Perfil de mulheres que realizam o
exame de prevenção de câncer Características de las mujeres
que realizan el examen de prevención de |
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*Enfermeiro, Docente do Curso de Graduação da Universidade Estadual de Montes Claros ** Enfermeiros graduados pelas Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais ***Enfermeira, Especialista em Urgência e Emergência pelas FIP-Moc, Minas Gerais ****Enfermeira, especialista em Enfermagem em UTI pela Faculdade Luíza de Marillac, São Camilo do Rio de Janeiro, Chefe Departamento de Enfermagem da Unimontes, Minas Gerais *****Enfermeira, Docente do Curso de Graduação da Universidade Estadual de Montes Claros Coordenador Enfermagem Funorte, Minas Gerais (Brasil) |
Ricardo Soares de Oliveira* Amanda Kristina Magalhães Lopes** Bethânia Souza Caldeira Brant** José Selviano Oliveira** Edna Maria de Souza Oliveira*** Daniella Fagundes Souto**** Leila das Graças Siqueira***** |
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Resumo O objetivo foi verificar o perfil das mulheres que realizam o exame de prevenção de câncer cérvico-uterino em um Centro Especializado a Saúde da mulher na cidade de Bocaiúva, MG. Foi realizado um estudo quantitativo, utilizando questionário estruturado para a coleta de dados. Contou com uma amostra de 41 mulheres que foram investigadas após submeterem-se ao exame de Papanicolau. Os resultados demonstram que as mulheres são em maioria casada, jovem, início precoce da vida sexual, com parceiros fixos. Conclui-se que identificar o perfil das mulheres que fazem o exame de Papanicolau é um fato que merece atenção dos gestores de saúde para se adequar recomendações do Ministério da Saúde. Unitermos: Mulheres. Prevenção. Exame Papanicolau.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O exame PCCU ou Papanicolau é um eficiente método de prevenção de câncer de colo uterino e para a efetividade desta prevenção, é imprescindível que a mulher receba o resultado do exame e conclua o tratamento. E geralmente, aquelas que realizam o PCCU, compõem o perfil de mulheres que iniciam a vida sexual precocemente, possuindo, muitas vezes, multiplicidade de parceiros sexuais, estando, ainda, associadas às baixas condições econômicas (GREENWOOD, MACHADO e SAMPAIO, 2006).
Estudar este assunto é relevante, pois o câncer do colo uterino é tido como um problema de saúde pública mundial, atingindo todas as camadas sociais e regiões geo-econômicas do país, sendo que somente no ano de 2000, havia uma estimativa de 468.000 casos com 233.000 mortes por este tipo de câncer em todo o mundo. Destas mortes, 80% ocorreriam nos países em desenvolvimento. Já no Brasil, o câncer de colo uterino representa a segunda maior causa de morte por câncer entre as mulheres, mesmo apresentando um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, representando 10% de todos os tumores malignos incidentes. Para o Rio Grande do Sul, o coeficiente de incidência estimado para 2003 foi de 19,8 casos por 100.000 mulheres (DOMINGUES, HACKENHAAR e CESAR, 2006). Além disso, o exame de Papanicolau pode salvar um número elevado de vidas quando realizado em mulheres a partir dos 40 anos. Se um único controle fosse possível, seu efeito maior teria se caracterizado entre 35 e 40 anos. Entretanto, quando se analisa a idade das mulheres, observamos que a faixa etária prevalente é de 20 a 35 anos, e que a partir dos 40 anos há uma diminuição progressiva do numero de mulheres que procuram os serviços de saúde para realização do exame de PCCU, ficando descoberta uma clientela que está no ápice do risco (MOURA et al., 2010).
