Iontoforese como recurso fisioterapêutico La iontoforesis como recurso fisioterapéutico Iontophoresis as physical therapy device |
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Acadêmicas do curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Blumenau - FAMEBLU Docente do curso de fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU (Brasil) |
Andrielli Abreu Albino* Jeniffer Manfrini* Jéssica Janaína Persuhn* Simoní Pauli* Altair Argentino Pereira Junior** |
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Resumo A iontoforese é uma técnica que faz a introdução de substâncias no corpo com objetivos terapêuticos. Ela facilita a administração de compostos de peso molecular alto que não podem ser efetivamente administrados aplicando-os à pele. Para sua utilização é necessário que o composto seja solúvel em gordura e em água, pelo fato de que, se ele for solúvel somente em água, não penetraria nos tecidos. Deve também se levar em consideração, a polaridade aplicada, sendo que pólos semelhantes se repelem e pólos opostos se atraem e é de acordo com isso, que a droga será penetrada no organismo, ou contida ao eletrodo. Sua aplicação se dá por corrente contínua ou galvânica para produzir migração iônica. Ela é eficaz em muitos tratamentos, como na hiperidrose e cicatrização tecidual, entre outros. Este artigo abordará sobre os conceitos de iontoforese, sua história, aplicação, cuidados, indicações e tratamentos, visando o conhecimento do assunto, para melhor saber de mais um recurso utilizado na nossa profissão. Unitermos: Iontoforese. Corrente direta. Polaridade. Corrente galvânica.
Abstract Iontophoresis is a technique that makes the introduction of substances into the body for therapeutic purposes. It facilitates the administration of compounds of high molecular weight that cannot be effectively administered by applying to the skin. To use it is necessary that the compound is soluble in water and fat, by the fact that, if it is soluble only in water, do not penetrate the tissues. It should also be taken into account, the polarity applied, and that like poles repel and opposite poles attract, and is accordingly, that the drug will penetrate the body, or in the electrode. Its application is by or galvanic current to produce ionic migration. It is effective in many treatments, such as sweating and tissue healing, among others. This article will focus on the concepts of iontophoresis, its history, application, care, and treatment indications, seeking knowledge of the subject, to better know one more resource used in our profession. Keywords: Iontophoresis. Direct current. Polarity. Galvanic current.
Recepção: 20/04/2015 - Aceitação: 17/05/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O objetivo dessa pesquisa é trazer a iontoforese como um recurso eficaz em certos tratamentos de patologias, que sendo tratado de outra forma, poderia acarretar danos aos tecidos. A iontoforese nos propõe a aplicação de fármacos por meio de corrente elétrica de acordo com polaridade, patologia e medicamento utilizado.
Iontoforese, também chamada transferência iônica, é a introdução de substâncias no corpo com objetivos terapêuticos por meio de uma corrente direta. Cada substância é separada em seus componentes iônicos por ação da corrente e depositada subcutaneamente, de acordo com a polaridade imposta pelo eletrodo (Kahn, 2001).
Segundo Starkey (2001), por meio da adaptação para flutuações na resistência do tecido, os geradores de iontoforese (iontoforessores) produzem uma saída de voltagem constante, ajustando-se a amperagem. Os tipos mais comuns de medicação utilizados na iontoforese incluem anestésicos, analgésicos e antiinflamatórios.
A iontoforese é capaz de facilitar a administração de compostos carregados e de peso molecular alto que não podem ser efetivamente administrados aplicando-os à pele. A iontoforese é útil porque parece superar as propriedades resistivas do estrato córneo aos íons carregados. Ela diminui o tempo de defasagem de absorção, enquanto aumenta a taxa de administração quando comparada com aplicação passiva na pele. Uma vantagem primária é a capacidade de fornecer liberação pontiaguda e sustentada de uma droga, reduzindo a possibilidade de desenvolver tolerância. A taxa na qual um íon pode ser administrada é determinada por vários fatores, incluindo concentração, pH da solução, tamanho molecular do soluto, densidade da corrente e duração do tratamento (Prentice, 2004).
Descreve-se como uma corrente unidirecional, galvânica, que introduz um fármaco no organismo através da pele, é indolor, estéril e não invasiva. É uma corrente de baixa intensidade que estimula o medicamento a nível transdérmico. Os íons penetram no tecido pela repulsão proveniente do pólo do eletrodo que é de mesmo sinal do medicamento, soluções aquosas ou pomadas que se dissociam em íons. Estes são reabsorvidos pela rede local e levados pela circulação sangüínea a todas as regiões do corpo. A profundidade de penetração depende da circulação e da velocidade de absorção do íon pelo tecido.
Agne (2005) ressalta que este método ocorre pelos efeitos polares da corrente unidirecional, seja ela contínua ou pulsada, não sendo uma propriedade exclusiva da corrente galvânica. Quando se estabelece um gradiente de potencial de corrente através da pele intacta, os íons fluem pelos caminhos de menor resistência. Foram identificados vários trajetos porosos, como glândulas sudoríparas ou sebáceas, os folículos pilosos e as chamadas imperfeições cutâneas. Uma vez penetrado na pele, os íons medicamentosos se combinam com os íons e os radicais livres existentes no sangue, para formar novos compostos. Se depositarmos na esponja que reveste o eletrodo uma substância medicamentosa, esta será repelida ou mantida na esponja, dependendo da polaridade do eletrodo e da polaridade iônica do radical ativo do medicamento em questão.
