efdeportes.com

Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Defense systems and attack in basketball

 

*Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário Moura Lacerda

**Técnico de Basquetebol e proprietário da empresa Estrela Premiações e Homenagens Personalizadas

***Técnica de Basquetebol e docente da Universidade de Ribeirão Preto

****Pesquisador e membro da equipe da USP, do Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa

do Programa de Assistência Primária de Saúde Escolar, PROASE

(Brasil)

Prof. Vinícius Machado Penha*

Prof. Kleber Nasto de Oliveira**

Profa. Ms. Eliana Maria Isnidarsi***

Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira****

prof.zedu@usp.br

 

 

 

 

Resumo

          A tática aplicada ao Basquetebol é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe, englobando os sistemas de jogo, quer sejam defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais, podendo ser resumida no “o que fazer” para resolver uma determinada situação-problema durante uma partida (OLIVEIRA, 2012). Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto desporto mundialmente difundido, o presente texto propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de defesa e ataque na modalidade. Assim, na perspectiva de uma análise conclusiva, o Basquetebol evoluiu taticamente e exponencialmente nos últimos anos, e, por consequência, variáveis táticas, coletivas e individuais surgiram para garantir a maximização dos resultados, derivando diferentes abordagens defensivas e ofensivas, a exemplo das que aqui foram discutidas. Nas marcações por zona esta a chave para se jogar contra ataques que possuem baixo aproveitamento nos arremessos de média e longa distancias e/ou com jogadores com grandes habilidades de infiltração, onde a saída é congestionar o garrafão, viabilizando os arremessos, inviabilizando as jogadas individuas e facilitando os rebotes defensivos e os contra-ataques. Já na marcação individual o sistema concentra-se nos processos de anulação específica de cada adversário, atuando-se de acordo com a particularidade dos jogadores, respeitando-se cada potencialidade e/ou deficiência no memento de eleger os marcadores e marcados. Os sistemas ofensivos perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma tentativa de cesta, dentro da maior assertividade possível.

          Unitermos: Basquetebol. Sistemas. Ataque. Defesa.

 

Abstract

          The tactic applied to Basketball is alluding to the use of resources to define situations within a team encompassing gaming systems, whether defensive or offensive, collective or individual situations, and can be summed up in " what to do " to solve a certain situation - problem during a match (OLIVEIRA, 2012). Thus, based on the intention to discuss and analyze the Basketball while sport worldwide broadcast, the authors aim to do it from a tactical perspective involving the major systems in defense and attack mode. Thus, from the perspective of a conclusive analysis, Basketball and tactically evolved exponentially in recent years, and therefore variables tactics, collective and individual emerged to ensure the maximum results, deriving different offensive and defensive approaches, like the here were discussed. In this zone markings for the key to playing against attacks that have low utilization pitches in middle and long distances and/or players with great skills infiltration, where the output is congesting the lane, allowing pitches, preventing the moves are single and facilitating defensive rebounds and counterattacks. Already on individual marking system focuses on the reversal process specific to each opponent is acting according to the particularity of the players, respecting each capability and/or deficiency in the moment of choosing the markers and marked. Offensive systems account for all processes to the imbalance defensive in intent to find a place/situation that fosters the team perform a field goal attempt, within the greater assertiveness possible.

          Keywords: Basketball. Systems. Attack. Defense.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O conceito de tática que deriva do grego - taktiké - significa a arte de manobrar (tropas), sendo qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir uma meta num determinado empreendimento, quer seja ele profissional, esportivo ou etc. Sendo a tática uma capacidade senso cognitiva que se baseia em processos psicofisiológicos, através da captação e transmissão de informações advindas do meio (o jogo, por exemplo), a sua interpretação e a elaboração de respostas, tendo como base os conhecimentos pré-adquiridos, objetivando a melhor solução para um determinado problema (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

    A tática aplicada ao Basquetebol é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe, englobando os sistemas de jogo, quer sejam defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais, podendo ser resumida no “o que fazer” para resolver uma determinada situação-problema durante uma partida (OLIVEIRA, 2012). Subdividida em tática individual e coletiva, onde esta primeira é a capacidade que um atleta tem para executar os fundamentos do jogo de acordo com situações momentâneas, tais como a sua posição na quadra, as atitudes do adversário, as exigências da equipe técnica, o contexto do certame e etc., e, engloba três momentos distintos:

    Num primeiro, onde o jogador observa o que ocorre na quadra, levando em conta o posicionamento e as características de jogo de seus companheiros e adversários. Segundo, é feita a escolha da resposta a ser dada, em função do que foi identificado no meio. E, por fim, o gesto técnico é executado. Este processo todo é conceitualmente denominado de - tomada de decisão - e constitui o elemento central da tática (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

    Já a tática coletiva, se apoia na própria tática individual e reúne pequenos núcleos de jogadores, ou até a equipe toda, abrangendo circunstâncias mais complexas e que dependem de um sincronismo de ações, que após serem predefinidas, configuram as diferentes estratégias desportivas, que por sua vez, buscam a visão do “macro”, do conjunto, de forma sistêmica, relativamente ao jogo, pois a tática individual ocupa-se da visão “micro”, no sentido particular em relação ao todo, e, a tática coletiva, quando aplicada ao Basquetebol, constitui-se do plano teórico de (re) organização da equipe a curto, médio ou em longo prazo (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).

    Estas mesmas estratégias são definidas por fatores como o tipo e a duração de uma temporada/competição, o material humano disponível, os adversários, situações momentâneas de uma competição/jogo, a classificação da equipe na tabela, ou seja: a estratégia é responsável pelas adequações necessárias para se alterar o planejamento da equipe, onde outros três aspectos também são fundamentais:

    Primeiro, a estratégia a ser estabelecida a partir de um objetivo principal e outros específicos. Segundo, deve-se elaborar o planejamento prévio da atuação a curto, médio e longo prazo. E, por fim, todos os aspectos que interferem na atuação da equipe devem ser considerados (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003). Assim, a estratégia consiste no “saber o que fazer”.

    No que tange aos sistemas de jogo, em razão do Basquetebol ter se desenvolvido exponencialmente, estudiosos e técnicos desenvolveram métodos que pudessem maximizar os resultados, quer sejam alusivos aos processos defensivos ou ofensivos. Dentre esses, citam-se uma variedade de estratégias defensivas que enfatizam a redução da diferença no placar, sempre vislumbrando anular os sistemas ofensivos, sendo as táticas defensivas os principais fatores do estilo de jogo de uma equipe.

    Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto desporto mundialmente difundido, o presente texto propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de defesa e ataque na modalidade.

Sistemas de defesa no basquetebol

    O ato de defender envolve alguns princípios fundamentais, como primeiro marcar, antecipando-se aos gestos técnicos dos adversários; cumprir com sua missão específica na marcação; ajudar na marcação de outros jogadores; e deslocar-se em função da movimentação dos adversários e da bola.

    A defesa inicia-se, imediatamente, quando a equipe ofensora perde a posse de bola, o que resulta na transição defensiva, podendo ser subdividida em - defesa temporária - através do prolongamento da transição defensiva, tendo o defensor que retornar à sua quadra em linha reta e o mais rápido possível, na intenção de não predispor vulnerabilidade a sua equipe; a - defesa organizada - que consiste no período em que os jogadores ocupam suas posições específicas no campo defensivo; e, a - defesa em sistema - que se dá logo após a ocupação destas posições específicas de defesa, resultando na realização das ações táticas, na intenção de impedir ou dificultar as movimentações e as finalizações (REIS, 2005).

    No Basquetebol, existem dois tipos básicos de defesa: um, que se baseia na marcação por zona ou por regiões da quadra, onde o jogador responsabiliza-se por uma determinada área do campo de jogo, e, outro que se fundamenta na marcação, específica, de um determinado jogador, denominada de marcação individual. Cada equipe deve preferir uma das duas marcações, dependendo das características da equipe adversária, das suas próprias particularidades e/ou a situação específica de um jogo/competição.

A marcação por zona

    Historicamente a marcação por zona foi criada no ano de 1910, nos Estados Unidos, tendo como principais objetivos dificultar as infiltrações e os rebotes dos oponentes; facilitar os rebotes defensivos; viabilizar os contra-ataques e a volta à defesa; a diminuição do número de faltas e o aproveitamento de jogadores menos rápidos, tendo como principal eficiência o enfrentamento de equipes deficientes nos arremessos de curta e média distâncias, com maus passadores e eficientes nas infiltrações (REIS, 2005). Em contrapartida, exige melhor treinamento de conjunto e comunicação entre os defensores,

    Alguns tipos de marcação por zona podem ser ilustrados, a exemplo da 2x1x2; utilizada quando a equipe ofensora possui jogadores habilidosos no confronto individual, mas que apresenta deficiências nos arremessos de média e longa distâncias. Características, basilares, que devem ser consideradas sempre que se opta em marcar por zona.

