Educação e mídia: as novas tecnologias no ambiente escolar La educación y los medios de comunicación: nuevas tecnologías en el entorno escolar Education and media: new technologies in the school environment |
|||
Prof. Adjunto da Universidade Federal do Maranhão, UFMA (Brasil) |
Sidney Forghieri Zimbres |
|
|
Resumo O presente artigo tem como propósito discutir e analisar como as mídias e as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), podem atuar, direta e indiretamente, no ambiente escolar. Para tanto, utilizou-se como fonte de pesquisa, livros, revistas científicas e trabalhos disponíveis na internet. O estudo mostrou que temos que romper com o modelo tradicional e criar abordagens inovadoras de ensino e aprendizagem com o objetivo de levar o aluno a ser um pensador crítico e criativo, se desenvolvendo através de trabalhos coletivos que envolvam a experimentação de novas formas de se relacionar com o mundo. Unitermos: Educação. Mídia. Novas tecnologias de informação e comunicação - TICs.
Abstract This article aims to discuss and analyze how the media and new information and communication technologies (ICTs) can act directly and indirectly, in the school environment. Therefore, it was used as a source of research, books, scientific journals and papers available on the internet. The study showed that we have to break with the traditional model and create innovative teaching and learning approaches in order to bring the student to be a critical and creative thinker, developing through collective work involving experimentation with new ways of relating with the world. Keywords: Education. Media. New technologies of information and communication - ICT.
Recepção: 03/05/2016 - Aceitação: 17/06/2016
1ª Revisão: 08/06/2016 - 2ª Revisão: 15/06/2016
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 217 - Junio de 2016. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A mídia se desenvolveu a partir de 1940, no contexto da ordem industrial, através do cinema, rádio e revistas, se tornando presente em todos os setores da vida social. Embora ela tenha sofrido resistências em relação a sua aplicação no contexto escolar, com o surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação, principalmente da internet, tornou-se necessário compreender a influência dos meios de comunicação sobre o trabalho escolar a partir das relações mídia e educação. Para Dorigoni & Silva (s/d), não se pode negar o uso dos suportes midiáticos, mas sim discutir suas influências e necessidades no processo pedagógico.
Muito se tem discutido o papel da educação e do professor no século XXI. Isso se tornou um grande desafio devido a um novo contexto educacional, isto é, um universo on-line presente na vida de todos nós. É importante ressaltar que o papel do professor na sala de aula é um fator fundamental no processo ensino-aprendizagem, mas as novas tecnologias fazem com que professor e aluno façam parte de uma rede que os conecta a informações muito além das quatro paredes da sala de aula. Para Merseth (2016), diversas pesquisas vêm sendo conduzidas sobre o uso da tecnologia em sala de aula, separando as soluções inócuas e os modismos do que verdadeiramente funciona.
Neste contexto “pós-moderno”, a escola tem papel de aproximar a educação à cultura, ou seja, vários outros locais disponíveis de acesso ao conhecimento, como por exemplo, projetos culturais desenvolvidos por organizações não governamentais.
Alguns educadores são contra a globalização e, consequentemente, às novas tecnologias na educação (movimentos antiglobalização). Para Bauman (2005), não se pode ser contra a globalização da mesma forma que não se pode ser contra o eclipse do Sol. A globalização atingiu um nível que não há mais volta. Todos nós dependemos uns dos outros. “Ou nadamos juntos ou afundamos juntos” (p.95). Temos que transformar a globalização e as novas tecnologias de ameaça em oportunidade para a humanidade.
“...Não vivemos o fim da história, nem mesmo o princípio do fim. Estamos no limiar de outra grande transformação: as forças globais descontroladas, e seus efeitos cegos e dolorosos, devem ser postas sob o controle popular democrático e forçados a respeitar e observar os princípios éticos da coabitação humana e da justiça social.” (Bauman, 2005, p. 95)
Cultura no século XXI
A cultura nas novas formas do mundo globalizado deixa de ser um fator de mudança ou de humanização do homem, para, através do poder midiático, se tornar um artifício de sedução e consumo. Antes, ela manifestava-se como um dispositivo destinado a assimilar diferenças de classe e salvaguardá-las, distinguindo alta sociedade da baixa sociedade, passa agora, segundo Bauman (2013), a ser uma força “socialmente conservadora”.