A iontoforese é usada a mais de um século e já era mencionada na literatura desde os anos 1700 e 1800 (Kahn, 2001). Foi primeiramente descrita por Le Duc , em 1903, como técnica de transportar produtos químicos através de uma membrana por corrente elétrica como força motriz (Prentice, 2004).
De acordo com Oliveira, Guaratini e Castro (2005), Le Duc demonstrou que os íons eram transferidos para a pele pela ação de corrente elétrica contínua e comprovou que essa transferência era pólo orientada, ou seja, dependia da polaridade do íon e do eletrodo sob o qual era colocado. Desde então, muitos estudos têm sido conduzidos para identificar quais substâncias medicamentosas são viáveis para esse processo de transferência, além de demonstrar os níveis de penetração, distribuição e efetividade da técnica em condições clínicas.
O experimento de LeDuc consiste na colocação de dois coelhos unidos entre si por eletrodos embebidos com água e para fechar o circuito, aplicou num coelho o ânodo, e no outro o cátodo. No ânodo adicionou estricnina; ao cátodo, solução com cianeto. Ao fazer passar a corrente, em poucos instantes o coelho que foi aplicado o ânodo (pólo +), morre com sintomas característicos de envenenamento por estricnina. Enquanto, o outro morre com sintomas característicos de envenenamento por cianureto, significando que a estricnina (+) foi rejeitada para o interior do coelho e o cianureto (-) também foi introduzido pelo cátodo. Depois disto, repetiu-se o experimento de maneira que somente houve a troca de polaridade dos eletrodos. Neste caso, nenhum dos coelhos morreu e mantiveram-se nas esponjas os compostos ativos das soluções (estricnina e cianureto) (Agne, 2005).
Nesse experimento, LeDuc evidenciou a penetração de íons através da pele, o qual demonstrou que as drogas podem ser transportadas para o interior dos tecidos, ou ficarem mantidas nas esponjas, de acordo com as suas características polares, facilitada pela corrente elétrica.
2. Transferência iônica
O eletrodo que receberá o íon a ser transferido é chamado de eletrodo ativo. O outro eletrodo, que completa o circuito elétrico, é chamado de dispersivo. A solução doadora é constituída por um solvente e o fármaco ionizável a ser transferido transdermicamente. A migração de um íon positivo, como o sódio (Na+), requer que um íon de carga oposta esteja na região próxima à área de transferência, o qual é denominado contra-íon. Um íon não-medicamentoso presente na solução doadora com carga semelhante àquele que se pretende transferir é denominado co-íon. Por fim, a região da pele do paciente a ser tratada é denominada região alvo (Oliveira, Guaratini, Castro; 2005).
Quando a corrente é aplicada, os cátions presentes na solução em contato com o ânodo se movem em direção ao cátodo, enquanto os ânions presentes no cátodo se movem na direção oposta. A presença de cada tipo de íon (cátions e ânions) ou moléculas carregadas no sistema conduz uma fração de corrente elétrica, denominada número de transporte. A razão máxima do transporte de um dado íon ocorre quando o número de transporte para o íon é igual a 1, isto é, quando o íon sozinho é capaz de conduzir 100% da corrente através da membrana (Gratieri, Gelfuso, Lopez, 2008).
Starkey (2001) diz que de acordo com a reação iônica entre os pólos positivo e negativo do gerador, as moléculas ionizadas da medicação percorrem as linhas de força criadas pela corrente. No eletrodo positivo, os íons positivos passam através da pele; os íons negativos são introduzidos através da pele, no pólo negativo.
Esquema iônico
Cátodo (-) íon (-) = íon se introduz no organismo.
Ânodo (+) íon (+) = íon se introduz no organismo.
Cátodo (-) íon (+) = íon se mantém na esponja e pode reacionar eletroliticamente com o eletrodo até perder sua composição e propriedades iniciais.
Ânodo (+) íon (-) = íon se mantém na esponja e pode reacionar eletroliticamente com o eletrodo até perder sua composição e propriedades iniciais (Agne, 2005).
Os íons se difundem desde a hipoderme para o resto do organismo. Dependendo desta penetração, podem classificar-se em dois grupos: íons não difusíveis: São os que permanecem no lugar da penetração sem difundirem-se. É uma característica dos anestésicos. Podem permanecer durante vários dias no tecido celular subcutâneo, metabolizando lentamente, permitindo assim uma ação terapêutica de longa duração; íons difusíveis: atravessam o tecido celular subcutâneo e chegam à corrente sanguínea difundindo-se por todo o organismo (iodo, estricnina). A eliminação dos íons se realiza pelas vias naturais, dependendo unicamente do íon de que se trata (Agne, 2005).
A maneira pela qual os íons se movem em solução fundamenta a iontoforese. Os íons carregados positivamente são levados aos tecidos a partir do pólo positivo; já os íons carregados negativamente são introduzidos pelo pólo negativo. Uma vez que entram nos tecidos, são captados pelos próprios íons carregados do corpo, e os eletrólitos captam os elétrons e os transportam , permitindo um fluxo de corrente entre eletrodos ativos e dispersivos (Prentice, 2004).
