ISSN 1514-3465
Mapeamento como ferramenta para apropriação do território: revisão da literatura
Mapping as a Tool for Territorial Appropriation: Literature Review
Mapeo como herramienta para la apropiación del territorio: revisión de literatura
Damares Borges dos Santos*
damaresborgesok@gmail.com
Karine Vieira de Moraes**
karine.moraes@yahoo.com.br
Maria Camila Azeredo de Jesus***
m.kmila_azeredo@hotmail.com
Vivian Andrade
Araújo****vivian.araujo@unasp.edu.br
Elisabete Agrela de Andrade*****
elisabeteagrela1@gmail.com
*Graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP)
Atualmente é Pós-graduanda Lato Senso em Saúde Pública
**Graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP)
***Mestre em promoção da saúde pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo
Especialização em Terapias Comportamentais pela Universidade de São Paulo (USP)
Atualmente é Psicóloga Clínica no consultório particular
****Graduada em Psicologia pela Universidade de Santo Amaro
Mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Atualmente é professora no Curso de Psicologia
no Centro Universitário Adventista de São Paulo
****Graduada em Psicologia (Bacharelado e Licenciatura)
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Mestrado e Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo
com período na Universitat Autônoma de Barcelona - UAB
Atualmente é professora do Mestrado Profissional Stricto Sensu em Promoção da Saúde
Coordenadora da Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Pública
Professora da Graduação em Psicologia, Fisioterapia, Nutrição e Enfermagem
do UNASP São Paulo
(Brasil)
Recepção: 06/03/2020 - Aceitação: 13/09/2020
1ª Revisão: 14/08/2020 - 2ª Revisão: 19/08/2020
Documento acessível. Lei N° 26.653. WCAG 2.0
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0) https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt |
Citação sugerida
: Santos, D.B. dos, Moraes, K.V. de, Jesus, M.C.A. de, Araújo, V.A. de, & Andrade, E.A. (2020). Mapeamento como ferramenta para apropriação do território: revisão da literatura. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(271), 162-175. Recuperado de: https://doi.org/10.46642/efd.v25i271.2038
Resumo
Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, a partir dos descritores: “Mapeamento and Saúde”, com o objetivo de reconhecer os sentidos atribuídos ao termo mapeamento na literatura indexada, considerando a concepção de território adotada na esfera da Saúde Coletiva. Através da análise de 11 trabalhos científicos selecionados, encontrou-se mapeamentos de ações; mapeamento com participação de sujeitos e mapeamento de experiências que ocorrem no território, que se destacaram como ferramentas para melhor apropriação do território e reconhecimento das demandas locais, favorecendo o diálogo com os sujeitos e seus dinamismos.
Unitermos:
Participação social. Política pública. Promoção da saúde.
Abstract
A systematic review of the literature was made in the databases Scielo, PubMed and Lilacs, using the descriptors: "Mapping and Health", with the objective of recognizing the meanings attributed to the term mapping in the indexed literature, considering the concept of territory adopted in the sphere of Collective Health. Through the analysis of 11 selected scientific works, we found mappings of actions; mapping with participation of subjects and mapping of experiences that occur in the territory, which stood out as tools for better appropriation of the territory and recognition of the local demands, favoring the dialogue with the subjects and their dynamism.
Keywords:
Social participation. Public policy. Health promotion.
Resumen
Se realizó una revisión sistemática de la literatura, en las bases de datos Scielo, Pubmed y Lilacs, a partir de los descriptores: "Mapeo y Salud", con el objetivo de reconocer los sentidos atribuidos al término mapeo en la literatura indexada, considerando la concepción del territorio adoptada en la esfera de la Salud Colectiva. A través del análisis de 11 trabajos científicos seleccionados, se encontraron mapeos de acciones, el mapeo con participación de sujetos y mapeo de experiencias que ocurren en el territorio, que se destacaron como herramientas para una mejor apropiación del territorio y el reconocimiento de las demandas locales, favoreciendo el diálogo con los sujetos y sus dinámicas.