Bauman (2013), usa a expressão “modernidade líquida” para denominar o formato atual da condição moderna ou, segundo outros autores como “pós-modernidade”. Para o autor, o que torna “líquida” a modernidade
“...é a sua ‘modernização’ compulsiva e obsessiva, capaz de impulsionar e intensificar a si mesma, em consequência do que, como ocorre com os líquidos, nenhuma das formas consecutivas de vida social é capaz de manter seu aspecto por muito tempo. ‘Dissolver tudo que é sólido’ tem sido a característica inata e definidora da forma de vida moderna desde o princípio; mas hoje, ao contrário de ontem, as formas dissolvidas não devem ser substituídas (e não o são) por outras formas sólidas – consideradas ‘aperfeiçoadas’, no sentido de serem até mais sólidas e ‘permanentes’ que as anteriores, e portanto até mais resistentes à liquefação. No lugar de formas derretidas, e portanto inconstantes, surgem outras, não menos – se não mais – suscetíveis ao derretimento, e portanto também inconstantes” (p.16).
Hoje a cultura consiste em ofertas, e não em proibições; em proposições, não em normas, nem tanto às estratificações e divisões da sociedade, mas a um mercado de consumo orientado para a rotatividade. Para Bauman (2013), a cultura da modernidade líquida não tem um “populacho” a ser esclarecido e dignificado, tem contudo, clientes a seduzir. A função da cultura não é satisfazer necessidades existentes, mas criar outras, evitando o sentimento de satisfação de seus antigos objetos e encargos, agora transformados em clientes (p.17).
A importância da mídia na educação
Antes de mais nada é necessário deixar claro a importância do sistema midiático como fonte de conhecimento para todas as organizações da sociedade. Mas também é necessário ressaltar que ela é uma fonte de poder. Como muito bem coloca Moraes (2013), ter informação e controlar a informação é talvez o maior exercício de poder e influência na sociedade contemporânea.
Os perigos de influência ideológica, da uniformização estética e do empobrecimento cultural da mídia, tais como efeitos ideológicos, político-eleitorais, éticos, além dos aspectos de violência e sexualidade, levaram jornalistas e educadores a se preocupar com a formação de crianças e jovens para a leitura crítica dos meios de comunicação.
Como o sistema midiático pode apresentar uma capacidade de fixar sentidos e ideologias -interferindo na formação da opinião pública e em linha predominantemente do imaginário social-, se apropria de diferentes léxicos a serviço de suas intenções particulares e tem como sustentação, em sua ideologia, a sustentação do ideário privatista do neoliberalismo, é necessário que o poder público assegure a diversidade cultural com políticas que reflitam anseios sociais, valorizem a comunicação como direito humano, desenvolvam mecanismos que impliquem na universalização de acessos, de proteção do patrimônio cultural, de descentralização das fontes informativas e de usos educativos e comunitários das tecnologias (o grifo é nosso).
Embora a mídia-educação seja um campo relativamente novo, ainda em processo de consolidação, ela é importante e fundamental para a formação de uma cidadania crítica e criativa de todos os cidadãos. Segundo Bévort & Belloni (2009), a mídia-educação é parte essencial dos processos de socialização das novas gerações e das populações adultas, numa concepção de educação ao longo da vida. “Trata-se de um elemento essencial dos processos de produção, reprodução e transmissão da cultura, pois as mídias fazem parte da cultura contemporânea e nela desempenham papéis cada vez mais importantes, sua apropriação crítica, sendo pois, imprescindível para o exercício da cidadania” (p.1083).