De acordo com Prentice (2004), a quantidade de íons transferida para os tecidos por meio de iontoforese é determinada pela intensidade da corrente, ou pela densidade de corrente no eletrodo ativo, pela duração do fluxo de corrente e pela concentração de íons em solução. O número de íons absorvidos é diretamente proporcional á densidade de corrente. Além disso, quanto mais longo o fluxo de corrente, maior o número de íons transferidos aos tecidos. Portanto, a transferência de íons pode se intensificar com o aumento da intensidade e de duração do tratamento. Infelizmente, à medida que a duração aumenta, a impedância da pele diminui, tornando mais possível a incidência de queimaduras.
Frequentemente, iontoforese e fonoforese são equiparadas de uma forma inadequada. A iontoforese é a introdução de íons no corpo, enquanto que a fonoforese é uma transmissão molecular através da pele. A questão de viabilidade de recombinação dos compostos úteis torna-se evidente quando esses dois níveis de estados físicos estão envolvidos (Kahn, 2001). A fonoforese é a aplicação tópica de drogas pela camada externa de pele dirigida pelo ultrassom para os tecidos subjacentes. A vibração sonora de alta frequência pode acelerar esse processo, é nisso que as duas técnicas se diferenciam.
3. Modo de aplicação
3.1. Fórmula para iontoforese
A fórmula básica para o uso da iontoforese é I x T x EEQ = gramas de substância introduzidas. A intensidade (I) é medida em amperes e o tempo (T) em horas, o equivalente eletroquímico (EEQ) refere-se ao valor padrão para transferência iônica com correntes conhecidas e fatores temporais. Um exemplo é magnésio encontrado numa solução de sulfato de magnésio (Kahn, 2001).
3.2. Polaridade iônica
Pólos semelhantes se repelem e pólos opostos se atraem. Íons que possuem cargas elétricas de valência positiva ou negativa são repelidos para dentro da pele por eletrodo de superfície de carga idêntica a do íon em contato com a ele. Na região cutânea os íons introduzidos se recombinam com os já existentes e com os radicais imersos na corrente sanguínea, formando os novos compostos necessários para as interações terapêuticas favoráveis. Portanto a seleção da polaridade na administração de técnica é tema da maior importância (Kahn, 2001).
3.3. Aplicação de corrente
Tradicionalmente emprega-se a corrente contínua ou galvânica para produzir a migração iônica. Alguns estudos apresentam controvérsias quanto ao tipo de corrente empregada. A corrente contínua pode despolarizar a pele e produzir irritação cutânea sendo por isso que outros autores consideram que os pulsos monofásicos, como os que a pele se repolariza durante as pausas, são melhores. Para que a introdução de compostos no interior do organismo é aconselhável que se utilizem soluções eletrolíticas, já que é necessário que as substâncias estejam em forma de íons. A corrente elétrica somente será um vetor de transporte. Os medicamentos podem tanto ser soluções aquosas como cremes, gel ou pomadas preparadas, sendo necessário que se dissociem em íons para que produza uma penetração no organismo. A medicação sempre será colocada sobre o eletrodo ativo e no outro se colocará água. Quando o fármaco estiver na forma líquida, se colocará empapado em material absorvente como esponja, algodão ou gaze (Agne, 2005).
Qualquer gerador de corrente contínua capaz de distribuir essa corrente com controle fino na variação de 0 a 5 mA pode ser usada para administrar iontoforese. Aparelhos de iontoforese consagrados são unidades tipicamente pequenas, operada por baterias que fornecem um ou dois canais para aplicação de corrente. Os fabricantes desses aparelhos incluíram características de controle adicionais para ajudar a fornecer tratamentos de iontoforese. Por exemplo, muitos aparelhos fornecem uma rampa ascendente de corrente automática no início do tratamento. Alguns aparelhos também permitem que o terapeuta estipule anteriormente os parâmetros da amplitude de corrente e a dosagem desejada total e a duração é então ajustada automaticamente dentro do aparelho (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
A dosagem de medicação de iontoforese administrada durante o tratamento é expressa em miliamperes-minuto (mA-min). Um mA-min é função de corrente e tempo. A dose de droga administrada (mA-min) = corrente x tempo de tratamento. Por exemplo, uma dose de 40 mA-min = 4,0 mA, corrente x tempo de tratamento de 10 minutos ou dose de 30 mA-min = 2,0 mA, corrente x tempo de tratamento de 15 minutos, uma dose de droga iontoforética típica é de 40 mA-min, mas pode variar de 0 a 80 mA-min, dependendo da medicação (Prentice, 2004)
Corrente exclusivamente contínua (CC) (galvânica) é usada durante a iontoforese. A corrente contínua cria um campo eletrostático unidirecional constante entre os eletrodos para permitir transmissão ininterrupta da medicação. Mesmo na ausência de qualquer medicação, ocorre uma reação alcalina no cátodo devido a formação de hidróxido de sódio, enquanto ocorre uma reação ácida no ânodo devido a formação de ácido clorídrico. Essas reações são especialmente importantes quando o cátodo é usado como eletrodo de distribuição porque as reações alcalinas são geralmente mais cáusticas para a pele humana durante a aplicação de corrente contínua (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
