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Classificação do nível de atividade física em graduandos 

de educação física: comparação entre os períodos do curso

Clasificación del nivel de actividad física en estudiantes de educación física: comparación entre los períodos del curso

Classification of the level of physical activity of physical education undergraduate
students: a comparison between periods of the course

 

Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico

Departamento de Educação Física. Universidade Federal de Lavras

Lavras, Minas Gerais

(Brasil)

Letícia Lemos Ayres da Gama Bastos

Priscila Carneiro Valim-Rogatto

Gustavo Puggina Rogatto

gustavorogatto@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A prática regular de atividade física é conhecida como promotora de bem-estar e saúde aos seus adeptos, porém mesmo sabendo dos seus aspectos positivos, muitas pessoas mantêm um nível de atividade física (NAF) aquém do recomendado. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil do NAF dos graduandos de Educação Física da Universidade Federal de Lavras, comparando estudantes em diferentes momentos do curso. Os voluntários responderam ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), composto por questões que avaliam o NAF por meio de atividades físicas moderadas, vigorosas e de caminhada realizadas na última semana, e foram classificados, como “Muito Ativo”, “Ativo”, “Irregularmente Ativo” e “Sedentário”. A classificação categórica foi representada em porcentagem, de acordo com o período do curso. Foi utilizado o indicador “MET” (equivalente metabólico - MET/semana) como recurso de medição do NAF. Considerando-se a classificação do NAF, observou-se que os estudantes avaliados encontram-se, em grande parte, enquadrados como “Ativos” ou “Muito Ativos”, porém, estudantes de períodos mais adiantados do curso mostram menores NAF quando comparados aos seus colegas novatos. Isso pode dever-se ao aumento do volume de atividades acadêmicas realizadas ao longo do curso, resultando em menos tempo para a participação em programas de atividades físicas.

          Unitermos: Nível de atividade física. Universitários. IPAQ.

 

Abstract

          Regular physical activity is known for promoting health and wellness to their fans, but even knowing of its positive aspect, many people maintain a level of physical activity (LPA) below of recommended. The aim of the study was to determine the profile of LPA of undergraduate students of a Physical Education course, from Federal University of Lavras, comparing students at different times of the course. Volunteers responded to the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), composed of questions that evaluate the LPA through moderate and vigorous physical effort and walk held in the last week. Volunteers were ranked as "Very Active”, "Active", "Irregularly Active" and "Sedentary”. The categorical classification was represented as percentage, according to the course period. As a resource for measuring the LPA - the "MET" (MET/week metabolic equivalent) indicator was used. Considering the classification of the LPA, it was observed that evaluated students were classified, largely, as "active" or "very active", however, students of later periods of the course showed lower LPA when compared to their fellow newbie. This may be due to the increased volume of academic activities throughout the course, resulting in less time for participation in physical activity programs.

          Keywords: Level of physical activity. Academics. IPAQ.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O grande avanço tecnológico e da informática produziram e produzem diversas e importantes mudanças nos hábitos de vida da humanidade. Esse desenvolvimento trouxe facilidades para a vida diária das pessoas, levando muitas vezes ao surgimento de doenças relacionadas à hipocinesia.

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como sendo um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006).

    De acordo com Caspersen (1985), a atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela contração voluntária da musculatura esquelética, que resulta em um gasto energético.

    A atividade física também pode ser destacada como sendo uma das formas que minimizam os danos causados pelo envelhecimento. Essa relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento vem sendo cada vez mais discutida, sugerindo que a prática de atividade física por pessoas idosas é de importância fundamental para a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, destacando o câncer e as doenças cardiovasculares como as principais causadoras da morte (MATSUDO et al., 2001a).

    Entretanto, a aderência a um estilo de vida ativo e saudável pode ser assegurada desde a juventude, para que, ao passar dos anos, os prejuízos do organismo ocorram de forma gradual e minimizada.

    Torna-se cada vez mais importante a adoção de práticas de atividade física, por meio de programas de intervenção, nas horas de lazer e durante o horário de trabalho, sendo estas essenciais para a contribuição do equilíbrio físico e mental. Além disso, a prática regular de atividade física representa uma forma para a aquisição e manutenção de uma boa qualidade de vida (SALVE e BANKOFF, 2004).

    A Declaração de Alma-Ata, formulada devido a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, que busca a prevenção e promoção da saúde a todos os povos do mundo, se mantém atualizada quanto aos seus objetivos. A confirmação científica da importância da atividade física e programas de exercício, bem como a necessidade da mudança de determinados comportamentos nocivos, são essenciais para tal finalidade (SIQUEIRA, 2009).

    Diversas são as interferências que levam o indivíduo a praticar ou não exercício físico e, devido a tais influências, muitas pessoas deixam a desejar e acabam mantendo baixos níveis de atividade física. Nesse sentido, a manutenção de um estilo de vida ativo associada a variados fatores comportamentais como, por exemplo, manter uma alimentação adequada, uma boa higiene, não fazer uso de drogas lícitas e ilícitas, são meios que irão proporcionar benefícios para melhoria da saúde do indivíduo (BUSS, 2010).

    Guedes et al. (2006) também ressaltam tais fatores e dentre eles a jornada de trabalho. Dessa maneira, universitários que levam uma vida intensa de estudos e trabalhos acadêmicos acabam deixando a atividade física em segundo plano. No entanto, cursos da área da saúde tendem a manter um considerável nível de atividade física (NAF) devido à melhor compreensão dos benefícios da atividade física para a promoção e manutenção da saúde do indivíduo e por se tratarem de cursos com particularidades quanto à prática motora (BASTOS et al., 2010). Nesse sentido, questiona-se: o tempo em que freqüentam o curso irá influenciar diretamente na busca pela prática, ou seja, quanto maior o conhecimento dos benefícios maior será o NAF?

    Partindo dessas considerações, o objetivo do estudo foi traçar o perfil do NAF dos graduandos em Educação Física da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e comparar essa variável entre as turmas/períodos do curso.

Metodologia

Participantes

    A presente pesquisa foi realizada com os acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade Federal de Lavras e os dados (número de alunos, alunos desistentes do curso e alunos com matrícula trancada) foram obtidos na Diretoria de Registro e Controle Acadêmico da Universidade Federal de Lavras.

    No momento da pesquisa, o curso de Educação Física da Universidade Federal de Lavras contava com seis períodos, já que o curso era recente e não havia nenhuma turma com o curso concluído. A população do estudo consistiu de 270 alunos, e destes, 253 representaram a amostra (93,7% da população). Dos alunos que não participaram do estudo, quatro se negaram a participar da pesquisa enquanto os outros não foram encontrados por terem desistido do curso ou trancado a matrícula.

Procedimentos e avaliação

    Previamente à realização do estudo, foi conduzido um teste piloto para ajustes do instrumento e treinamento dos avaliadores. A coleta dos dados foi feita durante o horário das aulas com a anuência dos professores responsáveis pelas disciplinas. Cada voluntário foi informado sobre os objetivos e procedimentos do estudo e assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participação no mesmo. Cada um dos participantes teve um tempo livre para responder o instrumento de pesquisa, o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-International Physical Activity Questionnaire) versão curta, validado por Matsudo et al. (2001b) em jovens brasileiros.

    O questionário é composto por oito questões que avaliam o NAF de um indivíduo por meio de perguntas referentes à prática de atividade física realizada na última semana, por um tempo mínimo de dez minutos contínuos. As perguntas deste questionário estão relacionadas à freqüência e à duração da prática de atividades físicas com intensidades moderadas, vigorosas e de caminhada, e incluem atividades feitas no trabalho, no lazer, por esporte, por exercício e até mesmo as atividades da casa. De acordo com as respostas dadas no IPAQ, os voluntários foram classificados em quatro categorias, sendo estas:

1.     MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de atividade vigorosa por cinco ou mais dias/semana e 30 ou mais minutos por sessão; atividade vigorosa por três ou mais dias/semana e 20 ou mais minutos por sessão, mais atividades moderadas e/ou caminhada por cinco ou mais dias/semana e por 30 ou mais minutos por sessão.

2.     Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de atividades vigorosas por três ou mais dias/semana e por 20 ou mais minutos por sessão; ou atividades moderadas ou caminhada por cinco ou mais dias/semana e por 30 ou mais minutos por sessão; ou qualquer atividade somada: 5 ou mais dias/semana e 150 ou mais minutos/semana (caminhada + moderada + vigorosa).

3.     Irregularmente ativo: aquele que realiza atividade física em quantidade insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Esse grupo foi dividido em dois sub-grupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação:

3.1.     Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade: Freqüência: 5 dias/semana ou Duração: 150 min/semana.

3.2.     Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à freqüência nem quanto à duração.

4.     Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

Interpretação dos resultados e análise estatística

    A classificação categórica foi representada pela porcentagem dos alunos em cada categoria e de acordo com o período do curso. Foi utilizado o indicador “MET” (equivalente metabólico - MET/semana) como recurso de medição do NAF. O cálculo do indicador MET/semana foi feito utilizando a fórmula: MET/semana = freqüência (dias/sem) x tempo (min/dia). O resultado obtido foi multiplicado por uma constante “k”, que varia de acordo com a atividade em questão, sendo o valor dessa constante de 3,3 para a caminhada, 4 para as atividades moderadas e 8 para as atividades vigorosas.