A preocupação com a importância das mídias e a obrigação dos sistemas educacionais de ajudarem os cidadãos a melhor compreenderem estes fenômenos, fizeram com que a UNESCO promovesse várias reuniões para debater esses assuntos. A primeira reunião em Grünwald (Alemanha Ocidental) em 1982, resultando no documento “A Declaração de Grünwald”; em 1990 com o Colóquio de Toulouse; a Conferência Internacional “Educando para mas mídias e para a era digital”, em Viena (1999); no Seminário Euro-Mediterrâneo, em 2005 e a “Agenda de Paris e Carta de Mídia-Educação”, em 2007.
Mesmo com todos os esforços para introduzir a mídia-educação no processo educativo, não podemos dizer hoje que ela penetrou na escola e se tornou prioridade na sociedade.
“...Até hoje, nenhum sistema educativo integrou oficialmente a mídia-educação como uma prioridade ou conseguiu difundir seu espírito e sua importância entre os educadores em geral. Embora existam iniciativas interessantes, porém, em geral elas são paralelas, têm caráter facultativo, fora do tempo escolar e dos programas obrigatórios, e dependem da boa vontade de atores motivados: 25 anos depois de Grünwald, a mídia-educação continua ser, na maioria dos países, uma preocupação e uma prática de educadores e jornalistas militantes (UNESCO, 2007 in Bévort & Belloni, 2009, p.1095).
Embora o computador e a internet estejam na moda, a televisão, o vídeo e o cinema desempenham um papel educacional relevante. Para Moran (2007), TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos e a fala da escola é muito distante e intelectualizada. Ressalta, ainda, que os processos educacionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, para este mundo mediatizado pelas linguagens visuais, termo denominado por Roman Gubern, em 1959, por “iconosfera”. É necessário, então, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de educação.
De Sá & Moraes (s/d), ao analisar como as mídias podem atuar, direta ou indiretamente, no contexto educacional, partem de dois pressupostos:
Primeiro de que a comunicação, através das mídias, acaba sendo a ação propiciadora do vínculo social, ou seja, insere o indivíduo na sociedade, incluindo-o na conversão social; segundo, que a educação atua em três espaços: família (espaço privado), a cultura (espaço social) e aprendizagens práticas do fazer (espaço profissional). Sendo assim, concluem as autoras, observa-se que nesses três espaços, sem exceção, está presente a comunicação e seus meios (ou mídias). Fora esses três, como espaço legítimo do saber, entra a escola, que fornece a aprendizagem via ensino (p.2). De Sá & Moraes (s/d) acreditam na potencialidade das mídias na propagação do conhecimento, divulgação dos valores no contexto escolar, como também na interação, sintonia e integração entre diferentes tempos, lugares e cultura.
Segundo Moran (2007), a relação comunicação, meios de comunicação e escola pode ser pensada em três níveis:
“1. Organizacional: uma escola mais participativa, menos centralizadora, menos autoritária, mais adaptada a cada indivíduo. Para isso, é importante comparar o nível do discurso – do que se diz ou se escreve – com a práxis – com as efetivas expressões de participação;
2. de conteúdo: uma escola que fale mais da vida, dos problemas que afligem os jovens. Tem que preparar para o futuro, estando significado para o presente. É importante buscar nos meios de comunicação abordagens do cotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas e
3. comunicacional: conhecer e incorporar todas as linguagens e técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens audiovisuais, junto com as convencionais” (p.163).
Fica claro que o desafio da escola é de responder como ela deverá utilizar essas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos. Para Dorigoni & Silva (s/d), um dos principais objetivos da educação seria que essa atuação ocorresse no sentido de amenizar ou até mesmo eliminar as desigualdades sociais que o acesso desigual a essas máquinas estão gerando.
A educação se constitui em um processo intencional, consciente, fundamentado na valorização da vida e que busca a orientação das pessoas para o conhecimento de si mesmas, como base para o autodomínio e para o reconhecimento dos outros como diversos, com os quais devemos estabelecer relações dialógicas e tornar possível a vida em comum e partilhada. A ideia de comunicação (mídia), por sua vez, é de que ela é um processo social básico que expressa toda relação de transmissão e de potencialização de ideias, de valores, de sentimentos entre as pessoas. As ideias de comunicação e de educação, embora sejam distintas, elas são inseparáveis (Nascimento & Hetkowski, 2009).
