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Níveis de força-resistência abdominal e índice de massa corporal 

em alunos de 12 a 15 anos do município de Armazém, SC, Brasil

Nivel de fuerza-resistencia abdominal e índice de masa corporal en alumnos de 12 a 15 años del municipio de Armazem, SC, Brasil

Force levels of abdominal strength and body mass index for students 12 to 15 years in the Armazem City, SC, Brazil

 

*Acadêmica do Curso de Educação Física da Universidade

do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Tubarão – SC

**Profissional de Educação Física. Professor titular da disciplina de Condicionamento Físico

do Curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Tubarão – SC, Brasil. Mestre em Ciências da Saúde

Thayse Delfino*

Marcos Paulo Huber**

marcos.huber@unisul.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A musculatura abdominal é de suma importância para o desenvolvimento total do corpo humano, atuando diretamente no equilíbrio e manutenção da postura, além de ser a principal fonte de acomodação e proteção dos órgãos abdominais. Portanto este trabalho tem por objetivo identificar os níveis de força-resistência abdominal e os níveis de IMC, em alunos de 12 a 15 anos do município de Armazém – SC. Foram aplicados os testes de medição e pesagem, para o cálculo do IMC e o teste de força-resistência abdominal para a obtenção do número máximo de repetições realizados em 1 minuto. As amostras obtidas foram analisadas e comparadas de acordo com os pontos de corte de indicadores de risco do PROESP-BR. Identificou-se as médias obtidas através do número de repetições de acordo com cada sexo. Estas médias ainda foram comparadas com as médias da região Sul e o restante do Brasil. A prevalência de indicadores de risco de acordo com os pontos de corte do PROESP - BR para o teste de teste de força-resistência abdominal foi de 20% e a prevalência para os indicadores de risco no IMC foi de 24%. Concluiu-se que a grande maioria está dentro dos padrões de níveis desejados quanto ao número de repetições e dentro da normalidade quanto aos níveis de IMC, porém de acordo com a amostra coletada existe uma prevalência relativamente alta de alunos que possuem indicadores de risco tanto para os níveis de força-resistência abdominal quanto para os níveis de IMC.

          Unitermos: Força-resistência abdominal. Índice de massa corporal. Indicadores de risco.

 

Abstract

          The abdominal muscles are very important for the development of the total human body, acting directly on the maintenance of posture and balance, and is the main source of accommodation and protection of the abdominal organs. Therefore this study aims to identify the levels of abdominal strength, endurance levels and BMI in students 12 to 15 years the county Armazem, SC. Tests were performed measuring and weighing, to calculate the BMI test and abdominal resistance force to obtain the maximum number of repetitions performed in 1 minute. The samples were analyzed and compared according to the cutoff points of risk indicators of PROESP-BR. It was identified by the obtained average of the number of repetitions in accordance with each sex. These averages were also compared with the average in the South and the rest of Brazil. The prevalence of risk indicators according to the cutoffs PROESP - BR for test-strength test abdominal strength was 20% and the prevalence of risk indicators in BMI was 24%. It was concluded that the majority is within the standards as desired levels and the number of repetitions within normal levels as IMC, however according to the collected sample is a relatively high prevalence of students who have risk factors for both levels of abdominal strength-endurance as to levels of BMI.

          Keywords: Force abdominal strength. Body mass index. Risk indicators.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A aptidão física tem como concepção básica a realização de tarefas normais do dia-a-dia com menor esforço e sem gasto energético excessivo. Sendo assim, ela tem ligação direta com a saúde do indivíduo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2011) a aptidão física deve ser entendida como “a capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória”, dentro dessa concepção, Guiselini (2006) complementa que ter uma boa aptidão física, é o mesmo que apresentar condições de um bom desempenho motor quando o indivíduo encontrasse em situações que envolvam esforços físicos rigorosos.

    Como nos dias atuais a tecnologia toma conta de diversas tarefas, o ser humano se torna a cada dia mais acomodado, consequentemente mais sedentário. Deve-se incluir no dia-a-dia a prática de atividades físicas regulares, já que cada vez mais é visível a contribuição que o exercício têm para um envelhecimento saudável. A população idosa do mundo cresce a cada ano, mas não basta apenas viver mais tempo, mas sim estar capaz de desenvolver tarefas básicas do seu dia-a-dia como o simples movimento de colocar um casaco ou mesmo pentear os próprios cabelos.

