ISSN 1514-3465
Impacto do exercício físico na aptidão física de adultos: uma coorte retrospectiva
Impact of Physical Exercise on Adult Physical Fitness: a Retrospective Cohort
Impacto del ejercicio físico en la aptitud física del adulto: una cohorte retrospectiva
Ramon Gustavo Moraes Ovando*
ramongustavo@uol.com.br
Lorena Laira Morais dos Santos**
lorenalaira@hotmail.com
Leonardo Pestillo de Oliveira***
leopestillo@gmail.com
Sonia Maria Marques Gomes Bertolini****
sonia.bertolini@unicesumar.edu.br
*Mestre em Promoção da Saúde pela Universidade Cesumar (UniCesumar)
Especialista em Fisiologia do Exercício e Prescrição de Exercício pela Universidade Gama Filho
Graduado em Educação Física pela Universidade Católica Dom Bosco
Atualmente é professor no curso de Educação Física Centro Universitário Unigran Capital-MS
**Mestre em Promoção da Saúde pela Universidade Cesumar (UniCesumar)
Especialista em Treinamento Funcional e Qualidade de Vida pela Faculdade UNIGRAN Capital
Graduada em Educação Física - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Católica Dom Bosco
Atualmente é professora no curso de Educação Física Centro Universitário Unigran Capital-MS
***Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Mestrado em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá
Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá
Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Promoção da Saúde
e do curso de graduação em Psicologia da Universidade Cesumar (UniCesumar) - PR
Pesquisador do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)
****Doutora e mestre em Ciências Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo (USP)
Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Educação Física de Lins
Atualmente é e professora associada da Universidade Estadual de Maringá (UEM)
e professora titular da Universidade Cesumar (UniCesumar) - PR
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
(mestrado e doutorado) em Promoção da Saúde
Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)
(Brasil)
Recepção: 16/03/2020 - Aceitação: 27/12/2020
1ª Revisão: 10/08/2020 - 2ª Revisão: 30/10/2020
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Citação sugerida
: Ovando, R.G.M., Santos, L.M.M. dos, Oliveira, L.P. de, e Bertolini, S.M.M.G. (2021). Impacto do exercício físico na aptidão física de adultos: uma coorte retrospectiva. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(274), 108-122. https://doi.org/10.46642/efd.v25i274.2057
Resumo
O objetivo do estudo foi analisar os impactos da prática de exercícios físicos na aptidão física relacionada a saúde. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, quantitativo, exploratório, comparativo e longitudinal com intervalo de 12 anos. Foram coletadas informações de 198 pessoas matriculadas em academia de ginástica entre 2007 e 2009, sendo que em 2019, 40 destes indivíduos, com idade entre 40 e 60 anos, foram novamente entrevistados e avaliados com os mesmos instrumentos de coleta de dados anteriormente utilizados. Foram coletadas variáveis antropométricas e de aptidão física. Os resultados evidenciaram que os indivíduos que continuaram praticando exercícios físicos regularmente nos últimos dozes anos, quando comparados aqueles que não se mantiveram ativos são mais aptos em relação a saúde, embora com significância estatística apenas nas variáveis peso (p=0,004), índice de massa corporal (p=0,001); percentual de gordura (p=0,039) e circunferência abdominal (p= 0,006). Dessa forma conclui-se que indivíduos ativos fisicamente por períodos prolongados são mais aptos fisicamente com relação à saúde e que o exercício regular instituído causa impacto positivo na aptidão física relacionada à saúde comprovando ser essa prática uma importante estratégia para promoção da saúde.
Unitermos:
Exercício físico. Aptidão física. Promoção da saúde.
