentido da participação de esportes coletivos e individuais.

Objetivos atitudinais

  • Compreender o sentimento/a emoção de saber vencer, perder, competir e cooperar. Respeitando todos os colegas envolvidos na prática.

  • Saber seguir as regras e os procedimentos definidos em grupo.

  • Compreender o seu papel individual de atuação dentro da equipe. Seus deveres e responsabilidades.

  • Zelar pelos materiais e bens utilizados pela escola e nas aulas de EFE.

  • Respeitar os colegas, professores e demais membros da comunidade escolar.

  • Melhorar e desenvolver as atitudes de valorização da amizade, afeto e carinho com colegas, professores e família.

  • Valorizar e saber da importância da realização de movimento corporal durante a atividade física, o esporte, o exercício físico e as diferentes expressões da cultura corporal do movimento.

Principais objetos de conhecimento/conteúdo.

  • Jogos com movimento corporal / pré desportivos/ minijogos

  • Jogos com movimento corporal tradicionais

  • Brincadeiras

  • Lutas

  • Ritmos e ginástica

  • Estafetas

  • Contestes

  • Circuitos

  • Treinamento de força

  • Treinamento de flexibilidade

  • Treinamento cardiorrespiratório

  • Polichinelos

  • Brincadeiras de roda

  • Técnicas esportivas

  • Jogos esportivos

  • Atividade física e saúde

  • A importância do desporto para a vida

  • Avaliação antropométrica e da aptidão física (bateria de testes do Projeto Esporte Brasil).

     Principais habilidades: caminhar, correr, saltar, arremessar, segurar, lançar, chutar, acertar alvos, agachar, equilibrar-se, trocar de direção em movimento. Habilidades motoras complexas (3, 4, 5 anos): Correr conduzindo bolas com os pés; chutar e correr; lançar e rebater com pés e mãos; agachar e saltar; correr e quicar bolas com as mãos; correr, saltar, arremessar e lançar em sequência; correr e trocar de direção diversas vezes; andar/correr para frente e para traz conduzindo bolas através do quique com as mãos ou utilizando toques com os pés; correr e chutar implementos estatísticos; acertar alvos em movimento através de chutes, rebatidas, arremessos, lançamentos e toques com as mãos; saber manipular objetos com as mãos e pés em variadas direções modos e técnicas; saber saltar e segurar implementos. Aptidão física: cardiorrespiratória, resistência muscular, da flexibilidade, da potência muscular, da agilidade, da velocidade, da força e resistência corporal geral. Além disso foram incluídas saídas de campo (duas vezes no ano) para o aproveitamento da prática de esportes da natureza, integrando práticas de atividade física com a preservação do meio ambiente.

 

Métodos de aula: Aulas práticas

 

     Formato de plano de aula padrão (45 minutos)

 

     Até 15 minutos iniciais: organização da formação da turma no espaço físico, desenvolvimento da formação corporal: exercícios variados de alongamento, aquecimento e desenvolvimento da aptidão física.

 

     15 minutos centrais: desenvolvimento de atividades que favoreçam a aprendizagem de habilidades motoras.

 

     10 minutos destinados a realização de uma atividade com caráter de descontração: jogo, competição, atividade de cooperação, brincadeira, alongamento final, volta a calma (entre outros dentro do conteúdo).

 

     5 minutos finais: tempo destinado para os alunos organizarem-se irem ao banheiro e beber água, retornar à sala de aula.

 

     Formato de avaliação escolar: Avaliação contínua e sistemática observacional (em todas as aulas). Conhecimento esportivo e micro gincana ao final do ano letivo.

 

Avaliação das variáveis 

 

    Participação nas aulas de Educação Física (EF): Ao final do ano letivo foram quantificadas as ausências nas aulas de EF de acordo com as chamadas escolares. Assim adotou-se como corte para participação efetiva nas aulas, uma ocorrência de 70% de presenças, esses escolares foram classificados como grupo participativo (GP). Aqueles com valor igual ou inferior a 30% foram classificados como grupo não participativo (GNP).