Quando se analisa a idade das mulheres que realizam o exame de PCCU, observa-se que a faixa etária mais prevalente é de 20 a 35 anos, e que a partir dos 40 anos há uma diminuição progressiva do número de mulheres que procuram os serviços de saúde para realização do exame de Papanicolau, ficando descoberta uma clientela que está no ápice do risco. Ressalta-se que apesar de o Brasil ter sido um dos pioneiros na introdução do exame de Papanicolau, o percentual de mulheres beneficiadas ainda é muito reduzido, tendo em vista que sua cobertura não ultrapassa 8% das mesmas com idade superior a 20 anos. Este fato fere as recomendações da OMS que estabelece uma cobertura de 85% da população feminina de risco (MOURA et al., 2010). O que tem se observado no país é que a maioria das mulheres submetidas ao exame preventivo tem menos de 35 anos, sugerindo que o acesso das mesmas às medidas de prevenção está relacionado ao comparecimento nos postos de saúde pela necessidade de cuidados no controle da natalidade (DAVIM et al., 2005).
A idade avançada, o baixo nível socioeconômico, pertencer a certos grupos étnicos, não ter cônjuge (solteiras, separadas e viúvas), entre outros, têm sido identificados como fatores associados à não realização do exame de Papanicolau. A limitação do acesso aos serviços de saúde, por barreiras socioeconômicas, culturais e geográficas também se apresenta como responsável pela baixa cobertura dos exames, sendo assim um problema a ser enfrentado pelos gestores do programa de controle de câncer de colo de útero (AMORIM et al., 2006). Destaca-se ainda que as mulheres pesquisadas tem baixo índice de escolaridade. O baixo índice de escolaridade da clientela torna-se um fator impeditivo para um melhor desenvolvimento das ações de saúde, devido à má compreensão dessas orientações e que as mulheres pesquisadas a maioria não tinham filhos, ou tinham apenas um filho ou tinham apenas dois filhos; e destaca que o número de filhos não é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo uterino, e sim, o início precoce da atividade sexual (MOURA et al., 2010).
Revelou ainda que a maioria das mulheres procura o serviço por estar sentindo algum incômodo. Isso mostra que o serviço de prevenção não esta sendo compreendido pelas mulheres que o procuram. Essas mulheres procuram esse serviço com a finalidade curativa de tratar as dores que estão incomodando (MOURA et al., 2010). Nesse sentido, remetemos também a prática da Educação em Saúde como um campo de consolidação de aprendizados, onde os profissionais podem elucidar essas questões. E dentre os motivos apontados para a não realização do exame, foi referido com maior freqüência o fato de a mulher achar que não é necessário realizá-lo, seguido pelo motivo de considerá-lo um exame embaraçoso. Outros motivos referidos foi o não conhecimento do exame, e a dificuldade de marcar o exame. Das mulheres que realizaram o exame de PCCU relataram tê-lo realizado em serviços do SUS (AMORIM et al., 2006).
Considerando o contexto acima descrito e tendo em vista a situação de destaque do câncer de colo de útero ainda ocupa nos pais, onde sua incidência tem demonstrado aumento significativo em todas as camadas sócias e regiões geoeconômicas, este estudo teve como objetivos: Caracterizar o perfil das mulheres que realizam o exame PCCU quanto: a faixa etária, condição social e econômica e história gineco-obstétrica; identificar os motivos que levam as mulheres a realização do exame PCCU e descrever as informações que as mulheres possuem a respeito do exame de PCCU para a realização do mesmo.
Metodologia
Trata-se de estudo quantitativo, do tipo transversal. O estudo foi realizado em maio de 2011, no Centro Especializado a Saúde da mulher do município de Bocaiuva, estado de Minas Gerais. Inaugurado em janeiro de 2001, o Centro Especializado a Saúde da mulher é uma clinica de referência para a saúde da mulher na microrregião de Bocaiuva e atende as cidades de Engenheiro Navarro, Joaquim Felício e Olhos D’Água, contando com uma equipe multidisciplinar (ginecologistas, técnicos de enfermagem e enfermeiro).
Fizeram parte do estudo 41 mulheres atendidas no Centro Especializado a Saúde da mulher no mês de maio de 2011 e que atendessem aos critérios de inclusão: ter idade maior ou igual a 18 anos de idade; aceitar participar do estudo e ter sido atendida e submetida à consulta de PCCU no referido período da coleta de dados.
