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Prática de atividade física não supervisionada

La práctica de la actividad física no supervisada

 

*Discentes do Curso de Educação Física

**Docente do curso de Educação Física

Mestre e Doutor em Educação Física

Universidade Salgado de Oliveira – Universo

(Brasil)

Hugo Gabriel Rosa Canedo*

Pedro Henrique Silva Ferreira*

Ademir Schmidt**

pedro_judoca1@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Cada vez mais os profissionais da saúde estão sempre alertando as pessoas para a prática regular de atividades físicas em busca de uma melhor qualidade de vida. No entanto as pessoas dão muito valor no que diz respeito aos locais onde treinar, estrutura física, preços e na maioria das vezes esquecem o fator principal que é o acompanhamento de um profissional de educação física e acaba colocando em risco sua saúde. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de verificar se os diversos praticantes de atividade física no parque praticam essa atividade de forma supervisionada ou não e se conseguiram alcançar os seus objetivos. Foram entrevistadas 50 pessoas de diferentes faixas etárias e as respostas mostram que grande parte dos entrevistados não alcançou seus objetivos, o que nos leva a concluir que os profissionais de educação física têm um papel fundamental na orientação do treinamento, desde orientação de equipes desportivas até as pessoas que freqüentam o parque em busca de melhorar a saúde.

          Unitermos: Atividade física. Profissional. Objetivos.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introduçâo

    Nos últimos anos muitas pessoas estão aderindo a pratica de atividade física visando melhoria na saúde e qualidades de vida, e de fato isso pode ser observados nas áreas de lazer dos centros públicos, mas essa pratica na maioria das vezes não é supervisionada por um profissional competente, o que é prejudicial aos praticantes, pois o indivíduo que treina e faz exercícios físicos sem a orientação de um profissional competente, está sujeito a enfrentar problemas e a não conseguir alcançar os objetivos propostos. Sendo assim é de grande validade um programa de treinamento acompanhado de um profissional de Educação Física, pois este tem o conhecimento científico para aplicar em cada fase de treinamento.

    Pensando na importância do acompanhamento profissional, essa pesquisa surgiu para verificar se os indivíduos que praticam atividade física de forma não supervisionada em um parque na cidade de Goiânia alcançaram seus objetivos, ou seja, obtiveram êxito no programa de treinamento, pois acredita-se que a falta de um planejamento adequado, regido por um bom profissional de Educação Física, diminui as chances de sucesso.

Referencial teórico

    A atividade física apresenta diversos efeitos benéficos ao organismo, sendo recomendada como uma estratégia de promoção da saúde e qualidade de vida para a população.

    A atividade física é qualquer forma de atividade muscular, portanto resulta no gasto de energia proporcional ao trabalho muscular e está relacionada ao condicionamento físico (POWERS e HOWLEY, 2000, p. 286).

    Atualmente vários estudos têm sido amplamente divulgados e discutidos na literatura científica a respeito dos benefícios da prática da atividade física, preferencialmente com o acompanhamento profissional estão associados à saúde e ao bem-estar, assim como os riscos que predispõe ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções orgânicas relacionadas ao sedentarismo.

    É possível considerar o profissional de Educação Física como o principal responsável pela orientação técnica, tática e física de equipes desportivas, de praticantes do esporte em nível amador, dos assíduos freqüentadores de academia, dos alunos na Educação Física Escolar, e das diversas outras práticas de atividades físicas ligadas ou não a algum esporte. (PEREIRA apud OLIVEIRA e SILVA, 2005).

    Hoje em dia o termo qualidade de vida vem ocupando um lugar de destaque em todas as civilizações mundiais. Cada vez mais os profissionais da saúde estão sempre alertando as pessoas a mudarem certos hábitos alimentares e orientando os mesmos a prática regular de atividades físicas para a manutenção da saúde. A atividade física que por sinal traz com sigo inúmeros benefícios, como estéticos, prevenção de doenças, reabilitação de diversas patologias entre outros, cada vez mais esta prática esta se fortalecendo, e é de se notar a crescente procura de pessoas buscando locais específicos para a realização desta pratica como academias, grupos de corrida, etc. No entanto as pessoas dão o tremendo valor no que diz respeito aos locais onde treinar, estrutura física, preços, publico que a frequenta e na maioria das vezes esquecem o fator principal que é o acompanhamento/supervisão de um profissional educação física no qual o mesmo passam anos estudando as diversas ciências envolvidas na prática de atividades físicas, como fisiologia, bioquímica, biomecânica, cinésiologia, anatomia, sem esquecer de outras não menos importantes como as relacionadas à aprendizagem motora, psicologia, etc. E esse conhecimento acadêmico é essencial para se tirar o máximo de proveito de um treino. Por exemplo, um bom profissional saberá controlar a velocidade, intervalos, aproveitar melhor os ângulos de movimento, ajustar cargas, etc. variáveis pouco compreendidas e muito importantes para os resultados (GENTIL, 2011).