 

    Aptidão física cardiorrespiratória (APCR) e índice de massa corporal (IMC): avaliou-se a aptidão física nos componentes APCR e IMC conforme o protocolo de medidas e aptidão física do PROESP-Br (Gaya, e Gaya, 2016). A APCR foi obtida a partir do teste de corrida em volta da quadra de voleibol durante 6 minutos, sendo o resultado do teste o número de voltas dadas pelos escolares multiplicado pela metragem do perímetro da quadra, somada aos metros de parada ao final do teste. O IMC foi obtido a partir medida da estatura, mensurada com uma fita métrica na parede, indivíduos descalços, eretos com glúteos, calcanhares e região posterior do crânio tocando a parede. Avaliou-se a massa corporal,por meio uma balança digital com precisão de 0,01 kg, marca OMROM. O IMC foi obtido por meio de cálculo, onde a medida de massa corporal (kg) foi dividida pela estatura (metros) elevada na segunda potência. (Gaya, e Gaya, 2016)

 

    Soma de dobras cutâneas (SDC): as dobras cutâneas foram mensuradas duas vezes consecutivamente, sendo adotada a média das duas e um erro tolerável de 5% entre medidas. Isso foi realizado de acordo com protocolos pré estabelecidos (Heyward, 1998). A dobra tricipital foi obtida na porção posterior do braço, região intermediária entre a borda distal do acrômio e saliência do olecrano (Heyward, 1998). A dobra cutânea de perna, obtida na porção medial da panturrilha, com joelho fletido em 90 graus, na região central entre o trocânter do fêmur e maléolo medial, ambas mensuradas no lado direito e anotadas em milímetros. A soma dessas medidas foi realizada matematicamente, em milímetros, para obtenção da SDC. (Heyward, 1998)

 

Tratamento estatístico 

 

    Realizou-se inspeção visual e teste de normalidade sobre a distribuição dos dados previamente (histograma e teste Kolmogorov-Smirnov). Realizou-se uma descrição das variáveis e uma análise comparativa de acordo com o procedimento de Anova de medidas repetidas (GLM), entre as médias dos grupos (GNP x GP) para os momentos pré intervenção e pós intervenção para os indicadores de saúde, com controle para idade e sexo. Posteriormente, os valores das variáveis contínuas foram padronizados em escores Z.

 

    Os deltas escores Z, foram calculados subtraindo os escores Z do momento pós intervenção pelos escores Z pré intervenção para APCR, IMC e SDC. Assim, categorizou-se aqueles escolares que melhoraram os indicadores de saúde considerando um efeito z escore igual ou maior que 0,4. Posteriormente, verificou-se a razão de prevalência por teste de qui-quadrado, de escolares respondentes (“alteração positiva”) em relação aos não respondentes nos indicadores de saúde sendo esse apresentado em gráfico de barra para cada grupo GNP x GP. (Brand et al., 2020; Lemes et al., 2019)

 

    A partir disso, a modelagem de equações de estimativa generalizadas foi utilizada para verificar as alterações nos níveis de aptidão física relacionada à saúde de crianças considerando a participação (presenças e ausências) nas aulas de EF como fator mediador para essas alterações, com controle para sexo e idade. Nesse modelo, foi apresentada a relação daqueles escolares que atingiram 70% de participação nas aulas de EF com os valores de delta (alterações contínuas) da APCR, IMC e SDC. Também se apresenta efeito da alteração da APCR sobre as alterações do IMC e SDC e destas duas entre si. Para expressar esse resultado optou-se por diagramas pathways com efeito beta linear e um alpha significativo adotado inferior a 5%. Todas as análises foram realizadas no software IBM SPSS 24.0.

 

Resultados 

 

    As alterações nas médias de IMC, APCR e SDC estão descritas conforme a Tabela 1. Os principais resultados indicam que houve um aumento significativo da variabilidade média do IMC no GNP ao longo de um ano letivo o qual não aconteceu no GP. Há uma redução da variabilidade média da APCR em ambos grupos (não significativa), no entanto ao final da intervenção os valores do GP, foram superiores ao GNP.

 

Tabela 1. Alterações nas médias dos indicadores de saúde ao longo de um ano letivo

Variáveis

GNP (55)

GP (112)

F

(GLM)

Interações

Fev (pré)

Dez (pós)

Fev (pré)

Dez (pós)

Md

Ep

Md

Ep

Md

Ep

Md

Ep

Sig.T

Sig.G

MC

(kg)

33,13

1,15

36,91

1,34

32,26

0,78

35,20

0,91

3,84

0,355

0,052

Est

(cm)

133,59

0,99

137,66

0,98

133,86

0,68

138,54

0,67

0,59

0,590

0,479

IMC (kg/m²)

18,54

0,48

19,27

0,52

17,67

0,32

17,95

0,35

4,63

0,033

0,071

APCR (m)

813,10

32,39

640,48

29,96

859,83

21,04

770,99

19,46

7,87

0,058

0,006

SDC (mm)

