Considerações sobre a formação do professor de Educação Física: desafios e perspectivas Consideraciones sobre la formación del profesor de Educación Física: desafíos y perspectivas |
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Professor de Educação Física da Escola Estadual Coronel Sólon Grossos, RN (Brasil) |
José Fábio de Albuquerque Lima |
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Resumo O presente artigo aborda questões sobre a formação do professor de educação física, tendo como objetivo analisar os desafios e perspectivas inerentes a essa profissão. Foram utilizados questionários com perguntas fixas e fechadas, onde os professores foram questionados sobre a sua formação inicial e continuada, além de refletirem sobre as perspectivas críticos da educação física, na tentativa de romper com paradigmas tradicionais, que rodeiam a educação física escolar atual. Através dessa investigação se obteve respostas não definitivas, mas que podem servir de subsídios para as praticas escolares e para os futuros professores que permeiam o conhecimento da educação física, podendo assim dar um novo sentido/significado na sua formação profissional, questionando desta forma os componentes pedagógico-didáticos repassados em sua formação profissional. Entretanto, observou-se na presente investigação que todos os professores entrevistados estão remodelando o perfil atual da educação física, uma vez que tiveram uma formação integrada e crítica. No entanto, mostra-nos que o conteúdo predominante nessa disciplina ainda são os esportes coletivos, em detrimento á outras práticas corporais. Unitermos: Formação do professor. Educação Física. Praticas escolares.
Abstract This article addresses issues of teacher education in physical education, aiming to analyze the prospects and challenges inherent in this profession. Questionnaires were used with fixed and closed questions, where teachers were asked about their initial and ongoing training, and reflect on the critical perspectives of physical education in an attempt to break with traditional paradigms that surround the current school physical education. Through this research we obtained no definitive answers, but may provide support for the school and practice for future teacher that permeate the know knowledge of physical education may thus give a new sense/meaning in their professional training, thus questioning the components pedagogical-didactic passed in his training. However, it was observed in this study that all the teachers interviewed are reshaping the current profile of physical education, since it hadean integrated training and criticism. However, it shows us that the contents are still dominant in this discipline team sports at the expense of other body practices. Keywords: Teacher training. Physical Education. School practices.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Na era da tecnologia e da informação, há uma necessidade crescente de profissionais docentes cuja identidade seja construída no diálogo permanente entre a teoria e a prática, resultando na práxis pedagógica capaz de efetivar a cidadania dos sujeitos envolvidos no processo educativo.
Sabe-se que no atual contexto social e histórico onde o conhecimento passa a ter uma relevância, nunca antes vista, ressalta-se a importância pertinente à formação sólida dos educadores, sendo esta uma questão pontual na sociedade de hoje.
O artigo em questão volta-se para as considerações sobre a formação dos professores de educação física, discutindo sobre os desafios e perspectivas inerentes do processo de formação docente na atualidade.
Este artigo terá como objetivo instrucional (geral) analisar a formação dos professores de educação física, ressaltando os desafios e perspectivas inerentes a essa profissão, assim como discutir os aspectos norteadores de um perfil docente e autônomo, comprometido com o desenvolvimento de uma prática de ensino de educação física dinâmico, contextualizado e possibilitador de uma aprendizagem significativa.
Esta investigação surgiu da necessidade observada no contexto escolar atual, onde as práticas de ensino são centradas nos gestos técnicos dos diferentes esportes, negligenciando outras práticas corporais. Partindo deste pressuposto, viu-se assim a importância de verificar de que forma a formação do professor de educação física influenciou essas ações na escola, de tal forma a restringir-se o conteúdo da mesma a uma mera reprodução técnica e esportiva.