    Guiselini (2006, p. 83), lembra que “doenças hipocinéticas: é o termo usado para designar a doença relacionada à falta de exercício regular”, a pressão alta, nível de gordura corporal elevado, problemas nas articulações; osteoporose e doenças coronarianas são algumas das patologias que podem ser citadas. Sendo assim, para que com o passar dos anos o adolescente não se torne o idoso hipocinético é necessário que este inclua em seu cotidiano hábitos de vida saudável, incluindo exercícios físicos regulares acompanhados de um profissional de educação física.

    O que se espera e se ganha com essa mudança nos hábitos através da inclusão de atividades físicas, é a diminuição de muitas doenças que surgem com o passar dos anos. Dessa forma, podem ser trabalhados os componentes da Aptidão Física, que são a capacidade cardiorrespiratória, composição corporal, flexibilidade, força muscular e endurance muscular.

    A musculatura abdominal é de suma importância para o trabalho harmonioso de todo o restante do corpo. Platzer (2008, p. 96), diz que “a estrutura básica da parede abdominal é formada por sua musculatura”, observa-se através dessa frase a grande importância que tem a musculatura abdominal fortalecida.

    Palastanga, et al (2000, p. 534), dizem que “a ação destes músculos juntamente com o diafragma, também é capaz de produzir um ‘colete muscular’, que mantém as vísceras abdominais no lugar”. Esta região não possui ossos nem articulações para a proteção de órgãos vitais como: o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o pâncreas, o fígado e o baço, que ali encontram-se.

    O abdômen é a parte central do corpo, este deve ter músculos fortes o suficiente para a proteção de órgãos internos, como o estômago, o baço e intestino, para a manutenção do equilíbrio e da postura. Níveis muito baixos de resistência abdominal influenciam na incidência de desvios posturais e consequentemente dores nas costas.

    Haja vista a importância da aptidão física relacionada à saúde; a relevância da averiguação do índice de massa corporal (IMC) em jovens e a observação de que o abdômen é uma região de grande importância para o equilíbrio e postura, notou-se a necessidade de identificar os níveis de força-resistência abdominal e o IMC em alunos de 12 a 15 anos do município de Armazém- SC.

Métodos

    Quanto à abordagem, esta pesquisa foi do tipo quantitativa. Quanto ao nível foi exploratória. Já referente, aos procedimentos utilizados na coleta de dados, ela foi uma pesquisa de estudo de campo.

    O estudo foi realizado em escolas do município de Armazém – SC. O teste foi aplicado com alunos entre 12 a 15 anos. Neste município existem 424 alunos desta faixa etária matriculados. A amostra foi de 259 alunos já acrescentando os 20% de possíveis perdas. A amostra foi calculada través da fórmula de Triola (2005) descrita a seguir. O nível de significância adotado foi de 95%.

    Foi realizado o contato com os diretores para a apresentação do tema e os objetivos propostos pelo trabalho. Após a permissão do diretor(a), foram aferidas a altura e peso dos alunos para a obtenção do IMC. Após foi aplicado o teste de força-resistência abdominal.

    A coleta de dados para a obtenção do IMC foi realizada seguindo as normas técnicas do PROESP-BR. Foi utilizada uma fita métrica de 1,50m, fixada na parede e a um metro do chão. Para a leitura da estatura foi utilizado uma prancheta, onde um dos lados é encostado na parede e o outro na parte superior da cabeça do indivíduo, e a altura é marcada em centímetros.

    Para a pesagem foi utilizado uma balança da marca TANITA, modelo 2001, sendo os resultados marcados em Kg. Para o cálculo do IMC utilizou-se a fórmula a seguir:

    No teste de força-resistência abdominal, foi utilizado um colchonete, da marca Masterflex. Para a marcação do tempo utilizou-se um cronômetro da marca Cassio, sendo que a contagem do número de repetições foi dentro do tempo de 1 minuto.

    A análise dos dados foi realizada de forma descritiva quantitativa. Foram construídos gráficos e tabelas para apresentar as frequências relativas e absolutas de todas as variáveis estudadas.

Resultados e discussão

    Após assinarem os termos de consentimento 259 alunos participaram do estudo, sendo 122 (47%) do sexo masculino e 137 (53%) do sexo feminino. O teste bilateral de comparação das proporções de homens e mulheres na amostra indica que quanto ao sexo a distribuição é homogênea (p-valor=0,7003).