    Portanto, com a configuração deste tipo de marcação, congestiona-se o garrafão, dificultando as infiltrações, obrigando a equipe adversária a recuar o seu ataque, afastando-se da área restritiva, e a tentar os arremessos de média e longa distâncias dos quais ela tem maiores dificuldades.

    A característica particular desta é que ela é a considerada a “matriz” de todas as outras, onde a partir dela há outras possibilidades de variações. Ilustrando-a, forma-se um desenho no formato do número 5 (cinco) de um dado, conforme a figura a seguir:

    Entre as variações, cita-se a marcação por zona 3x2, utilizada quando a equipe defensiva é “eficiente nos rebotes”, com bons e altos pivôs.

    Assim, por subentender-se uma grande possibilidade do adversário ser induzido aos arremessos, e, por consequência ao erro, forma-se uma linha de três defensores na parte superior do garrafão, e outra de dois mais próximos à cesta, auxiliando que a equipe defensiva evada, rapidamente, para o “contra-ataque”, logo após a conquista do rebote defensivo. Conforme modelo a seguir:

    Outro tipo é a zona 2x3, preferida quando a equipe defensiva não possui um rebote tão eficiente como no exemplo anterior, fazendo-se necessário, portanto, a formação inversa a 3x2, através de uma linha de três reboteadores posicionados logo abaixo da cesta, na intenção de garantir o rebote defensivo, e uma segunda linha de dois defensores na região superior do garrafão, impedindo as infiltrações e os arremessos daquela região, bem como viabilizando os contra-ataques, caso a equipe recupere a bola através do rebote defensivo. Conforme modelo a seguir:

    Um terceiro tipo é a 1x3x1, que deve ser eleita quando se enfrenta uma equipe que atua com dois pivôs (número 5), altos e bons tecnicamente, e que realizam triangulações eficazes, bem como com bons arremessadores de média distância e das laterais do garrafão.

    Para tanto, monta-se uma linha de três marcadores no centro do garrafão e outros dois jogadores isolados; um deles, logo na cabeça e o outro próximo ao aro, com o primeiro intencionando evitar a penetração do armador adversário por esta região, e o segundo, ainda com a finalidade de continuar garantindo o rebote defensivo.

    É justamente esta linha de três marcadores no centro do garrafão que dificultará a referida atuação dos pivôs adversários, que triangulam e trocam de posicionamento constantemente, como também os dois marcadores externos da mesma linha de três, por ficarem alocados fora da área restritiva, possibilitam a marcação dos jogadores que arremessam daquela região. Como exemplo, forma-se um desenho em formato do sinal de + (mais), conforme ilustra a figura a seguir:

    Na Marcação por Zona Box-one, tem-se o primeiro tipo que mescla as duas defesas -individual e zona- e, assim, quatro jogadores se organizam dentro do garrafão, cada qual responsável por sua região, em forma de uma "caixa" (box), ou de um quadrado (□), ainda na intenção de evitar as infiltrações e viabilizar os arremessos de fora.

    No entanto, como particularidade, esta é eleita sempre que na equipe adversária existe um jogador diferenciado, que possui habilidades especiais, com possibilidades de desequilibrar uma partida. Portanto, um jogador que necessita de uma atenção defensiva especial.

    O termo - one - refere-se a o “único” jogador designado a realizar a marcação individual deste jogador diferenciado, estando ele com a bola ou não. Vide ilustração a seguir:

    Esta marcação também possui outras variações, no que diz respeito à organização dos defensores no entorno do garrafão, que podem ser formadas de acordo com as características dos adversários, e são elas:

    A zona Box-one com a formação em Losango, quando a figura formada pelos marcadores faz alusão a um losango (◊) ao invés de um quadrado (□), e o quinto jogador também marca individualmente. A diferença consiste em alocar um jogador em baixo da cesta para garantir o rebote, bem como outro defensor para anular um armador que pode fazer arremessos ou infiltrações da “cabeça” do garrafão.