Abstract
The aim of the study was to analyze the impacts of physical exercise on health-related physical fitness. This is a retrospective cohort, quantitative, exploratory, comparative and longitudinal study with an interval of 12 years. Information was collected from 198 people enrolled in the gym between 2007 and 2009, and in 2019, 40 of these individuals, aged 40 to 60 years, were again interviewed and evaluated using the same data collection instruments previously used. Anthropometric and physical fitness variables were collected. The results showed that individuals who continued to exercise regularly during the last twelve years, when compared to those who did not stay active, are more fit regarding health, although with statistical significance only in the variables weight (p = 0.004), mass index. body (p = 0.001); percentage of fat (p = 0.039) and waist circumference (p = 0.006). Thus, it is concluded that individuals who are physically active for prolonged periods are more physically fit for health and that regular exercise has a positive impact on health-related physical fitness, proving that this practice is an important strategy for health promotion.
Keywords
: Physical exercise. Physical fitness. Health promotion.
Resumen
El objetivo del estudio fue analizar los impactos del ejercicio físico en la aptitud física relacionada con la salud. Este es un estudio de cohorte retrospectivo, cuantitativo, exploratorio, comparativo y longitudinal con un intervalo de 12 años. Se recopiló información de 198 personas inscritas en el gimnasio entre 2007 y 2009, y en 2019, 40 de estas personas, de entre 40 y 60 años, fueron entrevistadas y evaluadas nuevamente utilizando los mismos instrumentos de recopilación de datos utilizados anteriormente. Se recogieron variables antropométricas y de aptitud física. Los resultados mostraron que los individuos que continuaron haciendo ejercicio regularmente durante los últimos doce años, en comparación con aquellos que no se mantuvieron activos, están más en forma con respecto a la salud, aunque con significación estadística solo en las variables peso (p = 0.004), índice de masa cuerpo (p = 0.001); porcentaje de grasa (p = 0.039) y circunferencia de cintura (p = 0.006). Por lo tanto, se concluye que las personas que son físicamente activas durante períodos prolongados son más aptas para la salud y que el ejercicio regular tiene un impacto positivo en la aptitud física relacionada con la salud, lo que demuestra que esta práctica es una estrategia importante para la promoción de la salud.
Palabras clave
: Ejercicio físico. Aptitud física. Promoción de la salud.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 274, Mar. (2021)
Introdução
Na contemporaneidade, há comprovações suficientes que o exercício físico tem múltiplos benefícios à saúde das pessoas em todas as idades, assim como nos idosos (Martínez-Gómez, Guallar-Castillon, Garcia-Esquinas, Bandinelli, e Rodríguez-Artalejo, 2017). O exercício físico está associado à diminuição da mortalidade precoce e a uma maior perspectiva de envelhecer saudavelmente (Hamer, Lavoie, e Bacon, 2014; LaMonte et al., 2018). Todos os adultos e idosos podem ter benefícios da prática de atividade física, mesmo com atividade não estruturada, a exemplo de atividades de lazer, que resultará em algum benefício para a saúde. (Barengo, Antikainen, Borodulin, Harald, e Jousilahti, 2017)
A inatividade física é um componente redutor da expectativa de vida reduzida (Lee et al., 2012), assim como já é uma pandemia e um importante problema de saúde pública no mundo (Kohl et al., 2012). Foi identificada em 31% da população mundial (Hallal et al., 2012), e no Brasil segundo o Ministério da Saúde no ano de 2018, 44,1% da população adulta não alcançou um nível suficiente de prática de atividade física, chegando a quase metade da população adulta produtiva do país, o que é extremamente preocupante. (Brasil, 2019)
Tendo em vista esse cenário alarmante, o qual grande parte da população é sedentária, a população tem demonstrado preocupação com o comportamento sedentário, pois estudos prospectivos de coorte de vários países, o comportamento sedentário está associado a uma variedade de maus resultados para a saúde, incluindo aumento da mortalidade como mostra o estudo de Patel, Maliniak, Rees-Punia, Matthews, e Gapstur (2018). A compreensão da população sobre os benefícios da prática regular de exercícios físicos poderia reduzir o efeito de futuras epidemias de inatividade física e contribuir para a prevenção global efetiva de doenças não transmissíveis. (Bauman et al., 2012)
Diante disso, é possível identificar a importância da prática regular de exercícios físicos para a aptidão física e a saúde geral da população, considerando o aumento da expectativa de vida e a mudança de hábitos. A partir do interesse em identificar efetivamente os benefícios da prática regular de exercícios e ponderando-se o cenário brasileiro o objetivo neste estudo é verificar os impactos da prática de atividade física na aptidão física relacionada a saúde.