Palabras clave:
Participación social. Política pública. Promoción de la salud.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 271, Dic. (2020)
Introdução
Diante de mudanças na sociedade atual relacionadas a aspectos políticos, culturais, econômicos, a atuação dos profissionais de saúde vem também se transformando. Com a expansão do seu campo de trabalho e ampliação da atuação para além da clínica, como tradicionalmente se propôs no modelo biomédico, tornou-se necessário envolver-se em outras práticas sociais focalizadas na promoção da qualidade de vida dos sujeitos e coletividades.
A partir dos anos 1980 a Psicologia assumiu o discurso de compromisso social, com o objetivo de servir a sociedade em suas carências e necessidades, gerando a necessidade da reformulação das formas tradicionais de atuação deste profissional (Bock, Gonçalves, & Furtado, 2009). Diante dessas transformações, produziram-se novos campos de trabalho, que foi impelida a rever suas perspectivas, dialogar com teorias de outras áreas e ampliar sua atuação especialmente em políticas públicas de Saúde, Educação, Direitos Sociais e outras em que pudessem contribuir na construção de melhores condições de saúde da população. Assim, a Psicologia começa a participar em cenários como no meio jurídico, no esporte, no Sistema Único de Saúde (SUS), no Sistema único de Assistência Social, assim como em organizações não governamentais e outros contextos comunitários, voltada para a prevenção e promoção em saúde. (Spink, 2013)
Paralelamente, especialmente no campo da Saúde Pública, a saúde foi tradicionalmente compreendida como ausência de doenças. Após os anos de 1980 houve fortes questionamentos quanto aos excessivos gastos com doenças, com métodos sofisticados e com os impactos pouco satisfatórios na saúde da população. Ganhou força o referencial da Promoção da Saúde com o propósito de tomar a saúde em sua integralidade vinculada à qualidade de vida. (Dias et al., 2018)
Segundo Sícoli, & Nascimento (2003), considerada como um novo “paradigma” no campo da saúde, a Promoção da Saúde refere-se a um modelo de atenção à saúde que vai além da assistência médico curativa, resgatando a concepção de saúde como produção social, como resultado de relações de distintas naturezas: econômicas, políticas, organizacionais, ideológicas, culturais e cognitivas.
A saúde, nesta concepção, passa a ser descrita como um conceito amplo com determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais, que vão além das questões biológicas, genéticas e ambientais. Neste sentido, Buss (2003) considera que há uma forte relação entre os estilos de vida das pessoas, sua posição social e econômica, suas condições de vida e seu estado de saúde. Esses determinantes podem ser trabalhados através dos princípios que fundamentam as ações de Promoção da Saúde, que são: integralidade, equidade, intersetorialidade, participação social, autonomia, empoderamento e sustentabilidade. (WHO, 1998)
Neste referencial o território assume primordial importância, pois é palco de diferentes esforços presentes em um mesmo espaço, na busca do seu desenvolvimento. Aqui, quando propostas de intervenção emanam do território, são propícias à participação dos sujeitos e dos gestores, voltadas à melhoria da qualidade de vida destes. Por isso Sacardo, Gonçalves, & Andrade (2014) apresentam que a Promoção da Saúde tem no conceito de território uma de suas principais questões e o ponto de partida metodológico para intervenções.
O uso do mapeamento e do georreferenciamento foram consideradas ferramentas necessárias para tornar o processo de territorialização contínuo, o que favorece a aproximação entre profissionais e população. (Camargos, & Corrêa, 2019)
Ao considerar a importância do território, torna-se necessária a construção de dispositivos de interlocução com a comunidade, de forma a considerar suas subjetividades, isto é, seus sentimentos, valores, ideologias, significados e como se relacionam com o mundo a partir de suas construções singulares. Esta produção de subjetividades se dá nas diferentes influências, resultado de vários fatores: sua história, suas redes sociais, suas crenças, valores, desejos, medos, sentimentos, racionalidades, seus encontros com o mundo. Ganha força então a importância do trabalho da Psicologia nestes cenários.