Para a coleta dos dados, utilizou-se questionário estruturado contendo questões que contemplavam o perfil das mulheres, motivos para realização do referido exame e informações sobre o exame. Destaca-se que a coleta de dados aconteceu após a realização do exame de Papanicolau. Após a coleta, os dados foram tabulados e apresentados em tabelas e cálculo da porcentagem através de análise descritiva.
Destaca-se que os aspectos éticos deste estudo foram todos respeitados, baseando-se na Resolução número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil referente à pesquisa com seres vivos. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, que comprova a participação voluntária do mesmo na pesquisa, garantindo sigilo e anonimato. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas.
Resultados e discussão
Tabela 1. Perfil das mulheres que realizam o exame de Prevenção de Câncer Cérvico-Uterino (PCCU)
junto ao Centro Especializado a Saúde da Mulher na cidade de Bocaiúva, MG em maio de 2011
Em relação às características observadas na tabela1, o nível de escolaridade é relativamente baixo quando comparado aos índices de analfabetismo e o nível fundamental correspondendo juntos 48,7%. Já a renda familiar, 78,4% das mulheres encontrava-se com um a dois salários mínimos. De acordo com a literatura, existe uma relação muito intima entre mulheres que possuem baixo nível de escolaridade e renda familiar, tornando-se mais suscetível o aparecimento de câncer de colo uterino (BRENNA et al., 2001; DAVIM et al., 2005; BRASIL, 2006). Corroborando com esse estudo, um estudo desenvolvido com 141 mulheres no interior do Estado do Ceará nos mostrou que o nível socioeconômico e cultural influencia de forma direta na detecção precoce dessa doença, fazendo com que as mulheres de baixo nível de escolaridade, e de baixa renda familiar, adoeçam mais (SANTOS, FERNANDES e CAVALCANTI, 2004).
O grupo estudado compreendia na sua maioria 60,9% de casada/união estável e 36,5% correspondendo de mulheres solteiras e ambas encontravam se na faixa etária de 18 a 45 anos. De acordo com a literatura, esses exames citopatológicos não atingem as mulheres da faixa etária de maior risco. As mulheres que se submetem ao exame de preventivo são predominantemente casadas com faixa etária de idade de 18 e 35 anos (DAVIM et al., 2005; BRASIL, 2006). Embora seu pico de incidência situa-se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade, e apenas uma pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos (BRASIL, 2006). Mulheres solteiras sem parceiros fixos constituírem um fator de risco de aumento na predisposição para o desenvolvimento dessa patologia, pela multiplicidade de parceiros sexuais, existe uma relação muito íntima entre baixo nível econômico e renda familiar, fazendo com que as mulheres enquadradas nesta relação sejam mais susceptíveis ao acometimento do câncer de colo de útero (DAVIM et al., 2005).
As jovens procuram realizar o exame Papanicolau só alguns anos depois de iniciada a atividade sexual, e após várias trocas de parceiros. Já as mulheres maduras, observa-se a decrescente procura com o aumento da idade, ou seja, quanto mais velhas vão ficando, menos procuram realizar o exame, constituindo um grupo de risco para esse tipo de câncer (MOURA et al., 2010).
Tabela 2. Perfil das mulheres que realizam o exame de Prevenção de câncer cérvico-uterino (PCCU)
junto ao Centro Especializado a Saúde da Mulher na cidade de Bocaiuva/MG em maio de 2011
A Tabela 2 permite mostrar que a idade de iniciação sexual das mulheres variou de 10 a mais de 15 anos, sendo que três (3) mulheres declararam o início da atividade sexual entre 10 e 14 anos, 31 usuárias variaram entre 16 e 19 anos e sete (7) declararam o início da atividade sexual após os 20 anos, podendo-se perceber que sua maioria teve a iniciação das atividades sexuais ainda na adolescência. Quanto ao número de parceiros nos últimos dois anos, 31 mulheres declararam ter somente um parceiro, 6 entrevistas declararam ter mais de um parceiro e 4 mulheres relataram não ter nenhum parceiro sexual. Destaca-se que 3 das mulheres pesquisadas tiveram início da atividade sexual com 10 a 15 anos e 6 tiveram mais de um parceiro sexual nos últimos dois anos. Este fator é importante, na medida em que a precocidade da relação sexual e multiplicidade de parceiros sexuais são riscos predisponentes ao câncer de colo uterino. Ao longo dos anos, estudos reforçam a idéia da associação do câncer de colo uterino com a atividade sexual das mulheres, sendo que as mulheres com múltiplos parceiros sexuais, que iniciaram a atividade sexual muito cedo e também que tiveram muitos filhos são mais predispostas a desenvolverem este tipo de câncer (DAVIM et al., 2005; BRASIL, 2006; MOURA et al., 2010).