Métodos
Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, quantitativo, com delineamento longitudinal. O modelo de pesquisa é designado exploratório de caráter comparativo, com duas avaliações físicas considerando um intervalo de 12 anos.
Inicialmente foram coletadas informações, referentes a dados secundários de 198 indivíduos ingressantes em uma academia de ginástica entre 2007 e 2009. Em 2019, entre os meses de março a maio, 40 destes indivíduos, 20 mulheres e 20 homens, com idade entre 40 e 60 anos, foram novamente entrevistados e avaliados em relação às mesmas variáveis e sobre a continuidade da prática de exercícios físicos.
A pesquisa foi realizada na cidade de Campo Grande – MS. Todos os participantes do estudo matricularam-se em uma academia de ginástica e foram submetidos à avaliação da aptidão física relacionada à saúde e iniciaram um programa de exercício físico entre o período de 2007 e 2009. Os critérios de inclusão foram: participantes com idade entre 40 e 50 anos em 2007 a 2009, bem como, ser ingressante em uma academia de ginástica nesse mesmo período. Foram excluídos os participantes com mais de 60 anos de idade na segunda avaliação.
Os dados sociodemográficos foram coletados por meio de questionários padronizados contendo os dados passíveis de coleta (sexo, idade, raça, escolaridade, ocupação, conhecimento prévio de hipertensão, diabetes mellitus e dislipidemia, padrão de atividade física, etilismo, tabagismo, tratamento para essas doenças citadas, e hábitos alimentares, assim como o uso regular de medicações ou não), todos esses dados foram autorreferidos.
O procedimento inicial para a segunda avaliação física foi por meio de contato indireto, via telefone. Nos casos que esse contato não foi possível, foi utilizado o contato direto com os potenciais participantes. Nesse momento o pesquisador esclareceu o propósito do estudo, potenciais riscos e benefícios e ficou disposto para qualquer dúvida e realizou o agendamento das reavaliações.
No ato da reavaliação o pesquisador repetiu as informações relacionadas ao estudo e sanou qualquer dúvida existente, logo, se não houve impedimentos por parte do pesquisado, com o esclarecimento e concordância, este teve sua participação voluntária no estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Para identificar se os indivíduos mantiveram-se ativos nos últimos 12 anos, foi utilizado a seguinte questão na reavaliação: “Você manteve-se ativo durante os últimos 12 anos? Considere-se ativo se você praticou qualquer exercício físico regular pelo menos 2 vezes por semana e não parou mais que 3 meses por qualquer motivo”. A resposta tinha alternativa “SIM” e “NÃO”. A partir dessas informações os indivíduos da segunda avaliação foram distribuídos em dois grupos (Gsim: grupo com indivíduos que continuaram a praticar exercícios físicos e Gnão: grupo com indivíduos não deram continuidade a prática de exercícios físicos).
Os procedimentos da avaliação e reavaliação físicas foram os mesmos, assim como, o profissional da área de saúde previamente treinado. Os pesquisados foram instruídos a não realizarem qualquer tipo de exercício físico no dia da avaliação física, não fumarem, não estarem em períodos menstruais, nos casos das mulheres, não ingerirem bebidas alcoólicas e estarem com vestimenta adequada para o procedimento. Para a caracterização da amostra, os ingressantes de academia de ginástica tiveram avaliado as seguintes variáveis antropométricas e de aptidão física: a) composição corporal (percentual de gordura e massa magra); b) índice de massa corporal (IMC); c) circunferência abdominal e da cintura; d) flexibilidade; e) frequência cardíaca de repouso (FCrep); e f) pressão arterial de repouso (PArep).