    Outra variação da Box é a Zona Triangle, onde se tem a opção da primeira variante através da formação de um triângulo tradicional (Δ) na marcação da área restritiva. Utilizada quando mais de um jogador, ofensivo, requer atenções especiais, e, portanto, dois bons defensores são incumbidos de marcá-los, conforme a ilustrações a seguir:

    E, a formação de um triângulo invertido (▼), formando uma linha de dois jogadores, logo na parte superior do garrafão, e outro sozinho, logo abaixo o aro.

    Noutra Marcação por Zona, agora conhecida como “Rest-one”, apresentam-se mais uma variação da Box, mas, às avessas, pois, na equipe adversária, ao invés de um jogador diferenciado, têm-se um jogador fraco tecnicamente, que pode ser relativamente preterido no momento da marcação.

    Assim, apenas um jogador defensivo recebe a designação de permanecer na formação em zona, ficando responsável pelo núcleo do garrafão defensivo, deixando esse jogador relativamente livre, desde que fora da área restritiva, oferecendo-lhe marcação somente caso o mesmo faça alusão em penetrar o garrafão. Caso contrário, flutua-se, ajudando na marcação de outros jogadores que estão sendo marcados individualmente pelos outros quatro defensores e, preconiza-se que este defensor tente pegar o rebote, logo após o erro de finalização do ataque.

    Rest-one faz alusão ao jogador que “sobra”, que resta, que não precisa de marcação especial. Obviamente que se trata de uma situação difícil de ser encontrada em alto nível, mas, muito comum em categorias de base.

    Na Marcação por Zona Match-up, tem-se uma das variações mais utilizadas no Basquetebol moderno e de alto nível, particularmente na NBA, na WNBA e na Liga Europeia ACB, e consiste numa variação da própria marcação Box-one, por também configurar-se num tipo de defesa mista, com quatro jogadores organizados em zona e um sempre marcando individualmente algum adversário.

    No entanto, sua particularidade reside no fato de que - não há - um atacante, específico, a ser marcado individualmente, e, sim, a regra é marcar individualmente o jogador que estiver “em posse da bola”, e onde os outros devem permanecer organizados em zona, alterando-se esta configuração, cada vez que a bola muda de posse/jogador durante o ataque.

    Na marcação conhecida como - zona pressão - utiliza-se as mesmas configurações das defesas supracitadas, mas, neste caso, amplia-se o campo de defesa para todo o espaço da quadra, extrapolando as áreas restritivas do garrafão, onde as defesas em zonas costumam atuar. Empregada, normalmente, em momentos específicos, tais como ao final de um período, tempo ou jogo, onde a equipe encontra-se em desvantagem no placar, ou após um lance, na tentativa de surpreender o adversário e recuperar a bola.

    A principal desvantagem centra-se na possibilidade da equipe atacante conseguir executar uma troca de passes rápida e eficiente, e, consequentemente, desvencilhar-se dos marcadores e atingir a cesta.

A marcação individual

    Neste tipo de marcação, que originalmente surgiu com o próprio Basquetebol, é, geralmente, bastante eficiente, mas, leva a um número maior de faltas, em face ao maior contato físico dos marcadores com os atacantes; razão pela qual exige equipes com um bom banco de reservas (REIS, 2005).

    Sua principal característica e a marcação, específica, de cada oponente, sendo nesta de fundamental importância equivaler habilidades técnicas, funções táticas, competências físicas e etc., no momento de eleger marcadores e jogadores a serem marcados. E, apresenta algumas possibilidades de variações:

    Primeiro, as marcações que são realizadas nos jogadores - em posse da bola - onde a primeira possibilidade que se apresenta é a do tipo simples, e consiste no processo onde o marcador posiciona-se fechando a linha “entre a bola e a cesta”, seguindo o atacante na movimentação, sem perder a visão da bola e dos demais jogadores de ataque. Como vantagens, neutralizam-se os arremessos de longa e média distâncias e dificultam-se os passes. A desvantagem esta nas possibilidades de deixar a defesa vulnerável às infiltrações, oriunda dos “cortes” individuais que a marcação pode sofrer. Conforme ilustra a “linha vermelha” da figura a seguir.

    Outro tipo é a - defesa individual com troca - utilizada principalmente quando o atacante, em posse de bola, recebe um corta-luz, e a defesa realiza a troca dos marcadores. Como vantagens, evita, com maior ênfase, as infiltrações e também diminui o desgaste físico dos defensores. Como desvantagens, a defesa pode sofrer o denominado “Pick and roll”, onde o jogador que executa o bloqueio gira em direção a cesta e fica livre para receber um passe e finalizar.