A Tabela 2 ainda permite descrever que 35 (85,36%) das mulheres que realizam o exame de PCCU tem vida sexual ativa e 6 (14,63%) revelaram não ter vida sexual ativa. Sendo que destas 75,6% apresentavam parceiros fixos nos últimos 2 anos e 14,6% informaram ter tido mais de um parceiro nos últimos 2 anos. Quanto ao número de gestações, 27(65,8%) as mulheres afirmaram ter de 1 a 4 gestações e destas 26 (63,4%) informaram ter de 1 a 4 partos, 32 (78,04%) revelaram não ter nunca sofrido nenhum aborto. Ao longo dos anos, estudos reforçam a idéia da associação do câncer de colo uterino com a atividade sexual das mulheres, sendo que as mulheres com múltiplos parceiros sexuais, que iniciaram a atividade sexual muito cedo e também que tiveram muitos filhos são mais predispostas a desenvolverem este tipo de câncer (LIMA, PALMEIRA e CIPOLOTTI, 2006). Em contrapartida, o número de filhos não seja um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo uterino, e sim, o início precoce da atividade sexual (DAVIM et al., 2005; MOURA et al., 2010).
Tabela 3. Realização do Exame de PCCU e periodicidade com as mulheres que realizam o exame de Prevenção de câncer
cérvico-uterino (PCCU) junto ao Centro Especializado a Saúde da Mulher na cidade de Bocaiúva, MG em maio de 2011
A Tabela 3 permite descrever que, em relação à periodicidade do exame de Prevenção de câncer cérvico-uterino e demonstra que 38 (92,68%) das mulheres já haviam realizado o exame de prevenção mais de uma vez e 3 (7,31%) das mulheres nunca haviam realizado o exame. Constatou-se também que 23 (56,09%) das mulheres haviam realizado o exame de prevenção no último ano, e 15 (36,58%) das mulheres haviam realizado o exame de prevenção a mais de 1 ano. Estes resultados revelam que a maioria (56,09%) das entrevistadas realizam o exame de Papanicolau em um intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, ou seja, anualmente (DAVIM et al., 2005).
Estudos quantitativos têm demonstrado que, nas mulheres entre 35 e 64 anos, depois de um exame citopatológico do colo do útero negativo, um exame subseqüente pode ser realizado a cada três anos, com a mesma eficácia da realização anual. Conforme apresentado na tabela abaixo, a expectativa de redução percentual no risco cumulativo de desenvolver câncer, após um resultado negativo, é praticamente a mesma, quando o exame é realizado anualmente (redução de 93% do risco) ou quando ele é realizado a cada 3 anos (redução de 91% do risco) (INCA, 2002; BRASIL, 2006).
Tabela 4. Motivos que levam as mulheres a realizarem o exame de Prevenção de câncer cérvico-uterino (PCCU)
junto ao Centro Especializado a Saúde da Mulher na cidade de Bocaiúva/MG em maio de 2011
A Tabela 4 permite identificar o motivo pelo qual as mulheres realizam o exame de PCCU e de entre as mulheres pesquisadas 3 (7,89) alegaram ter feito o exame por queixa ginecológica, 20 (52,63%) pela prevenção do câncer, 01 (2,63%) foi por orientação do médico e 14 (36,84%) disse ter realizado por rotina. Das mulheres entrevistadas, a maioria (54,6%) procurou os serviços de saúde de forma espontânea para realizar o exame tendo como motivação principal a prevenção do câncer. Dentre aquelas que apresentaram atitudes adequada, 66,9% justificaram a necessidade da realização do exame como forma de prevenção do câncer de colo de útero e 33,1% de se prevenir se câncer, de forma geral (FERNANDES et al., 2009). Já outro estudo de retrata que, apesar das mulheres conhecerem o exame de Papanicolau, o consideram apenas como instrumento de detecção de afecções ginecológicas, e não como método de rastreamento da doença, o qual deve ser realizado, também, por aquelas assintomáticas (DAVIM et al., 2005; OLIVEIRA e PINTO, 2007).