Nesse sentido, a problemática a ser investigada possui uma relevância extremamente significativa, pois tratará da formação dos professores de educação física, os quais, no contexto a ser pesquisado possuem habilitação específica, porém ainda acorrentados pelo ensino dos esportes, ou seja, trabalhando apenas com conteúdos onde tenham afinidades e habilidades motoras, isolando outras práticas vivenciadas em seu curso de formação. Em função disso, o presente artigo poderá contribuir para que haja por parte dos envolvidos na investigação, reflexões acerca de sua formação profissional, possibilitando uma remodelação e uma maior diversidade de suas práticas escolares e ainda despertá-lo para a importância de sua formação continuada.
Espera-se ainda contribuir para a produção de conhecimento científico da área por parte dos professores de educação física, no intuito de ampliarem o conceito de sua formação inicial, em busca da valorização e do reconhecimento da educação física no âmbito escolar.
A formação do profissional de Educação Física
O educador está em constante transformação e evolução, sendo desta forma evidenciada que o mesmo é um ser mutável e que a sua formação acadêmica torna-se apenas o marco primário de sua profissão, tendo o mesmo que adaptar-se as exigências que são colocadas dentro do contexto sócio-cultural. Sabe-se que a vivência (conhecimento empírico) é uma importante ferramenta para a atuação em qualquer área de trabalho, porém o conhecimento científico torna-se primordial para a execução correta de qualquer prática profissional. Para isso é fundamental que esse profissional, além de ter uma aprendizagem empírica, obtenha uma formação cientifica sólida e significativa, denominada de práxis pedagógica (teoria x prática). Diante do exposto, Tojal (1995, p.18) diferencia as mesmas:
Teoria – conjunto de conhecimentos sistematizados que se propõe explicar a ocorrência de determinados fenômenos de acontecimentos.
Prática – conhecimento aplicado resultante de um saber advindo de um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre determinados fenômenos.
Este enfoque fica perceptível nas aulas de educação física quando os alunos perguntam ao professor se a aula é teórica ou prática, sendo que o professor precisa ter sólidos conhecimentos para promover no aluno uma redefinição do que e como se trata essa práxis pedagógica, havendo uma inter-relação entre as mesmas, e que uma servirá de complemento para a outra, visando uma aprendizagem mais significativa para o educando. No entanto, percebe-se que há um distanciamento entre teoria e prática nas aulas de educação física, um exemplo disto se dá quando se aborda questões teóricas sobre os fundamentos técnicos do basquete e na prática é dada uma bola de futsal para os alunos brincarem, desconfigurando assim o papel da educação física na escola. Isso se deve pelo fato de como é tratado a educação física pelos educadores e/ou pela má formação acadêmica dos mesmos.
A formação inicial e continuada dos professores de Educação Física
A formação inicial é fator indispensável para o futuro docente, pois irá dar subsídios científicos e tecnológicos inerentes ao seu campo de atuação, já que a sua prática dependerá de seu principio formativo, e de suas atitudes frente as adversidades encontradas em seu local de trabalho. Cabe destacar que as universidades estão formando profissionais distorcidos, sem consciência crítica, incapazes de serem sujeitos formadores de opinião, valendo-se apenas de conteúdos específicos sem se preocupar com a dimensão sócio-política do professor. Contudo, o professor acaba se limitando a educação inicial, sem buscar uma formação mais ampla e atual, restringindo-se ao conhecimento acadêmico e especifico de sua área, não permitindo a própria identidade do professor. De acordo com Brasil (2001, p.239):
As questões a serem enfrentadas na formação são históricas. No caso dos cursos de licenciatura, em seus moldes tradicionais, a ênfase está contida na formação nos conteúdos da área, na qual o bacharelado surge como opção natural (...), sendo como a atuação como “licenciados” é vista (...) como “inferior”, (...) muito mais como atividade “vocacional”, ou que permitiria grande dose de improviso.