As avaliações e os respectivos protocolos de testes foram: O percentual de gordura corporal por dobras cutâneas utilizando o protocolo e equação de Jackson, e Pollock (1978 e 1980); IMC, ICQ e flexibilidade (teste de sentar-e-alcançar) sugerida pelo American College Sport Medicine (ACSM) (2001), FC rep e PA rep.
Os instrumentos utilizados para a coleta de dados antropométricos e de aptidão físicas foram os mesmos da primeira avaliação. Em todos os períodos analisados, todas as medidas e testes seguiram a mesma padronização.
Para o tratamento estatístico, a princípio, foi realizada uma análise descritiva dos resultados para a obtenção de gráficos e tabelas. Posteriormente, para avaliar algumas características clínicas dos participantes, foi aplicado o teste de Anderson Darling de normalidade para as variáveis numéricas e foram utilizadas análises de variância (ANOVA) de um fator.
A comparação dos índices antropométricos, para avaliação dos efeitos dos grupos e momentos avaliados, além da interação entre ambos, nas variáveis de interesse, aplicou-se a ANOVA de medidas repetidas, por meio do pacote “ez” (Lawrence, 2016) do R (R Development Core Team, 2015).
As medidas dos índices antropométricos obtidas nos dois momentos de avaliação para os dois grupos considerados (que continuaram ou não a prática de exercícios físicos) foram as variáveis de resposta nos modelos ANOVA de medidas repetidas aplicados, um para cada variável de interesse. Além disso, a correção de Greenhouse-Geisser (Park, Sho, e Ki, 2009) foi aplicada aos resultados do valor p da ANOVA medidas repetidas nas situações para as quais o teste de Mauchly determinou que a suposição de esfericidade foi violada. (Nagarsenker, e Pillai, 1973)
Para todos os testes, foi fixado o nível de significância em 5%. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do ambiente estatístico R (R Development Core Team), versão 3.3.1.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos do Centro Universitário de Maringá, conforme o parecer número 2.716.878. Os participantes receberam explicação verbal a respeito da caracterização e realização do estudo, conforme orientações da Resolução número 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisas envolvendo seres humanos.
Resultados
Considerando os 40 indivíduos que participaram da pesquisa no primeiro e segundo momentos, entre 2007 a 2009 e 2019, a média de idade era 47,25 ± 3,43 e 58,38 ± 2,57, respectivamente.
Na Tabela 1 são apresentadas as informações a respeito das variáveis levantadas tanto no primeiro momento (2007/2009), quanto no segundo (2019), dos participantes da pesquisa que foram reavaliados.
Variável |
1º
momento (n
= 40) |
2º
momento (n
= 40) |
||
n |
% |
n |
% |
|
Idade |
|
|
|
|
Até
60 anos |
40 |
100,00% |
40 |
100,00% |
Pratica
AF |
|
|
|
|
Não |
20 |
50,00% |
15 |
37,50% |
Sim |
20 |
50,00% |
25 |
62,50% |
Praticou
AF no passado |
|
|
|
|
Não |
1 |
2,50% |
0 |
0,00% |
Sim |
39 |
97,50% |
40 |
100,00% |
Principal
objetivo |
|
|
|
|
Saúde/Qualidade
de vida |
21 |
52,50% |
38 |
95,00% |
Estética |
12 |
30,00% |
2 |
5,00% |
Condicionamento
físico para prática desportiva |
5 |
12,50% |
0 |
0,00% |
Outros |
2 |
5,00% |
0 |
0,00% |
Está
satisfeito com peso corporal |
|
|
|
|
Não |
27 |
67,50% |
26 |