29,47

1,87

28,94

1,82

26,69

1,28

26,09

1,25

1,57

0,890

0,211

Fev: fevereiro; Dez: dezembro; GNP: grupo não participativo; GP: grupo participativo; F (GLM): valor de F teste de Anova modelo linear generalizado de medida repetida; Sig.T: valor de significância entre pré e pós intervenção. Sig.G: valor de significância na interação entre grupos. MC: massa corporal; Est: estatura; IMC: índice de massa corporal em quilograma metro quadrado; APCR: aptidão cardiorrespiratória em metros percorridos em 6 minutos; SDC: soma de dobras cutâneas tricipital e da panturrilha em milímetros; resultados ajustados para idade e sexo. Md: média; Ep: erro padrão da média. Fonte: Dados da pesquisa

 

    De acordo com a Figura 1, observa-se que os escolares do GP obtiveram alterações positivas na APCR e no IMC em maior proporção do que os do GNP. A razão de prevalência de aumento da APCR foi 1,23 vezes superior (39%) no GP comparativamente ao GNP (21,8%). Bem como, a redução do IMC foi 1,39 vezes mais provável no GP (23,9%) comparativamente ao GNP (6,1%).

 

Figura 1. Ocorrência de alterações positivas na aptidão física de acordo com a participação na EFE

Figura 1. Ocorrência de alterações positivas na aptidão física de acordo com a participação na EFE

Legenda: RP: razão de prevalência; IC95%: intervalo de confiança significativo; valores em negrito: nível de significância abaixo de 5%. 

APCR: aptidão cardiorrespiratória; IMC: índice de massa corporal; SDC: soma de dobras cutâneas. Fonte: Dados da pesquisa

 

    As relações das alterações na aptidão física e medidas antropométricas com controle para sexo e idade são observadas na Figura 2. Nota-se as crianças com mais idade atingiram participação de 70% nas aulas de EFE (GP). Essas crianças do GP, obtiveram aumento nos níveis de APCR e redução de IMC com maior magnitude comparativamente àquelas com menor participação na EFE (GNP). Percebe-se ainda, que as crianças que obtiveram alterações positivas na APCR, também reduziram o IMC e a SDC, no entanto aqueles que aumentaram o IMC também aumenta a SDC.

 

Figura 2. Efeitos da participação nas aulas de EFE sobre alterações da aptidão física relacionada 

a saúde e suas associações longitudinais na análise de equações de estimativa generalizadas

Figura 2. Efeitos da participação nas aulas de EFE sobre alterações da aptidão física relacionada a saúde e suas associações longitudinais na análise de equações de estimativa generalizadas

Legenda: Valores de relação beta padronizados em escores Z com significância menor ou igual a 0,001**. 

Valores de AIC e BICC do melhor modelo 79,650 / 79,944. Fonte: Dados da pesquisa

 

Discussão 

 

    O presente estudo teve como objetivo, verificar as alterações longitudinais na APCR, IMC e SDC de crianças de acordo com a participação em uma intervenção com aulas de EFE, considerando relações com sexo e idade. Os principais resultados indicam que as 112 crianças do GP, as quais atingiram 70% ou mais presenças nas aulas de EFE, obtiveram maior índice de alterações positivas à saúde na APCR, no IMC e na SDC comparativamente ao grupo com participação inferior a 70%, GNP. Ainda, demonstra que aqueles mais participativos na EFE tinham maior idade, e que esses aumentaram a APCR, e esse efeito benéfico favoreceu (mediou) a redução do IMC e das SDC. No entanto, os escolares que aumentaram o IMC (GNP principalmente), também aumentaram a SDC.

 

    Existem outros estudos que também demonstram que as crianças e adolescentes mais participativos nas aulas de EFE estão mais protegidos no que se refere a aptidão física e a saúde geral (Lemes et al., 2015; Coledam et al. 2014), corroborando nossos resultados. Nesse mesmo sentido, os resultados de Coledam et al. (2014) confirmam que à participação nas aulas de EFE é mais presente no sexo masculino em idades de 10-13 anos. Nosso estudo indica que o sexo não teve influência sobre os resultados, provavelmente pelas questões de maturação somática distintas entre este e o estudo do autor. (Coledam et al., 2014)

 

    Além disso, realizar aulas na quadra é fator primordial para que crianças gostem e participem dessas aulas (Coledam et al., 2014), fato que não ocorria sempre no ambiente da presente pesquisa devido as questões estruturais escolares. Um fator ambiental importante a ser considerado como meio de aumento da prática de atividade física em escolares, juntamente a metodologia e didática dos professores. (Dias et al., 2017; Lemes et al., 2021)

 