Mesmo que para alguns estudiosos a mídia, através de seus aparatos tecnológicos volta-se predominantemente para os interesses dominantes e que acentuam o processo de exclusão social, torna-se necessário, através da educação, o desenvolvimento de um senso crítico, de uma visão de mundo voltada para a promoção da vida que se desenvolve através de uma educação dialógica e autônoma.
As novas tecnologias no ambiente escolar
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o Brasil ainda engatinha quando se fala em inclusão social nas escolas públicas. Até o ano de 2015, das 143 mil instituições do Ensino Fundamental do país, apenas cerca de 17 mil contavam com laboratórios de informática.
Mesmo com um crescente número de faculdades de Educação com a preocupação em formar profissionais preparados para lidar teoricamente com a linguagem das novas mídias, os professores ainda apresentam uma certa resistência cultural quando se fala em tecnologia em sala de aula e as experiências geralmente são voltadas para um conhecimento sem uma visão crítica do campo midiático.
Pier Cesare Rivoltella (2007), especialista em mídia e educação da Universidade Católica de Milão, na Itália, afirma que falta cultura digital na sala de aula, no Brasil. Ao ser indagado como os jovens se relacionam com as novas tecnologias, diz que...
“Uma das maiores características desse público é o que chamamos de uma disposição multitarefa. Ele responde às mensagens do celular, ouve música no IPod, vê TV e fala com os amigos no Messenger – tudo ao mesmo tempo. Da mesma forma, ele sabe que acessar a internet pelo computador de casa ou pelo telefone celular é muito diferente. O computador, geralmente, é de toda família e fica na sala. O celular é pessoal. Além disso, o jovem de hoje reconhece as especificidades de cada tecnologia e se adapta a elas...Por um lado isso lhes confere uma elaboração cognitiva muito rápida. Por outro, acaba deixando-os na superficialidade, pois não dá tempo de se aprofundar nos assuntos” (p.2).
Os jovens de hoje são criados numa sociedade digital. Por isso, educar para os meios de comunicação é educar para a cidadania. Daí vem a urgência de a escola se integrar a essa realidade. E qual seria a melhor forma de levar o tema mídia para a sala de aula? Segundo o educador, como um tema transversal, feito em equipe, por todos professores e não com uma disciplina específica (Rivoltella, 2007).
A educação brasileira vem sofrendo significativas mudanças com a implementação de tecnologias na educação. Para Serafim & Sousa (2011), é essencial que o professor se aproprie de gamas de saberes advindos com a presença das novas tecnologias para que estas possam ser sistematizadas em sua prática pedagógica. O uso do computador e das ferramentas multimídia em sala de aula depende, em parte, de como ele entende esse processo de transformação e de como ele se sente em relação a isso, se ele vê todo esse processo como algo benéfico (p.20).
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação a Distância SEED, implantou o ProInfo, programa educacional que visa à introdução das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas escolas públicas do Brasil, como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem. Este programa, criado pela Portaria no. 522, de 09.04.1997, vem sendo desenvolvido com os governos estaduais e alguns municipais.
O especialista britânico David Buckingham (2011) diz que em vez de denunciar os perigos da TV, videogame e internet, é melhor ajudar a turma a fazer escolhas conscientes. Por isso, a importância de debater o assunto na escola é evidente. É necessário fazer com que os alunos, em sala de aula, ao analisar um produto midiático simples, um anúncio de TV, por exemplo, utilizem uma abordagem que começa com a discussão de impressões subjetivas até para algo mais analítico, fazendo os alunos pensarem sobre as características da linguagem publicitária.