    A tabela 1 apresenta as médias de idade, IMC e número de repetições da população estudada.

Tabela 1. Valores médios e desvio padrão das variáveis idade, IMC e número de repetições referentes

 ao teste de força-resistência abdominal em alunos das escolas do município de Armazém, SC

    O gráfico 1 mostra a frequência relativa, referente aos pontos de corte do IMC. Segundo o PROESP-BR, os índices que encontrarem-se menores ou igual ao ponto de corte, encaixam-se na normalidade do peso, porém os níveis que ficarem acima do ponto de corte alertam para futuros problemas de elevados níveis de colesterol e pressão arterial, além da provável ocorrência de obesidade.

Gráfico 1. Freqüências relativas, referente ao ponto de corte do IMC, de alunos de 

12 a 15 anos do município de Armazém - SC. Fonte: Elaborado pelos autores, 2012

    Observa-se através do gráfico 1 que 24%, somando quase ¼ da população pesquisada encontram-se com indicador de risco, referente ao ponto de corte do IMC.

    O gráfico 2 mostra a frequência relativa, referente aos pontos de corte, de acordo com o número de repetições no teste de resistência abdominal. Segundo PROESP-BR, os resultados que ficarem abaixo do ponto de corte, tem uma probabilidade aumentada a indicadores de risco referente a desvios posturais, os quais frequentemente resultam em dores nas costas. Contudo, os níveis que forem iguais ou ultrapassarem este ponto de corte, possuem os níveis desejados de aptidão física e saúde.

Gráfico 2. Freqüências relativas, referente ao ponto de corte de força-resistência abdominal, 

de alunos de 12 a 15 anos do município de Armazém, SC. Fonte: Elaborado pelos autores, 2012

    Analisando o gráfico 2 observa-se que existe uma prevalência de 20% de baixa força-resistência muscular na região abdominal na população estudada. Os quais, por este motivo possuem uma maior chance desenvolver problemas posturais.

    Os gráficos 3 e 4 mostram a comparação das médias obtidas, com o Sul e o Brasil (PROESP – BR) referente aos níveis de força-resistência abdominal.

Gráfico 3. Comparação das médias obtidas, com o Sul e o restante do país, quanto aos níveis de força-resistência abdominal, do sexo masculino. Fonte: Elaborado pelos autores, 2012

 

Gráfico 4. Comparação das médias obtidas, com o Sul e o restante do país, quanto aos níveis de força-resistência abdominal, do sexo feminino. Fonte: Elaborado pelos autores, 2012

    Ao analisarmos o gráfico 3 fica evidente que as médias mantiveram-se sempre acima das médias nacional e do Sul do Brasil encontradas no banco de dados do Projeto Esporte Brasil. Porém observa-se uma queda nos níveis na idade de 14 anos, os quais são recuperados com a idade de 15 anos. Já referente ao gráfico 4 pode-se dizer que as médias mantiveram-se em nível crescente até a idade de 14 anos. Contudo com a idade de 15 anos os níveis apresentam uma grande queda, neste caso ficando abaixo da média nacional e do Sul do país.

Conclusão

    A prevalência de indicadores de risco de acordo com os pontos de corte do PROESP - BR para o teste de teste de força-resistência abdominal foi de 20% ou seja 20% da amostra tem a probabilidade de desenvolver desvios posturais e consequentemente dores nas costas e região lombar. Já a prevalência de indicadores de risco para o IMC, também de acordo com os pontos de corte foi de 24%. Valor de prevalência este, predisposto para o desenvolvimento de doenças com a alteração na pressão arterial e colesterol, além de uma probabilidade aumentada à ocorrência de obesidade.

Referências

  • GUISELINI, Mauro. Aptidão física, saúde e bem estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2006.

  • PALASTANGA, Nigel; FIELD, Derek; SOAMES, Roger. Anatomia e movimento humano: estrutura e função. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.

  • PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento humano. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

  • PLATZER, Werner. Anatomia 1: sistema locomotor, texto e atlas. 9. ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2008.

  • PROESP - http://www.esporte.gov.br/arquivos/snear/talentoEsportivo/proespBr.pdf

  • TRIOLA, Mario F. Introdução a Estatística. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

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