65,00% |
Sim |
13 |
32,50% |
14 |
35,00% |
Hipertensão |
|
|
|
|
Não |
31 |
77,50% |
15 |
37,50% |
Sim |
9 |
22,50% |
25 |
62,50% |
Diabetes |
|
|
|
|
Não |
40 |
100,00% |
35 |
87,50% |
Sim |
0 |
0,00% |
5 |
12,50% |
Dislipidemia |
|
|
|
|
Não |
33 |
82,50% |
20 |
50,00% |
Sim |
7 |
17,50% |
20 |
50,00% |
Usa
medicamento |
|
|
|
|
Não |
29 |
72,50% |
15 |
37,50% |
Sim |
11 |
27,50% |
25 |
62,50% |
Fuma |
|
|
|
|
Não |
32 |
80,00% |
32 |
80,00% |
Ex-fumantes |
7 |
17,50% |
8 |
20,00% |
Sim |
1 |
2,50% |
0 |
0,00% |
Bebida
alcoólica |
|
|
|
|
Não |
23 |
57,50% |
25 |
62,50% |
Sim |
17 |
42,50% |
15 |
37,50% |
Considera
alimentação boa |
|
|
|
|
Não |
20 |
50,00% |
11 |
27,50% |
Sim |
20 |
50,00% |
29 |
72,50% |
As medidas dos índices antropométricos obtidas no segundo momento, são apresentadas a seguir, sendo comparadas com as medidas obtidas no primeiro momento e avaliadas conforme os grupos formados dos 40 indivíduos reavaliados e de acordo com a continuidade da prática de exercícios físicos (Gsim e Gnão). Destaca-se que dos 40 indivíduos que participaram do segundo momento da avaliação, 15 não permaneceram com a prática de exercícios físicos nos últimos 12 anos (37,5%) (Gnão), enquanto que os 25 demais continuaram (62,5%) (Gsim).
Observa-se na tabela 2 as medidas descritivas (média ± desvio padrão) de cada variável conforme o grupo e momento de avaliação, além dos resultados do teste da ANOVA de medidas repetidas tanto para avaliar os efeitos principais de grupo e momento, quanto da interação entre ambos. Os grupos formados em relação a continuidade da prática de exercícios físicos, as médias referentes aos índices de peso, IMC, ICQ, PAS e circunferência abdominal foram maiores no segundo momento, em relação ao primeiro. O inverso ocorreu para a flexibilidade e frequência cardíaca em repouso, sendo sempre menores no segundo momento, e para as duas outras medidas, de percentual de gordura e PAD, o comportamento das médias entre as avaliações difere entre os grupos.
Destaca-se também que independentemente do momento avaliado, à exceção da flexibilidade e PAD, as médias dos índices avaliados são maiores no Gnão comparadas ao Gsim.
Nota-se que a média do peso difere significativamente entre os grupos (p=0,004), sendo que para ambos os momentos, o peso verificado no Gnão é maior. Da mesma forma, as médias diferem significativamente entre os momentos avaliados (valor p de 0,029), sendo que para ambos os grupos, a média observada no segundo momento é maior. Ainda, não foi observado um efeito significativo da interação entre grupo e momento no peso dos pacientes, nível de 5% significância.
Tabela 2. Medidas descritivas (média ± desvio padrão) dos índices antropométricos dos participantes do
estudo dos dois grupos, nos dois momentos avaliados, e resultados da ANOVA de medidas repetidas
Variável |
Grupo |
Momento |
ANOVA
(Valor p) |
|||
Primeiro |
Segundo |
Grupo |
Momento |
Interação |
||
Peso |
Gnão |
85,88
± 21,9 |
88,25
± 19,38 |
0,004* |
0,029* |
0,993 |
Gsim |
69,56
± 13,47 |
71,96
± 13,08 |
||||
IMC |
Gnão |
30,88
± 6,7 |
31,95
± 5,85 |
0,001* |
0,014* |
0,930 |
Gsim |
25,43
± 3,68 |
26,43
± 3,68 |
||||
ICQ |
Gnão |
0,88
± 0,09 |
0,93
± 0,1 |
0,131 |
<0,001* |
0,236 |
Gsim |
0,85
± 0,08 |
0,88
± 0,1 |
||||
%G |