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, coordenadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da PUC-SP, ressalta o uso das TICs em sala de aula e, ao mesmo tempo, integrada ao projeto pedagógico da escola, como uma maneira de se aproximar da geração que está nos bancos escolares. A professora defende o currículo que se desenvolve por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação (webcurrículo), principalmente mediado pela internet. “O webcurrículo está a favor do projeto pedagógico. Não se trata mais do uso eventual da tecnologia, mas de uma forma integrada com as atividades em sala de aula” (p.2). Cita como exemplo o uso do celular, por parte dos alunos, que podem fazer o registro daquilo que encontram numa pesquisa de campo. Podem trabalhar textos e fotos e preparar pequenos documentários em vídeo. Isso precisa ser integrado ao conteúdo.
O francês Roger Chartier, um dos mais reconhecidos historiadores da atualidade, afirma que a internet pode se transformar em aliada dos textos por permitir sua divulgação em grande escala. Chartier (s/d), diz que “estamos vivendo a primeira transformação da técnica de produção e reprodução de textos e essa mudança na forma e no suporte influencia o próprio hábito de ler” (p.1).
“Além de auxiliar no aprendizado, a tecnologia faz circular os textos de forma intensa , aberta e universal e, acredito, vai criar um novo tipo de obra literária ou histórica. Dispomos hoje de três formas de produção, transcrição e transmissão de texto: a mão, impressa e eletrônica – e elas coexistem” (Chartier, 2007, p.1).
Embora as novas tecnologias comprometam o entendimento e o sentido completo de uma obra literária, é função da escola e dos meios de comunicação manter o conceito do que é uma criação intelectual e valorizar os dois modos de leitura, o digital e o papel. Hoje temos no mundo digital um novo suporte, a tela do computador, e uma nova prática de leitura, muito mais rápida e fragmentada. Ela abre um mundo de possibilidades, mas também muitos desafios para quem gosta de ler e, sobretudo, para os professores, que precisam desenvolver em seus alunos o prazer da leitura (Chartier, 2007 p.3).
Para Resnick (2014), muitas vezes o problema na sala de aula está na formação docente. Os professores precisam refletir sobre o processo educacional para poder apoiar e praticar projetos orientados por uma participação ativa e criativa da turma em classe. Ressalta, ainda, que o fundamental é aprender a ser um bom aprendiz, o que vale também para os professores. Eles não devem ter medo de não saber todas as respostas. Se isso ocorrer, eles deverão ir em busca delas junto com a turma (p.2).
Daniele Pechi (2011) apresenta formas de se usar as redes sociais a favor da aprendizagem. Como os alunos possuem perfis no Orkut, no Facebook ou no Google+, o professor deve fazer uso dessas redes para disponibilizar materiais de apoio ou promover discussões online. Ressalta que os docentes não devem agir como se estivessem em um grupo de amigos íntimos e precisam continuar a dar bons exemplos e devem, também, se policiar para não comprometerem suas imagens perante os alunos. A educadora apresenta cinco formas de como utilizar as redes sociais como aliada da aprendizagem e alguns cuidados a serem tomados:
“1. Faça a mediação de grupos de estudo;
2. Disponibilize conteúdos extra para os alunos;
3. Promova discussões e compartilhe bons exemplos;
4. Elabore um calendário de eventos;
5. Organize um chat para tirar dúvidas.
Cuidados a serem tomados:
6. Estabeleça previamente as regras do jogo;
7. Não exclua os alunos que estão fora das redes sociais” (p.2-3).
Considerações finais
A Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, adotada pela UNESCO em 1989, vêm consolidar a afirmação da mídia-educação como um direito fundamental da humanidade, estendendo também aos adultos como direitos à liberdade de expressão, ao acesso à informação e à participação na vida cultural.
As novas tecnologias atuais não devem se opor às técnicas convencionais de educação, mas integrá-las a fim de que o processo educativo seja completo, mais amplo, rico e estimulante. A escola precisa estar em sintonia com que está acontecendo no “mundo exterior” e apresentá-la em sala de aula, discutir com os alunos, analisar seus aspectos positivos e negativos e suas filosofias subjacentes.
