Características do estilo de vida entre os professores de Educação Física com os demais professores da rede pública do município de Santa Terezinha de Itaipu, PR Características del estilo de vida de los profesores de Educación Física comparado con los demás profesores de las escuelas públicas del municipio de Santa Terezinha de Itaipú, PR |
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Professor de Educação Física -
Curso de Rapel (Brasil) |
Josemir Zucco de Jorgi |
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Resumo O objetivo desse estudo foi caracterizar e analisar os principais aspectos do estilo de vida e da qualidade de vida de professores de Educação Física com os demais professores das escolas publica de Santa Terezinha de Itaipu-PR, O estudo foi classificado como de campo, exploratório e descritivo, como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário QVS 80 (Qualidade de vida e saúde) adaptado. Foram avaliados os dados sócios demográficos gerais e analisados os domínios da saúde, da atividade física, do ambiente ocupacional e da percepção da qualidade de vida. Os resultados demonstraram que a faixa etária de idade dos participantes são a mesma variando que entre 50 a 59 os professores de educação física predominam. Referente à pratica regular de atividades físicas, pode ser dizer um numero baixo para Educadores Físicos com apenas 46,67% disseram que praticam muito freqüentemente em comparação com os demais professores é de 33,33%. Outro fator de destaque é o descontentamento com a remuneração, onde mais de 53,34% dos professores responderam não estar totalmente satisfeitos com a remuneração. Sabendo que a função docente exige uma dedicação além da carga horária em sala e, observando um alto índice de professores trabalhando mais que 40 horas semanais, sugere-se uma redução da jornada para dessa forma, oportunizar melhores condições para a prática de atividades físicas regulares e de lazer em geral. Unitermos: Professores. Estilo de vida. Saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A Educação Física é uma das áreas do conhecimento humano ligada ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou reabilitação da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser fundamental no desenvolvimento do ser como um todo. Ela trabalha, num sentido amplo, com prevenção e cura de determinadas doenças humanas num contexto terapêutico e também é fundamental na formação básica do ser humano, devido sua atuação no contexto psicossocial no conhecimento corporal (conhecimento do próprio corpo) suas possibilidades de ação e suas limitações.
Com esses variáveis tipos de atividades físicas se analisar os professores de educação física por eles trabalharem na área, será que têm um estilo de vida mais ativo que os demais profissionais de outras áreas. Ao presente estudo vai se identificar as características de estilo de vida de professores de Educação Física com parâmetros individuais de diferentes ciclos de desenvolvimento profissional e coligar os hábitos regulares de atividades físicas e suas jornadas de trabalho semanal para ver o estado de sua saúde atual.
1. Estudos sobre a qualidade de vida e a importância da atividade física
No mundo contemporâneo, somos marcados pela tecnologia que propícia e induz à comodidade e a ociosidade, onde busca a facilidade de não a locomoção, vários estudos vêm tratando e debatendo sobre o estilo de vida ideal, em meio às circunstâncias pelas quais a sociedade, possa viver de uma forma saudável, estimulada para o aumento da longevidade e da qualidade de vida. O comportamento individual para o incentivo da atividade física é fundamental para o combate contra o sedentarismo, objetivando a informação educacional e o querer do indivíduo.
Para superar a escassez e a superficialidade de estudos nesta temática, Nogueira (2005) sugere a criação de linhas de pesquisa voltadas à qualidade de vida do profissional de Educação Física, contemplando tanto os aspectos individuais quanto os aspectos sócio ambientais deste profissional.
O século XX foi marcado pelo avanço da tecnologia e da ciência nos aspectos preventivos ou no próprio combate às doenças. Com esses avanços, a expectativa de vida praticamente dobrou e a conclusão que médicos e pesquisadores estão chegando é que as escolhas que fazemos no dia a dia, a forma de encarar desafios e a qualidade de vida são de importância vital para a saúde. O processo saúde-doença, em nível individual, tem características peculiares. As causas para ocorrências de casos são diversas das causas da incidência da doença (CASTIEL, 1994).
De acordo com Menotti (1992) a ação exercida pela atividade física sobre a saúde das pessoas e das populações está sendo estudada nos últimos tempos, sobretudo com base em dois objetivos básicos: por um lado, expressar sua influência sobre os padrões de morbi-mortalidade para, a seguir, formular programas que, recomendando sua adoção sistemática, visem melhorar o bem-estar e, conseqüentemente, a qualidade de vida.
Os níveis de atividade física, aptidão física e outras características modificáveis no estilo de vida podem influenciar no risco de doenças crônicas e morte prematura (Pitanga, 1998). Mudanças no estilo de vida poderiam, portanto, promover melhor saúde e longevidade.
Conforme Menestrina (2000) o profissional de Educação Física legitimado como profissional da saúde, tem na atuação da Educação Física Escolar uma responsabilidade ímpar, pois quanto antes for iniciado o processo educativo melhor será o desenvolvimento de hábitos sadios na infância e na juventude tendo repercussão na vida adulta e na velhice.