Gnão |
36,2
± 9,36 |
37,83
± 8,28 |
0,039* |
0,604 |
0,077 |
Gsim |
31,68
± 8,59 |
30,78
± 8,1 |
||||
Flexib. |
Gnão |
19,53
± 10,74 |
15,7
± 11,17 |
0,130 |
<0,001* |
0,697 |
Gsim |
24,84
± 10,94 |
21,64
± 12,31 |
||||
FCrep |
Gnão |
66,2
± 8,85 |
65,4
± 8,37 |
0,591 |
0,396 |
0,670 |
Gsim |
65,76
± 8,56 |
63,36
± 9,95 |
||||
PAS |
Gnão |
120,67
± 11 |
125,33
± 12,46 |
0,471 |
0,024* |
0,523 |
Gsim |
116,2
± 14,24 |
124,4
± 16,35 |
||||
PAD |
Gnão |
80
± 11,95 |
78
± 8,62 |
0,174 |
0,239 |
0,028* |
Gsim |
72
± 10 |
78,4
± 9,87 |
||||
C.Abd |
Gnão |
99,6
± 15,57 |
102,93
± 14,15 |
0,006* |
0,006* |
0,790 |
Gsim |
89,34
± 9,58 |
92,11
± 8,6 |
*Valor p < 0,05. Nota: IMC=Índice de Massa Corporal; ICQ=Índice de relação cintura-quadril; %G=Percentual de Gordura; Flexib=Flexibilidade; FCrep=Frequência Cardíaca de Repouso; PAS=Pressão Arterial Sistólica; PAD=Pressão Arterial Diastólica; C.Abd=Circunferência Abdominal; Gsim: grupo com indivíduos que continuaram a praticar exercícios físicos e Gnão: grupo com indivíduos não deram continuidade a prática de exercícios físicos.
Assim como para o peso, foram identificados efeitos significativos do grupo e momento no IMC (valores p de 0,001 e 0,014, respectivamente), sendo as médias maiores para os pacientes do Gnão em ambos os momentos, e também no segundo momento de avaliação para ambos os grupos.
Quanto ao ICQ, nota-se que a média do índice difere significativamente apenas quanto ao momento de avaliação (valor p < 0,001), sendo maior no segundo momento para ambos os grupos. Já o percentual de gordura difere significativamente apenas entre os grupos (valor p de 0,039), sendo maior no Gnão.
Tanto a flexibilidade quanto a PAS apresentaram diferenças significativas apenas em relação ao momento avaliado (valores p < 0,001 e de 0,024, respectivamente), sendo que as médias de flexibilidade foram menores no segundo momento, e as médias de PAS foram maiores. Já quanto a frequência cardíaca em repouso, nenhum dos efeitos avaliados se mostrou significativo, ao passo que apenas o efeito da interação entre grupo e momento foi significativo para a PAD (valor p de 0,028), sendo observada uma redução da média do primeiro para o segundo momento entre os participantes do Gnão, ao passo que a média aumentou para o grupo Gsim.
Ainda, nota-se que as médias da circunferência abdominal, assim como observado para o peso e IMC, são maiores para os pacientes do Gnão em ambos os momentos, e também no segundo momento de avaliação para ambos os grupos, sendo os efeitos de grupo e momento significativos (ambos valores p= 0,006).
Discussão
O presente estudo verificou a diferença entre variáveis de composição corporal antropométricas, como o peso corporal, IMC, percentual de gordura (%G), ICQ e circunferência abdominal em indivíduos que se mantiveram ativos fisicamente nos últimos 12 anos em comparação àqueles que não se mantiveram ativos. Analisando essas variáveis, deste estudo, percebeu-se que o grupo que se manteve ativo possui melhores parâmetros quando comparado com o grupo que não se manteve ativo. Os principais achados mostraram que houve um aumento no peso corporal, IMC, ICQ e CA em ambos os grupos, no entanto, houve uma diferença significativa entre os grupos em relação ao peso, IMC, %G e CA.