3.4. Preparo da pele e tipos de eletrodos
No preparo da parte a ser tratada e na colocação do eletrodo, fontes defendem que preparar a pele por fricção vigorosa com álcool isopropílico, diminua a chance de irritação da pele por meio da remoção de qualquer óleo ou impurezas. Como cada córnea da epiderme prove principal resistência ôhmica ao fluxo de corrente, é útil reduzir essa resistência umedecendo e aquecendo a pele antes do tratamento. Boa parte da corrente passa pela epiderme através das glândulas sudoríparas. A pele deve ser depilada se houver cabelo excessivo. A solução ou preparação contendo a droga é geralmente impregnada na gaze ou em toalhas de papel ou é colocada diretamente no eletrodo de distribuição, se um eletrodo absorvente é usado. Medicações contidas em cremes grossos (pomadas de óxido de zinco, de salicilato) podem ser colocadas diretamente na pele e depois cobertas por pequenas espessuras de gaze ou de toalha de papel embebidas de água corrente morna. A quantidade de droga aplicada varia de acordo com cada preparação, com o tamanho do eletrodo de distribuição e com a área a ser tratada (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
Os eletrodos usados para a iontoforese podem ser constituídos pelo clínico ou obtidos comercialmente. Eletrodos autoadesivos geralmente são acondicionados em embalagens contendo uma almofada de distribuição e uma de retorno. O eletrodo de distribuição consiste tipicamente em uma almofada de fibra ou uma matriz de gel que pode ser impregnada com a medicação desejada. O eletrodo de retorno pode ser uma almofada de fibra que deve ser preenchida com água de torneira ou um polímero do tipo cola, não necessitando se totalmente preenchido. Esses eletrodos têm um conector especifico para permitir a ligação dos fios que levam ao gerador de corrente continua (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
Alguns eletrodos comerciais são projetados para aplicação única, enquanto outros podem ser usados para duas ou três aplicações, da mesma droga. Eletrodos não comerciais são tipicamente feitos de algum tipo de metal maleável tal como estanho, alumínio ou cobre. Folhas de estanho ou alumínio e de cobre podem ser compradas e cortadas para ajustar-se sobre o local do tratamento. Alternativamente varias pregas de alumínio reforçado podem ser cortadas e pressionadas dentro do eletrodo de tratamento. O eletrodo de metal de distribuição é colocado sobre almofadas de gaze ou toalhas embebidas na droga que esta sendo aplicada. As toalhas ou gaze embebidas em água são colocadas sob o eletrodo de retorno. Os eletrodos são, então, presos no local por pesos, tiras de borracha ou bandagens elásticas, e clipes-jacaré são usados para conectar os eletrodos aos fios que vêm do gerador de corrente contínua (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
Há varias vantagens e desvantagens em usarem-se eletrodos comercias e não comercias. Os eletros comerciais apresentam-se em tamanhos fixos e área máxima de distribuição de droga será limitada pelo tamanho e pela forma do eletrodo de distribuição. Os eletrodos comerciais oferecem as vantagens de convivência e de facilidade de aplicação, mas frequentemente são muito caros (10 dólares o conjunto). Os eletrodos comerciais podem ter outras características que os tornam mais atrativos para usar em alguns pacientes, pois contêm características químicas, tal como um agente de tampão ou cloreto de prata que supostamente ajuda a regular o pH no local do eletrodo durante o tratamento, isso pode ajudar a moderar as reações ácidas e alcalinas que tipicamente ocorrem no ânodo e no cátodo, respectivamente, auxiliando assim a diminuir a chance de irritação na pele e as queimaduras (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
Os eletrodos autoconstruídos de estanho ou de alumínio são muito baratos e podem ser feitos sob encomenda para cada paciente. Isso pode ser benéfico para tratar preferivelmente áreas grandes. Algumas desvantagens dos eletrodos autoconstruidos incluem o fato de que pode ser difícil adaptar o eletrodo as áreas do corpo formadas irregularmente e ocorrer queimaduras, pois o contato uniforme do eletrodo com a pele pode ser difícil de manter. O eletrodo de distribuição é colocado com cuidado sobre o local de aplicação desejado para manter o contato uniforme entre a pele e o eletrodo durante o tratamento. O eletrodo de retorno é colocado em um local próximo no mesmo membro ou em segmento corporal adjacente. Muitas fontes defendem uma distância mínima de 18 polegadas entre os eletrodos de distribuição e os de retorno. Não aparece haver nenhuma evidência que isso implica no aumento da aplicação da droga. Colocando os eletrodos muito próximos umo do outro aumenta o risco de irritação e de queimadura, devido ao fato de a corrente continua poder tender a transportar na superfície da pele em vez de penetrar nos tecidos subjacentes (Robinson, Snyder-Mackler; 2001).
O paciente nunca deve apoiar todo seu peso corporal sobre o eletrodo, Isso cria pressão e uma condição isquêmica que pode levar a uma queimadura, uma vez que o efeito de retirada de calor do fluxo circulatório fica perdido. Ombro, mão, face, pescoço, cotovelo e regiões braquiais, são bem mais tratadas com pacientes na posição sentada. Decúbito prono, supino lateral são apropriadas para procedimento no tronco e região lombar, coxa, tórax anterior e procedimentos abdominais. O joelho, assim como pernas, tornozelos e pé, é bem mais tratado com o paciente sentado, sem apoio na região poplítea (Kahn, 2001)
3.5. Aplicação
Uma vez estado o paciente em posição adequada o procedimento gerais recomendado é zerar todos os controles do aparelho, ajustar o botão seletor para corrente direta continua (galvânica), ajustar o botão de polaridade para a polaridade correta do eletrodo ativo, isto é, a polaridade igual a do íon a ser introduzido, esfregar o unguento na região alvo e colocar dois anteparos, toalhas úmidas na região, colocar os eletrodos de alumínio sobre as toalhas, evitando contato com a pele, fixar os eletrodos na posição correta, A técnica para aplicação da iontoforese implica assegura-se de que a droga a ser conduzida para dentro da pele esta colocada embaixo do eletrodo correto, íons carregados positivamente precisam obviamente ser colocados embaixo do eletrodo positivo e íons negativos embaixo de eletros negativos, ligar o parelho e aumentar lentamente o controle de intensidade ate alcançar 5mA de corrente direta, paciente deve sentir um formigamento leve e superficial, mas não uma sensação de queimação, se o paciente sentir desconforto reduzir a corrente para 2 ou 3 mA (Kahn, 2001)
Monitorar freqüentemente a miliamperímetro, quinze a vinte minutos de tratamento com 5 mA é normalmente suficiente, se for necessário reduzir a intensidade para 2 ou 3 mA, um tempo adicional de 5 ou 10 minutos é indicado, a não ser que uma irritação da pele recomende um tempo menor de tratamento. Ao término da aplicação desligar o aparelho lentamente para evitar uma contração muscular indesejada, desconecte os eletrodos e remova todas as toalhas do paciente. Por causa da possibilidade de aparecimentos de pequenas irritações, dedique especial cuidado com a área abaixo do eletrodo negativo, e se necessário a área abaixo do eletrodo positivo. Dado que o eletrodo negativo é o mais irritante dos dois, após o tratamento é indicado aplicar uma loção calmante ou adstringente a área. Após o término do tratamento de iontoforese prossiga com outras modalidades ou procedimentos com exceção do turbilhão, pois o aumento da circulação produzido pelo turbilhão pode tender a dispersar os íons introduzidos mais que o desejado. A diatermia de ondas curtas é uma excelente escola de modalidade auxiliar, uma vez que o aquecimento profundo tende a atrair os íons mais profundos nos tecidos subjacentes. Acredita-se que a passagem de corrente reduz a resistência da pele nos primeiros minutos de tratamento de modo que a leitura do medidor poderá aumentar um pouco sem que o controle seja alterado (Kahn, 2001)
4. Cuidados com a modalidade
4.1. Seleção do íon apropriado
É imprescindível que o fisioterapeuta seja informado sobre a seleção dos íons mais apropriados para tratar condições específicas. Para que determinado composto penetre em uma membrana como a pele, ele deve ser solúvel em gordura e em água. Porém, apele humana é relativamente impenetrável por íons de água, que são solúveis apenas na água e não se difundem nos tecidos . Portanto, eles devem ser solúveis em gordura para penetrar nos tecidos do corpo. A penetração é relativamente superficial e geralmente menor que 1 mm. A maioria dos íons depositados nos tecidos é encontrada principalmente no local do eletrodo ativo, onde são armazenados como composto solúvel ou insolúvel, podendo ser usados localmente, como fonte concentrada, ou transportados pelo sangue circulante, produzindo mais efeitos sistêmicos (Prentice, 2004).
A maioria dos íons da iontoforese é positivamente carregada, produzindo uma reação alcalina com a formação de hidróxido de sódio, quando os positivos se acumulam nos pólos negativos. Por serem esclerolíticos, diminuem a densidade da proteína e devem ser utilizados quando se deseja um "amolecimento" dos tecidos alvo (por exemplo, cicatrizes, aderências, nódulos fibróticos, capsulite adesiva, calcificações e mioespasmo), utilizando o cálcio, por exemplo, como precursor desse processo (Kahn, 2001).
Já os íons negativos que se acumulam no pólo positivo ou ânodo produzem uma reação ácida pela formação de ácido clorídrico. O oxigênio liberado no polo positivo é de grande valor no processo de cura e de “endurecimento” ou processo esclerótico, devido ao aumento da densidade da proteína. Sendo também um fator principal determinante da característica analgésica do ânodo, resultante do salicilato (Kahn, 2001).
A iontoforese tem vantagem sobre drogas com partículas carregadas, ou íons, quando numa solução. Como exemplo a dexametasona, um antiinflamatório muito utilizado, que é carregado negativamente e deve ser administrado no catodo (-) fixado à pele. Lidocaína, um anestésico local, é carregada positivamente e deve ser administrada sempre no anodo (+). Algumas drogas utilizáveis são comumente utilizadas em medicina desportiva: ácido acético, dexametasona e lidocaína. A profundidade de penetração e a concentração da droga nos tecidos são alterados por situações como peso molecular dos íons, tipo de droga, pH e espessura da pele e intensidade da corrente (Winn, 2005).
4.2. Indicações
Quando se decide usar a iontoforese contra qualquer outra modalidade como massagem com gelo ou fonoforese, pontos importantes devem ser considerados. Lembremos que a profundidade de penetração não é muito bem entendida, mas geralmente aceita como de aproximadamente 2 cm. O tendão do rotador do ombro em um atleta com o deltóide muito desenvolvido pode ser muito profundo para ser atingido pela iontoforese. Uma pessoa mais magra deve ser melhor atingida pela iontoforese devido a menor quantidade de músculos e tecido subcutâneo melhorando a penetração da droga na estrutura alvo (Winn, 2005).