Resultados

    Foram avaliados 124 homens e 129 mulheres, distribuídos nos seis primeiros períodos do curso: 1° período (53 alunos), 2° período (56 alunos), 3° período (56 alunos), 4° período (33 alunos), 5° período (22 alunos) e 6° período (33 alunos).

    A Figura 1 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 1° período. Observou-se que os estudantes novatos encontram-se, em sua maioria, enquadrados como “Ativo” (51%). Com 36% estão àqueles estudantes classificados como “Muito Ativo”. São classificados como “Irregularmente Ativo”, tanto “A” quanto “B”, 6% dos alunos. A minoria dos estudantes se encontra na classificação “Sedentário” (2%).

Figura 1. Distribuição percentual dos universitários do 1° período de acordo com a classificação do NAF

    A Figura 2 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 2° período. Observou-se que os estudantes dessa turma estão classificados em sua maior parte nas categorias “Muito Ativo” (48%) e “Ativo” (46%). O restante dos alunos (6%) se classifica como “Irregularmente Ativo A”.

Figura 2. Distribuição percentual dos universitários do 2° período de acordo com a classificação do NAF

    A Figura 3 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 3° período. Observou-se que a maior parte dos estudantes se encontra classificados como “Ativo” (46%). Grande parte se encontra ainda classificada como “Muito Ativo” (39%). O restante dos alunos compõe as classificações “Irregularmente Ativo A”, com 11%, e “Irregularmente Ativo B”, com 4%.

Figura 3. Distribuição percentual dos universitários do 3° período de acordo com a classificação do NAF

    A Figura 4 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 4° período. Nesta turma, grande parte dos alunos se encontra classificada nas categorias “Ativo” (42%) e “Muito Ativo” (40%), e o restante dos alunos se dividem igualmente, com 9%, nas categorias “Irregularmente Ativo A” e “Irregularmente Ativo B”.

Figura 4. Distribuição percentual dos universitários do 4° período de acordo com a classificação do NAF

    A Figura 5 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 5° período. Observou-se que os universitários se encontram em grande parte classificados como “Muito Ativo” (41%). Outro montante de alunos se encontrava enquadrado na classificação “Muito Ativo” (36%). Alguns estudantes se distribuíram igualmente para as subdivisões da categoria “Irregularmente Ativo” (9% em cada) e o restante se classifica categoricamente como “Sedentário” (5%).

Figura 5. Distribuição percentual dos universitários do 5° período de acordo com a classificação do NAF

    A Figura 6 mostra a classificação categórica do NAF dos universitários, considerando o 6° período. Os alunos se encontram distribuídos nas categorias “Muito Ativo”, “Ativo”, “Irregularmente Ativo A” e “Irregularmente Ativo B”, com 37%, 27%, 21% e 15% respectivamente para cada classificação.

Figura 6. Distribuição percentual dos universitários do 6° período de acordo com a classificação do NAF

    Considerando o total da amostra, os alunos se encontram em maior parte nas classificações “Ativo” (43,5%) e “Muito Ativo” (40,3%), enquanto a minoria dos alunos se classifica como “Sedentário” (0,8%).

Discussão

    Hoje em dia é evidente a preocupação com a saúde, tanto da população - que está cada vez mais preocupada em “estar saudável” - quanto das organizações - que criam programas para prevenção e tratamento de doenças (BUSS, 2000). Nesse sentido, é importante o desenvolvimento de pesquisas que avaliem o NAF em determinadas populações, uma vez que o sedentarismo já é considerado um fator de risco primário para doenças cardiovasculares (PITANGA, 2002), de maneira que averiguando as situações em que estas se encontram, deverá haver a conscientização e incorporação de medidas práticas que proporcionem benefícios para a saúde dessas pessoas (BASTOS et al., 2010).

    A Organização Panamericana de Saúde (2003) recomenda que, para que a atividade física seja benéfica para a saúde, o indivíduo deve realizar esforços com intensidades moderadas por pelo menos 30 minutos/dia, no mínimo três vezes na semana. Nesse mesmo contexto, Salve (2007) avaliou o nível de importância dado a prática de atividade física pelos alunos de variados cursos da Universidade Estadual de Campinas. Dentre os cursos avaliados, somente os alunos do curso de Educação Física (89%) praticam atividade física satisfatória de acordo com as recomendações da OPAS. Esse resultado é bastante próximo ao do estudo atual, onde essa prática também é valorizada pelos acadêmicos (83,8%). Entretanto, vale ressaltar que participaram do estudo somente alunos do curso de Educação Física que podem estar envolvidos com maiores oportunidades quanto à prática de exercícios em determinadas disciplinas no seu curso (MARCONDELLI et al., 2008).

    Estudos como os de Rodrigues et al. (2008) e Zamai et al. (2007), os quais avaliaram os NAF de estudantes de uma Universidade de Gurupi (TO) e de uma Universidade de Campinas (SP), respectivamente, corroboram com o presente estudo, segundo a classificação categórica de acordo com as respostas do IPAQ, onde constataram que a maior parte dos indivíduos avaliados são considerados “Ativos”.

    A atividade física é um fator fundamental para se alcançar e conservar uma boa qualidade de vida (SALVE e BANKOFF, 2004), justificando uma forma de proporcionar para um indivíduo que pratica exercícios uma maior segurança e confiança para a realização das suas tarefas diárias, além da melhora da sua autoestima (CUSTÓDIO et al., 2009). Esses dados comprovam a necessidade de promover e preservar a saúde (SILVA et al., 2007), além de se observar a melhoria da qualidade de vida por meio da prática de exercícios. Os efeitos positivos desta prática têm sido evidenciados em diversos estudos epidemiológicos, como a melhora e controle de doenças respiratórias, menor risco de contrair doenças crônico-degenerativas e redução das dores lombares e da ansiedade (LIMA, 2003).

    Silva et al. (2007) averiguaram o NAF em estudantes de Educação Física considerando o gênero e o tempo de curso com intuito de comparar os estudantes de Educação Física com os de outros cursos da área saúde/biológica (Farmácia e Bioquímica, Odontologia e Ciências Biológicas). De acordo com os resultados daquele estudo, o grupo formado pelos alunos de Educação Física se diferenciou do atual estudo, à medida que a prática de atividades físicas se manteve constante ao longo do curso, porém, foi semelhante nas relações de gênero, já que este mesmo grupo foi avaliado por Bastos et al. (2010) e não houve diferença significativa entre a prática de homens e mulheres. Com relação aos resultados dos demais cursos da área da saúde, os homens se mostraram mais ativos se comparados às mulheres. Se esse resultado for comparado com o do presente estudo é possível constatar que nos períodos que apresentaram maior prática de atividade física (1° e 2°), o número de homens é maior ou igual ao número de mulheres, podendo justificar o fato de essas turmas serem mais ativas que as outras. Esses achados podem estar diretamente ligados a uma construção histórica do indivíduo, trazidos desde a juventude, quando quase sempre são vistas as separações por gênero no âmbito escolar. Segundo Souza e Silva (2008), essa divisão por sexo, principalmente nas aulas práticas, pode ser explicada pela diferença da aptidão física e motora entre os sexos, fazendo com que o aprendizado se torne mais produtivo.

    Franca e Colares (2008) verificaram as diferenças nas condutas de saúde dos estudantes das áreas de saúde de diversas universidades de Pernambuco, comparando o início e o final do curso. Rizzolli et al. (2006), com essa mesma intenção de comparar as respostas dos alunos dos primeiros períodos com os alunos que estavam concluindo o curso, verificaram o NAF e a incidência de sedentarismo dos estudantes de quatro cursos da área da saúde. Dentre as condutas de saúde, o NAF mostrou-se diferente ao longo do curso, sendo mais ativos aqueles alunos do último semestre (FRANCA e COLARES, 2008). Confrontando com esses dados e corroborando com os achados do presente estudo, Rizzolli et al. (2006) encontraram, dentre o grupo formado pelos estudantes do curso de Educação Física, que ao ingressar na faculdade estes tinham um alto nível de atividade física, enquanto os que estavam concluindo o curso possuíam alta incidência de sedentarismo.

    Partindo dos resultados encontrados por diversos estudos, destacamos a atuação do profissional de Educação Física como importante contribuinte da disseminação e valorização da prática de atividade física para melhoria da saúde e qualidade de vida do indivíduo. Pois é preocupante como o índice de pessoas inativas fisicamente vem crescendo ao longo de muitos anos no mundo todo e independente da faixa etária das populações. No Brasil, esse índice é alto, uma vez que a irregularidade de renda, o analfabetismo, o baixo grau de escolaridade, as más condições de moradia e ambientais influenciam diretamente nas condições de saúde e vida das pessoas (BUSS, 2000).

Conclusões

    Os resultados do presente estudo mostraram que os estudantes de períodos mais adiantados do curso possuem menores NAF quando comparados aos seus colegas novatos. Isso pode ser devido ao aumento do volume de atividades acadêmicas realizadas ao longo do curso, como os estágios ou até mesmo casos de alunos que já iniciaram sua carreira trabalhando na área, bem como a diminuição de disciplinas relacionadas às práticas motoras, que na maioria dos casos se encontram no currículo do curso nos primeiros períodos. Tais aspectos, de maneira isolada ou em conjunto, podem resultar em menor disponibilidade de tempo para a participação em programas de atividades físicas ou práticas no lazer.

Referências

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