Avaliando as médias nota-se claramente que o Gsim apresenta melhores escores para os dois momentos e também houve uma diferença significativa entre os momentos. No entanto, na maioria das variáveis não teve uma interação significativa, ou seja, o comportamento dos grupos não foi diferente ao longo do tempo, isto é, as variáveis dos indivíduos de ambos os grupos tiveram o mesmo comportamento temporal. Porém, embora a interação não tenha sido significativa, percebe-se que desde o primeiro momento os indivíduos do Gsim apresentaram escores muito superiores comparados ao Gnão, hipoteticamente as pessoas do Gsim continuaram a praticar exercícios físicos em função de uma melhor aptidão física relacionada à saúde e assim, obtendo melhores escores nas variáveis antropométricas e cardiovasculares.
Alguns estudos evidenciam que a prática de atividade física em nível recomendado reduz o risco de ganho de peso (Hankinson et al., 2010; Bauman et al., 2012). Afirmam ainda que níveis baixos de atividade física estão relacionados ao ganho de peso em homens e mulheres (Bauman et al., 2012). Isso pode explicar o ganho de peso da amostra do Gsim, embora tenha sido um ganho menor que o Gnão.
O estudo de Lee (2010), mostra que em adultos mais velhos ou obesos, há necessidade de níveis mais altos de atividade para a prevenção do ganho de peso. Em relação ao IMC, maiores valores foram encontrados no Gnão, o que permitiu classificá-los como obesos. Já no Gsim, houve um aumento do segundo momento em relação ao primeiro passando a ser considerados com sobrepeso.
Outros fatores que podem contribuir para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e consequente mortalidade é a circunferência abdominal e o ICQ. No presente estudo houve diferença significativa da CA entre os grupos e momentos, com o grupo que não se manteve ativo nos valores médios acima de 102 cm, o que já caracteriza um fator de risco cardiometabólico tanto para homens, quanto para mulheres. Somando a possibilidade de IMC com sobrepeso ou obesidade associado a um amento de CA, isso pode sugerir um tratamento multidisciplinar ainda mais agressivo. (Jensen et al., 2018)
O presente estudo mostra risco alto e muito alto de desenvolvimentos de doenças crônicos degenerativas, sobretudo, cardiovasculares, quando relacionando o IMC e CA. Já quando o analisamos o ICQ as médias estão dentro dos valores de referência, no entanto, houve diferença significativa entre os momentos, sendo o segundo, com aumento do índice.
Os resultados em relação a pressão arterial, revelam que houve aumento da PAS nos dois grupos no segundo momento com diferenças significativas. Vale lembrar que nos 2 grupos existem quadros clínicos de hipertensão tratada sendo que, 62,5% dos participantes se autorreferem hipertensos, no entanto, os dois grupos no momento das avaliações estavam com a PAS dentro dos limites de normalidade. Outro dado importante de se destacar é que no primeiro momento apenas 22,50% se autorreferiam hipertensos, tendo um aumento de 40,00% de casos de hipertenso.
Quando se trata de hipertensão destaca-se que o desenvolvimento é multifatorial, no entanto, existem variáveis que estão intimamente associadas ao desenvolvimento de hipertensão: como fatores genéticos, idade avançada e ganho de peso (Wang et al., 2008). Outro determinante do aumento da pressão arterial, e que é comumente observado, além do envelhecimento é a inatividade física, que por sua vez está associada ao aumento do risco de hipertensão. (Donnelly et al., 2009; Forman, Stampfer, e Curhan, 2009)
Além do envelhecimento, nos dois grupos, outro fator que pode ter contribuído para o aumento da pressão arterial do indivíduos do presente estudo refere-se ao ganho de peso dos indivíduos, pois é sabido que o sobrepeso e obesidade normalmente aumentam os níveis pressóricos. (Elliott, 2007)
Os principais achados deste estudo em relação a flexibilidade indicaram que todos os indivíduos tiveram redução significativas com relação ao primeiro momento, o que sugere que eles podem estar ativos fisicamente ou inativos que o nível de flexibilidade pode diminuir, se não houver um treinamento específico. Esses achados corroboram o estudo de (Bassey, Morgan, Dallosso, e Ebrahim, 1989) que revelam que a medida que o ser humano envelhece, a capacidade de realizar movimentação por meio da amplitude de movimento completa é prejudicada por uma perda global da flexibilidade de aproximadamente 25-30% por volta dos 70 anos de idade.