Um exemplo neste sentido diz respeito à psicologia ambiental, que diante da importância da relação pessoa-ambiente, busca compreender os determinantes de vulnerabilidade a que as pessoas vivem. Para isso oferece conhecimentos que possibilitam a atenção a saúde de forma mais humanizada e efetiva, destacando o mapeamento do ambiente que podem contribuir para o bem-estar. (Silvestrin, & Tribéss, 2019)
Partindo do pressuposto que a Psicologia atual pode colaborar para a compreensão das subjetividades presentes nos territórios de atuação do campo da Saúde, foi necessário entender o que a literatura acadêmica discute sobre estratégias de mapeamento. Desta forma este artigo, realizou uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de reconhecer os sentidos atribuídos ao termo mapeamento na literatura indexada, considerando a concepção de território adotada na esfera da Saúde Coletiva.
Método
Interessados em ampliar o espectro de compreensão sobre o tema mapeamento, trata-se de uma revisão sistemática, conduzida a partir das recomendações propostas no guia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), tendo como foco a análise da produção científica que utilizaram o termo mapeamento como estratégia de reconhecimento do território. (Moher, 2009)
Esta revisão envolveu cinco pesquisadores, que elaboraram um protocolo de pesquisa incluindo os seguintes tópicos: como os estudos seriam encontrados; quais critérios de inclusão e exclusão dos artigos; definição dos desfechos de interesse; precisão dos resultados; determinação da qualidade dos estudos e análise final dos dados.
Os estudos foram selecionados, de maneira independente, por três pesquisadores. Conforme os seguintes critérios de inclusão: (1) abrangendo apenas artigos científicos completos disponíveis de forma gratuita na Internet, (2) com cobertura idiomática limitada ao português e espanhol; (3) foram publicados entre os anos de 2007 a 2017; (4) cobertura geográfica limitada à América Latina. Aqueles cujo tema diferissem do objetivo proposto ou que não fizesse menção ao campo da saúde coletiva foram excluídos.
Realizou-se uma busca bibliográfica dos artigos publicados sobre esta temática nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), National Library of Medicine, Bethesda, MD (PubMed). Para a busca de dados foram utilizadas as seguintes combinações de descritores e os seus similares Espanhol, segundo o operador booleano “and”: “Mapeamento and Saúde”. O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de fevereiro de 2018.
Extraiu-se dos artigos as seguintes informações: autores, ano de publicação, tipo de pesquisa, características da amostra, estratégias de coletas de dados e objetivos do estudo. Foram selecionados 118 artigos (conforme exposto no Quadro 1). Inicialmente foram feitas as leituras dos títulos e resumos, quando estes não foram esclarecedores, foram buscados os artigos na íntegra.
Por ter foco em trabalhos já publicados nas bases públicas de dados o presente estudo exime-se de aprovação por Comitê de Ética e não recebeu financiamento de qualquer ordem para a sua realização.
Quadro 1. Arquivos encontrados
Fonte de busca |
Palavra
chave |
Português |
Espanhol |
LILACS |
Mapeamento + Saúde |
33 |
2 |
SCIELO |
Mapeamento + Saúde |
77 |
03 |
PUBMED |
Mapeamento + Saúde |
3 |
0 |
Total de artigos em cada idioma |
113 |
5 |
|
Total
de artigos no geral |
118 |
Ao serem aplicados os critérios de exclusão, 46 foram descartados por estarem duplicados. Ao realizar a leitura dos 70 artigos restantes, excluiu-se 56 trabalhos pelo seu conteúdo não estar de acordo com o objetivo da pesquisa, apesar de aderirem aos termos de buscas utilizados e dois foram identificados como erro do site, por não se encontrarem dentro do critério de cobertura geográfica. A partir desta seleção, 14 trabalhos estavam de acordo com o tema abordado em questão, sendo três deles revisão de literatura e 11 pesquisas de campo. Foram priorizados os resultados das pesquisas de Campo, visto que o objetivo desta revisão foi determinar se o uso do termo mapeamento produz apropriação do território.
