ISSN 1514-3465
Os aspectos psicológicos na ginástica artística: foco na categoria pré-infantil
The psychological Aspects in Artistic Gymnastics: Focus on the Pre-Child Category
Los aspectos psicológicos de la gimnasia artística: enfoque en la categoría pre-infantil
Nayara Ribeiro Coutinho Ferreira*
naah-coutinho@hotmail.com
Vivian de Oliveira**
vivian_oliveira58@hotmail.com
Solange Alves da Silva Baciega***
sbaciega@gmail.com
Vitor Daniel Tessutti****
vtessutti@gmail.com
Ivan Wallan Tertuliano*****
ivanwallan@gmail.com
*Bacharela e Licenciada em Educação Física pelo Centro Universitário FIEO
Cursando Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício pelo SEFE - UNIFESP
Treinadora de Ginástica Artística das Equipes de Treinamento da Cidade de Barueri
**Bacharela em Educação Física pelo Instituto de Biociências
da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), campus de Rio Claro Realizou intercâmbio acadêmico
na Faculdade de Motricidade Humana (Universidade de Lisboa) em Lisboa, Portugal, cursando Ciências do Desporto
Mestra em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (UNESP-Rio Claro)
Docente no Centro Universitário IESB (Brasília, DF)
e no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Brasília, DF)
***Mestre em Psicologia da Educação - PUC/SP
Atualmente Coordenadora da Licenciatura em Pedagogia UNIFIEO
Professora Universitária (2010 a atual)
Supervisora de Ensino da rede pública do estado de São Paulo
****
Bacharel em Esporte pela Escola de Educação Física e Esporteda Universidade de São Paulo, Especialista em Treinamento Esportivo pela FMU-SP
Mestre em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo, e Doutorando em Ciências Interdisciplinares na Saúde
pela Universidade Federal de São Paulo-Baixada Santista
Docente do Centro Universitário Ítalobrasileiro
*****Pós-doutorado pela UNESP – Rio Claro. Doutor pela UNESP – Rio Claro
Mestre pela USP. Graduado em Educação Física pela UNINOVE
Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisa
em Psicologia do Esporte (LEPESPE) – IB/UNESP – Rio Claro
Coordenador do GRUPEPE – Grupo de pesquisas e estudos em Psicologia do Esporte
Docente na Universidade Anhembi Morumbi – Escola de Ciências da Saúde, São Paulo
(Brasil)
Recepção: 30/08/2019 - Aceitação: 27/05/2020
1ª Revisão: 11/05/2020 - 2ª Revisão: 13/05/2020
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Citação sugerida
: Ferreira, N.R.C., Oliveira, V., Baciega, S.A.S., Tessuti, V.D., y Tertuliano, I.W. (2020). Os aspectos psicológicos na ginástica artística: foco na categoria pré-infantil. Lecturas: Educación Física y Deportes, 25(267), 132-146. Recuperado de: https://doi.org/10.46642/efd.v25i267.1622
Resumo
A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade esportiva que requer uma iniciação esportiva precoce, na qual oferece um enriquecimento do repertório motor, proporcionando, uma exploração de movimentos que ampliam o aprendizado. As crianças são frequentemente inseridas num ambiente competitivo e submetidas à carga intensa de treinamentos para que possam atingir um alto nível de competitividade, acarretando na especialização esportiva precoce. Um dos aspectos psicológicos que se pode destacar na GA é a ansiedade, podendo ser caracterizada como uma agitação perante situações de risco, perigo acompanhado de sensações corporais desagradáveis. Dessa maneira, conduziu-se um estudo bibliográfico de caráter descritivo-propositivo com o objetivo de organizar conteúdos vinculados aos aspectos psicológicos que estão relacionados ao período competitivo de crianças praticantes de GA, visando a proposição de condutas junto a essas crianças. Os resultados indicam que há uma preocupação com os aspectos psicológicos na GA, mas que ainda é inferior quando comparada com à atenção direcionada aos aspectos técnicos e físicos, por exemplo. Assim, o presente estudo tece a necessidade da GA ser trabalhada como um todo, desde preparação física, até o estado emocional da criança, para que a mesma, não seja prejudicial ao seu desempenho cuidando para que não leve a desistência da modalidade.
Unitermos:
Ginástica Artística. Especialização esportiva precoce. Ansiedade. Psicologia do Esporte.