De acordo com Agne (2005), as indicações da iontoforese estão relacionadas com as propriedades dos medicamentos que incluem: analgesia local, lesões inflamatórias locais, vasodilatador, vasoconstritor, relaxante muscular, neurotrófico local, cicatrizante, anti-séptico, trombolítico, antiedematoso.
As lesões inflamatórias locais abrangem as tendinites, dentre elas: tendinite patelar, tendinite do bíceps, tendinite do manguito rotador e tendinite do calcâneo; bem como as bursites: pré-patelar, sub-acromial, da fossa poplítea, conforme descrito por Winn (2005).
A liberação de fatores neurotroficos se dá por fibras musculares que estimulam a vitalidade de suas fibras neurais inervadoras, regulando o desenvolvimento neuronal e a plasticidade sináptica (Dalcin, 1999).
Starkey, 2001, indica a iontoforese para tratar artrites, miosite ossificante (ocasionada por depósitos de cálcio no músculo), síndrome dolorosa miofascial, além da hiperidrose, uma das condições mais tratadas por este recurso.
Para maiores esclarecimentos quanto à utilização da iontoforese, Prentice (2004), resumiu muitas das indicações na seguinte tabela:
4.3. Precauções e contraindicações
A maioria dos problemas que podem potencialmente surgir do tratamento de um paciente com iontoforese pode ser evitada se o fisioterapeuta (1) tiver um bom entendimento da condição existente a ser tratada; (2) usar os íons mais apropriados para realizar o objetivo do tratamento; e (3) usar parâmetros de tratamento e ajuste de equipamento apropriados (Prentice, 2004).
Para Agne (2005), a precaução fundamental que se deve observar com frequência é evitar por todos os meios a queimadura galvânica, causada pelo excesso de intensidade em cada cm². Além disso, deve-se certificar-se da polaridade dos eletrodos; calibração dos equipamentos – medida real da intensidade; evitar com que se contraponha o efeito galvânico ao do medicamento; não aplicar os eletrodos sobre a pele alterada, com feridas ou úlceras (salvo em indicações precisas); evitar que o campo elétrico incida a zona cardíaca ou importantes centros nervosos; não aplicar sobre ou próximo de processos tumorais, osteosíntese metálica e endoprótese metálica, tromboflebite ou varizes, processos infecciosos locais e evitar aplicar sobre proeminências ósseas (efeito ponta).
Kahn (2001), não aconselha o uso de dois produtos químicos sob o mesmo eletrodo, mesmo que eles tenham a mesma polaridade, pois a repulsão mútua pode diminuir a penetração desejada. Possíveis exceções a isto são o uso de Iodex com metil-salicilato, onde o iodo e o radical salicilato estão ligados em uma matriz comum.
Kahn (2001), também afirma que não é recomendável administrar íons de polaridade opostas durante a mesma sessão de tratamento. O segundo íon tende a reverter o depósito inicial e pode levar a uma síntese indesejada de íons possivelmente antagônicos. Quando as características dos dois íons são desejadas, sugerimos o uso de cada um deles em dias alternados de tratamento.
Recomenda-se que na primeira sessão, nos primeiros cinco minutos, obsevar o estado da pele, pois a chamada erupção galvânica por hipersensibilidade à corrente galvânica aparece nos primeiros minutos. Geralmente as lesões químicas cutâneas se devem a passagem da corrente e não ao medicamento (Agne, 2005).
Agne (2005), diz que apoiar o corpo sobre o eletrodo para adotar uma postura mais cômoda não é recomendável, já que provoca isquemia e o risco de lesões.
A contra-indicação absoluta da iontoforese é a alergia ou intolerância ao medicamento a ser aplicado (Agne, 20005).
Deve-se atentar cuidados, especialmente quanto aos efeitos dos medicamentos, como, áreas como tromboflebite, hematomas recentes ou com ulcerações, isquêmicas e com alteração sensitiva; gestantes; pacientes epilépticos (Agne, 2005); arritmia cardíaca; aplicações sobre a área do seio da carótida; aparelhos elétricos implantados (marcapasso cardíaco, estimulador da bexiga) (Prentice, 2004).
Alguns medicamentos possuem contra-indicações especificas referente à sua ação, que não sendo tomada as devidas precauções causam o que conhecemos como reações de sensibilidade. Mesmo sendo raras, as reações de sensibilidade aos íons, geram complicações muito sérias. Desta forma é de suma importância questionar o paciente sobre alergias a drogas conhecidas antes de iniciar o tratamento da iontoforese e monitorá-lo durante, a fim de perceber reações localizadas anormais da pele ou sistêmica (Prentice, 2004).
Porém é difícil predizer qual paciente será sensível e a quais íons, portanto, algumas sugestões práticas para prevenção podem ser adotadas: se o paciente é alérgico a frutos do mar e/ou teve reação ruim a um pielograma intravenoso, não use iodo; alguns pacientes com asma reagem desfavoravelmente em relação ao odor do mecolil. Pacientes com úlcera ativa ou gastrite podem reagir mal à administração de hidrocortisona, mesmo que ainda quantidades muito pequenas alcancem o estômago. Pacientes sensíveis à aspirina, estão contra-indicados de utilizar salicilatos no tratamento, e àqueles sensíveis a metais, o uso de zinco, cobre e magnésio por iontoferese (Kahn, 2001).