Segue o processo de busca das publicações encontradas, demonstrado no esquema a seguir (Figura 1).
Resultados
Referente à produção científica nos últimos dez anos, os dados indicam que no ano de 2010 foi publicada uma pesquisa. Em 2011, 2014 e 2015 houve duas publicações por ano. Sendo 2012 o ano em que mais pesquisas foram realizadas, com quatro estudos publicados. Dentro dos critérios para a cobertura cronológica, nos anos de 2007, 2008, 2009, 2016 e 2017 não foram encontradas pesquisas de campo publicadas com este tema.
Para a apresentação dos resultados foram utilizados códigos para representar de maneira mais clara os artigos selecionados. Quando se tratar de Mapeamento de ações será simbolizado (MA); Mapeamento participativo (MP) e Mapeamento de experiência (ME), em que o número ao lado representa qual dos artigos serão referenciados, conforme o Quadro 2.
Quadro 2. Tipos de Mapeamento
Tipo
de pesquisa |
N |
Autores |
Ano |
Mapeamento de ações |
MA
1 |
Lussi, Hahn, & Matsukura |
2011 |
MA
2 |
Pinto, Mishima, Cardoso, Capozzolo, Matumoto,
& Araújo |
2010 |
|
Mapeamento
Participativo |
MP
3 |
Goldstein, Gracie, Magalhães, Barcellos, &
Viacava |
2013 |
MP
4 |
Kunz, Carvalho, & Heckert |
2014 |
|
MP
5 |
Kemper, Walter, Pinto, Monteiro, & Martins |
2015 |
|
MP
6 |
Pessoa, Rigotto, Carneiro, & Teixeira |
2013 |
|
MP
7 |
Carneiro, Lopes, Batista, Carvalho, Amaral, Vilela et
al. |
2012 |
|
Mapeamento de experiências |
ME
8 |
Frosi, & Tesser |
2015 |
ME
9 |
Silva, Sena, Akerman, Belga, & Rodrigues |
2014 |
|
ME
10 |
Cavalcanti,
Carvalho, Valência, Dahl, & Souza |
2011 |
|
ME
11 |
Amaral,
Serpa, & Gonçalves |
2012 |
Os autores abordaram diferentes temáticas, utilizando um procedimento metodológico em comum: o mapeamento. Em relação aos objetivos dos artigos selecionados, os Mapeamentos de ações (MA 1 e MA 2), buscaram compreender as demandas, desafios, dificuldades e oportunidades percebidas por profissionais que atuam no campo da saúde (Lussi, Matsukura, & Hahn, 2011), com o intuito de pontuar as ações já existentes e as que poderão ser facilitadoras nos serviços (Pinto, 2010). Os referentes às pesquisas de Mapeamento Participativo (MP 3, MP 4, MP 5, MP 6 e MP 7), procuraram verificar o quanto a contribuição/participação dos sujeitos no processo de mapeamento, poderia ser eficaz em construções sociais saudáveis de existência, proporcionando melhor qualidade na atuação das atividades na saúde coletiva (Goldstein, Barcellos, Magalhães, Gracie, & Viacava, 2013; Kunz, Heckert, & Carvalho, 2014; Kemper, Martins, Monteiro, Pinto, & Walter, 2015; Pessoa, Rigotto, Carneiro, & Teixeira, 2013; Carneiro et al., 2012). E por fim, os Mapeamentos de experiências objetivaram (ME 8, ME 9, ME 10 e ME 11) – validar as experiências, percepções e concepções de profissionais e usuários, familiares dos serviços, para que houvesse melhor articulação entre o contexto do território e as intervenções que se fizerem necessárias. (Frosi, & Tesser, 2015; Silva, Sena, Akerman, Belga, & Rodrigues, 2014; Cavalcanti, Carvalho, Valência, Dahl, & Souza, 2011; Amaral, Gonçalves, & Serpa, 2012)
As amostras utilizadas nos estudos empíricos, se configuram em profissionais dos serviços de saúde, usuários destes serviços e seus familiares, moradores de rua e sujeitos da comunidade. O número de participantes se diversificou segundo os objetivos das pesquisas ou sua tipologia, conforme descrito no quadro 3. Em relação aos instrumentos mais utilizados, é possível ressaltar que dos 11 artigos selecionados para os resultados desta pesquisa, oito utilizaram como instrumento para a coleta de dados a entrevista. Os itens observação da rotina de trabalho, conversa informal e aplicação de questionários também se mostraram significativamente presentes, na maioria dos trabalhos (ver no Quadro 3).
Quadro 3. Amostras das Pesquisas
Tipo de pesquisa |
N |
Amostra |
Estratégia
de coleta |
Mapeamento de ações |
MA
1 |
Profissionais
de saúde de nível superior. |
Roteiro de entrevista semiestruturado. |
MA
2 |
Profissionais de saúde e gestores locais. |
Observações; entrevistas. |
|
Mapeamento
Participativo |
MP
3 |
Profissionais
de saúde. |
Questionários, planilhas e mapas cadastrais. |
MP
4 |
Moradores. |
Cartografia; conversas informais e entrevistas
semiestruturadas. |
|
MP
5 |
Profissionais
de saúde de nível superior. |
Acompanhamento do usuário/Observação. |
|
MP
6 |
Profissionais de saúde de nível médio e superior e
usuários. |
Exposição oral. |
|
MP
7 |
Moradores. |
Entrevistas, visitas e oficinas, instrumentos de
Estimativa Participativa Rápida. |
|
Mapeamento
de experiências |
ME
8 |
gestores e profissionais de Saúde. |
Observação e entrevistas. |
ME
9 |
gestores
e profissionais de Saúde. |
Entrevistas e observações participantes. |
|
ME
10 |
Usuários, familiares e profissionais de Saúde. |
Entrevistas
e observação; questionários e escalas estruturadas. |
|
ME
11 |
Usuários, familiares e profissionais de Saúde. |
Entrevistas;
visitas domiciliares. |
Em relação aos principais resultados encontrados sobre a contribuição do mapeamento em todas as pesquisas, abaixo estão descritas as principais contribuições que o processo de mapear trouxe para o desenvolvimento dos trabalhos.
No mapeamento das ações relacionadas a oficinas de geração de renda e/ou cooperativas conduzidas por profissionais diversos, o artigo MA 1, o mapeamento colaborou na identificação dos principais desafios e demandas existentes no contexto destas práticas, para a desconstrução do modelo manicomial e a reinserção social dos sujeitos portadores de alguma doença mental. A partir das informações elaborou-se um diagnóstico, descrevendo as experiências vivenciadas com os princípios de autonomia, cidadania ativa e desenvolvimento que a literatura aponta como indispensável para uma efetiva inclusão social.
Já no trabalho MA 2, foram mapeadas as unidades de saúde de Vitória – ES, para verificar quais serviços atuavam com rodas de Ensino Permanente em Saúde (EPS) e quais não faziam uso desse recurso em suas atividades diárias. Aqui o mapeamento foi uma estratégia que trouxe para as unidades de saúde da região, a apropriação das ações que vêm acontecendo no território, favorecendo a construção social e participação coletiva, favorecendo uma organização do serviço que se encaixa com o local, momento sócio histórico e intervenções de acordo com a demanda do território.
A pesquisa MP 3 apresenta as contribuições da utilização do mapeamento como ferramenta de trabalho para as Estratégias Saúde da Família, em 17 cidades das regiões Norte e Nordeste. A partir dos estudos, os autores identificaram que o processo de mapear as realidades locais proporcionou a apropriação do território, a delimitação do espaço geográfico, a coleta de informações através da participação das equipes das Equipes de Saúde da Família (ESF) e a percepção crítica do contexto, das demandas e desafios locais, favorecendo a possibilidade de atuações voltadas para a dinâmica do território, com melhores interações humanas e maior equidade nos serviços prestados, contribuindo para a configuração de um trabalho organizado e adaptado de acordo com as demandas e necessidades de cada território.