De acordo com Nahas (2001), uma das responsabilidades fundamentais dos profissionais de saúde, principalmente os da Educação Física, deveria ser informar bem as pessoas sobre fatores como a associação entre atividade física, aptidão física e saúde, os princípios para uma alimentação saudável, as formas de prevenção de doenças cardiovasculares ou o papel das atividades físicas no controle do estresse.
Conforme os dados de Oliveira (2001) demonstraram que dentre os professores universitários da área da saúde da UCB, os docentes de Educação Física do sexo masculino foram os únicos que obtiveram a classificação muito ativo. Esta classificação também foi maior nos professores de Montes Claros, onde 26,7% dos homens foram considerados muito ativos.
A pesquisa de Noronha (2001) também identificou os sentimentos de insatisfação, frustração e ansiedade relatados nas entrevistas, evidenciando a associação entre as queixas de cansaço e sobre esforço físico e mental solicitados pelo conjunto das atividades estudadas por meio das técnicas da escola francesa de ergonomia.
Neste contexto, Nahas e Corbin (1992) observam que a Educação Física tem a realizar, dentre as demais metas educacionais, a orientação para a prática de atividades físicas, saúde e aptidão física, envolvendo resistência cardiorrespiratória, força muscular, flexibilidade, composição corporal.
Por outro lado, quando se fala em qualidade de vida, podemos recair no discurso comum, devido à complexidade e imprecisão associada à definição deste conceito. Assim, podemos verificar uma preocupação com o conceito de qualidade de vida, no que se refere a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida (FLECK, 1999).
O currículo de Educação Física corresponde à parte do programa educacional formal destinado a levar os acadêmicos a atingirem objetivos específicos da disciplina e, por extensão, atingirem objetivos educacionais e de saúde (NAHAS, 2003).
2. Metodologia
O estudo teve como objetivo de entrevistar os Profissionais de Educação Física e Demais Profissionais Atuantes da cidade de Santa Terezinha de Itaipu do estado do Paraná são professores de Escolas Estaduais, tendo um total de 30 entrevistados sendo 17 do sexo masculino e 13 do sexo feminino e sendo a categoria de 15 Professores de Educação Física e 15 Professores de outras Áreas. Tendo como instrumento de pesquisa o Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida e Saúde (QVS-80) “resumido” que foi elaborado por LEITE, Neiva; VILELA JÚNIOR, Guanis de Barros; CIESLAK, Fabrício; ALBUQUERQUE, André Martines. Segundo Gil (2002), o objetivo da pesquisa é proporcionar respostas aos problemas que são propostos. O questionário levou os profissionais de educação física a responder alguns pontos especifico desse estudo: por eles trabalharem na área da atividade física e saúde tem um estilo de vida mais ativo que os demais profissionais. Os resultados foram apresentados por meio de estatísticas descritivas em tabelas por (%), sendo separado entre ambos os sexos.
3. Análise e discussão dos resultados
3.1. Características gerais dos indivíduos
Na tabela 01 são apresentadas características pessoais dos participantes: faixa etária, formação acadêmica, horas de trabalho semanal, salário base e estado civil.
Participaram do estudo 30 Profissionais de escolas públicas, sendo 17 homens e 13 mulheres. Os resultados da pesquisa demonstram que os homens participantes nesse estudo situam-se principalmente faixa de idade média entre 20 e 39 anos (73,33%) já nas mulheres a predominância está entre 30 e 49 anos (73,33%), faixa etária que também é predominante entre os dois grupos pesquisados.
No aspecto de Grau de Instrução verifica-se que a maioria dos participantes tem especialização 60,00% pós-graduação. Já com a titulação de mestre e doutorado temos 10,00% dos professores, sendo que os Demais Professores o grau de instrução é somente em pós-graduação 100%.
As informações acima descritas estão detalhadas e podem ser melhor visualizadas na tabela 01 apresentada abaixo.
Tabela 01. Informações gerais dos participantes estudados classificado por sexo
Na tabela 02, são apresentados dados referentes aos hábitos do fumo e do consumo regular de bebidas alcoólicas. Um dado importante entre os professores é que 63,33% nuca fumaram e 33,33% fumavam por um tempo, mas pararam, ao comparar com os dados de Vigitel (2010) mostra em relação aos que param de fumar de 2006 a 2010 teve uma pequena queda 1,1%.
Quanto ao consumo regular de bebidas alcoólicas, mais da metade, 43,33% responderam que bebem entre 01 a 04 doses por semana, outros 16,7% afirmam que consomem de 5 a 9 doses por semana, um numero satisfeito que 33,33% não bebem.
Outras informações com maiores detalhes são apresentadas na tabela 02, abaixo.
Tabela 02. Informações referentes aos hábitos de consumo de álcool e ao fumo, apresentados através de freqüência e percentual
Na tabela 03 são apresentados valores referentes à prática habitual de atividades físicas, tais como: caminhada, corrida, musculação, práticas esportivas (futebol, vôlei, basquete e futsal).