Mais um fator interessante, é que os indivíduos do Gsim possuem valores maiores de flexibilidade em comparação aos do Gnão, o que vai ao encontro com o estudo de Kerrigan et al. (2003) que mostram que indivíduos fisicamente ativos comportam uma maior probabilidade de terem amplitude de movimento mais elevadas do que indivíduos sedentários. Embora a flexibilidade das articulações diminua com o envelhecimento, a flexibilidade pode ser melhorada em todos os grupos etários e para se ter aumento dessa capacidade física os sujeitos devem realizar exercícios específicos como o alongamento. (Gajdosik, Allred, Gabbert, e Sonsteng, 2007)
Entre as limitações do presente estudo, destaca-se a perda amostral, causada pela dificuldade de contato e a recusa para participação na pesquisa, o que podem ter prejudicado as inferências do estudo. Por outro lado, este é um estudo que considerou uma população específica de praticantes de exercício físico, que mensurou a aptidão física relacionada a saúde, que podem ter impacto no futuro da saúde de adultos ativos. Além disso, considerando que a aptidão física influencia de forma significativa na prática regular de exercício físico, independentemente do seu nível e diante das evidências de que a prática de atividade exercício diária tem um efeito mais significativo na aptidão física relacionada a saúde, há a necessidade de focar nas intervenções comportamentais, que possam favorecer a prática de exercício físico na população, podendo favorecer, a qualidade de vida e assim, promover a saúde da sociedade.
Conclusão
Verificou-se que todas as variáveis antropométricas analisadas tiveram aumento no segundo momento nos dois grupos estudados, exceto no percentual de gordura que houve uma redução no grupo que se manteve ativo fisicamente, sendo possível inferir que exercício físico regular tem impacto positivo na referida variável.
Também se verificou aumento da pressão arterial sistólica no segundo momento nos dois grupos, o que mostrando que com o avanço da idade a pressão arterial pode elevar-se mesmo com a prática regular de exercícios físicos, já que existem inúmeros fatores que podem contribuir para esse aumento. E por fim, a redução da flexibilidade em ambos os grupos confirma o declínio característico dessa capacidade física com o avançar da idade.
Fundamentando-se nos pressupostos de que a prática regular de exercício físico possui uma função cada vez mais importante na promoção, prevenção e no tratamento de múltiplas doenças crônicas, problemas de saúde e fatores de riscos associados, este estudo buscou evidenciar o perfil de praticantes de exercício físico, bem como, evidenciar que a prática de exercícios regulares pode reduzir a incidência e a gravidade das complicações relacionadas as doenças crônicas. Apoiado dos resultados do presente estudo, torna-se evidente uma melhor compreensão das estratégias comportamentais e de prática de exercício físico que podem promover um estilo de vida fisicamente ativo, com a possibilidade de extrair todos os benefícios da prática regular de exercícios físicos.
O presente estudo com seus achados, reforça a relevância da atuação de todos os profissionais da saúde, sobretudo do profissional de educação física nos procedimentos pedagógicos empregados nos treinos, atitudes e postura diante os praticantes. Soma-se a isso, a quantificação adequada recomendada para a prática de exercícios físicos e estratégias eficazes na promoção de atividade física e intervenções por meio de inúmeras ferramentas para melhorar a saúde da população. Pois sabe-se que as pessoas enfrentam uma série de obstáculos pessoais, sociais e ambientais na aderência ou manutenção do exercício físico.
Por fim, infere-se a necessidade de realização de novos estudos com delineamentos experimentais similares e com outras idades, e que contenham acompanhamento longitudinal, para que possa ter melhor compreensão dos fatores e das implicações que interferem ou podem interferir na aptidão física relacionada a saúde e a prática de exercícios físicos regulares.
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