    O indivíduo que treina e faz exercícios físicos sem a orientação de um profissional competente, está sujeito a enfrentar situações difíceis, como lesões, movimentos/alongamentos executados de forma erradas, ou seja, colocando em riso sua saúde. Dentro desta ótica é possível observar a grande validade de se seguir um programa de treinamento seguido de um bom acompanhamento profissional no qual o profissional de educação física tem a disposição o conhecimento cientifico e também o pratico no qual o mesmo saberá aplicá-lo em cada fase do treinamento.

    Com ou sem o acompanhamento profissional, dentre os vários motivos que levam os indivíduos a iniciarem a pratica de atividade física, o emagrecimento e o condicionamento cardiorrespiratório ganham destaque.

    O papel do exercício físico é fundamental para o emagrecimento além de atuar na manutenção e no aprimoramento das capacidades físicas relacionadas com saúde. (MONTEIRO, 2007)

    De acordo com Simão (2008) As recomendações para duração de atividades físicas dos indivíduos é de, no mínimo, 30 minutos de exercícios moderados e no máximo, 60 minutos, preferivelmente, em todos os dias da semana.

    Segundo o ACSM apud Simão (2008) é recomendado um aumento progressivo em relação aos exercícios para obter resultados na diminuição de peso, e ainda que a quantidade necessária para melhoria da condição cardiorrespiratória pode ser diferente em relação à perda de peso em longo prazo. E mais, recomenda que indivíduos com sobrepeso e obesos aumentem o nível de exercícios para 200 a 300 minutos por semana.

    Quando o objetivo é condicionamento cardiorrespiratório, o exercício aeróbio também é um dos mais recomendados por trazer diversos benefícios, como aumento da capacidade de produzir energia, aumento do consumo máximo de oxigênio, diminuição a frequência cardíaca de repouso e diminuição do risco de cardiopatias.

    A frequência e a intensidade da sessão de treino são variáveis importantes. Powers e Howley (2000) apresentam estudos que comprovam que as melhorias na função cardiorrespiratória aumentam de acordo com o aumento da frequência das sessões de treino, mais que são necessário no mínimo 2 sessões por semana, com intensidades entre 50 a 85% do VO2 máx ou 70 a 80% da FC máx e de 30 a 60 minutos por sessão dependendo da intensidade. ACSM apud Simão (2008) não diferencia muito e recomenda uma frequência de 3 a 5 vezes por semana com intensidade entre 55 a 85% da FC máx ou 55 a 80% do VO2 máx.

    É importante destacar que a intensidade e a frequência do exercício vão depender do condicionamento do indivíduo, para os menos condicionados parte-se dos valores de referencia menores e para os mais condicionados utiliza-se os valores de médios a mais altos dentro da referencia.

Metodologia

    Este trabalho trata-se de um estudo descritivo realizado em um parque da região sul de Goiânia. Apresenta como objetivo geral, verificar se os praticantes de atividade física não supervisionada conseguiram alcançar os seus objetivos.

    Iniciou-se o trabalho com aplicação de um questionário, que contém questões de cunho informativo. As atividades ocorreram em 2 finais de semana (sábados), respectivamente nos dias 07 e 14 de abril de 2012, das 07:00 as 10:00 horas. Foram utilizados questionários para realizar as entrevistas, cada questionário contém 20 questões e ao todo foram entrevistadas 50 pessoas.

    Para analise dos dados foram utilizados gráficos para facilitar a demonstração e discussão dos resultados obtidos.

Resultados e discussões

    Foram levantados dados de 50 entrevistados divididos entre homens e mulheres na faixa etária de 15 a 70 anos conforme mostra a figura 1.

Figura 01. Idade Masculino/Feminino

    De acordo com os dados levantados e expostos na figura 2, percebe-se que mais de 50% dos que praticam exercícios físicos no parque, não realizam avaliação médica ou física o que pode colocar sua saúde em risco, pois é necessário fazer uma bateria de exames antes de começar a realizar a pratica de atividade física.

Figura 02. Avaliação médica e ou física

    Na figura 3 observa-se que a maior parte relatou não apresentar nenhum tipo de problema relacionado a saúde. Dentre os que apresentaram problemas de saude estao os hipertensos e com outros problemas cardiacos. As pessoas que apresentam esses problemas devem ter muito cuidado, pois se não souberem controlar frequencia e intesidade do exercicio, os mesmos estaram sujeitos a varias complicações.

Figura 03. Complicaçoes de saude

    A figura 4 mostra que atividade física mais praticada entre os entrevistados é a caminhada, possivelmente pela sua pratica ser altamente vialvel para praticamente toda a populaçao independente de condiçao física ou finaceira. Esta atividade ajuda a manter a forma e evita que as pessoas se tornem sedentárias, sendo uma boa opção, ainda, para aqueles que não se simpatizam ou não conseguem por falta de condição física praticar exercícios ou modalidades esportivas mais intensas.

Figura 04. Eercício físico praticado com maior frequência

    A freqüência semanal com a qual se pratica o exercício é uma variável muito importante para se obter êxito no programa de exercício. Deve-se também saber qual o objetivo da pessoa, para adequar a frequência semanal. Na Figura 5 pode-se notar que mais de 90% dos entrevistados pratica exercício físico com frequência de 2 a 7 vezes por semana, portanto estão dentro dos valores recomendados pelos autores que tratam do assunto, resta saber agora se esta frequência esta de acordo com o objetivo traçado por cada um, e a pessoa mais preparada para isso o profissional de Educação Física, que saberá controlar as variáveis do treinamento adequando o exercício as necessidades do aluno.

Figura 05. Freqüência semanal de treino

    A duração do exercício também é uma variável bastante importante e que esta diretamente relacionada com a condição física do individuo e com os objetivos traçados. A figura 6 mostra que dos entrevistados nenhum realiza menos de 30 minutos por sessão, o que poderia nos levar a dizer que em se tratando de duração o exercício praticado por eles deveria trazer benefícios tanto para a condição cardiorrespiratória como para a perda de gordura, mas outros aspectos devem ser levados em consideração, como intensidade, frequência de treino entre outros. Mais uma vez destaca-se o profissional de Educação Física que esta apto a controlar estas variáveis.

Figura 06. Duração de cada sessão de treino

    Como pode ser visto na figura 7, mais da metade dos entrevistados sempre realizou o exercício físico com o mesmo tempo, o que é prejudicial para o alcance dos objetivos, pois o tempo do exercício esta relacionado ao volume que esta diretamente relacionado à intensidade e se o tempo se mantem sempre o mesmo possivelmente a variação da intensidade é pequena. O êxito no exercício fica difícil e o organismo acaba se adaptando aos estímulos, fazendo com que os ganhos fiquem praticamente estagnados.

Figura 07. O tempo de realização do exercício foi sempre o mesmo?

    Cerca de 65% dos entrevistados controlam o tempo (duração) dos exercícios pelo cronômetro do relógio e/ou do celular, os demais apenas estimam ou mesmo não controlam o tempo não dando muita importância nesse processo. E como já foi dito anteriormente é necessário e importante verificar essa duração para se ter uma progressão gradual dos exercícios. (Figura 08)

Figura 08. Como controla o tempo (duração) do exercício?

    É possível ver na figura 9 que no que se refere à intensidade dos exercícios, quase 60% dos entrevistados afirmaram que realizam variação do esforço, o que é interessante pelo fato de se ter sobrecarga, pois se não aumentar-se de forma progressiva a intensidade dos exercícios não haverá ganhos significativos.

Figura 09. O exercício é realizado com variações de intensidade (picos com maior e/ou menor esforço)

    Dos entrevistados que informaram realizar variação de intensidade dos exercícios como demonstra a figura 09, 57% tem o controle dessa variação apenas por percepção subjetiva, ou seja, apenas estimam essa variação não utilizando de outros meios ou equipamentos, outros 37% afirmaram que não controlam essa variação (Figura 10), nota-se então a importância do acompanhamento do profissional de educação física que pode prescrever com o volume e intensidades corretas para cada situação.

Figura 10. Controle da variação no exercício

    Observa-se na figura 11 que mais de 50% dos entrevistados não possui nenhum tipo de acompanhamento/orientação. Porém é interessante esse acompanhamento visto que o profissional de Educação Física tem como caracteristica prescrever, orientar e acompanhar todos aqueles que iniciam a pratica de atividade física, fator primordial para que se possam alcançar os objetivos esperados com o máximo de eficiência, respeitando sua integridade física.

Figura 11. Acompanhamento/orientação para a realização do exercício

    Dos cerca de 33% dos entrevistados que informaram que possui algum acompanhamento ou orientação para realização dos exercícios de acordo com a figura 11, apenas 25% deles possuem acompanhamento de um profissional de educação física com planilha de treino (Figura 12). O que é um numero baixo, mostrando que a este profissional ainda não é dada a importância a qual ele deveria ter.

Figura 12. Em caso positivo, quem te acompanha/orienta?

    De acordo com a figura 11, 67% não possuem acompanhamento ou orientação profissional e desse total como informa a figura 13, 45% gostaria de ter acompanhamento ou orientação profissional. Esse desejo já pode ser considerado um passo importante para que futuramente possa ser dado ao profissional de Educação Física a importância que lhe cabe.

Figura 13. Em caso negativo, gostaria de ter acompanhamento/orientação para a realização do exercício?

    Na figura 14 pode ser observado que a grande maioria dos entrevistados iniciou a pratica de exercícios físico visando melhorar ou manter a saúde, e estes não estavam errados quando fizeram essa opção, pois de fato a atividade física traz benefícios para saúde, porem seria interessante o acompanhamento do profissional de Educação Física para controlar as diversas variáveis presentes na prescrição do treinamento.

Figura 14. O que levou você a praticar exercícios físicos?

    A grande maioria pratica exercícios a mais de três anos porem uma pequena parte alcançou os objetivos almejados conforme mostra figura 15. Mais uma vez fica claro a importância do acompanhamento de um profissional de educação física para sistematizar o treinamento, otimizando o tempo necessário para o alcance dos objetivos.

Figura 15. Tempo que pratica o exercício

    Nota-se na figura 16 a grande maioria dos entrevistados ainda não alcançou seus objetivos. Acreditamos que isto se dá pela falta de um planejamento adequado, regido por um bom profissional de educação física.

Figura 16. Já alcançou o objetivo que o levou a praticar o exercício?

    Exercícios realizados de forma sistemática são extremamente importantes para a manutenção de saúde ou algum outro tipo de objetivo relacionado à prática de exercício físico. A figura 17 mostra que quase 100% entrevistados parecem saber disso e pretendem continuar com a prática regular da atividade física.

Figura 17. Pretende continuar com a prática do exercício físico?

    Analisando o gráfico da figura 18 pode se constatar que a opção saúde em geral é o fator principal que levou estas pessoas a praticarem caminhada/corrida no parque, com o intuito de uma melhor qualidade de vida. Isso mostra que os entrevistados estão preocupados com a saúde, mas correlacionando com as informações anteriores não são muitos que se preocupam com a qualidade do treinamento realizado o que dificulta alcançar os objetivos previstos.

Figura 18. Atual objetivo com a prática do exercício físico

Conclusão

    De acordo com os dados analisado pode-se concluir que com ou sem acompanhamento ou orientação profissional maior parte dos entrevistados estão buscando a pratica de atividade física para melhorar e manter a saúde e ou por prescrição médica. Porém é interessante ressaltar a grande validade de se seguir um programa de treinamento seguido de um bom acompanhamento profissional no qual o profissional de educação física que tem a disposição o conhecimento cientifico e também o pratico no qual o mesmo saberá aplicá-lo em cada fase do treinamento evitando assim que esses indivíduos fiquem vulneráveis a diversas situações como, lesões, movimentos/alongamentos executados de forma erradas, ou seja, colocando em riso sua saúde e ainda não alcançar os objetivos desejados com o treinamento por falta de conhecimento cientifico que só o profissional de educação física poderá contribuir.

Referencias bibliográficas

  • GENTIL, P. Musculação: a importância do acompanhamento adequado. 2011. Disponível em: http://www.gease.pro.br/artigo_visualizar.php?id=220. Acesso em: 09 mai. 2011.

  • MONTEIRO, Artur Guerrini. Emagrecimento exercício e nutrição. 1 ed. Londrina: AG editora, 2007.

  • OLIVEIRA, A. L. de & SILVA, M. P. da. O profissional de educação física e a responsabilidade leal que o cerca: Fundamentos para uma discussão. IX Simpósio Internacional Processo Civilizador. Brasil, Ponta Grossa, 26 a 24 de nov. 2005.

  • POWERS, S. K. & HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3 ed. Barueri: Manole, 2000.

  • SIMÃO, Roberto. Princípios metodológicos para o treinamento.1 ed. Bela Vista-São Paulo: Editora Phorte, 2008.

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