Fica claro que a formação do professor é um processo articulatório entre o início e a continuação de sua aprendizagem que é uma constância e necessidade de sua função enquanto educador e transformador da sociedade. No que concerne á educação física esta aproximação está evidenciada nas variáveis que ocorreram nos últimos anos, devido a vários estudos sobre o movimento humano. Em reflexão a tais estudos foram apontadas mudanças no que diz respeito à forma como era vista a educação física, sob um enfoque apenas biológico e esportivo, sem embasamentos teóricos. Apesar de novas descobertas cientificas-pedagógicas no campo da educação física, a concepção dominante nos cursos de formação em educação física, sobretudo nas instituições particulares, segue ainda hoje o que se denomina “modelo tradicional”. São cursos que enfatizam as chamadas disciplinas práticas, especialmente as habilidades esportivas, estabelecendo uma nítida distinção entre teoria e prática. Neles, teorias são os conteúdos apresentados na sala de aula (principalmente aqueles ligados ao domínio biológico) e prática são atividades realizadas na quadra, piscinas, pistas, etc. (BRASIL, 2002, p.169).
É necessário que o professor de educação física saiba que a sua formação profissional têm uma importância fundamental na sua prática docente, já que a mesma irá dar suporte para as suas atividades pedagógicas no contexto escolar.
Sabe-se que, além de enfatizarmos o processo de formação inicial e sua importância, cabe-nos destacar a relevância da formação continuada, pois o conhecimento não é estático, ele está em crescente mudança, tornando-se indubitável a sua presença como procedimento de estudos no processo de formação do professor, já que a atuação do profissional de educação física, como o de outras áreas, é passível de mudanças quando influenciadas por avanços na investigação cientifica e por transformações em sua maneira de pensar e de agir em diferentes fases da vida. (BRASIL, 2002, p.172).
Outro ponto que merece destaque na formação dos professores de educação física é a discrepância que existe entre a licenciatura e o bacharelado, pois muitos que ingressam nos cursos de educação física não conseguem diferenciar esses dois termos, devido à visão unívoca que têm da educação física, que para alguns se trata de uma disciplina meramente Prática e fácil de ser ministrada.
Estas e outras indagações fazem com que o professor tenha um caminho árduo e difícil, pois muitos acabam acreditando que a sua formação acadêmica é apenas direcionado para o ensino técnico dos esportes, desprivilegiando a formação humana e os aspectos pedagógicos, como destaca Souza (2007, p.48) em pesquisa realizada na universidade federal de São João Del Rei:
O pior é que o quadro apresentado parece não ter sido revertido de maneira satisfatória nos últimos anos. Os professores entrevistados que se formaram recentemente não demonstraram pensamento diferente dos formados há mais tempo. Isso significa dizer que ainda são formados a partir de uma visão de educação física pautada no rendimento técnico-esportivo.
A Educação Física e o currículo escolar
Originária do latim curriculum, currículo significa corrida, caminhada, percurso. Por analogia tem-se uma primeira aproximação conceitual – o currículo escolar representaria o percurso do homem no seu processo de apreensão do conhecimento cientifico selecionado pela escola: seu projeto de escolarização. (SOARES, 1992, p.16).
Nesse contexto, fica claro que o objetivo primordial do currículo escolar é humanizar o sujeito a fim de cientificá-lo, paralelamente em seu momento histórico-social, buscando para tal desafio a aproximação bioconcreta do mesmo em um processo de progressividade complexa e contínua, compreendendo assim o currículo como um documento político-social. No entanto, o professor torna-se peça fundamental nessa intencionalidade. É o que nos mostra Serbino (1998, apud BRZEZINNSKI, p.163):
O currículo deve ser um dos elementos mediadores entre a política educacional e as aspirações sociais da maioria da população. De forma análoga, o professor deverá ser o elemento que, na organização escolar, fará a mediação entre os conhecimentos construídos na prática social e transmitidos na prática escolar.
Cabe salientar que o currículo escolar abrange todas as intenções da escola no âmbito da educação formal, uma vez que irá nortear e definir as pré-tensões que envolvem e circundam todo o entorno escolar, sendo pré-requisitos para uma prática docente transformadora e relevante, objetivando assim uma aprendizagem mais significativa para o educando.