No artigo MP 4 foi realizado uma pesquisa com moradores de rua na cidade de Vitória - ES, constituída em três momentos, utilizando o mapeamento participativo como estratégia de identificação das ações públicas que interferem na dinâmica de vida dos moradores de rua, assim como das relações existentes entre grupos de sujeitos em situação de rua com a comunidade e seus diversos jeitos de existir. Nesse caso, os autores perceberam que o mapeamento participativo possibilitou a compreensão de que os indivíduos moradores de rua tornam o território dinâmico, através da criatividade em suas ações de sobrevivência no cotidiano.
O trabalho MP 5 apresentou algumas experiências de usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), questionando a forma de atuação frente à doença psíquica, mostrando a necessidade de se incluir o território existencial destes, além dos serviços institucionais. Por meio deste estudo, os autores concluíram que a realização do mapeamento do território, possibilitou aos profissionais um olhar ampliado para a rede de assistência do usuário, trazendo a proposta de que o sujeito se constitui no território, a partir dos recursos que este tem a oferecer.
Outro artigo analisado, MP 6, que mostra um mapeamento participativo com moradores de um município do Ceará, envolveu profissionais da saúde e poderes púbicos, sobre os processos envolvidos na esfera ambiente/trabalho que levam os trabalhadores ao adoecimento. Com isso, puderam os autores identificar que o mapeamento participativo indicou o quanto o território pode ter recursos facilitadores para que haja uma melhor e mais efetiva participação social, fortalecendo o vínculo entre comunidade e os serviços de saúde existentes, modificando a configuração dos cuidados oferecidos.
Para o artigo MP 7, realizou-se um diagnóstico participativo sobre as condições de vida das pessoas que vivem no Núcleo Rural Lamarão, em Brasília, para sinalizar às equipes de Estratégia de Saúde da Família da região, possibilidades de ações de promoção da saúde. Essa pesquisa foi realizada a partir de um mapeamento das condições de vulnerabilidades do local, e dessa maneira, os autores conseguiram identificar as demandas e necessidades do território, contribuindo com o trabalho dos agentes de saúde das ESF.
Na oitava pesquisa investigada (ME 8), os autores fizeram um estudo na rede de Atenção Primária à Saúde (APS) de Florianópolis, que envolveu ações de cuidado na saúde mental, praticados pelos profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e gestores, das unidades de saúde. Utilizaram-se de entrevistas, leituras de documentos, estudos e análises como meios para a construção de um mapeamento que verificou a eficácia dessas práticas assistenciais, no cuidado com os usuários dos serviços em saúde mental. Dessa forma, o estudo apontou que o mapeamento de experiência realizado revelou que, apesar do efeito benéfico dessas ações para a comunidade, o modelo biomédico de atuação ainda precisa ser revisto, pois se faz necessário um maior diálogo entre a atenção psicossocial e a APS.
O nono trabalho analisado (ME 9) apresenta a realização de um mapeamento das experiências de promoção da saúde no campo da educação, cultura, assistência social, esporte-lazer e saúde, em seis cidades de Minas Gerais. Foi compreendido que apesar de todos os municípios apresentarem suas práticas normativas programadas, nem todos de fato praticam as ações de maneira intersetorial, da forma como propõe o Ministério da Saúde. Através do mapeamento das experiências, os autores analisaram a importância da intersetorialidade nas ações voltadas para a área da assistência social.