    Ainda, é evidente nos resultados do presente estudo que o aumento da aptidão física por meio da prática de atividade física facilita a redução da obesidade na medida que o acréscimo da APCR mediou a redução do IMC, e da SDC. Alguns estudos indicam perspectiva semelhante, sugerindo que o aumento da APCR é um fator protetor à saúde cardiometabólica das crianças, facilitando a redução do sobrepeso e obesidade (Andersen et al., 2015; Brand et al., 2019, 2020; Gaya et al., 2019). Além disso, as melhorias em indicadores de saúde em intervenções com crianças, adolescentes e até adultos no contexto escolar, tornam os presentes resultados consistentes. (Brand et al., 2019, 2020; García-Hermoso et al., 2020; Lemes, Brand, Dias, Gaya, e Gaya, 2018; Lemes et al., 2019; Lubans et al., 2016; Minatto et al., 2016; Oliveira et al., 2017)

 

    Adicionalmente, por meio dos resultados percebe-se que 46% dos escolares reduziram a SDC, fator que por si, é um resultado interessante à saúde. As alterações positivas para os escolares que atingiram maior participação nas aulas de EFE (GP) são muito importantes. Principalmente, por as variáveis aqui apresentadas terem uma forte relação para auxiliar na redução do risco de câncer, infarto e diabetes tipo II (Brown, Winters-Stone, Lee, e Schmitz, 2012; Ortega et al., 2018). Entretanto, foi possível verificar que não houve diferença entre a redução das SDC entre os grupos, comparativamente as alterações do IMC. Fato, provavelmente justificado devido as dobras cutâneas terem uma mensuração menos fidedigna comparativamente ao IMC. (Gaya et al., 2017)

 

    Não obstante, a presente perspectiva difere-se dos estudos multidisciplinares os quais apresentam efeitos elevados da EFE sobre a saúde (10% a 30%), considerando a frequência de 2 a 3 vezes por semana. Provavelmente isso se deve a quantidade de profissionais de saúde envolvidos na organização e aplicação da intervenção. (Brand et al., 2019; 2020; García-Hermoso et al., 2020; Lubans et al., 2016; Minatto et al., 2016)

 

    Por outro lado, os resultados aqui apresentados indicam que é possível obter aumento na APCR e redução de IMC por meio da EFE, mesmo que essa intervenção seja aplicada por apenas um professor, o qual atendia 10 turmas, 3 vezes por semana, em uma escola pública, com uma limitação de espaço físico e estrutura material.

 

    Isso ocorreu por meio de aulas as quais envolveram a perspectiva de ensino/aprendizagem e prática das diferentes manifestações da cultura corporal, exercícios físicos voltados a aptidão física, fortalecimento muscular, ao esporte, momentos com recreação, relaxamento e treino de flexibilidade ao final da aula, corroborando as pesquisas anteriores. (Brand et al., 2019; 2020; García-Hermoso et al., 2020; Lemes et al., 2018, 2019; Lubans et al., 2016; Minatto et al., 2016; Oliveira et al., 2017).

 

    Nesse sentido, se deu importância ao conceito Physical Literacy, internacionalmente reconhecido, o qual estabelece a EFE com foco em aulas para desenvolver habilidades motoras, aptidão física, competências psicológicas para a prática de atividade física e obtenção de um estilo de vida ativo e saudável ao longo da vida. (Brasil, 2019; IPLA, 2017; Tremblay et al., 2018; Whitehead, 2001)

 

Conclusões 

 

    É possível concluir que uma parte das crianças com elevada participação na EFE obtiveram alterações longitudinais referentes a melhorias na APCR. Essa participação e aumento da APCR pode ter contribuído para que o GP reduzisse o IMC ao longo de um ano letivo. Não se observou o mesmo efeito para aqueles escolares que apresentaram menor participação nas aulas de EFE (GNP). Também é possível sugerir que aulas de EFE favoreceram às alterações longitudinais positivas nos indicadores gerais de saúde de crianças desde que essas envolvam-se efetivamente nessas aulas. Sugere-se que essa intervenção possa ser utilizada como estratégia aliada ao plano de ensino anual na EFE, considerando: diagnósticos escolares de outras realidades para se verificar a efetividade deste programa como uma prática pedagógica que pode gerar diferentes benefícios reais à saúde das crianças. Recomenda-se avaliar outras variáveis como a força, flexibilidade, qualidade de vida, bem-estar, indicadores de saúde diretos e aspectos socioemocionais. Adicionalmente, sugerimos que se amplie o número de aulas de EFE semanais nas turmas e escolas de todo o Brasil, e países que possuam apenas uma o duas aulas semanais.

 

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Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 27, Núm. 294, Nov. (2022)