4.4. Complicações
Queimaduras são as mais frequentes complicações decorrentes do mau uso da iontoforese. Segundo Kahn (2001), as queimaduras químicas resultam de formação excessiva de hidróxido de sódio no cátodo, causando uma esclerólise do tecido, que leva um longo tempo para curar, devido a seu efeito cáustico. Em contrapartida as queimaduras sob o ânodo são raras, uma vez que a natureza da polaridade positiva produz um efeito esclerótico, endurecendo a pele. A formação excessiva destes produtos químicos pode estar diretamente relacionada com as altas intensidades de corrente.
Entretanto, as queimaduras por calor ocorrem quando os eletrodos não estão úmidos o suficiente, ou quando há impedância da pele, ou seja, altas resistências ao redor de sardas, ou quando um eletrodo não maleável é colocado em uma área com formato anatômico arredondado, deixando espaços de ar entre a pele e a superfície do eletrodo. Esse calor excessivo concentrado em áreas onde a resistência é alta produzirá queimaduras (Kahn, 2001).
Robinson e Mackler (2001) ressaltam que os efeitos colaterais originados quando altas doses de glicocorticóides são dadas sistemicamente durante períodos de tempo prolongados, podem inibir a produção endógena do organismo desses hormônios, resultando num potencial sério, conhecido como supressão adrenocortical, além de causar colapso (catabolismo) do músculo, tendão, osso e de outros tecidos colagenosos no corpo. Portanto é recomendado um intervalo de 3 a 7 dias entre cada tratamento.
5. Tratamento: selecionando a técnica apropriada
Para a aplicação da iontoforese, as medicações solúveis em água são dissolvidas em um veículo. A quantidade e a velocidade de liberação da medicação dependem da voltagem total aplicada, da duração do tratamento, do pH local e da concentração da droga no eletrodo de liberação. Se a magnitude de algum destes fatores aumentar, a dosagem total do tratamento aumenta (Starkey, 2001).
5.1. Tratamento galvânico por iontoforese
Este é um tratamento corporal onde a corrente galvânica é usada para transportar certas substâncias ao corpo, como as enzimas, com objetivos fisiológicos como a redução de gordura, e.g. uma enzima adequada tendo um efeito digestivo sobre os mucopolissacarídeos. Uma vez que o material assim introduzido no corpo flui ao ânodo ou cátodo, conforme for negativamente ou positivamente carregado, é importante verificar esse fato antes de começar o tratamento. A maioria das substancias supridas para esse fim são claramente marcadas (Taylor, 1999).
6. Patologias
6.1. Tratamento de feridas e de infecção
A iontoforese foi relatada ser útil na administração de vários tipos de drogas para tratar infecções e facilitar a cicatrização da ferida. O óxido de zinco administrado a partir do pólo positivo foi relatado ter várias propriedades benéficas, incluindo efeitos bactericidas e uma habilidade para acelerar o crescimento e o reparo tecidual. Como muitos metais pesados, o zinco pode exercer um efeito antibacteriano interferindo em atividades metabólicas cruciais nas células microbianas, e a cicatrização do tecido pode ser facilitada pela habilidade do zinco em precipitar as proteínas (Mackler, Robinson, 2001).
6.2. Tratamento da hiperidrose
A iontoforese tem sido mostrada ser bem-sucedida na redução da transpiração nas mãos, nos pés e nas axilas em muitos pacientes com hiperidrose. Os eletrodos que contem água da torneira são tipicamente colocados sobre as áreas afetadas e a corrente catódica é aplicada na primeira metade do tratamento seguida por corrente anodal. Essa técnica simples parece induzir a formação dos tampões ceratinosos nas glândulas sudoríparas, bloqueando assim o fluxo da transpiração para a superfície da pele. Uma série de tratamentos diários durando em torno de 8 a 20 dias é geralmente necessária antes que uma diminuição apreciável na transpiração seja observada. Os tratamentos devem ser continuados semanal ou mensalmente ou os tratamentos diários devem ser repetidos após aproximadamente seis semanas para manter um estado relativamente euhidrótico (Mackler, Robinson, 2001).
Estudo de caso: Um paciente apaixonado por sinuca constatou que sua hiperidrose não apenas o fazia ficar embaraçado por deixar as marcas úmidas das mãos no feltro verde da mesa, como também o atrapalhava na hora de mirar. A iontoforese com brometo de glicopirrolato administrada quando solicitada, cerca de uma vez por mês, mantinha suas mãos satisfatoriamente secas para o trabalho e lazer por um longo período (Low, Reed, 2001).
6.3. Tratamento do tecido cicatricial e adesões
A iontoforese pode ajudar a reduzir adesões e o tecido cicatricial. Embora o iodo seja geralmente aplicado para objetivos antimicrobianos, essa substância também é relatada ter efeitos escleróticos. A base celular exata para a ação esclerótica do iodo não foi claramente definida. O iodo é tipicamente administrado a partir do pólo negativo na forma de pomada de 5 a 10%. Um número limitado de relatos de caso descreveram o uso de iontoforese de iodo para ajudar a diminuir a restrição articular e as adesões tendinosas após procedimentos cirúrgicos. Os clínicos devem estar cientes, contudo, que a aplicação de iontoforese sobre o tecido cicatricial é algumas vezes contra-indicada por causa da sensibilidade cutânea diminuída no local da cicatriz (Mackler, Robinson, 2001).