Ao analisar o estudo concluímos que 40,00% dos entrevistados praticam exercício físico muito freqüentemente, sendo que 46,67% são os Professores de Educação Física e 33,33% os Demais Professores.
Já Priess (2011) através de uma pesquisa recente entre docentes de Educação Física e de outras áreas pode-se observar que somente 4,5% dos participantes responderam que praticam exercícios físicos de forma regular muito freqüentemente. Outros 20,5% praticam de forma freqüente. A maioria dos professores, 30,7% responderam que as vezes. Sendo esses resultados entre as áreas de Professores de Educação Física e Professores de diferentes áreas de formação, mais ao abrir o a pesquisa podemos ver que o nível foi igualado entre as docentes quando afirma pratica exercícios físicos de forma regular freqüentemente, ao mostrar os que responderam às vezes os docentes de Educação Física ficaram abaixo dos demais docentes tendo uma diferença de 8,5% sendo isso muito preocupante, pelo motivo de educadores físicos estarem menos preparado que os demais.
Dados mais detalhados na tabela 03.
Tabela 03. Informações gerais referente a pratica regular de exercícios físicos
Dados referentes à práticas de atividades físicas são apresentados na tabela 04. Verifica-se que 33,33% dos Profissionais de Educação Física e 26,67% dos Demais Professores relataram praticar com prazer e freqüentemente, atividades físicas. Entre ambos profissionais 16,67% dizem fazer por motivos médicos.
Outros dados referentes aos motivos da realização das práticas de atividades físicas são apresentados de maneira mais detalhada na tabela 04, abaixo.
Tabela 04. Valores referentes aos motivos da realização de práticas de atividades físicas, representados através da freqüência e percentual entre as classes profissionais
Na tabela 05 as questões foram formuladas para saber acerca da qualidade de vida dos entrevistados. Quanto se perguntou sobre o estado atual de saúde, 53,33% entre ambos profissionais responderam estar muito boa e apenas 3,33% estariam ruim.
Analisando as tabelas anteriores verificamos poucos pontos excelentes em práticas de atividade física, porém quando a pergunta se referiu ao estado atual dos entrevistados (tabela 05), constatou-se que 40,00% responderam que tem excelente energia para o seu dia-a-dia e 16,67% responderam que teria uma energia razoável para enfrentar as tarefas do dia a dia. Com relação à (tabela 1) existe uma disparidade com a (tabela 5) a satisfação às necessidades do dia a dia com relação ao dinheiro ganho, apenas 10% estariam satisfeito e 53,34% responderam que deveriam ganhar melhor para melhor aproveitar a vida. Mais dados abaixo na tabela 05.
Tabela 05. Valores referentes ao estado atual dos entrevistados em percentual
4. Considerações finais
Após a finalização da pesquisa, realizada com profissionais de educação física e demais professoras, atuantes nos municípios de Santa Terezinha de Itaipu, foi possível detectar comportamentos, fatos e atitudes diversas destes profissionais.
Por se tratar de área voltada à saúde, educação e qualidade de vida, os profissionais atuantes na ciência da educação física, deveriam dar exemplo de vitalidade e bem-estar sobre a prática regular de exercícios e atividades corporais, mas de acordo com as informações coletadas, 13,33% dos participantes realizam muito pouco a pratica de atividades físicas de maneira regular igualando com os demais professores. Com relação aos dados anteriores que já são preocupantes imagina dizer que profissionais da educação física, tem que fazer pratica de exercícios físicos por motivos medico, tendo um resultado de 42,9% responderam que devem fazer freqüentemente para não ficarem sedentários.
Um dos fatores apontados pelos entrevistados ficou por conta da falta de tempo, devido à extensa carga horária, sendo constatado que mais de 20% dos entrevistados lecionam em dois períodos e deste 30% chegam a lecionar em três períodos, isso torna a rotina bastante desgastante. A razão de tanto esforço geralmente por motivos meramente financeiros, na busca de uma estabilidade.
Por se tratar de pesquisa voltada a profissionais de Educação Física, eram esperados índices mais altos na prática de atividades físicas regulares, já que, os exercícios físicos e esportes fazem parte do conteúdo programático das escolas, nas aulas de Educação Física.
Focando na importância de estruturar projetos interdisciplinares com o objetivo de promover e conscientizar sobre importância de um estilo de vida ativo, tanto para os alunos como para professores e funcionários em geral.
Espera-se que através dos dados coletados com esse estudo, os profissionais das mais diferentes áreas tenham uma melhor consciência da importância de adotarem um estilo de vida mais saudável e ativo para que todos atinjam longevidade com melhor qualidade de vida.
Referências
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GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002;
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NAUJORKS, M. I. Stress e Inclusão: indicadores de stress em professores frente a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Cadernos de Educação Especial. Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Educação, Departamento de Educação Especial, Laboratório de Pesquisa e Documentação (Lapedoc), v. 1, n. 20, 2002;
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