Princípios do treinamento esportivo Principios del entrenamiento deportivo |
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*Discentes do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira **Docente-Orientador do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Dannyella Crysthina Batista Guimarães* Mellyna Diniz Carneiro de Oliveira* Thiago Oliveira Rassi* Tábitta Nunes Valadão* Nozelmar Borges Júnior** |
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Resumo O treinamento é um processo pelo qual se submete alguém à busca de melhoria de alguma coisa. Processo-pois envolve diversas etapas que podem ir desde o aprendizado ao aperfeiçoamento, até chegar à especialização. Visa a melhoria-faz parte do próprio ser humano que, historicamente, assume ações com tendências evolutivas, seja durante a fase da infância, juventude, vida adulta ou na velhice. Porém, nada justifica que essa evolução tenha que sacrificar o próprio ser humano, exigindo que, para “crescer”, exista a exploração e o domínio de uns sobre outros. Nada é por acaso e as relações evolutivas, seja em qualquer área de conhecimento, fazem-se pelas relações sociais entre os povos. Unitermos: Treinamento. Sobrecarga. Exercício.
Recepção: 28/08/2014 – Aceitação: 21/10/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Na atualidade, cresce mais o número de praticantes de exercícios que treinam por conta própria nas academias ou em suas próprias residências. Isto é causado pela facilidade de acesso a algumas informações sobre treinamento adquiridas pela própria internet, revistas, vídeos ou pela vivência nas academias. Porém para se atingir os objetivos almejados é importante seguir os Princípios do Treinamento Esportivo, que devem ser utilizados tanto nos praticantes corriqueiros de atividades físicas quanto nos atletas de alto rendimento, para que o treino seja elaborado de uma forma que reflita as necessidades do indivíduo e que evite ao máximo os efeitos indesejáveis como lesões musculares, overtraining, entre outros.
Deste modo, o seguinte estudo trata sobre os Princípios do Treinamento Esportivo. Foi realizado um resumo de artigos sobre o tema e uma reflexão crítica sobre citações desses artigos.
Metodologia
Estes artigos analisaram os Princípios do Treinamento Esportivo, utilizando autores como Manoel Tubino, Estélio Dantas e Weineck, através de uma revisão bibliográfica. Foi abordada a inter-relação entre os princípios e foi constatada a sua importância no Treinamento Esportivo.
Foi proposta neste estudo a ampliação da discussão sobre a compreensão destes princípios, incluindo aspectos ainda pouco explorados, como o emocional, o ambiental, entre outros, que poderiam contribuir para um olhar mais profundo, proporcionando um debate sobre os conceitos e utilizações dos princípios que norteiam os treinamentos em diferentes e novas modalidades.
Referencial teórico
Para Dantas (2003) o indivíduo deve ser considerado como a junção do genótipo (carga genética) e do fenótipo (interferência do meio, acrescida, somada ao indivíduo), dando origem ao somatório das especifidades que o caracterizarão. O Princípio da individualidade biológica pressupõe que, por sermos seres biologicamente diferentes, o treinamento deve obedecer às características e necessidades individuais para que os exercícios tenham melhores resultados.
Pode-se dizer que os potenciais são determinados geneticamente e as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do fenótipo (Dantas; 1985). Cada indivíduo nasce com um determinado dom e esse dom pode ser melhor expressado através das influências dos fatores ambientais.
De acordo com Weineck (1991) a adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no esporte”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas. O indivíduo possui um estado de equilíbrio denominado homeostase e toda vez que um exercício físico é realizado, ocorre um estresse fisiológico e psicológico ao organismo. Esse estresse é necessário para a quebra da homeostase a fim de gerar uma otimizada no condicionamento físico. Dependendo da intensidade do estresse aplicado, a resposta do organismo pode variar entre a manutenção do estado de homeostase, quando o exercício é de baixa intensidade e a ocorrência de lesões, quando a intensidade é acima do limite.
De acordo com Zatsiorski (1999), a transferência do ganho de treinamento é baixa em bons atletas; para iniciantes quase todos exercícios são úteis. Pessoas que já treinam há algum tempo tem mais dificuldades de adquirir ganhos do que as pessoas iniciantes.
