Influência das diferentes fases do ciclo menstrual na força muscular em membros inferiores La influencia de las diferentes fases del ciclo menstrual en la fuerza muscular en miembros inferiores |
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*Grupo de Estudo e Pesquisa em Respostas Neuromusculares, GEPREN Núcleo de Estudos do Movimento Humano – Departamento de Educação Física Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG (Brasil) **Universidad Pedro de Valdivia. Unidad Chillán (Chile) |
Poliana de Lima Costa* Gislaine Cristina de Souza* Francielle Pereira Santos* Cintia Campolina Duarte Rocha da Silva* Claudio Hernandez Mosquera** Sandro Fernandes da Silva* ** |
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Resumo Atualmente, existe uma demanda crescente de mulheres em busca da prática de exercícios físicos e seus benefícios, por meio do treinamento com pesos, no qual deve levar em consideração particularidades femininas, como o ciclo menstrual (CM). O CM é dividido em três fases caracterizadas por diferentes níveis hormonais: folicular, ovulatória e lútea. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito das fases do CM na contração isométrica voluntária máxima (CVIM) de membros inferiores. Participaram da amostra nove voluntárias saudáveis, fisicamente ativas, com CM regular e que não faziam uso de contraceptivos orais ou injetáveis. A força muscular foi analisada através da CVIM dos extensores de joelho, em três séries de cinco segundos, na cadeira extensora, respeitando um intervalo de um minuto entre as mesmas. Foi realizada uma análise descritiva, expressada em médias e desvio padrão. Para verificar a distribuição da amostra foi adotado o teste de Shapiro-Wilk. Como a distribuição foi normal, utilizou-se o teste Anova Two-Way e para comprovação o teste post Hock de Tukey. Foram consideradas significativas as análises estatísticas cujo p ≤ 0,05. Como resultado, podemos observar um aumento significativo da CVIM dos músculos extensores dos joelhos, entre a fase folicular e lútea. Acreditamos que a alta concentração de estrogênio pode resultar na força muscular melhorada no pós-ovulatória em comparação com a pré-ovulatória. Pode-se concluir que as fases do CM podem influenciar no desempenho da força muscular dos membros inferiores nas mulheres. A fase lútea foi analisada como a fase de maior força muscular. Unitermos: Ciclo menstrual. Força. Contração voluntária isométrica máxima.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Atualmente o treinamento com pesos (TP) é uma das modalidades mais praticadas de exercício físico (Constantini, Dubnov & Lebrun, 2005), e o número de mulheres em busca dos inúmeros benefícios que esta atividade pode proporcionar, tem aumentado bruscamente. No entanto, o TP aplicado às mulheres, muitas vezes não levam em consideração uma particularidade feminina - o ciclo ovulatório. Vários estudos (Constantini et al.; Janse de Jonge, 2003; Loureiro, Dias, Sales, Alessi, Simão & Fermino, 2011) têm demonstrado a influência das variações hormonais no desempenho físico durante as fases do Ciclo Menstrual (CM), fazendo com que esta população mereça atenção diferenciada, tanto na periodização, quanto nas intensidades das cargas de treinamento.
Segundo Oosthuyse & Bosch (2010), o CM geralmente é dividido em três fases: 1ª Fase folicular (1º ao 7º dia do CM), caracterizado pelo baixo nível de estradiol e progesterona, ocorrendo à degeneração do revestimento uterino caracterizado pela menstruação; 2ª Fase ovulatória (8º ao 14º dia), onde ocorre aumento nos níveis de hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), provocando um pico de estrogênio e aumento da progesterona; e 3ª Fase lútea (15º ao 28º dia) onde há um feedback para o hipotálamo, que diminui a produção de LH e FSH, fechando o folículo após soltar-se do óvulo, formando o corpo-lúteo, que provoca aumento nos níveis de progesterona. Caso não haja a fecundação do óvulo, o corpo-lúteo se degenera, ocorrendo à diminuição nos níveis de progesterona e estradiol, mantendo a intensidade destes hormônios estável, iniciando um novo ciclo (Loureiro et al., 2011).
Embora o potencial impacto das fases do CM sobre o desempenho anaeróbico terem sido foco de diversas investigações (Giacomoni, Bernard, Gavarry, Altare & Falgairette, 2000; Kubo, Miyamoto, Tanaka, Maki, Tsunoda & Kanehisa H, 2009; Melegario, Simão, Vale, Batista & Novaes, 2006), parece não existir um consenso na literatura, sobre se, as oscilações hormonais decorrentes do CM, afetam ou não, o rendimento durante o TP. Enquanto algumas evidências demonstram não existir diferenças significativas em outros aspectos fisiológicos (VO2máx, limiar de lactato, volume plasmático, concentrações de hemoglobina e ventilação) (Janse de Jonge, 2003) durante as três fases do CM; outros estudos (Elliott, Cable, Reilly et al., 2003; Kubo et al., 2009), verificaram diferenças nas concentrações hormonais, sem alterações na força muscular entre as fases.
Phillips, Sanderson, Birchie, Bruce & Woledge (1996) relataram um efeito inotrópico do estrogênio no músculo, chegando à uma magnitude de 10 a 11% um pouco antes da ovulação, apresentando na fase pós-ovulatória uma mudança nas pontes cruzadas de baixa para alta geração de força. Tais achados foram associados a um relaxamento e aumento da fadiga no meio do ciclo, no entanto, nesta pesquisa, não houve a comprovação das fases do CM, o que poderia tornar estes resultados um pouco suspeitos. Outro estudo (Iwamoto, Kubo, Ito, M et al., 2002), que fez a monitoração do LH, níveis de estradiol e progesterona, concluíram que a contração voluntária máxima dos músculos flexores foi significativamente maior na fase ovulatória, talvez relacionada com as propriedades contráteis intrínsecas. Janse de Jonge et al., usando a estimulação elétrica para garantir a máxima ativação neural e contração dos músculos quadríceps, não encontraram alterações significativas na força ao longo das três fases do CM.
Diante das grandes controversas sobre o tema, o presente estudo teve como objetivo, avaliar o efeito das diferentes fases do CM sobre o desempenho da contração voluntária isométrica máxima (CVIM) dos músculos extensores do joelho, em mulheres fisicamente ativas.
Materiais e métodos
Amostra
A amostra foi composta por nove mulheres saudáveis, livre de doenças e/ou medicamentos, intervenções dietéticas e anormalidade menstrual, com CM regular (28 a 31 dias), que não faziam uso de contraceptivos orais ou injetáveis à no mínimo três meses.
Tabela I. Características das Amostras
As participantes foram informadas sobre a natureza e procedimentos do estudo, e concordaram em participar de modo voluntário do experimento, assinando um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, referente a pesquisas envolvendo seres humanos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Lavras, com o nº CAAE 01565412.0.0000.5148.
Protocolo experimental
O estudo foi realizado em três diferentes etapas.
Primeiro momento: a) aplicação de Anamnese, Teste PAR-Q para identificação de possíveis restrições à prática dos testes, e aplicação de um questionário investigativo a respeito do CM, adaptado à tabela de Abraham (1983); b) mensuração da massa corporal (Balança Glass Eletronic Personal Scale®), estatura e análise da gordura corporal através da bioimpedância (Quantum BIA-II® - RJL Systems, Inc. Clinton: MI-EUA).
Segunda etapa: foi realizado um treinamento de força de três sessões semanais, em um período de dois meses antecedentes ao primeiro dia de teste de CVIM, para familiarização do mesmo.
Terceira e última etapa: Determinação das fases do CM e realização de um teste de CVIM do músculo quadríceps, realizados nos seguintes momentos:
1ª Fase Folicular/Menstruação: Entre o 3º e 5º dia;
2ª Fase Ovulatória: Entre o 9º e 10º dia;
3ª Fase Lútea: Entre o 17º e o 21º dia.
Avaliação da CVIM
As participantes realizaram um aquecimento específico no aparelho cadeira extensora, composto por 15 repetições com uma carga calculada através da fórmula proposta por Baechle e Groves (1992), onde o peso corporal (Kg) X 0,5 resulta no total da carga de aquecimento.
Após o aquecimento, foi dado um intervalo de recuperação de dois minutos, para assim serem iniciadas as avaliações que consistiu em três séries de cinco segundos em isometria máxima, onde se analisa os dados do pico de CVIM. Para fins de coleta, na análise dos resultados foi observada a média das três tentativas. As participantes foram instruídas a realizar o teste de maneira correta, mantendo a contração muscular durante toda a série e, estímulos verbais foram usados para manter constantes e altos os níveis de força.
Para avaliar a CVIM foi utilizado o Eletromiógrafo Miotool 400 (Miotec Equipamentos Biomédicos Ltda, POA, Brasil®), com uma célula de carga de capacidade de 500 Kgf. A fixação da célula de carga, em posição perpendicular ao chão, foi realizada através de uma corrente, ajustada de acordo com o comprimento do membro inferior de cada participante, permitindo que fosse respeitada a flexão dos joelhos em um ângulo de 90º a 110º, determinado para o teste de CVIM.
Análise estatística
Utilizou-se a estatística descritiva com comparação de médias e desvio padrão. Para verificar a distribuição da amostra foi adotado o teste de Shapiro-Wilk. Como a distribuição foi normal, utilizou-se o teste Anova Two-Way e para comprovação, a análise post Hock de Tukey. Foram consideradas significativas as análises estatísticas cujo p ≤ 0,05.
Resultados
Como podemos apreciar na Figura 1, não foram verificadas diferenças significativas nas avaliações da força, entre a fase folicular e ovulatória. No entanto, houve um aumento significativo na CVIM, entre a fase folicular e lútea, como observa-se na figura 1. Ainda na mesma figura, verifica-se um aumento de 25% na força muscular entre a terceira e segunda fase analisada.
Gráfico I. Comparação entre as CVIM nas 3 fases do CM.
* p< 0,05. Diferencia significativa da CVIM entre la Fase Folicular e Lútea
Discussão
A literatura reporta que a fisiologia das mulheres parece ser afetada pelas decorrentes alterações hormonais que ocorrem durante o CM. Alguns autores (Drake, Evetovich, Eschbach, Webster & Whitehead, 2004; Julio, Panissa & Franchini, 2011; Simão, Maior, Nunes, Monteiro & Chaves, 2007) afirmam que estas oscilações podem inclusive, afetar o desempenho na prática de exercícios, interferindo na produção da força muscular nas fases do CM.
Nossos achados apontam para um aumento significativo da força muscular dos membros inferiores na fase lútea, resultados que contrariam os de Dias, Novaes & Simão (2005), onde não foram observadas variações nas cargas máximas dos membros superiores e inferiores, avaliados nas três fases do CM. No entanto, as voluntárias deste estudo, faziam uso de contraceptivos orais e o instrumento utilizado para a avaliação da força muscular, foi o método indireto, pelo teste 10RM. Os autores atribuíram seus resultados, ademais do controle hormonal advindo dos anticoncepcionais orais, à adaptação ao teste ao longo da coleta, aos níveis de motivação do avaliado e do avaliador, aos aumentos nos níveis de força, devido ao fato de todas as voluntárias serem participantes ativas de treinamento de força e, por fim, à quantidade de massa muscular envolvida na execução do movimento. Corroborando com a referência anteriormente citada, Friden, Hirschberg & Saartok (2003), também não detectaram variações de força e resistência em voluntárias que possuíam CM normais e não faziam uso de anovulatórios, assim, a hipótese de que o controle hormonal causado pelos anticoncepcionais poderiam interferir na manutenção de força durante o CM parece ser infundada.
Montgomery & Shultz (2010), analisaram a força da CVIM dos extensores e flexores de joelho entre as fases folicular e lútea, e não relataram diferenças entre as fases. No entanto, algumas diferenças entre os dois estudos, poderiam justificar estes resultados díspares. Em primeiro lugar, o número de participantes; enquanto que em nosso estudo participaram apenas nove mulheres, fato que poderia afetar a homogeneização e distribuição dos resultados; no de Montgomery et al. (2010), fizeram parte 74 mulheres fisicamente ativas. Em segundo lugar, nossas fases do ciclo foram baseadas principalmente em dias do ciclo e não em níveis hormonais séricos, como realizados no estudo já citado, o que, com certeza, traria maior confiabilidade a respeito das concentrações hormonais referentes a cada fase do CM.
Redman & Weatherby (2004), que analisaram o efeito negativo na fase pré-menstrual ou lútea, em mulheres sem o uso de contraceptivos orais, demonstraram uma redução no desempenho na primeira fase do CM, resultados que apoiam os nossos. O mesmo ocorreu com Simão et al. (2007), que ao avaliarem mulheres treinadas, que faziam o uso de contraceptivos orais em um teste de 8 RM, também encontraram uma redução no desempenho dos membros inferiores durante a fase folicular. Assim, a alta concentração de estrogênio (hormônio relacionado com o aumento da performance), com ou sem aumento de progesterona, podem resultar na força muscular melhorada no pós-ovulatória em comparação com a pré-ovulatória (Simão et al., 2007; Tsampoukos, Peckham & Nevill, 2010), afirmações que justificam nossos achados, uma vez que, ainda na fase lútea, as concentrações de estrogênio continuam elevadas, apesar do pico de progesterona, capacitando o melhor desempenho.
No entanto, algumas limitações devem ser consideradas para extrapolação de nossos resultados. Entre eles, a não utilização de medidas dos níveis séricos da razão progesterona/estrogênio na urina ou no sangue para determinar as fases do CM, e a utilização de apenas um ciclo para aplicação dos testes, uma vez que estes podem variar entre as mulheres e até na mesma mulher. Desta maneira, futuros estudos devem ser conduzidos com maior número de sujeitos e controle metodológico, além de explorar a interação entre as diferentes fases do CM, desempenho de força e outras variáveis dos exercícios resistidos (intervalo, velocidade de execução, e etc.).
Pode-se concluir que as fases do CM podem influenciar no desempenho da força muscular dos membros inferiores em mulheres fisicamente ativas e que não fazem o uso de contraceptivos. A fase lútea foi analisada como a fase de maior força muscular.
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