    Outra desvantagem consiste no fato das trocas poderem acontecer, sem que haja uma equivalência física, técnica ou tática dos marcadores, em relação aos atacantes, colocando um defensor em alguma dificuldade.

    Na - defesa individual com antecipação - tem-se uma variante mais agressiva, que visa recuperar a bola, antecipando-se ao passe do adversário. O jogador deve usar de sua visão periférica para avançar no momento correto e interceptar o passe. Como vantagens, é uma defesa que tende a recuperar um percentual maior de bolas, anulando o ataque adversário e facilitando os contra-ataques, mas, como desvantagens, pode sofrer os chamados “Back-doors”. Jogada que ocorre no momento em que o jogador defensor tenta antecipar o passe e o adversário corre em direção à cesta, passando pelas suas costas, recebendo e finalizando.

    A marcação individual no jogador “sem a posse da bola”, ocorre quando o jogador posiciona-se fechando a linha entre a bola, que está nas mãos de outro jogador, e o jogador que lhe foi designado a marcar, fechando a linha do passe, portanto (REIS, 2005). Conforme ilustra a “linha azul”, na figura abaixo.

    Caso o seu oponente esteja alocado numa posição com poucas possibilidades de passe, realiza-se a denominada defesa em “flutuação”, que consiste na ajuda que se faz na marcação de outro companheiro.

    Como vantagens, facilita a ajuda no momento das infiltrações adversárias e posiciona os jogadores mais próximos a cesta para um possível rebote; e, como desvantagens, facilita a troca de passes da equipe adversária e as viradas de bola para lados opostos da quadra, onde há o desequilíbrio defensivo, vulnerabilizando a defesa, caso não haja atenção de todos.

    Por fim, ainda existe a denominada - marcação individual pressão - que pode ser executada em todo quadra, ou apenas na sua metade. O objetivo é induzir os atacantes ao erro, pressionando-os, e, compelindo-os a precipitarem o passe, errarem um drible, perderem a posse de bola, esgotarem o tempo de posse de bola (no campo defensivo ou ofensivo) ou terem que realizar uma tentativa de arremesso de forma precipitada ou emergencial. O ponto negativo é o fato dos marcadores exporem-se às possibilidades de serem ultrapassado e/ou de realizarem faltas desnecessárias, em face do contato físico excessivo e intrínseco desta variação de marcação.

Sistemas de ataque no basquetebol

    Em relação aos sistemas ofensivos, estes são delimitados na tentativa de se maximizar o objetivo principal do jogo: fazer cestas no adversário, atacando a cesta (meta) com máxima eficácia possível.

    Assim, as táticas ofensivas também evoluíram através de métodos que visam romper as defesas montadas, e, portanto, tratam de séries planejadas de deslocamentos e passes que objetivam aliciar jogadores adversários para fora de suas posições favoráveis de marcação, visando abrir espaço aos atacantes e colocar um jogador em condições de finalização.

    Para tanto, na perspectiva do ataque é possível à realização de três situações distintas: primeiro, a manutenção da posse de bola pelo maior tempo possível (dentro do que a regra permite), segundo, o desequilíbrio da defesa adversária, e por fim, a finalização.

    O ataque pode ser dividido em duas fases: primeira, aquela derivada da recuperação imediata da posse de bola através de um rebote defensivo, de um roubo de bola, do erro do adversário e etc., o que implica numa situação denominada de contra-ataque.

    No Basquetebol, o contra-ataque é um termo associado a um sentido de uma - resposta imediata - contra o ataque do adversário, com outro ataque, de forma inesperada, sem possibilidades de uma organização defensiva prévia (REIS, 2005).

    Numa segunda etapa, encontra-se aquela derivada do fato que nem todas as formas de contra-ataque resultam em pontos, e, sendo assim, surge a possibilidade da etapa ofensiva propriamente dita, denominada de ataque sustentado.

    Nesse sentido, torna imprescindível compreender que o ataque não pode ser uma simples disputa relegada ao acaso, à sorte, e, sim, deve configurar-se como uma possibilidade estruturada para se finalizar. Portanto, o ataque é algo que deve ser programado, pensado, delimitado, sistematizado, para que se tenha a maior possibilidade em alcançar êxitos.

    O ataque sustentado consiste no processo de atacar a equipe adversária através de alguma ação tática coletiva, devendo-se obedecer a certos princípios que tornarão mais fácil a tarefa dos atacantes, e, aumentarão as chances de acertos (REIS, 2005).