Resumen
La Gimnasia Artística (GA) es un deporte que requiere una iniciación deportiva temprana, que ofrece un enriquecimiento de experiencias motoras, proporcionando una exploración de movimientos que amplían el aprendizaje. Los niños y niñas a menudo se insertan en un entorno competitivo y se someten a un entrenamiento intenso para poder alcanzar un alto nivel competitivo, lo que lleva a una especialización deportiva temprana. Uno de los aspectos psicológicos que pueden destacarse en GA es la ansiedad, que se puede caracterizar como agitación en situaciones de riesgo, peligro acompañado de sensaciones corporales desagradables. De esta manera, se realizó un estudio bibliográfico descriptivo-proposicional con el objetivo de organizar contenidos vinculados con los aspectos psicológicos que se relacionan con el período competitivo de los niños y niñas que practican GA, con el objetivo de proponer conductas con ellos. Los resultados indican que existe una preocupación con los aspectos psicológicos en la GA, pero que es menor en comparación con la atención dirigida a los aspectos técnicos y físicos, por ejemplo. Por lo tanto, el presente estudio propone la necesidad de trabajar la GA en su conjunto, desde la preparación física hasta el estado emocional del niño, para que no sea perjudicial para su rendimiento, teniendo cuidado para que no lleve al abandono de la modalidad.
Palabras clave:
Gimnasia Artística. Especialización deportiva precoz. Ansiedad. Psicología del Deporte.
Abstract
The Artistic Gymnastics (AG) is a sports modality that requires an early sports initiation, in which it offers an enrichment of the motor repertoire, providing, an exploration of movements that amplify the learning. Children are often placed in a competitive environment and subjected to intensive training so that they can achieve a high level of competitiveness, leading to early sports specialization. One of the psychological aspects that can be highlighted in AG is the anxiety that can be characterized as a disturbance in situations of risk, danger and accompanied by unpleasant bodily sensations. Thus, a descriptive-purpose bibliographic study was conducted with the objective of organizing contents related to the psychological aspects that are related to the competitive period of children practicing AG, aiming at proposing behaviors with these children. The results indicate that there is a concern about the psychological aspects in AG, but that it is still inferior when compared to the attention directed to technical and physical aspects, for example. Thus, the present study makes it possible for the GA to be worked as a whole, from physical preparation to the emotional state of the child, so that it is not detrimental to its performance or leads to withdrawal of the modality.
Keywords
: Artistic Gymnastics. Early sports specialization. Anxiety. Sports Psychology.
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 25, Núm. 267, Ago. (2020)
Introdução
A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade esportiva, praticada por homens e mulheres, e está presente nos Jogos Olímpicos, desde sua primeira edição em 1986. O esporte chegou ao Brasil por meio de alemães em meados do século XIX e gradativamente foi ganhando reconhecimento. A GA é caracterizada por exigir diversas qualidades de seus atletas como força aliada com o equilíbrio e graciosidade, classificando-se como um esporte de alto grau de dificuldade. (Lopes & Nunomura, 2007)
Na GA é comum que crianças sejam inseridas num ambiente competitivo e submetidas à carga intensa de treinamentos para que possa atingir um alto nível de competitividade (Böhme, 2011). Mesmo na categoria pré-infantil, foco deste trabalho, e que compreende crianças entre 8 e 10 anos, as atitudes dos técnicos da ginástica artística e a busca por resultados podem comprometer a integridade de crianças e jovens, ocasionando prejuízos irreversíveis tanto físicos quantos psicológicos, levando inclusive ao fenômeno “burnout”, ou seja, ao esgotamento dos ginastas ainda quando muito jovens. (Weinberg & Gould, 2017)
Esse treinamento, utilizando-se de sobrecarga para a preparação de crianças de 8 a 10 anos, participação em competições frequentes, juntamente com o aprimoramento tático, técnico e físico é compreendido como Especialização esportiva precoce (Machado, 2008) e, não é raro de ser encontrado nos clubes (Whiting & Zernicke, 2001). Todavia, esse trabalho prematuro, pode ocasionar desequilíbrio emocional na criança.