6.4. Medicações primárias administradas pela iontoforese
Alguns medicamentos têm efeitos específicos para cada tratamento, conforme experiências já vivenciadas, é possível citá-los a seguir.
Ácido acético: tendinite calcificante, miosite ossificante. Acredita-se que o acetato aumenta a solubilidade dos depósitos de cálcio nos tendões e em outros tecidos moles. Solução aquosa a 2-5% a partir do pólo negativo.
Cloreto de cálcio: espasmos musculoesqueléticos. O cálcio estabiliza as membranas excitáveis, parece diminuir o limiar de excitabilidade nos nervos periféricos e no músculo esquelético. Solução aquosa a 2% a partir do pólo positivo.
Dexametasona: inflamação. Agente antiinflamatório esteroidal sintético. 4 mg/ml em solução aquosa a partir do pólo negativo.
Iodo: capsulite adesiva e outras adesões do tecido mole, infecções microbianas. O iodo é um antibiótico de amplo espectro, daí seu uso em infecções e assim por diante, as ações escleróticas do iodo não estão completamente entendidas. Solução a 5-10% ou pomada a partir do pólo negativo.
Lidocaína: dor e inflamação do tecido mole (p. ex., bursite, tenossinovite). Os efeitos anestésicos locais produzem analgesia transitória. Solução aquosa a 4-5% ou pomada a partir do pólo positivo.
Sulfato de magnésio: espasmos musculoesqueléticos, miosite. O efeito relaxante muscular pode ser devido a excitabilidade diminuída da membrana musculoesquelética e a transmissão diminuída da junção neuromuscular. Solução aquosa a 2% ou pomada a partir do pólo positivo.
Hialuronidase: edema local (estágio subagudo e crônico). Parece aumentar a permeabilidade no tecido conjuntivo hidrolizando o ácido hialuronico, diminuindo assim a encapsulação e permitindo a dispersão do edema local. Reconstituir com 0,9% de cloreto de sódio para fornecer uma solução de 150 (mg/ml a partir do pólo positivo).
Salicilatos, óxido de zinco: dor muscular e articular em condições agudas e crônicas (p. ex., lesões por uso excessivo, artrite reumatóide). Drogas do tipo aspirina com efeitos analgésicos e antiinflamatórios. 10% de pomada de salicilato de trolamina ou 2-3% de solução de salicilato de sódio a partir do pólo negativo.
Úlceras de pele, outras doenças dermatológicas. O zinco age como um antisséptico geral, podendo aumentar a cicatrização do tecido. 20% de pomada a partir do pólo positivo (Mackler, Robinson, 2001).
7. Considerações finais
Tendo em vista os variados tipos de equipamentos utilizados na iontoforese, e a abrangente ação de medicamentos para determinadas patologias, o profissional de fisioterapia deve estar capacitado não apenas na operação do mesmo, mas orientar e instruir o paciente de forma clara e objetiva. Sua boa função e eficácia, também dependem se a polaridade escolhida está de acordo com a patologia, com a droga, com o eletrodo utilizado, e seu posicionamento correto, bem como o do paciente, pois o tratamento inadequado pode acarretar em algumas complicações como queimaduras químicas, consideradas as lesões mais graves e comuns em relação a esta técnica.
A prática da iontoforese como recurso fisioterapêutico torna possível alternar a administração de fármacos através da pele, proporcionando soluções e cura para devidas doenças, principalmente as inflamações localizadas, gerando mais qualidade de vida e bem-estar aos nossos pacientes.
Bibliografia
Arnould-Taylor, W. (1999). Princípios e prática de fisioterapia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed.
Agne, J. E. (2005) Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium.
Dalcin, B. L. G. S. Propriedades e homeostase neurais. Recuperado el 27 de maio de 2012 de: http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/brunopropriedeshn.htm.
Gratieri, T.; Gelfuso, G. M.; Lopez, R. F. V. (2008). Princípios básicos e aplicação da iontoforese na penetração cutânea de fármacos. Química nova, São Paulo, v. 31.
Kahn, J. (2001). Princípios e prática de eletroterapia. 4ª ed. São Paulo: Santos.
Low, J.; Reed, A. (2001) Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3ª ed. São Paulo: Manole.
Oliveira, A.S.; Guaratini, M.I.; Castro, C.E.S. (2005). Fundamentação teórica para iontoforese. Revista brasileira de fisioterapia, São Paulo, v. 9, 1-7.
Prentice, W. E. (2004). Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed.
Robinson, A. J.; Snyder-Mackler, L. (2002). Eletrofisiologia clínica: eletroterapia e teste fisiológico. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed.
Starkey, C. (2001). Recursos terapêuticos em fisioterapia. 2ª ed. São Paulo: Manole.
Winn, P. Recentes avanços no uso da iontoforese. Recuperado el 27 de maio de 2012 de: http://www.fisionet.com.br/artigos/interna.asp?cod=91.
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