Tabela 5. Informações sobre quem orientou as mulheres a realizarem o exame de Prevenção de câncer
cérvico-uterino (PCCU) junto ao Centro Especializado a Saúde da Mulher. Bocaiúva, MG
A tabela 5 permite descrever as informações sobre quem orientou as mulheres a realizarem o exame de Prevenção de câncer cérvico-uterino (PCCU), sendo que 7 (18,42%) afirmam que foi os Agentes Comunitários de Saúde, 17 (44,73%) informou ser o médico, 09 (23,68%) alegou ser o posto de saúde, 03 (7,89%) alegaram ter sido amigos ou parentes e 2 (5,26%) afirmou ser colegas de trabalho. A principal fonte de informação sobre o exame foi o médico, mencionado por 44,73,1% das entrevistadas. Das mulheres entrevistadas que apresentaram pratica adequada afirmou ter feito o exame por informação e orientação do médico. Mediante o exposto, nota-se que os profissionais do serviço de saúde, com exceção do médico, precisa enfatizar suas condutas quanto a sua capacitação e disseminação da informação sobre o exame e seus benefícios. As pacientes não sabiam dos benefícios que o exame representava para a saúde (FERNANDES et al., 2009; VALENTE et al., 2009).
Conclusão
Ao término do estudo, pode-se concluir que entre os sujeitos do grupo estudado: 41 mulheres com idade de 18 a 60 anos, todas residente no município de Bocaiuva (MG), predominou a união estável, renda familiar de um a dois salários mínimos, baixa escolaridade e o início precoce da atividade sexual. Conforme estudos realizados, com exceção da união estável, esses dados representam fator de risco, fazendo com que mulheres enquadradas nesta relação sejam mais susceptíveis ao acometimento do câncer de colo de útero. Surpreende contudo, concluir que 34 mulheres (89,47%) buscam realizar o exame preventivamente ou por rotina. Esta informação é satisfatória, tendo em vista que se trata de um grupo que apresentou alguns fatores de risco que predispõe o câncer de colo de útero.
Conclui-se também que a maioria dessas mulheres entrevistadas realizam o exame em intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, ou seja, anualmente. Todavia, 36,58% delas o realizam em períodos não recomendados (tardiamente), o que demanda uma intervenção educativa, buscando adequar essa periodicidade com vistas a uma melhor detecção precoce de alterações cervicais sem custos desnecessários.
Vale ressaltar, que os projetos educativos em saúde sejam direcionados não somente para a necessidade de divulgação da importância e finalidade do exame de Papanicolau, como também abordem todos os cuidados. Tal fato merece atenção dos gestores de saúde do município no sentido de tentar aprimorar a metodologia do trabalho, de modo a permitir um melhor entendimento ao público sobre o exame, suas vantagens e benefícios para a saúde da mulher, visando melhorar a adesão, de forma a atender as recomendações do Ministério da Saúde.
Referências
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GREENWOOD, S.A.; MACHADO, M.F.A.S.; SAMPAIO, N.M.V. Motivos que levam mulheres a não retornarem para receber o resultado de exame Papanicolau. Revista Latino Americana Enfermagem, n.14, p.503-509, 2006.
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LIMA, C.A.; PALMEIRA, J.A.V.; CIPOLOTTI, R. Fatores associados ao câncer do colo uterino em Propriá, Sergipe, Brasil. Cad. Saúde Pública, v.22, n.10, p. 2151-6, 2006.
MOURA, A.D.A. et al. Conhecimento e motivações das mulheres acerca do exame de Papanicolau: subsídios para a prática de enfermagem. Rene, v.11, n.1, p.94-104, jan/março. 2010.
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