O princípio da sobrecarga baseia-se em após a aplicação de uma sobrecarga, o organismo necessita repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas desgastadas, para que na aplicação das sobrecargas posteriores o organismo esteja pronto para receber um novo estímulo, com intensidade igual ou superior ao anterior aplicado. Hegedüs apud Tubino (1984) diz que os diferentes estímulos produzem diversos desgastes, que são repostos após o término do trabalho, e nisso podemos reconhecer a primeira reação de adaptação, pois o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes, e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte, chamando-se este fenômeno de assimilação compensatória. Assim, sabe-se que não só são reconduzidas as energias perdidas como também são criadas maiores reservas de energia de trabalho. A primeira fase, isto é, a que recompões as energias perdidas, chama-se período de restauração, o qual permite a chegada a um mesmo nível de energia anterior ao estímulo. A segunda fase é chamada de período de restauração ampliada, após o qual o organismo possuirá uma maior fonte de energia para novos estímulos.
Para Tubino (1984) O princípio da continuidade compreenderá sempre no treinamento em curso uma sistematização de trabalho que não permita uma quebra de continuidade, isto é, que o mesmo apresente uma intervenção compacta de todas as variáveis interatuantes. Ou seja, para se alcançar o objetivo o treinamento não poderá ser interrompido.
De acordo com Dantas (1998), podemos realizar uma sobrecarga no volume através da quilometragem percorrida, do número de repetições, da duração do trabalho e do número de séries. Já a sobrecarga na intensidade dar se através do peso utilizado, da velocidade, do ritmo, da redução dos intervalos e da amplitude do movimento. O princípio da Interdependência volume-intensidade baseia-se na relação volume e intensidade. Eles são inversamente proporcionais. Por exemplo, quando se eleva o volume se reduz a intensidade.
De acordo com Dantas (1995), a partir do conceito de treinamento total, quando todo o trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistêmica, integrada e voltada para objetivos claramente enunciados, a orientação do treinamento por meio de métodos de trabalho veio, paulatinamente, perdendo a razão de ser. O princípio da especificidade está baseado na própria especificidade, ou seja, você deve treinar aquilo que quer melhorar.
De acordo com Guedes Jr. (2003), o princípio da Saúde sugere que o exercício físico além de melhorar o desempenho, deve também proporcionar saúde e qualidade de vida ao praticante. Em alguns casos não se aplica ao alto rendimento. Os benefícios da prática de exercícios físicos para a saúde do indivíduo são evidenciados em diversas pesquisas, tais como a redução do risco de diversas doenças, na qualidade de vida, porém, em alguns casos, esses benefícios não são aplicados em esporte de alto rendimento, já que muitas vezes os atletas passam do seu limite físico, mental para superar determinado desafio.
Considerações finais
Conhecer e aplicar os princípios do treinamento desportivo corretamente é fundamental para que o Professor de Educação Física possa desenvolver um treino cientificamente seguro para o indivíduo alcançar seus objetivos. Porém é muito comum observamos que muita gente treina sem orientação, o que é bastante preocupante, pois o treino por conta própria não traz muitos benefícios, muito pelo contrário, uma vez que sem acompanhamento profissional adequado, o indivíduo pode demorar a atingir suas metas, sejam elas físicas ou mentais, além do risco de lesões, que pode afastá-lo por um longo tempo da pratica de atividade física, afetando assim no seu processo de desenvolvimento.
Referências bibliográficas
BRAGANÇA, E.; PASCHOAL, R.; MARTONI, D. Princípios biológicos do treinamento esportivo. Revista Suplementação – Ano 5 – Nº 18.
CHIESA, L. C. Princípios do treinamento desportivo e da musculação. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAbeEAA/treinamento-desportivo. Acesso em 23 de Maio de 2014.
LUSSAC, R. M. P. Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições, possíveis aplicações e um possível novo olhar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008. http://www.efdeportes.com/efd121/os-principios-do-treinamento-esportivo-conceitos-definicoes.htm
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