No que diz respeito ao currículo da educação física, o que se têm visto é a falta de identidade da disciplina, pois existem divergências e controvérsias sobre o currículo empregado pelos professores na maioria das escolas sendo alvo de muitas criticas ao modelo utilizado atualmente, já que não há uma seqüência progressiva nos conteúdos, como afirma Catunda (2011, p.11):
Assim, percebe-se a necessidade urgente de mudanças, pelo fato de que, nas escolas brasileiras, os professores adotam um currículo horizontalizado, no qual de tudo se oferece um pouco. Com essas atitudes a devida preocupação com a progressão dos conteúdos e, por conseguinte, das aprendizagens é prejudicada.
Porém, esse modelo curricular está aos poucos sendo reduzido às práticas esportivas na escola, apesar de ser um componente educacional curricular obrigatório e bastante diversificado, com inúmeras possibilidades pedagógicas, acaba sendo restringida ao que foi mencionando na segunda linha do parágrafo em questão. Nesse aspecto, é importante frisar que o modo como os professores aprenderam nos cursos que freqüentaram é o que transferem para as crianças dentro das escolas. (ANDERÁOS, 2004, p.94).
Outro fato importante, e que é notoriamente observado no processo de formação dos professores é a falta de interesses por disciplinas de caráter didático-pedagógico, pois o mais importante é aprender as técnicas dos esportes, ou seja, o saber fazer, e isso têm incidindo de forma quase insolúvel na prática em sala, pois as turmas dos bancos escolares são invariavelmente heterogêneas, o que faz com haja interesses e anseios diversos de aprendizagem. Sobre o assunto, Frug (2004, p.120) discorre que:
Os professores no seu processo de formação não são preparados para dar conta de práticas pedagógicas adequadas ao trabalho com grupos heterogêneos, então as escolas têm buscado como pré-solução supervisão e capacitação de seus profissionais.
Entretanto, o que se percebe no currículo da educação física são propostas estáticas, desvinculando os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem de uma visão holística e integral, negligenciando aspectos de ordem social, cognitiva, afetiva e cultural dos alunos, para uma dimensão tecnicista de ensino, onde predominam os mais habilidosos em detrimento dos menos aptos, sistematizando assim discussões e reflexões acerca do verdadeiro papel de atuação do professor de educação física na escola: Formar atletas para representar a escola ou formar o cidadão para representar a sociedade?
São esses e outros questionamentos que se costuma refletir cotidianamente na tentativa de buscar o real significado/sentido da educação física na escola.
Perspectivas críticas para a Educação Física escolar
A partir de meados dos anos 80 vários estudiosos começaram a divulgar escritos e tendências acerca da educação física na escola, com o intuito de colaborar e contribuir para a abertura de novos modelos que viessem a superar a tradição crítico-esportivo da disciplina. No entanto, há duas perspectivas críticas na formação dos professores, que são de suma importância no trabalho docente em educação física, as que seguem: Crítico-superadora e Crítico-emancipatória, já que são tendências que procurar desmitificar uma educação física escolar, até então voltada ao paradigma supracitado,na tentativa de subsidiar os profissionais da área para uma melhor compreensão sobre a educação física na escola e o qual o seu real objetivo enquanto área de conhecimento.
Perspectiva crítico-superadora
Essa abordagem surge na busca de uma renovação nas práticas de educação física escolar, ao entender que a mesma ainda encontra-se fragilizada e carente de ações transformadoras e reflexivas. Têm seu fundamento na promoção da justiça social, uma vez que as práticas profissionais ainda se limitam ao ensino dos esportes. (SOARES, 1991, p.24) Os conteúdos de ensino são sistematizados na forma de técnicas e de táticas dos considerados fundamentos de alguns esportes, como: o passe, o drible, os arremessos,etc.
Nesse sentido, a educação física têm como meta a busca pelo máximo de rendimento do aluno em detrimento de práticas reflexivas que busquem formar um cidadão crítico e autônomo, ciente de seus direitos e deveres, enquanto sujeito histórico. Em contraposição a este paradigma, Soares (1991, p.26) discorre que a educação física na escola:
Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como forma de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas.
Entretanto, o ensino de educação física sob a ótica crítico-superadora contrapõem-se ao modelo de reprodução sócio-esportivo que ainda é ministrado nas escolas para práticas que visem fortalecer uma reflexão sobre a cultura corporal.
Perspectiva crítico-emancipatória
Essa abordagem questiona a forma como o esporte é ensinado nas escolas e seu processo de aprendizagem, que se dá através de gestos estereotipados, excluindo de tal maneira grande parte dos educandos, por falta de aptidão física para a prática. No entanto, algumas características precisam ser discutidas quando se ensinam esportes nas aulas de educação física. Kunz (2004, p.25) enfatiza que:
Os aspectos que devem ser criticamente questionados no esporte, atualmente, são: o rendimento (para qual rendimento?), a representação (institucional [clube, escola], estadual, nacional), o esporte de tempo livre ( as influências que vêm sofrendo) e o comércio e o consumo no esporte e seus efeitos.
Nesse contexto busca-se um ensino de esportes de forma crítica que direcione para um conceito de esporte inclusivo e participativo dentro da escola, rompendo assim com o esporte institucionalizado e normatizado, abrindo espaços para uma aprendizagem concreta e significativa no âmbito escolar. Sendo assim (KUNZ,2004,p.29) o esporte não necessariamente precisa ser tematizado na forma tradicional, com vistas ao rendimento, mas com vistas ao desenvolvimento do aluno, mas com vistas ao desenvolvimento de competências, como a autonomia e a interação social, que são imprescindíveis na formação de sujeitos livres e emancipados.
Essas duas perspectivas são importantes no processo de formação do professor de educação física, já que abordam questões primordiais para a atuação docente e que se equiparam no sentido de criticarem os modelos atuais de ensino da disciplina, objetivando assim a promoção de práticas significativas no âmbito escolar.
Metodologia
A pesquisa de campo foi realizada, por meio de entrevistas com professores das seguintes escolas: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio de Amontada (dois professores); Escola Estadual de Educação Profissional Luiz Gonzaga da Fonseca Mota (um professor) e a Escola Municipal Cenira Ribeiro Henrique (um professor), na qual foram utilizados os seguintes procedimentos: entrevistas estruturadas e questionários compostos por sete perguntas fechadas e fixas com o propósito de obter-se rapidez e objetividade, tanto durante a coleta de dados, quanto na expressão dos resultados.
Foram entrevistados quatro professores de educação física das escolas supracitadas, onde dois são graduados em educação física e efetivos e dois estão no 7° e 8° períodos do curso de educação física, respectivamente. Os dados coletados foram analisados e interpretados, tendo seus resultados expressos em gráficos.
Resultados e discussões
Gráfico I. Disciplinas com maior dedicação em sua formação acadêmica
Fonte: Pesquisa direta, 2012
Em relação às disciplinas dedicadas na formação profissional, os quatro professores questionados foram unânimes em dizer que se dedicaram à todas as disciplinas acadêmicas, ou seja, 100% estudaram com muito afinco, tanto os assuntos de cunho esportivo, como os de caráter didático-pedagógico, além dos princípios legais que fundamentam a educação/educação física. Afirmam em suas respostas que tiveram uma formação equilibrada, e que souberam aproveitar todas as disciplinas do currículo acadêmico.
Gráfico II. Em relação aos objetivos da educação física na escola
Fonte: Pesquisa direta, 2012
No segundo questionamento, os quatro professores foram indagados sobre qual é o principal objetivo da educação física na escola. Neste item, 100% dos entrevistados evidenciaram que a principal função da educação física na escola é a de ajudar na formação do aluno para a cidadania, ou seja, educá-lo através de práticas corporais, sendo assim um meio para a sua formação enquanto cidadão.
Gráfico III. Os conteúdos que predominam nas suas aulas de Educação Física
Fonte: Pesquisa direta, 2012
Sobre os conteúdos abordados nas aulas, os quatro professores tiveram, ao contrário das anteriores, respostas divergentes. Dos quatro professores entrevistados, 50% responderam que os conteúdos que dominam nas aulas são os esportes, 25% deles replicaram que os jogos prevalecem em suas aulas e 25% responderam que o que dominam as aulas de educação física são as atividades rítmicas e expressivas. Em contraposição, nenhum disse que as lutas estão enquadradas em suas aulas.
Gráfico IV. Questionamento acerca da formação continuada
Fonte: Pesquisa direta, 2012
No tocante à formação continuada dos professores, 75% afirmaram que participam de cursos de pós-graduação e 25% participam de forma freqüente de congressos na área. Nota-se que os professores de educação física tem procurado se atualizar freqüentemente em cursos de especialização e congressos, isto se deve em muito ao crescimento de nossa área de atuação, uma vez que nos últimos anos a educação física tem passado por profundas transformações, embora ainda de forma rudimentar.
Gráfico V. A prática pedagógica empregada nas suas aulas
Fonte: Pesquisa direta, 2012
Na temática inerente a prática pedagógica dos quatro professores, 50% afirmaram usar a corrente crítico-superadora em suas aulas, 25% dão uma maior enfoque na linha crítico-emancipatória e 25% desconheciam a sua prática pedagógica aplicada em sala. Fica evidenciado que existem certas discrepâncias entre as práticas pedagógicas executadas no âmbito escolar. No entanto, todas têm um mesmo objetivo: mudar o paradigma da educação física atual.
Conclusão
O presente artigo teve como finalidade principal a de investigar e analisar a formação do professor de educação física, seus desafios e perspectivas no contexto escolar, na tentativa de elucidar ou esclarecer algumas dúvidas sobre a temática em questão.
Esse trabalho nos mostra o quanto é possível mudar o a trajetória da educação física, pois servirá de suporte para os futuros profissionais de educação física, uma vez que fornece algumas questões relevantes no campo de atuação. Evidenciou-se que o principal objetivo da educação física escolar é o de formar o cidadão em seus aspectos sociais, cognitivos e motores em um processo de correlação, ou seja, uma educação física cidadã, rompendo assim com modelos obsoletos. Apesar de ainda haverem resíduo de práticas ultrapassadas, o que se percebe é uma educação física em transição, e que os resultados aqui obtidos possam preencher, mesmo que forma incipiente, a lacuna existente na educação física escolar.
Verificou-se neste ensaio o quanto é importante uma formação sólida e abrangente do professor de educação física, e que para isso o mesmo têm que de forma constante buscar uma atualização de sua área e de seu ambiente de trabalho, na tentativa de superar desafios e dinamizar o ensino, objetivando assim uma educação física democrática, transformadora e concreta.
Referências bibliográficas
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_______, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, DF: Federação dos professores do estado de são Paulo, 1996.
CATUNDA, Ricardo. O papel do profissional de educação física na sociedade. Curso olimpíada e cidadania, CREF 05, Fasc. 01, set. 2011.
DARIDO, Suraya Cristina. Educação física na escola: Questões e reflexões. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Rio Grande do Sul: Unijuí, 2004.
MOREIRA, Evando Carlos et al. Educação física escolar: Desafios e propostas. São Paulo: Fontoura, 2004.
OLIVEIRA, Vitor Marinho. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 2004.
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SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
SOUZA, João Valdir Alves de. Formação de professores para a educação básica: Dez anos de LDB. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
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Digital · Año 17 · N° 178 | Buenos Aires,
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