O equilíbrio emocional é um aspecto integrante do esporte competitivo. No esporte de rendimento, muitos estímulos causam efeitos emocionais positivos e/ou negativos, e estes efeitos influenciam diretamente o desempenho do atleta, sua forma de atuar e sua disposição diante da competição, do adversário e das vitórias ou derrotas. (Vieira, Fernandes, Vieira, & Vissoci, 2008)
Os atletas estão expostos a diferentes níveis de ansiedade. A ansiedade é um complexo estado ou condição psicológica do organismo humano, constituída por propriedades fenomenológicas e fisiológicas que se diferencia de estados emocionais como o estresse, a ameaça e o medo, pois tais eventos se apresentam como possíveis causadores do estado de ansiedade (Gonçalves & Belo, 2007). Sendo assim, a ansiedade pode ser classificada como: ansiedade traço e ansiedade estado. (Weinberg, & Gould, 2017)
Portanto, é necessário se conhecer os aspectos psicológicos envolvidos na GA, principalmente os relacionados ao período competitivo de crianças, assim como compreender os benefícios e malefícios da exposição prematura de crianças aos processos competitivos. Dessa forma, este estudo bibliográfico de caráter descritivo-propositivo (Severino, 2007) tem por objetivo organizar conteúdos vinculados aos aspectos psicológicos que estão relacionados ao período competitivo de crianças praticantes de GA, com olhares para a proposição de condutas junto a essas crianças. Salienta-se que os conteúdos abordados transpõem os escopos educacionais e de intervenção, indo ao encontro de conteúdos sociais e psicológicos, numa perspectiva global.
A GA enquanto fenômeno da cultura corporal do movimento
O esporte é um dos conteúdos mais trabalhados na Educação Física, por isso, se torna alvo permanente de estudiosos e pesquisadores que buscam incessantemente decifrar suas múltiplas dimensões. De acordo com Tubino (2001), o esporte se apresenta em três dimensões: esporte-educação (fundamenta-se na construção da personalidade e da cidadania), esporte participação ou esporte popular (que se refere ao princípio do prazer lúdico, e que tem por finalidade o bem-estar de seus praticantes) e esporte-performance (que proporciona espetáculos esportivos, já foi ideário olímpico mas hoje também é uma forma de negócio)
Segundo Dobránszky & Machado (2001), os elementos que compõem o cenário esportivo tanto auxiliam quanto prejudicam o desempenho do atleta, chegando a provocar emoções tanto positivas quanto negativas. Desta maneira, sentimentos como agressão, ansiedade, estresse, frustração, medo, auto superação, realização, prazer, alegria e divertimento aparecem entrelaçados como principais sentimentos associados à prática esportiva.
Barros et al. (2016) analisou a produção científica sobre a Ginástica Artística publicada no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2014, em periódicos nacionais e internacionais. Desta forma, foram encontrados 382 artigos sobre a modalidade. Deste total, 25 trabalhos tratavam dos aspectos psicológicos da GA. Dentre os subtemas pesquisados, foram encontrados estudos sobre o treinamento psicológico (6), ansiedade (5), preparação psicológica (2), medo (1), concentração (1), motivação para a prática (4), Preparação dos ginastas (3) e participação dos pais na formação do ginasta (3). Além destes, 9 trabalhos encontrados tratam sobre a iniciação e especialização esportiva. Estes números mostram que a literatura vigente preocupa-se com a parte psicológica dentro da GA, mas talvez esta ainda seja inferior aos outros aspectos, como técnicos, pedagógicos e etc.
O estudo de Barros et al. (2016) demonstra a importância que existe no trabalho relacionado a aspectos psicológicos junto aos atletas de GA, principalmente no controle das emoções, já que essas podem ser consideradas como experiências subjetivas que envolvem a pessoa como um todo, podendo interferir diretamente no rendimento do Atleta (Machado, 2006). Somado as emoções, outros fatores psicológicos, intrínsecos ou extrínsecos, são relevantes para o rendimento do Atleta, como a ansiedade (Weinberg & Gould, 2017), o que torna necessário a compreensão desses, assim como a forma que se deve atuar diante deles.
Em relação com o supracitado, Barros et al. (2016) aponta a preparação dos ginastas, bem como a participação da família como requisitos a serem avaliados e compreendidos para adequada preparação do atleta. Assim, entender como se deve atuar na iniciação do esporte, bem como no desenvolvimento do mesmo, junto a criança se faz necessário.
A iniciação esportiva e as características biopsicossociais da criança
É importante entender as fases de desenvolvimento infantil, que caminham junto com as fases da iniciação esportiva. Desde o nascimento até a vida adulta, o desenvolvimento mental de um indivíduo é um processo continuo de construções de estruturas de variáveis que ao lado de características que são constantes e comuns das características de cada criança, refletindo com o grau de desenvolvimento intelectual de cada um. Segundo Piaget (1972) apud Ferracioli (1999), as estruturas das variáveis são as maneiras de organização das atividades mentais, englobando os aspectos motor ou intelectual e afetivo, tanto no individual como no social, já com as características invariáveis são as funções de interesse, explicação, ou seja, não variam o nível mental do indivíduo.
Piaget & Inhelder (2002, p. 131-132) dividiram o desenvolvimento da criança em três critérios:
A ordem de sucessão é constante, embora as idades médias que as caracterizam possam variar de um indivíduo para outro, conforme o grau de inteligência, ou de um meio social a outro
Cada estágio é caracterizado por uma estrutura de conjunto em função da qual se explicam as principais reações particulares.
As estruturas de um conjunto são integrativas e não se substituem uma às outras: cada uma resulta da precedente, integrando-a na qualidade de estrutura subordinada e prepara a seguinte, integrando-se a ela mais cedo ou mais tarde.
De acordo com o Ferracioli (1999), o desenvolvimento dos estágios foi descrito de maneira resumida de acordo com algumas obras de Piaget e podem ser subdividas em quatro principais períodos:
Inteligência Sensório-Motora (até 2 anos de idade):procura coordenar e adquirir as informações que recebem pelos sentidos, elaborando o conjunto de esquemas cognitivos e esquemas de assimilação, servindo de base para as construções do desenvolvimento ulterior.
Inteligência Simbólica ou Pré-Operatória (de 2 a 8 anos): dominam situações simbólicas, representando os objetos ou acontecimentos, tendo como o desenvolvimento do pensamento simbólico e pré-conceitual.
Inteligência Operatória Concreta (de 8 anos a 12 anos): consegue observar as noções de tempo, casualidade e conservação. Porém o pensamento conserva os vínculos com o mundo real, ou seja, as operações se prendem as experiências concretas, não incluindo operações de lógica de preposições.
Inteligência Operatória Formal (a partir de 12 anos): a criança começa a entrar na fase da adolescência, ao qual, alcança a independência do real, surgindo o período das operações formais. Possui caráter de raciocínio, não sendo baseado em objetos ou realidades observáveis, permitindo a construção de reflexos e teorias.
Para que ocorra a construção de conhecimento através desses estágios, Piaget cita que existe quatro fatores principais que influenciam a criança a adquirir conhecimento: o Processo de Maturação acontecerá de acordo com desenvolvimento da criança, ou seja, sendo um processo de formação do indivíduo. Outro fator seria a experiência adquirida através do meio físico. Além deste, tem-se a transição Social onde ocorre a transmissão de educação, pelos contatos sociais e, assim, adquire-se conhecimento; por fim, a equilibração ou autorregulação como sendo o que completa e evidencia o caráter não-apriorístico do desenvolvimento das estruturas mentais do indivíduo.
Para Piaget (2003), o processo de desenvolvimento da criança acontece de acordo com as experiências adquiridas e o significado da aprendizagem, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem.Dessa forma, a infância é um período ótimo na aquisição de capacidades coordenativas e de flexibilidade (Arkaev & Suchilin, 2004) e vantagens biomecânicas de proporções corporais menores (Damsgaard, 2002). Segundo Nunomura, Carrara & Tsukamoto (2010) são argumentos mais utilizados na GA competitiva, mas, ainda assim, levantam críticas e debates, seja na Pedagogia do Esporte e nas demais áreas.
A GA pode contribuir muito para a formação esportiva geral, pois estimula capacidades físicas e motoras, ou seja, contribuindo no desenvolvimento motor da criança, desde que trabalhada no viés da Pedagogia do Esporte (Nunomura et al., 2010). Nessa perspectiva, o brincar é visto como ferramenta fundamental, pois é uma atividade presente no contexto do ser humano. O brincar tem o papel de auxiliar no desenvolvimento saudável do corpo e do cérebro (Papalia & Feldman, 2013), bem como envolver a criança na atividade proposta, além de oferecer a criança condições de desenvolver a capacidade de solução de problemas (Smith, 2005). Assim, pode-se especular que o brincar contribui com todos os domínios do desenvolvimento humano, seja ele físico, cognitivo ou psicossocial.
Nessa perspectiva, a Iniciação Esportiva para GA deve ser repensada, tanto no aspecto de desenvolvimento, quanto no aspecto de aplicação, pois deve-se respeitar os princípios desenvolvimentistas da criança nesse processo.
Iniciação esportiva e o fantasma da especialização esportiva precoce
É comum encontrar ginastas tão jovens treinando, competindo e tendo excelentes resultados no âmbito internacional. Segundo Nunomura et al. (2010), técnicos acreditam que a especialização precoce desta modalidade ocorre devido à própria natureza da modalidade, a idade de participação em eventos oficiais e ao tempo de preparação necessário para que os ginastas apresentam condições para competir.
Porém, a especialização precoce é desaconselhada, pois pode acarretar consequências negativas aos praticantes como o aumento de incidência de lesões, prejuízos gerais ao desenvolvimento da criança, manifestações de efeitos psicológicos negativos como o “burnout” desmotivação e prejuízos à formação escolar (Nunomura et al., 2010).
Diante do supracitado, pode-se perceber que ao falar de GA, a temática da especialização esportiva precoce é recorrente (Machado, 2006; 2008; Nunomura et al., 2010). Na GA, este fenômeno é visto como ponto fundamental por muitos técnicos, para que a criança possa atingir um alto nível de competitividade futura neste esporte, não corroborando com algumas proposições de Machado (2008), em que aponta a especialização esportiva precoce como algo a ser repensado.
O processo de preparação esportiva visa consolidar a funcionalidade do atleta em longo prazo e atingir a excelência na modalidade escolhida em idades superiores. A especialização precoce refere-se à especialização antes do período considerado ideal, quando fases do processo de formação são antecipadas ou anuladas (Nunomura et al., 2010). Como separar então a iniciação da especialização esportiva? O que é um ginasta de alto rendimento?
Segundo Gaya, Torres & Balbinotti (2002), a iniciação pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento na infância, desde que as características motoras, cognitivas, afetivas e sociais sejam respeitadas em situações pedagogicamente adequadas.O primeiro contato com o esporte ocorre por volta dos 4 a 6 anos de idade, no qual é trabalhado as habilidades motoras fundamentais e percepção corporal. Ao final desta fase de adaptação dos aparelhos, por volta dos 8 aos 10 anos de idade, a criança se encontra na primeira categoria estabelecida pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), sendo denominada como categoria pré–infantil, com seus 10 anos aos 12 anos se encontra na categoria Infantil, no qual as exigências e cobranças vão aumentando cada vez mais. Todavia, a criança na categoria pré–infantil, não se encontra preparada fisicamente e psicologicamente para encarar cargas de treino em excesso, podendo assim, acarretar diversos problemas ou até mesmo a desistência no esporte (Lopes & Nunomura, 2007), o que deve ser considerado na preparação e elaboração de propostas de iniciação esportiva, visando a não desistência no esporte.
Pensando na criança, não é viável colocá-la no esporte com olhares para o alto rendimento, pois nesta condição o atleta necessita adequar-se a uma série de padrões de treinamento, de rotina, de dieta etc., que o diferencia em muito das rotinas costumeiras dos indivíduos nesta idade (Valle, 2003), o que não é adequado para uma criança. Ao colocá-la no alto rendimento, existe a exigência excessiva de treinamento, além da dedicação exclusiva, o que pode atrapalhar outros fatores da vida da criança, como o escolar (Machado, 2008) e o familiar. Mesmo assim, na categoria feminina pré-infantil, as crianças começam a treinar, intensivamente, ainda em idade pré-escolar a fim de preparar-se para as competições. Tal fato, contraria a recomendação da literatura sobre o que deve ser trabalhado com a criança, evidenciando a especialização precoce (Nunomura, Pires, & Carrara, 2009), o que remete a necessidade de novos olhares para a continuidade de sua prática após a Iniciação Esportiva da GA.
Competição: vilã ou aliada da criança?
No contexto esportivo, a competição pode ser compreendida como a disputa entre indivíduos ou equipes que, a partir de princípios de iguais possibilidades, buscam objetivos bem definidos dentro de um evento esportivo, respeitando as regras da modalidade praticada (De Rose Júnior & Korsakas, 2006). A competição permite a comparação do desempenho de uma pessoa ou grupo, com algum padrão já estabelecido ou com o desempenho de outra pessoa. Para que ela aconteça, é necessária a presença de pelo menos um sujeito que entenda e conheça os critérios necessários para essa avaliação.
Muito se discute sobre a realização de competições para as crianças. Alguns defendem que a iniciação esportiva não é o momento ideal para competir. Para Galatti Breda, Scaglia & Paes (2007), a competição na iniciação, não é necessariamente um problema, pois é comum a criança possuir o desejo de competir, já que em muitos casos, é o atleta profissional competindo que a atrai para o esporte. O problema parece estar no objetivo principal da competição e na forma como esta é organizada.
Quando se analisam as competições voltadas para o público infantil, observa-se que elas muito se assemelham às competições para adultos. A estrutura é bastante semelhante, mas em alguns casos ocorre a semelhança dos equipamentos (tamanho da bola, tempo de jogo, menores dimensões das tabelas, redes, etc.). Em muitos casos se pode observar também que no esporte infantil se repetem comportamentos condenáveis por parte dos familiares e também dos treinadores, que exigem o resultado favorável acima de tudo. Para Korsakas (2009), no contexto escolar este cenário se repete, pois, as escolas, com o usual objetivo de desenvolverem equipes esportivas competitivas, acabam por replicar o modelo de especialização e seleção de jovens atletas, negligenciando o componente educativo e de participação. Machado & Gomes (2011) concordam dizendo que as crianças que são conduzidas à especialização esportiva precoce competem em uma estrutura e ambiente de pressão proporcionado por adultos e para adultos.
Há diversas razões pelas quais crianças são precocemente envolvidas em eventos esportivos competitivos, como o interesse dos adultos, a necessidade de seguir modelos de atletas constantemente divulgados pela mídia, as expectativas quanto à possibilidade de atingir um alto nível de excelência no esporte, a possibilidade de melhora de status social, a melhoria das condições econômicas pessoais e familiares e o estilo de vida competitivo. (De Rose Junior, 2009)
Segundo De Rose Junior & Korsakas (2006, p. 260), a competição não se resume ao resultado:
Competir não deveria significar, exclusivamente, ganhar ou perder. Não deveria expressar somente o predomínio do mais forte sobre o mais fraco ou do mais habilidoso sobre o menos capaz. Competir deveria ser a oportunidade de mostrar o quanto se evoluiu no desempenho das habilidades técnicas e táticas de uma determinada modalidade esportiva e o quanto as crianças aprendem a resolver problemas e tomar decisões, mesmo que equivocadas, em determinado momento. (De Rose Junior & Korsakas, 2006, p. 260)
Para Galatti et al. (2007), a competição na iniciação esportiva não deve ser realizada objetivando-se a criação de campeões, pois este é objetivo das competições para os adultos. É necessária a promoção de torneios e jogos que ofereçam maiores possibilidades de sucesso. Certamente, a competição infantil é um tema complexo, que deve envolver em seu debate dirigentes, professores, árbitros, pais e, em especial, a própria criança, que muitas vezes se vê envolvida em uma competição que responde às necessidades de quem a propõem, e não as suas próprias aspirações, desejos e competências.
Então, qual será o momento adequado para iniciar o jovem à competição? Para Malina (1988), quando as características individuais do jovem atleta estão em equilíbrio ou acima da demanda que a competição exige, ele está apto para competir. Porém, se as demandas da competição forem maiores do que a resposta que está ao alcance do praticante, este jovem poderá enfrentar situações de fracasso por não estar pronto para a atividade. (De Rose Junior, 2009)
É possível, conhecendo as possibilidades e especialmente, as características da criança, que o profissional que trabalha com o esporte de iniciação desenvolva atividades competitivas que sejam positivas, e que gerem uma aprendizagem adequada e tranquila. Para isso, este profissional deve estar baseado em uma prática educativa que procure ensinar à criança a capacidade de regular seus próprios interesses com autonomia. (De Rose Júnior & Korsakas, 2006)
Contribuições da psicologia do esporte para a ginástica artística
Como citado anteriormente, a preparação psicológica é um fator importante no processo de inserção da criança no esporte, o que remete ao entendimento dos fatores que podem contribuir com o sucesso da criança nesse (Machado, 2006). Nessa perspectiva, compreender os fatores que motivam as crianças a praticarem o esporte facilitará o direcionamento de metas e a elaboração das propostas pedagógicas para a iniciação esportiva da GA, o que contribuirá com a aderência das crianças no esporte.
Com o intuito de identificar os fatores que motivaram crianças entre 7 e 10 anos a iniciar a prática de GA, Costa, Oliveira, Carbinatto & Nunomura (2017) realizaram um estudo com a aplicação de questionário para crianças praticantes de GA. Os resultados revelaram que tanto motivos intrínsecos quanto extrínsecos atraíram os ginastas iniciantes para a modalidade. Contudo, destaca-se que os fatores extrínsecos exercem maior impacto, principalmente, devido à influência social da família e dos treinadores. Vale ressaltar que a motivação intrínseca é aquela gerada quando a própria tarefa produz satisfação e prazer, enquanto motivação extrínseca ocorre quando uma atividade é efetuada com outro objetivo que não o inerente à própria pessoa, influenciada por fatores externos. (Deci, & Ryan, 2000)
Por outro lado, Lopes, Oliveira, Fátima, & Nunomura (2016) também verificaram que fatores intrínsecos e extrínsecos estão vinculados ao processo de abandono da prática desse esporte. Porém, os fatores extrínsecos foram mais determinantes do que os intrínsecos, o que mostra que o ambiente e as condições situacionais e interpessoais influenciam de forma mais pertinente o afastamento dos atletas da modalidade. Os fatores em destaque foram: problemas de saúde/lesões, excesso de atividades escolares, falta de amizades na turma, falta de afinidade com treinador e a dependência dos pais.
De acordo com Nascimento, Bahiana & Nunes-Junior (2012), a ansiedade é um dos fatores psicológicos mais presentes no esporte, podendo ser caracterizada por um estado subjetivo de apreensão ou tensão em consequência da interpretação de uma situação de perigo real ou imaginário, um tipo de afeto negativo, acompanhado de sensações corporais desagradáveis como, medo, temor, preocupação, sensação de vazio no estômago; aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória; aperto no peito e sudorese aumentada.
De acordo com Bertuol & Valentini (2006), a ansiedade é um fenômeno natural desencadeado pelo estresse da competição, associado às pressões impostas ao atleta. Nessa perspectiva, o resultado vai depender de muitos fatores, como a personalidade do atleta, a modalidade esportiva e as experiências prévias.
A ansiedade possui diferentes manifestações, podendo ser classificadas de diferentes formas. A ansiedade traço refere-se a diferenças individuais relativamente estáveis que levariam a percepção de situações ameaçadoras de acordo com as experiências pessoais adquiridas. Já a ansiedade estado diz respeito às reações do indivíduo diante das situações temporárias, ou seja, um estado imediato de ordem emocional gerado por situações a que o indivíduo está exposto no momento. (Weinberg & Gould, 2017)
Estudo realizado por Fortes, Almeida & Ferreira (2013) com atletas da ginástica artística indicou que há uma influência da ansiedade estado nos comportamentos de risco para transtornos alimentares. O resultado sugere que a ansiedade, gerada por situações ambientais (como as competições, por exemplo), podem predispor as ginastas a condutas alimentares que são maléficas à saúde.
Já o estudo de Vieira, Amorim, Vieira, Amorim, & Rocha (2009) sugere que um possível comportamento sugestivo para transtornos de conduta alimentar e, além disso, distorção da imagem corporal tem a similar probabilidade de surgimento entre as meninas atletas e não atletas de ginástica rítmica, modalidade com componentes similares de exigência de performance comparada à GA. Desta forma, afirmam que não necessariamente o ambiente competitivo possa gerar esta necessidade, mas sim, o ambiente cultural ocidental pelo corpo em uma harmonia imposta.
Sendo assim, a ansiedade já estaria embutida no que a própria criança e adolescente entende por um corpo ideal para a prática esportiva ou até mesmo para a sua própria relação com a sociedade. Os resultados acima sugerem que a ansiedade, estimulada por situações ambientais, por exemplo, as competições e a própria exigência cultural, podem predispor as ginastas a condutas alimentares deletérias a saúde, tais como: restrição alimentar, vômitos auto induzidos, uso de laxantes/diuréticos, entre outras. Tais constatações são preocupantes, principalmente pensando na criança, que está em formação e desenvolvimento (físico, cognitivo e psicológico), pois demonstram que ao inserir a criança no alto rendimento, tais aspectos podem afetá-la, também, o que certamente prejudicará o desenvolvimento psicológico da criança.
Barreto (2017) realizou um estudo buscando avaliar e identificar os escores de referência do estado de humor, ansiedade-traço e ansiedade-estado, em atletas de Ginástica Artística, antes das competições. As atletas participantes da pesquisa eram todas do sexo feminino, com idade média de 13,2 anos, tempo de treino médio de 6,48 anos, e de competição 5,3 anos. Os resultados obtidos para estado de humor apresentaram valores elevados para vigor e tensão. Em relação à ansiedade e autoconfiança, a maioria das participantes apresentou ansiedade traço classificada como média-alta e autoconfiança classificadas com médias. Observou-se também que 46,25% das participantes foram classificados com elevado distúrbio total de humor.
Em período competitivo, quando as séries das ginastas são testadas e avaliadas, a pressão que o atleta suporta pode tornar-se um fator de influência negativa no desempenho. Muitas vezes, quando passam por experiências competitivas desagradáveis, crianças têm sua autoestima afetada, o que pode causar um alto nível de ansiedade e levar ao abandono da (De Rose Junior & Vasconcellos, 1997). Segundo Bocchini, Morimoto, Rezende, Cavinato, & Luz (2008), a ansiedade pode ser considerada como um dos fatores mais determinantes no desempenho do atleta, pois se o mesmo se encontra muito ansioso, pode deixar de ter atenção todas as informações necessárias e prejudicar o rendimento.
O temor do fracasso, o temor da vitória, o temor da rejeição do técnico, o temor das agressões, o temor dos danos físicos, as pressões da sociedade, bem como o sarcasmo dos familiares são diferentes causas que possibilitariam o aumento do nível de ansiedade em situações pré-competitivas. Assim, a maioria dos atletas altera fisiologicamente seu comportamento ao se deparar com uma situação competitiva. (Cratty, 1984)
Para muitas crianças, a razão predominante para envolver-se em treinamentos esportivos é a busca do prazer que pode vir a ser vivenciado nessa atividade. Entretanto, muitas vezes, estas não são as expectativas das pessoas adultas significativas na vida da criança. Pais e treinadores priorizam, muitas vezes, apenas o rendimento competitivo, o resultado, pressionando à obtenção de resultados de repercussão social, desconsiderando as funções formativa e educativa do esporte. (Hellison, 2003; Payne & Isaacs, 2002)
Conclusões
Mesmo que as crianças estejam preparadas fisicamente, podem não apresentar competências emocionais para lidar com treinos intensos e competições (Bertuol & Valentini, 2006). Na Ginástica Artística, por ser uma modalidade onde o fator estético é de grande importância é comum crianças se sentirem ansiosas para as competições ou até mesmo para realizar algum movimento novo. Tais características podem desencadear um sentimento de desconforto afetivo, causado pela exposição do sujeito, ou pela sensação de perda real ou virtual de valor, o que é convencionalmente denominado de vergonha (La Taille, 2002). A vergonha pode comprometer o relacionamento do indivíduo socialmente e seu equilíbrio interior, principalmente quando está relacionada a fatores externos, como a torcida, o treinador e os pais. (Lavoura, Presoto, & Machado, 2008)
Além da vergonha, os treinadores devem, também, saber lidar com a ansiedade das atletas, para que não atrapalhe o desempenho, pois se o mesmo se encontra muito ansioso, pode deixar de ter atenção a todas as informações necessárias e realizar o elemento de maneira errada, podendo ocasionar quedas ou até mesmo lesões.Para as crianças, um determinado nível de ansiedade pode ser considerado positivo e útil para o desempenho, e por outros, como negativo e prejudicial. Portanto, é necessário que toda preparação se faça com o objetivo de proporcionar a criança, condições para atingir o melhor nível de desempenho em uma determinada competição.
Por esse e outros motivos, é extremamente necessário que pais e treinadores tenham conhecimento sobre esses fenômenos e aspectos psicológicos que envolvem os praticantes de GA, especialmente na categoria pré-infantil, para que suas ações venham apenas para contribuir no processo de formação e desenvolvimento das crianças.Assim, é recomendado que as pessoas envolvidas com a criança na iniciação esportiva a GA tenha conhecimento e sensibilidade para reconhecer que atletas aparecerão com o tempo e não será na fase da infância, o que Böhme (2011) define como Treinamento a Longo Prazo (TPL). Além disso, deve-se pensar em trabalhos que envolvam a criança na modalidade sem a exagerada cobrança por resultados competitivos, mesmo inserindo-a na competição.
Por fim, incluir trabalhos com olhares para preparação psicológica da criança, principalmente para questões como ansiedade, medo e vergonha são fundamentais para o sucesso da inserção da criança na GA. Um outro ponto talvez seja a revisão de regras, no sentido de retardar a entrada das crianças na situação competitiva, diminuindo os critérios de pontuação nas séries de movimentos nas competições. Talvez isso diminua a performance momentaneamente, mas, certamente, o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo das crianças seria menos afetado pela condição de competição precoce com menor exigência.
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