Não se pode negar o potencial educacional que as novas tecnologias de informação e comunicação exercem no contexto escolar, mas ele precisa ser efetivado nas escolas, principalmente na rede pública de ensino, auxiliando, entre outros aspectos, na construção da cidadania plena. Os professores precisam fazer análises críticas e organizar atividades de produção utilizando as TICs e também os meios de comunicação, organizar palestras e oficinas de produção multimídia, conhecer as linguagens da mídia entre outros.
Finalmente, temos que romper com o modelo tradicional e criar abordagens inovadoras de ensino e aprendizagem, utilizando as novas tecnologias com o objetivo de levar o aluno a ser um pensador crítico e criativo, se desenvolvendo através de trabalhos coletivos que envolvam a experimentação de novas formas de se relacionar com o mundo.
Bibliografia
Almeida, M.E.B. de (2010). Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida fala sobre tecnologia na sala de aula. Revista Nova Escola (entrevista). http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/entrevista-pesquisadora-puc-sp-tecnologia-sala-aula-568012.shtml. Acesso em 30.01.2016.
Bauman, Z. (2013). A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar.
Bauman, Z. (2005). Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar.
Bévort, E. & Belloni, M.L. (2009). Educação e Sociedade. Campinas, vol.30, n.109, p.1081-1102, set/dez.
Buckingham, D. (2011). David Buckingham fala sobre Educação para as mídias. Revista Nova Escola (entrevista). http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/david-buckingham-fala-educacao-midias-618125.shtml. Acesso em 30.01.2016.
Chartier, R. (2007). Os livros resistirão às novas tecnologias digitais. Revista Nova Escola (entrevista). http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/roger-chartier-livros-resistirao-tecnologias-digitais-610077.shtml. Acesso em 30.01.2016.
De Sá, J.B. & Moraes, H.J.P. (s/d) Mídia e educação: reflexões, relatos e atuações. Revista Querubim: Universidade Federal Fluminense.
Dorigoni, G.M.L. & Silva, J. C. da (s/d). Mídia e educação: o uso das novas tecnologias no espaço escolar. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1170-2.pdf. Acesso em 16.04.2016.
Merseth, K. (2016). A escola que funciona (entrevista). Revista Veja: Editora Abril, edição 2469, ano 49, n.11, 16.03.2016, (páginas amarelas).
Moraes, D. de (2013). Sistema midiático e poder na era digital. Blog da Boitempo. Acesso em 13.12.2015. http://blogdaboitempo.com.br/2013/04/03.
Moran, J. (2007). Desafios da comunicação pessoal. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, p.162-166.
Nascimento, A.D. & Hetkowski, T.M. (2009). Educação e comunicação: diálogos contemporâneos e novos espaços de reflexão. In Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas/Antonio Dias Nascimento, Tania Maria Hetkowski (org.). Salvador: EDUFBA, p.133-158.
Pechi, D. (2011). Como usar as redes sociais a favor da aprendizagem. Revista Nova Escola: formação e tecnologia. http://revistaescola.abril.com.br/formacao/redes-sociais-ajudam-interacao-professores-alunos-645267.shtml. Acesso em 31.01.2016.
Resnick, M. (2014). A tecnologia deve levar o aluno a ser um pensador criativo. Revista Nova Escola. http://revistaescola.abril.com.br/formacao/mitchel-resnick-tecnologia-deve-levar-aluno-ser-pensador-criativo-798255.shtml. Acesso em 31.01.2016.
Rivoltella, P.C. (2007). Falta cultura digital na sala de aula. Revista Nova Escola (entrevista). http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/pier-cesare-rivoltella-falta-cultura-digital-sala-aula-609981.shtml. Acesso em 30.01.2016.
Serafim, M.L. & Sousa, R. P. de (2011). Multimídia na educação: o vídeo digital integrado ao contexto escolar. Robson P. de Sousa, Filomena da M. C. da S. Moita, Ana Beatriz Gomez Carvalho (Org.). Campina Grande: EDUEPB.
Outros artigos em Portugués
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 217 | Buenos Aires,
Junio de 2016 |