No décimo artigo estudado (ME 10) os autores adaptaram para a realidade do nosso país, um plano de intervenção em saúde mental para Períodos de Transição (CTI-Br), utilizável em usuários dos CAPS. A pesquisa consistiu em conhecer o território, realizar entrevistas e aplicar questionários/escalas com usuários do CAPS, seus familiares e trabalhadores da região, como também entender as rotinas diárias dos serviços. Foi construído um mapa sinalizando o perfil sociodemográfico, clínico, bem como as necessidades e modos de utilização dos equipamentos de saúde mental. Os autores constataram que o mapeamento se tornou estratégia fundamental para compreender o contexto da região e as demandas dos serviços, possibilitando assim, a adaptação e implementação de um plano de intervenção que contribuísse significativamente para o tratamento do público em questão.
O último artigo analisado retrata uma experiência de estágio em psicologia comunitária, realizada em Santa Maria – RS, em que os autores se utilizaram das técnicas de entrevistas, visitas domiciliares, conversas informais e interação na comunidade, para realizar um mapeamento que melhor representasse o cenário da comunidade. Finalmente compreenderam que a estratégia do mapeamento contribuiu para a melhoria na atuação dos profissionais de saúde e no cuidado integral dos sujeitos.
Discussão
Com o propósito de compreender como a literatura científica utiliza o termo mapeamento, este trabalho alcançou o objetivo de identificar se o uso do termo mapeamento produz apropriação do território. Os 11 estudos analisados neste artigo utilizaram o mapeamento como ferramenta metodológica para a realização dos seus objetivos. Todavia, as demandas, o cenário, a população-alvo e o propósito dos pesquisadores se diversificam de um trabalho para o outro.
A partir desta perspectiva, os resultados foram classificados em três categorias: os que mapearam ações (MA 1 e MA 2); os que mapearam a maneira de organização dos serviços e da comunidade no território (MP 3, MP 4, MP 5, MP6, MP7); e os que mapearam as experiências de gestores e profissionais da saúde, assim como de usuários e/ou familiares (ME 8, ME 9, ME 10, ME 11). Sendo assim, as técnicas e os meios utilizados para se construir um mapa, variam de acordo com o objetivo e o objeto de estudo da pesquisa.
O mapeamento de ações (MA 1 e MA 2) apontado nos resultados, foi fundamental para o reconhecimento do território, entretanto, não se desenvolveu através da participação social, como no mapeamento participativo, em que o usuário da comunidade participa de todo o processo. Já o mapeamento de experiências, apesar de ser parecido com o de ações, possui sua singularidade no fato de que a vivência dos sujeitos (e não somente as ações “isoladas”) foi acionada como público alvo, uma vez que a coleta de dados ocorreu através dos relatos de experiências e assim, o processo não se tornou apenas técnico.
Desta forma, os artigos selecionados mostraram que, mesmo com as particularidades de cada segmento, os sentidos atribuídos ao termo mapeamento apresentaram diversos pontos de intersecção essenciais em três formas diferentes: Ação/Participativo/Experiência. Partindo do pressuposto de que o diálogo com o território é fundamental para qualquer plano de intervenção, os dados apontados em todos os 11 trabalhos, indicam que o mapeamento no campo da Saúde contribui para o desenvolvimento de intervenções e ações como:
Apropriação do território: identificar o ambiente, os serviços, as demandas e os principais desafios existentes; compreender a dinâmica de funcionamento e organização do local, bem como a percepção dos sujeitos sobre o cenário em que se encontram;
Apropriação das ações: ao se planejar uma ação a partir da perspectiva do indivíduo e/ou ambiente assistido (entrevistando, aplicando questionários, realizando conversas informais, observando, etc.), os resultados vão de encontro às características sócio- históricas, econômicas, políticas e culturais do local, favorecendo a construção social e a participação coletiva.
Favorece intervenções que proporcionem melhor qualidade no serviço e nas ações oferecidas ao usuário, identificando espaços, oportunidades e possibilidades para atuações pautadas nos princípios da Promoção da Saúde.
Propicia um olhar ampliado para a rede de assistência existente no território, reconhecendo não somente as suas fragilidades e dificuldades, mas também as potencialidades e recursos que podem ser úteis e contribuir com a comunidade.
As estratégias de mapeamento utilizadas evidenciaram a possibilidade de se desenvolver um saber coletivo, em que as subjetividades e os dinamismos presentes em uma cultura são validados na coleta de informações, pois são relevantes para a compreensão do território.
O olhar para o ser humano como um sujeito que está em constante interação social, que absorve diferentes papeis (profissional, pessoal, conjugal, etc.) como requisito de sobrevivência, e que ajuda a compor um sistema político-social que direciona a maneira de se viver em sociedade, é também uma das funções da Psicologia. Considerando que é no encontro de produções subjetivas e singulares que o território se constrói e se desenvolve (Spink, 2013), então a Psicologia tem um importante papel a desempenhar em conjunto com outras ciências, para humanizar as relações sociais.
Pensar nas contribuições da Psicologia neste sentido, é considerar que sua atuação precisa ocorrer para além do âmbito individual, mas também, para a coletividade e para o contexto desta, objetivando construir ações que levem em conta o território e suas potencialidades. Dessa forma é possível uma atuação comprometida com a transformação, não apenas geográfica, mas de sujeitos, que poderão ser mais autônomos e envolvidos com a causa do coletivo. (Martins, Paula, Araújo, & Andrade, 2019)
Segundo os resultados e os procedimentos metodológicos encontrados, é possível destacar que por mais que sejam fundamentais os mapeamentos de ações e experiências, o participativo se mostrou completo, pois trouxe o sujeito para a construção do trabalho de fato. Principalmente através do mapeamento participativo, fez-se necessário incluir o que era singular nas relações e estruturas do sistema social, para que as demandas, necessidades e preferências do território pudessem ser identificadas e por isso, pode ser uma ferramenta eficaz e potente para a atuação da Psicologia na comunidade.
Conclusões
Com o propósito de compreender como a literatura científica utiliza o termo mapeamento, este texto objetivou reconhecer os sentidos atribuídos ao termo mapeamento na literatura indexada, considerando a concepção de território adotada na esfera da Saúde Coletiva.
Em todas as pesquisas, a estratégia de mapeamento contribuiu para a apropriação do território, pois atuou como ferramenta para melhor assimilação deste e reconhecimento das demandas locais, favorecendo o diálogo entre seus atores e seus dinamismos. Todavia, vale destacar algumas particularidades na forma como cada segmento se desenvolveu: O mapeamento de ações (MA 1 e MA 2) apontado nos resultados, foi fundamental para o reconhecimento do território, entretanto, não se desenvolveu através da participação social, como no mapeamento participativo, em que o usuário da comunidade participa de todo o processo. Já o mapeamento de experiências, apesar de ser parecido com o de ações, possui sua singularidade no fato de que a vivência dos sujeitos (e não somente as ações “isoladas”) foi acionada como público alvo, uma vez que a coleta de dados ocorreu através dos relatos de experiências e assim, o processo não se tornou apenas técnico.
Desse modo, apesar de todos os tipos de mapeamentos serem importantes para a compreensão dos determinantes e condicionantes de saúde no território, o mapeamento participativo pode ser compreendido como uma estratégia mais completa e eficaz para se organizar uma pesquisa, pois envolve o usuário da comunidade na construção do trabalho de fato, sendo assim a que melhor se encontra em consonância com os referenciais da Promoção da Saúde.
A partir de uma perspectiva geral, as pesquisas científicas que foram analisadas, sugerem o mapeamento como uma importante estratégia que fomenta a construção de uma rede de serviços promotoras de qualidade de vida da população, uma vez que articula saberes e vivências do território.
Referências
Amaral, M. S., Gonçalves C. H., & Serpa M. G. (2012). Psicologia Comunitária e a Saúde Pública: relato de experiência da prática psi em uma Unidade de Saúde da Família. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(2), 484-495. Recuperado de: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=282022965015
Bock, A. M. M., Gonçalves, M. G. M., & Furtado, O. (2009). Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia (4ª ed.) São Paulo: Cortez.
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