    O ataque sustentado se dá através de um posicionamento prévio da equipe em quadra, através de movimentações das posições dos jogadores que possibilitarão uma circulação ordenada da bola e dos jogadores no campo ofensivo, constituindo a fase denominada de – organização – que se apresenta como uma terceira fase do ataque, e que se dá em face do tipo de defesa enfrentada.

    Adenda-se que o ataque deve vislumbrar atacar com a máxima assertividade, o que pode se dar através do processo denominado desequilíbrio defensivo que consiste em ações individuais ou coletivas, que momentaneamente conduzem os defensores a pequenos lapsos espaciais na quadra, criando espaços e/ou situações em que o ataque pode finalizar (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

    Algumas situações podem criar esses desequilíbrios defensivos, que pode ser através da fixação da defesa, que por sua vez é algo estático e se traduz pelas ações ofensivas, coletivas, de criação de espaços a partir da visualização da quadra em eixos: longitudinal, transversal, central e periférico, e pode ocorrer através de três possibilidades:

    Primeiro, a fixação central, que se dá através da criação de espaços na área periférica, através da aproximação da ajuda na área do garrafão, e quando o passe é dado para a periferia, onde o espaço foi criado, o que pode acontecer através de uma simples inversão de bola pelo jogador que atraiu a defesa para o centro do garrafão.

    A fixação lateral, que pode ocorrer através de qualquer uma das formas de fixação da defesa, sempre do lado oposto aquele em que a defesa foi fixada ou atraída.

    E, a fixação periférica, que acontece quando a criação do espaço de dá no centro do ataque, através de jogadores infiltrados no garrafão e/ou de atacantes e defensores distribuídos próximos à linha de três pontos, que atraem os defensores para a periferia e liberam o centro do garrafão (REIS, 2005).

    Outro recurso normalmente utilizado pelas equipes para que estas situações ocorram se dá através da utilização do fundamento técnico do corta-luz, que pode ser classificado em corta-luz direto, quando é feito no marcador do jogador em posse de bola; ou indireto, quando é feito no marcador do jogador sem a posse de bola. Portanto, é a partir desse fundamento, que no Basquetebol, elabora-se uma gama diversificada de possibilidades de desequilíbrios e/ou fixações defensivas, que, comumente são traduzidas naquilo que se denomina por – jogadas.

    Ou seja: uma combinação de movimentações táticas ofensivas, coletivas, combinadas com deslocamentos, passes e corta-luzes, que vislumbram criar esses espaços ou situações, e colocar a equipe atacante em uma condição de tentar uma cesta (REIS, 2005).

    Após a conversão dos pontos ou do erro da equipe ofensiva – o equilíbrio defensivo – passa a ser o objetivo principal da mesma equipe, ainda na quadra ofensiva, mas sem a posse de bola, através da designação dos jogadores que irão se ocupar com a volta para a defesa, dando os primeiros “combates”, evitando que se sofra um contra-ataque, com o sistema defensivo desestruturado.

Considerações finais

    Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva, o Basquetebol evoluiu taticamente e exponencialmente nos últimos anos, e, por consequência, variáveis táticas, coletivas e individuais surgiram para garantir a maximização dos resultados, derivando diferentes abordagens defensivas e ofensivas, a exemplo das que aqui foram discutidas.

    Nas marcações por zona esta a chave para se jogar contra ataques que possuem baixo aproveitamento nos arremessos de média e longa distancias e/ou com jogadores com grandes habilidades de infiltração, onde a saída é congestionar o garrafão, viabilizando os arremessos, inviabilizando as jogadas individuas e facilitando os rebotes defensivos e os contra-ataques.

    Já na marcação individual o sistema concentra-se nos processos de anulação específica de cada adversário, atuando-se de acordo com a particularidade dos jogadores, respeitando-se cada potencialidade e/ou deficiência no memento de eleger os marcadores e marcados.

    Os sistemas ofensivos, por sua vez, perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma tentativa de cesta, dentro da maior assertividade possível, sendo que o ataque é dividido em contra-ataque, ataque sustentado e equilíbrio defensivo, onde os sistemas se dão através da utilização do jogadas, resultando na organização ofensiva da equipe, e, por fim, determinando o seu produto final: as finalizações.

Bibliografia

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 188 | Buenos Aires, Enero de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados