Os dilemas do estágio curricular
supervisionado na percepção Los dilemas de la pasantía
curricular supervisada en la percepción de los estudiantes/pasantes |
|||
*Doutor em Educação Doutor em Ciência do Movimento Humano Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (CE/UFSM) Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (CEFD/UFSM) Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (UFSM) **Mestranda em Educação (CE/UFSM) Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (UFSM) ***Mestranda em Educação (CE/UFSM) Especializanda em Educação Física Escolar (CEFD/UFSM) Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (UFSM) ****Especializanda em Educação Física Escolar (CEFD/UFSM) Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física (UFSM) |
Hugo Norberto Krug* Fabiana Ritter Antunes** Carla Prado Kronbauer** Ana Paula Facco Mazzocato*** Verônica Jocasta Casarotto**** veronica_casarotto@hotmail.com (Brasil) |
|
|
Resumo Este estudo objetivou analisar os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado (ECS) na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A metodologia empregada nesta investigação caracterizou-se pelo enfoque fenomenológico sob a forma de estudo de caso com abordagem qualitativa. O instrumento utilizado para a coleta de informações foi um questionário com perguntas abertas. A interpretação das informações foi à análise de conteúdo. Os participantes foram vinte e três (23) acadêmicos do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM, matriculados na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental), no 2º semestre letivo de 2011. Concluiu-se que foi possível identificar vários dilemas do ECS na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM, sendo dezoito (18) relacionados à universidade e quinze (15) relacionados à escola. Unitermos: Educação Física. Formação de professores. Formação inicial. Estágio curricular supervisionado. Dilemas.
Artigo elaborado a partir do projeto de pesquisa denominado “O Estágio Curricular Supervisionado na formação
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
1 / 1
Introduzindo a investigação
Segundo Ilha (2010) a formação inicial de professores e os seus respectivos cursos de graduação passam constantemente por muitas transformações em relação aos diversos aspectos que permeiam a preparação de profissionais para atuarem no ensino básico, superior e demais contextos educacionais. Todo esse processo fundamenta-se nas mudanças que a sociedade também enfrenta, e a educação, assim como os demais elementos que compõem a vida social, não pode permanecer desconectada de seu meio, seja ele macro ou micro social.
Assim, lembramos que em 2002, o Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno (CNE/CP) através da Resolução Nº 01, de 18 de fevereiro (BRASIL, 2002a), instituiu as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de Licenciatura, de graduação plena. E, o seu Artigo Nº 15 (BRASIL, 2002a, p.6) determinou que: “Os cursos de formação de professores para a educação básica que se encontrem em funcionamento deverão se adaptar a esta Resolução, no prazo de dois anos”. A seguir esse mesmo órgão emitiu a Resolução CNE/CP Nº 02, de 19 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002b), que instituiu a duração e a carga horária dos cursos de Licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da educação básica, em nível superior. Dentre outros temas tratados, o seu Artigo Nº 01 determinou:
II- 400 (quatrocentas) horas de Estágio Curricular Supervisionado a partir do início da segunda metade do curso: [...] Parágrafo único. Os alunos que exerçam atividade docente regular na educação básica poderão ter redução da carga horária do Estágio Curricular até o máximo de 200 (duzentas) horas (BRASIL, 2002b, p.1).
Em agosto de 2004, o CNE/CP emitiu a Resolução Nº 02 (BRASIL, 2004b), que adiou o prazo previsto no Artigo Nº 15 da Resolução CNE/CP Nº 01/2002. Conforme o seu Artigo Nº 01 (BRASIL, 2004b), o Artigo Nº 15 da Resolução CNE/CP Nº 01/2002, sofreu alterações, então passou a vigorar com a seguinte redação: “Art. Nº 15. Os cursos de formação de professores para a educação básica que se encontrarem em funcionamento deverão se adaptar a esta Resolução até a data de 15 de outubro de 2005” (BRASIL, 2004b, p.1).
De acordo com Pereira; Moreira e Nista-Picolo (2007) estas Resoluções representaram uma grande mudança na reorganização do ensino superior na área da Educação Física Escolar, porque os cursos de Licenciatura adquiriram legislação própria.
Conseqüentemente a Resolução do CNE/Câmara de Educação Superior (CES) Nº 07/2004 (BRASIL, 2004a) veio colaborar com a formação de professores de Educação Física, quando em seu Artigo Nº 01 destacou a sua função na medida em que instituiu as diretrizes curriculares para o curso de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena, assim como estabeleceu orientações específicas para a Licenciatura plena em Educação Física, nos termos definidos nas diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da educação básica.
Ilha (2010) destaca que a graduação plena se refere ao Bacharelado enquanto que a Licenciatura Plena, à Licenciatura.
Assim, com estas diretrizes as universidades/faculdades/centros universitários deveriam delimitar qual seria o curso a ser (re)configurado, sendo este de Licenciatura e/ou Bacharelado. Não perdendo de vista que este processo contempla também a (re)construção do projeto político-pedagógico do curso, a revisão das práticas docentes, enfim, de todos os aspectos que subsidiam a formação inicial em Educação Física (ILHA, 2010).
A partir de então, a Licenciatura e o Bacharelado em Educação Física são duas formações distintas com intervenções separadas, conforme estabelecido na Resolução CNE/CES Nº 07/2004 (BRASIL, 2004a).
A respeito deste fato, as instituições de ensino superior deveriam (re)configurar os seus antigos cursos de Licenciatura com configuração generalista, definindo se esta seria dividida em Licenciatura e Bacharelado, ou reconstruída conforme as legislações atuais da Licenciatura.
Diante deste cenário voltamos nossos olhares para somente o novo curso de Licenciatura em Educação Física, pois este, na atual legislação, tem como principal objetivo habilitar o futuro professor para a docência na educação básica.
Desta forma, segundo Bernardi et al. (2008a) os cursos de Licenciatura precisam propiciar aos acadêmicos, experiências profissionais que os coloquem frente ao contexto com o qual irão trabalhar futuramente. São situações em que o acadêmico resgata e/ou trás a tona suas experiências com o curso, adquiras através das diferentes disciplinas oferecidas, para embasar e oferecer subsídios para a sua atuação como professor.
Dentre as disciplinas que constam do curso de Licenciatura em Educação Física destaca-se o Estágio Curricular Supervisionado (ECS), por sua relevância na formação do futuro professor, visto que este propicia ao acadêmico um contato com a realidade escolar (BERNARDI et al., 2008b), e com a prática pedagógica da Educação Física Escolar através da vivência de situações concretas da docência, pois tem que organizar o como ensinar, assim como também, desenvolver um processo de reflexão crítica sobre esta sua docência (BERNARDI et al., 2008a).
Neste contexto, a disciplina de ECS deve ser valorizada na grade curricular da Licenciatura, pois, segundo Pinto (2002), o estágio deve funcionar como um eixo norteador dos cursos de formação de professores, orientando o trabalho pedagógico das diferentes disciplinas. Também Pimenta e Lima (2004, p.61) destacam que:
O estágio como campo de conhecimento é eixo curricular central nos cursos de formação de professores, pois possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente, (...) é no processo de sua formação que são concebidas as ações e intenções da profissão que o curso se propõe a legitimar.
Desta forma, no desenvolvimento do ECS, vários aspectos podem ser focalizados, pois “é uma simulação da atuação do professor” (BERNARDI et al., 2008a, p.19) e, neste direcionamento de idéia, particularmente neste momento, voltamos o nosso interesse para algumas questões peculiares do ECS já que, segundo Bernardi et al. (2008a), os estagiários podem ter uma experiência negativa ou positiva da escola e da Educação Física Escolar e este resultado pode levar os mesmos a abraçarem ou não a profissão professor... de Educação Física.
De acordo com reflexões de Santos (2005), existem quatro diferentes categorias que nos ajudam a entender o papel dos estágios na formação inicial de futuro professores. A primeira delas remete-se ao estágio se constituir como responsável pela construção de conhecimentos e tem potenciais possibilidades de contribuir com o fazer profissional do futuro professor. A segunda categoria apresenta o estágio como elemento articulador no currículo do curso de formação de professores, ou seja, como uma trajetória de mão dupla, em que, ao mesmo tempo, o futuro professor se beneficia com o cumprimento do mesmo para conclusão do seu curso e para sua formação, e a universidade, enquanto centro de formação, apropria-se das vivências do estágio de seus alunos para corrigir sua trajetória curricular. A terceira categoria configura o estágio como sendo aquele que, permite elo entre diferentes níveis de ensino, ou seja, possibilita a articulação e parceria entre o ensino superior e ensino básico. Por fim, a quarta categoria expressada pelo autor, é a do estágio como um importante elemento articulador da relação teoria e prática, pois possibilita aos futuros professores uma inserção a realidade, uma aproximação com a prática, contribuindo assim, para a reflexão sobre a profissão docente, bem como para a construção de novos saberes.
Assim, diante do amplo quadro dos cursos de Licenciatura e do Estágio Curricular Supervisionado focamos o nosso interesse investigativo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e, particularmente, no ECS do curso de Licenciatura do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), pois concordamos com o que afirmam Ivo e Krug (2008), de que estudar o quê e quem envolve esta disciplina é tarefa daqueles que se preocupam com uma formação de qualidade para os futuros docentes.
Convém salientar que a atual grade curricular (CEFD, 2005) do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM proporciona o Estágio Curricular Supervisionado I, II e III nos 5º, 6º e 7º semestres do mesmo, realizados respectivamente no ensino médio, nas séries/anos finais do ensino fundamental e nas séries/anos iniciais do ensino fundamental, com carga horária de 120 horas destinada a cada estágio, somando-se a estas 360 horas, mais 45 horas de Seminário em Estágio Curricular Supervisionado, no 8º semestre do curso, totalizando então 405 horas.
Conseqüentemente, considerando-se este contexto originou-se a seguinte questão problemática norteadora deste estudo: quais foram os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM?
A partir deste questionamento estruturou-se o objetivo geral como sendo: analisar os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM.
Desta forma, tornou-se necessário definir ‘dilema’ para que possamos esclarecer melhor o objetivo do estudo. Segundo Luft (2000) dilema significa uma situação embaraçosa com soluções difíceis. Assim, consideramos neste momento dilema como os problemas/dificuldades encontrados no desenvolvimento do ECS.
Do objetivo geral elaborou-se os objetivos específicos para que se compreendesse melhor o intuito desta investigação. Foram eles: 1) Analisar os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado relacionados à universidade na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM; e, 2) Analisar os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado relacionados à escola na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM. Estes objetivos específicos estão fundamentados em Krug (2008) que afirma que os dilemas do ECS em Educação Física apresentam-se relacionados a duas dimensões: 1ª) Os dilemas relacionados à universidade; e, 2ª) Os dilemas relacionados à escola.
Dentro desta perspectiva justificou-se a realização desta investigação na tentativa de compreender os desafios inerentes à docência dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM em situação de ECS. A expectativa foi de que o estudo trouxesse significativas contribuições para a compreensão do fenômeno ECS, e que favorecesse a concretização da melhoria da qualidade da formação inicial de professores de Educação Física.
A metodologia da investigação
A metodologia empregada nesta investigação caracterizou-se pelo enfoque fenomenológico sob a forma de estudo de caso com abordagem qualitativa.
Conforme Triviños (1987, p.125), a pesquisa qualitativa de natureza fenomenológica “surge como forte reação contrária ao enfoque positivista nas ciências sociais”, privilegiando a consciência do sujeito e entendendo a realidade social como uma construção humana. O autor explica que na concepção fenomenológica da pesquisa qualitativa, a preocupação fundamental é com a caracterização do fenômeno, com as formas que se apresenta e com as variações, já que o seu principal objetivo é a descrição.
Para Joel Martins (apud FAZENDA, 1989, p.58) “a descrição não se fundamenta em idealizações, imaginações, desejos e nem num trabalho que se realiza na subestrutura dos objetos descritos; é, sim, um trabalho descritivo de situações, pessoas ou acontecimentos em que todos os aspectos da realidade são considerados importantes”.
Já, segundo Lüdke e André (1986, p.18) o estudo de caso enfatiza “a interpretação em contexto”. Godoy (1995, p.35) coloca que:
o estudo de caso tem se tornado na estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de um contexto de vida real.
De acordo com Goode e Hatt (1968, p.17): “o caso se destaca por se constituir numa unidade dentro de um sistema mais amplo”. O interesse incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente fiquem evidentes estas semelhanças com outros casos ou situações.
O instrumento utilizado para coletar as informações foi um questionário com uma única pergunta aberta, que foi respondido por vinte e três (23) acadêmicos do 7º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física (Currículo 2005) do CEFD/UFSM, matriculados na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III (Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental), no 2º semestre letivo de 2011. Optamos pelo ECS III por este ser o último estágio dos acadêmicos e, portanto, significando a última experiência com a escola na grade curricular do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM. A escolha dos participantes aconteceu de forma espontânea, em que a disponibilidade dos mesmos foi o fator determinante. A identidade dos participantes foi preservada.
A cerca do questionário Triviños (1987, p.137) afirma que “sem dúvida alguma, o questionário (...), de emprego usual no trabalho positivista, também o podemos utilizar na pesquisa qualitativa”. Já Cervo e Bervian (1996) relatam que o questionário representa a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita buscar de forma mais objetiva o que realmente se deseja atingir. Consideram ainda o questionário um meio de obter respostas por uma fórmula que o próprio informante preenche.
Pergunta aberta “destina-se a obter uma resposta livre” (CERVO; BERVIAN, 1996, p.138).
As questões norteadoras que compuseram o questionário estavam relacionadas com os objetivos específicos desta investigação e foram as seguintes: 1) Quais foram os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado relacionados à universidade na sua percepção? e, 2) Quais foram os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado relacionados à escola na sua percepção?
A interpretação das informações coletadas pelo questionário foi realizada através da análise de conteúdo, que é definida por Bardin (1977, p.42) como um:
conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
Godoy (1995, p.23) diz que a pesquisa que opta pela análise de conteúdo tem como meta “entender o sentido da comunicação, como se fosse um receptor normal e, principalmente, desviar o olhar, buscando outra significação, outra mensagem, passível de se enxergar por meio ou ao lado da primeira”.
Para Bardin (1977) a utilização da análise de conteúdo prevê três etapas principais: 1ª) A pré-análise – que trata do esquema de trabalho, envolve os primeiros contatos com os documentos de análise, a formulação de objetivos, a definição dos procedimentos a serem seguidos e a preparação formal do material; 2ª) A exploração do material – que corresponde ao cumprimento das decisões anteriormente tomadas, isto é, a leitura de documentos, a caracterização, entre outros; e, 3ª) O tratamento dos resultados – onde os dados são lapidados, tornando-os significativos, sendo que a interpretação deve ir além dos conteúdos manifestos nos documentos, buscando descobrir o que está por trás do imediatamente aprendido.
Os resultados e as discussões da investigação
Os resultados e as discussões desta investigação foram explicitados e orientados pelos objetivos específicos.
Os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM relacionados à universidade
Segundo Krug (2008) os dilemas do ECS do curso de Licenciatura em Educação Física relacionados à universidade são aqueles relacionados à formação profissional inicial proporcionada pela instituição de ensino superior. Neste sentido, foram salientados pelos acadêmicos estudados os seguintes dilemas relacionados à universidade:
As distorções do currículo do curso, onde constam disciplinas que não são utilizadas enquanto conhecimento trabalhado na EFE (I) – Em relação a este dilema referenciou-se Brancher e Nascimento (2003), que citam a formação inicial em Educação Física como sendo possibilidade de estruturação de conhecimentos teóricos e práticos que subsidiará a intervenção do futuro profissional, desde que durante a elaboração de propostas curriculares se reflita sobre quais conhecimentos são relevantes aos futuros profissionais. Ainda, em relação à construção de um currículo, apontam que é muito importante levar em consideração o panorama sócio-político-econômico-cultural em que este se desenvolverá, pois, esta inter-relação proporciona análises dos elementos que contribuirão para o delineamento da área envolvida. Já, de acordo com Fensterseifer (1998) para obter sucesso no processo de desenvolvimento de um currículo para formação de professores, são necessárias reflexões iniciais no que se refere aos critérios a serem utilizados para sua elaboração. A participação de todos os envolvidos nesta tarefa é essencial para que ele possa ser assumido como responsabilidade de todos, de forma a sistematizar as atividades que constituem o currículo, questionando as experiências vivenciadas como educador e estabelecendo em conjunto as mudanças necessárias;1.
2. Os horários das disciplinas na grade curricular do curso inadequados (I) - A respeito deste dilema citou-se Pimenta e Lima (2004) que afirmam que uma das dificuldades do estágio com que se defrontam os acadêmicos/estagiários é o descompasso entre hábitos, calendário e demais atividades e rotinas da universidade e da escola. Às vezes, a distribuição da carga horária e das disciplinas no currículo dos cursos de Licenciatura obriga o aluno a cursar outras disciplinas, além do estágio, no mesmo período letivo. Isto faz com que a ida à escola ocorra em dias alternados, fragmentando as atividades e as percepções que vinham construindo;
3. A dificuldade de campo de estágio para o curso (I) - Sobre este dilema mencionou-se Paniz (2006) que afirma que o primeiro problema encontrado pelos estagiários de um curso de Licenciatura é a procura por uma escola para realizarem o estágio. Já Lave e Wenger (1991) colocam que a necessidade da aprendizagem profissional que ocorre em espaços reais de exercício, principalmente pela imersão numa comunidade educativa durante o ano letivo é a peça fundamental na formação de futuros professores, e é neste contato que o estagiário conhece os contornos da profissão, tornando-se, pouco a pouco, um integrante desta comunidade educativa, denominada de comunidade prática;
4. A falta de envolvimento dos professores do curso com a escola (I) – Relativamente a este dilema referenciou-se a Santos Júnior e Krug (2011) que destacam que constantemente os professores universitários possuem atividades docentes distanciadas da escola e das questões de ordem pedagógica da Educação Física, fato este originado pela diversificação de áreas de conhecimentos dos cursos de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) que realizaram, o que ainda os impulsionam a fazer pesquisa e extensão distanciados da escola e dos conhecimentos pedagógicos;
5. A falta de articulação entre as disciplinas do curso (I) – Este dilema foi fundamentado em Salgado (1993) que revela que os estágios devem se constituir como eixo norteador da estruturação curricular, programar o estágio de início ao fim do curso e até mesmo estruturar o currículo através de uma seqüência orgânica de estágios. Assim, se indica a importância de os estágios serem ofertados no decorrer dos cursos, superando a idéia de estágio como etapa complementar de aplicação da teoria. No entanto, para que se concretize o estágio como espaço de formação do profissional cidadão é necessário compreendê-lo contextualmente, isto é, a partir do currículo no qual está inserido, que por sua vez, deve ser decorrente da política definida pela instituição para o ensino da graduação. Embora tenha especificidades no que se refere a sua operacionalização, a sua discussão, organização, planejamento só poderá se dar no bojo da proposição dos projetos pedagógicos dos cursos de formação inicial;
6. A falta de articulação das disciplinas do curso com a escola (I) – Em relação a este dilema reportou-se a Zeichner (2010) que coloca que um dos problemas centrais (e também perene) da formação inicial de professores nas faculdades e universidades é a desconexão entre os componentes curriculares acadêmicos e a parcela da formação docente que acontece nas escolas. O autor ainda destaca que embora a maior parte dos programas universitários de formação de professores inclua, agora, múltiplos campos de experiência em toda a sua extensão e situem, geralmente, as experiências de campo em algum tipo de parceria escola-universidade (por exemplo, escolas de desenvolvimento profissional, escolas parceiras), a desconexão entre o que é ensinado aos estudantes nos cursos acadêmicos e suas oportunidades de aprendizagem para levar a termo tais práticas em suas respectivas escolas não raramente é muito grande, inclusive, nas escolas parceiras e nas de desenvolvimento profissional. Citou-se ainda Malaco e Silva (apud IVO; KRUG, 2008) colocam que os acadêmicos de Licenciatura geralmente possuem uma enorme dificuldade de relacionarem os conhecimentos adquiridos durante o curso com a prática pedagógica nas escolas e isto indica a necessidade de revisão da grade curricular dos cursos de Licenciatura em Educação Física;
7. A ausência de trabalho coletivo no curso em relação ao estágio (I) – A respeito deste dilema citou-se Ivo e Krug (2008) que afirmam que existem alguns descompassos entre os docentes, principalmente o distanciamento e a falta de diálogo profissional entre os mesmos, originando a desintegração entre o ECS e as demais disciplinas do currículo, o que afeta diretamente na qualidade da formação dos acadêmicos. Já Pimenta (1995) diz que a responsabilidade pelo estágio ser exclusivamente do professor de Didática ou de Prática de Ensino (geralmente ligados a uma Faculdade de Educação) é um equívoco originado pela falta de comprometimento de todos os professores do curso com a formação dos acadêmicos. Também, segundo Zeichner (2010), deve-se levar em consideração que, embora muitos programas de formação de professores incluam experiências de campo ao longo de seus currículos, o tempo que os futuros professores passam nas escolas com freqüência não é devidamente planejado da mesma forma que se faz com as disciplinas na universidade que possuem currículo técnico. À exceção de algumas tarefas das disciplinas de Metodologias que os estudantes devem contemplar nas escolas, cabe aos estagiários e aos seus respectivos professores regentes a elaboração do seu plano de trabalho sem muita orientação e/ou conexão com as disciplinas da universidade, do que se desprende, rotineiramente, que boas práticas de ensino são antes percebidas do que ensinadas;
8. A falta de definição sobre o que é supervisão do professor universitário (II) – Sobre este dilema mencionou-se Krug (2001) que afirma que estudos revelam que vários elementos interferem no sucesso dos estagiários e entre eles destaca-se a forma como é realizada a supervisão. Ainda destaca que na literatura especializada existe uma certa falta de unidade no entendimento do que é supervisão. Alarcão e Tavares (1987, p.18) definem supervisão como “o processo em que um professor, em princípio, mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional”. Já Cavalheiro et al. (2009) entendem supervisão como uma visão ultradimensionada do olhar do outro sobre o trabalho executado por alguém que supostamente pertence a uma condição menos qualificada, estando, portanto, ligada diretamente à aprovação daquele que observa. De modo generalizado, esta é a concepção que permeia a prática da supervisão do Estágio Curricular, evidenciada pela visita do orientador in loco no momento em que o exercício da prática se efetiva;
9. A falta de orientação do professor universitário (II) – Relativamente a este dilema referenciou-se Pimenta (1995) que diz que embora os professores universitários orientadores de estágio, possuam experiências significativas na área de atuação, ou tenham um grande embasamento teórico, predominam, no geral, o despreparo e até um desconhecimento científico do que seja um processo de ensino aprendizagem. Acrescenta ainda que geralmente os professores ingressam em departamentos que atuam em cursos aprovados, em que já estão estabelecidas as disciplinas que ministrarão;
10. As visitas do professor universitário ao estagiário na escola (II) – A respeito deste dilema inferiu-se que o acompanhamento, por parte do professor orientador do Estágio Curricular, aos acadêmicos estagiários, demonstra claramente a abordagem formativa, como sendo o ensino reflexivo. Deste modo, Vieira (1993) diz que a supervisão no contexto da formação de professores reflexivos, é uma atuação de monitoração sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e experimentação. E, ainda, de acordo com Oliveira e Lampert (2007), quando se acompanha o aluno-estagiário nas orientações da sua prática educativa percebe-se como ele vai construindo sua identidade de projeto, identidade de vida e de professor com caracteres próprios. E, por assim pensar, é que o Estágio Curricular se torna essencial na formação da identidade docente de qualquer aluno de Licenciatura, pois, propicia a este, um momento específico de aprendizagem, de reflexão sobre sua prática profissional;
11. O número excessivo de estagiários sob a orientação/supervisão do professor universitário (II) – Em relação a este dilema reportou-se a Krug (2008) que afirma que o número excessivo de estagiários sob a orientação/supervisão do professor regente da disciplina de ECS é um dilema em que afeta a qualidade do ensino;
12. O modelo de estágio adotado pelo professor universitário (II) – A respeito deste dilema citou-se Wortmann (1996) que destaca que existem três direcionamentos principais, prevalentes ou concomitantes, nos diferentes que caracterizam a história da ECS. São eles: 1) Os enfoques técnico-prescritivos; 2) Os enfoques prático-compreensivos; e, 3) Os enfoques críticos;
13. A falta de conhecimento pedagógico do acadêmico/estagiário (III) – Sobre este dilema mencionou-se Krug (2011) que ao estudar os problemas/dificuldades na prática pedagógica nos Estágios Curriculares Supervisionados I-II-III da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM constatou que um destes problemas/dificuldades é a falta de conhecimento pedagógico do acadêmico/estagiário;
14. A dificuldade de domínio/controle de classe do acadêmico/estagiário (III) – Relativamente a este dilema referenciou-se Silva e Krug (2007) que afirmam que os acadêmicos/estagiários de Educação Física vão tendo dificuldades de domínio/controle de classe à medida que a faixa etária dos alunos diminui. Assim, o fato da dificuldade do domínio de turma, durante o estágio pelo acadêmico, é compreensível porque, conforme Siedentop (1983) a atividade do professor (neste caso do futuro professor) é o objeto do desenvolvimento da competência pedagógica, portanto ela se desenvolve com o exercício da docência;
15. A dificuldade do acadêmico/estagiário de planejar as aulas (III) – Este dilema foi fundamentado por Cavalheiro et al. (2009) que afirmam que a principal dificuldade dos acadêmicos em situação de estágio é relacionar os objetivos da aula com as atividades a serem propostas e desenvolvidas na própria aula. Já Luckesi (1993) destaca que o planejamento é o modo de ordenar a ação tendo em vista fins desejados, tendo por base conhecimentos que dêem suporte objetivo à ação, e se assim não o for, o planejamento será um faz-de-conta de decisão, porque não servirá, em nada, para direcionar a ação. Segundo Piletti (1995) o ato de planejar é uma tarefa difícil, portanto pode ser considerado normal ter-se dificuldades em se elaborar um planejamento de ensino, podendo estas ser de quatro tipos: naturais, humanas, metodológicas e organizacionais. O autor destaca que com o exercício da docência estas dificuldades vão sendo contornadas pelo professor;
16. A dificuldade de adaptação do acadêmico/estagiário à turma de alunos (III) – Em relação a este dilema reportou-se a Paniz (2006) que diz que nem sempre os estagiários são bem recebidos na escola, pois essas parecem não estar preparadas para receberem os estagiários, não os apóiam e os vêem como um estorvo ao trabalho cotidiano da escola. Também, segundo Kolinski e Krug (2011) nem sempre os estagiários são bem recepcionados pelos alunos da turma em que irá estagiar pelos motivos desses já estarem acostumados com o professor titular de Educação Física. Esta situação está em consonância com o colocado por Krug (1996) de que o processo de aceitação entre pessoas supõe uma atitude de escuta e empatia, pois implica em viver junto, em partilhar o cotidiano, a utilização do tempo e do espaço: ouvir, ver e observar, compartilhar e interagir. Segundo Oliveira e Lampert (2007) o ambiente da escola, na maioria dos casos, assusta o estagiário por não corresponder com o espaço idílico que ele imaginava encontrar;
17. A falta de domínio do conteúdo a ser ministrado pelo acadêmico/estagiário (III) – A respeito deste dilema citou-se Lourencetti e Mizukami (2002) que colocam que o não domínio do conteúdo específico da matéria é um dos dilemas dos professores em suas práticas cotidianas. Já, de acordo com Cunha (1992), o professor para trabalhar bem a matéria de ensino tem que ter profundo conhecimento do que se propõe a ensinar. Destaca que o professor que tem domínio do conteúdo é aquele que trabalha com a dúvida, que analisa a estrutura de sua matéria de ensino e é profundamente estudioso naquilo que lhe diz respeito; e,
18. O choque com a realidade escolar do acadêmico/estagiário (III) – Sobre este dilema mencionou-se Onofre e Fialho (1995) que colocam que o choque com a realidade é uma expressão utilizada para se referir à situação pela qual passam os professores no seu primeiro contato com a docência, quando os problemas/dificuldades vividos assumem uma dimensão assustadora, isso é, ocorre um distanciamento entre o ideal e a realidade cotidiana. Entretanto, conforme Krug (2010b), se isso ocorre com professores iniciantes, essa situação também é vivenciada pelos acadêmicos em situação de estágio. E, neste direcionamento, citou-se Pimenta e Lima (2004) que afirmam que um dos primeiros impactos sofridos pelo estagiário é o susto diante das reais condições das escolas e as contradições entre o escrito e o vivido, o dito pelos discursos oficiais e o que realmente acontece. Já Krug (2010a) salienta que o choque com a realidade escolar é um dos fatos marcantes do ECS na percepção dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM.
Assim, neste rol de dezoito (18) dilemas relacionados à universidade enumerados na percepção dos acadêmicos estudados, verificou-se que os mesmos estão em concordância com o colocado por Krug (2008) de que são de três tipos: a) Os dilemas do ECS ligados ao currículo (I); b) Os dilemas do ECS ligados ao professor universitário (II); e, c) Os dilemas do ECS ligados ao acadêmico/estagiário (III). Ainda podemos constatar nesta investigação que são sete (7) dilemas ligados ao currículo, seis (6) dilemas ligados ao acadêmico/estagiário e cinco (5) ligados ao professor universitário.
Os dilemas do Estágio Curricular Supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM relacionados à escola
Segundo Krug (2008) os dilemas do ECS do curso de Licenciatura em Educação Física relacionados à escola são aqueles relacionados à escola palco do desenvolvimento do mesmo. Assim, foram destacados pelos acadêmicos estudados os seguintes dilemas relacionados à escola:
A falta de material destinado às aulas de Educação Física da escola (IV) – Relativamente a este dilema referenciou-se Farias; Shigunov e Nascimento (2001) que destacam que vários estudos realizados em escolas indicam que existe uma falta de materiais para o desenvolvimento das aulas de Educação Física. Além disto, Krug (2004) enfatiza que a falta de materiais disponíveis para a realização das atividades é um fator que interfere negativamente na prática pedagógica dos professores de Educação Física;1.
2. A falta de espaço físico destinado às aulas de Educação Física da escola (IV) – Este dilema foi fundamentado em Farias; Shigunov e Nascimento (2001) que salientam que vários estudos realizados em escolas indicam que existe uma falta de locais, principalmente nas públicas, para as aulas de Educação Física. Além disto, Krug (2004) enfatiza que a de espaços físicos disponíveis para a realização das atividades é um fator que interfere negativamente na prática pedagógica dos professores de Educação Física;
3. A falta de planejamento curricular da disciplina de Educação Física da escola (V) – Em relação a este dilema reportou-se a Pimenta e Lima (2004) que revelam a importância do planejamento, que se revela não apenas como um momento ou evento, mas como uma atividade-eixo, como a espinha dorsal que sustenta e permeia todo o percurso do ensinar e do aprender. Ainda, os mesmos autores salientam a necessidade de que os alunos aprendam com o planejamento a refletir, dialogar criticamente com a realidade que estão inseridos e criar estratégias frente aos obstáculos da prática;
4. Não ter aula da disciplina de Educação Física da escola em dias de chuva (V) - A respeito deste dilema citou-se Krug (2010c) que diz que não ocorrem aulas de Educação Física em dias de chuva em escolas onde o turno de realização das mesmas é no contra-turno das outras disciplinas do currículo escolar e o principal motivo para tal fato é a falta de espaço físico adequado para o desenvolvimento das aulas de Educação Física;
5. O número elevado e/ou baixo de alunos nas turmas da disciplina de Educação Física da escola (V) – Sobre este dilema mencionou-se Darido (2004) que diz que uma das possíveis causas para o número reduzido de alunos à prática da atividade física pode estar relacionada às experiências anteriores vivenciadas nas aulas regulares de Educação Física, pois, muitas crianças e adolescentes acabam não encontrando prazer e conhecimento nas aulas de Educação Física e se afastam da prática na idade adulta;
6. O tempo de duração das aulas da disciplina de Educação Física da escola (V) – Relativamente a este dilema referenciou-se Krug (2010c) que ao estudar “a estruturação organizacional da Educação Física nas escolas com Estágio Curricular Supervisionado I-II-II da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM” constatou que o tempo e duração das aulas de Educação Física apresentam-se de diversas formas, variando de 120 a 50 minutos no ensino médio, de 120 a 45 minutos nas séries/anos finais do ensino fundamental e de 65 a 30 minutos nas séries/anos iniciais do ensino fundamental e que esta variação prejudica a qualidade do ensino;
7. O horário das aulas da disciplina de Educação Física da escola (V) – Sobre este dilema mencionou-se com a aprovação da LDB - Lei Nº 9394/96 (BRASIL, 1996), a Educação Física deixa de possuir características de atividade extracurricular e passa a ser um componente curricular obrigatório em todos os níveis de ensino, com exceção do período noturno e ensino superior, no qual ela passa a ser facultativa. Com esta lei, nas escolas públicas estaduais, as aulas de Educação Física passaram a ocorrer duas vezes por semana, e na maioria dos estabelecimentos de ensino configuradas com as demais disciplinas nos respectivos períodos de aula. De acordo com Souza (2003), os professores da rede estadual de ensino admitem que a inclusão da Educação Física no período, junto com as demais disciplinas, proporcionou uma aproximação entre as demais e abriu à possibilidade de se trabalhar a interdisciplinaridade. Porém, o mesmo autor relata que, segundo a Secretaria Estadual de Educação, a existência de unidades de ensino que trabalham a Educação Física em turno inverso das demais disciplinas, pode caracterizar a falta de unidade metodológica, podendo causar o desvinculamento da Educação Física do projeto pedagógico da escola;
8. A ausência de trabalho coletivo na disciplina de Educação Física da escola (V) – Em relação a este dilema reportou-se a Marcondes (1997) que afirma que nas escolas existem professores que desenvolvem suas atividades de modo isolado, isto é, professores da mesma escola, trabalhando no mesmo turno e na mesma série, que mantém pouco, ou nenhum contato entre si;
9. A desmotivação do professor de Educação Física da escola (VI) – A respeito deste dilema citou-se Araújo (2005) que diz que os professores se sentem desmotivados, por inúmeros fatores, possuem sim, de fato, uma grande carga de trabalho, considerando inclusive, as atribuições e responsabilidades na família, que somadas acarretam para a saúde algumas repercussões: sobrecarga psicológica, fadiga física, tempo insuficiente para lazer, para descanso, horas de sono e alimentação, gerando assim uma desmotivação constante;
10. A falta de planejamento do professor de Educação Física da escola (VI) – Este dilema foi fundamentado em Montiel (2010) que destaca que na atualidade os acadêmicos dos cursos de Licenciatura em Educação Física desenvolvem o ECS em escolas, as quais não possuem, muitas vezes, conteúdos programáticos rígidos, muitos professores e, até mesmo os estagiários, podem fazer escolhas do que querem desenvolver nas aulas. Canfield (1996) diz que o planejamento é a pedra fundamental, a razão de ser de todo o trabalho pedagógico consciente, é o que orienta o professor em sua caminhada pedagógica em busca da aprendizagem de seus alunos. Salienta ainda que a falta de um planejamento produz uma ação acéfala, isso é, sem objetivos;
11. A falta ou pouca orientação para o estagiário do professor de Educação Física da escola (VI) – Relativamente a este dilema referenciou-se Ferreira e Krug (2001) que sugerem que deva acontecer um maior comprometimento do professor de Educação Física da escola para com o acadêmico/estagiário. Já segundo Neuenfeldt (1998) é necessário estabelecer um compromisso entre os estagiários e as escolas que os recebem, pois deve haver uma troca de experiências, um trabalho conjunto e jamais se deve permitir que os professores de Educação Física abandonem suas turmas para os estagiários. Entretanto, de acordo com Zeichner (2010), é muito comum que os professores regentes, com os quais os estudantes trabalham durante a sua passagem pela escola, saibam muito pouco sobre a especificidade das disciplinas de metodologia e fundamentos que seus estagiários completaram na universidade. Assim, raramente os estagiários têm oportunidade de observar, experimentar e receber uma resposta pontual sobre como ensinam e aplicam os métodos aprendidos na universidade. Ainda que as práticas advogadas nas disciplinas na universidade existam nas salas de aula em que os estagiários lecionam, eles não têm necessariamente acesso ao pensamento e ao processo decisório de seus tutores que, usualmente, são mal remunerados pelo complexo e difícil trabalho que se espera que façam para orientar os estagiários;
12. Os atestados médicos apresentados pelos alunos (VII) – Sobre este dilema reportou-se a Gambini (apud DARIDO, 2004), que procurou, em um de seus estudos, verificar a opinião dos alunos dispensados sobre a prática da Educação Física na escola. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos não participa das aulas e pede dispensa por motivos de trabalho; em seguida, os alunos apontam para a falta de material e o desinteresse dos professores; a minoria afirma se afastar das aulas por problemas de saúde. Tais dados mostram a ineficiência do ensino formal em manter a motivação dos alunos, e, o descontentamento pelas aulas ocorre na opinião dos alunos porque elas deveriam ser diferentes e mais atrativas. Enfim, de acordo com o exposto os principais fatores de exclusão dos alunos nas aulas de Educação Física são os conteúdos realizados nas aulas, principalmente relacionado aos esportes, as metodologias adotadas pelos professores que privilegiam apenas o esporte durante as aulas, sendo utilizado de forma rotineira e inadequada tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, muitas vezes sem um planejamento adequado realizados pelos professores nas aulas;
13. A falta às aulas pelos alunos (VII) – Em relação a este dilema mencionou-se Ilha; Cristino e Krüger (2006) que destacam que nos últimos anos existe um expressivo número de alunos que se desobrigam da freqüência às aulas de Educação Física na escola, principalmente no ensino médio. Os autores constataram que essa infreqüência está fortemente influenciada pelo turno inverso com que as aulas são realizadas que associada à atuação deficiente do professor de Educação Física da escola, detonam, sobremaneira, o esvaziamento das aulas pelos alunos;
14. A indisciplina dos alunos (VII) - A respeito deste dilema citou-se Mattos e Mattos (2001) que dizem que os alunos não são mais dóceis e cooperativos como antes. Já Aquino (1996) destaca que, há muito tempo, os distúrbios disciplinares dos alunos deixaram de ser um evento esporádico e particular no cotidiano das escolas brasileiras, para se tornarem, talvez, um dos maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais. Também, para o autor, está claro, que a maioria dos educadores não sabe como interpretar e administrar o ato indisciplinado. Para Jesus (1999) a indisciplina dos alunos integra todos os comportamentos e atitudes perturbadoras, inviabilizando o trabalho que o professor deseja desenvolver; e,
15. As deficiências motoras dos alunos (VII) – Sobre este dilema mencionou-se Ilha e Krug (2012) que dizem que os professores de Educação Física têm enormes dificuldades de trabalhar com as diferenças individuais dos seus alunos e que esse fato é originado de uma deficiente formação inicial.
Assim, neste rol de quinze (15) dilemas relacionados à escola enumerados na percepção dos acadêmicos estudados, podemos verificar que os mesmos estão em concordância com o colocado por Krug (2008) de que são de quatro tipos: a) Os dilemas do ECS ligados à infra-estrutura da escola palco de desenvolvimento do mesmo (IV); b) Os dilemas do ECS ligados à disciplina de Educação Física da escola palco do desenvolvimento do mesmo (V); c) Os dilemas do ECS ligados ao professor de Educação Física da escola palco de desenvolvimento do mesmo (VI); e, d) Os dilemas do ECS ligados aos alunos da escola palco de desenvolvimento do mesmo (VII). Ainda podemos constatar nesta investigação que são dois (2) dilemas ligados à infra-estrutura da escola palco de desenvolvimento do mesmo, seis (6) dilemas ligados à disciplina de Educação Física da escola palco do desenvolvimento do mesmo, três (3) dilemas ligados ao professor de Educação Física da escola palco de desenvolvimento do mesmo e cinco (5) ligados aos alunos da escola palco de desenvolvimento do mesmo.
Conclusão: uma possível interpretação da investigação
Pela análise das informações obtidas concluiu-se que foi possível identificar vários dilemas do Estágio Curricular Supervisionado na percepção dos acadêmicos/estagiários da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM, sendo dezoito (18) relacionados à universidade e quinze (15) relacionados à escola.
O que mais chamou à atenção foi a “capacidade de percepção” dos acadêmicos/estagiários sobre os dilemas que atuam sobre o ECS, bem como que estes dilemas não são “novos” e sim que já por algum tempo aparecem na literatura especializada e que, portanto, as “novas diretrizes curriculares” implantadas pela legislação nacional aos cursos de Licenciatura, em particular na Educação Física, não alteraram significativamente o quadro de dilemas anteriormente existentes nesta disciplina.
Neste sentido, mediante a este quadro, de um enorme rol (33) de variados dilemas, sendo ligados tanto à universidade quanto à escola, inferiu-se que é necessário repensar a “conexão” entre as disciplinas da formação inicial de professores de Educação Física na universidade, bem como suas relações com as escolas para as quais estes acadêmicos, futuros professores, estão sendo preparados, pois o modelo de formação tradicional centrado na universidade e distante e desconectado da escola está em pleno esfacelamento. Para Darling-Hammond (apud ZEICHNER, 2010) a falta de conexão entre a formação na universidade e o campo da prática é o “calcanhar de Aquiles” da formação de professores.
Assim, para este repensar visando à superação dos dilemas do ECS do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM sugeriu-se o caminho apontado por Krug (2008) que destaca as seguintes perspectivas para o estágio pedagógico: 1ª) A superação das culpabilidades, isto é, deve-se compreender a realidade para poder transformá-la e o ponto de partida é o seguinte questionamento: quais são os determinantes desta realidade? 2ª) Admitir que o ECS é marginal ao curso, isto é, ele não é o eixo central da Licenciatura do CEFD/UFSM, e para retirá-lo desta situação deve-se não mais deixá-lo no ostracismo, deve-se sim trazê-lo para o centro das discussões e ações; 3º) Admitir que o ECS é também desenvolvido fora dos muros da universidade, isto é, o estágio pedagógico também segue normativas das escolas e, como conseqüência a universidade deve ter uma organização administrativa que leve em conta a escola; e, 4ª) Compreender o ECS em duas dimensões: 1) A do aprender a profissão (no caso do estagiário); e, 2) Como formação continuada (no caso do professor da escola), isto é, o estágio pedagógico faz parte da formação do estagiário e do professor da escola, e que em virtude disto deve-se estabelecer um diálogo e parceria entre universidade e escola.
Diante desta complexidade da formação inicial, particularmente do ECS, e da prática profissional fica nítido que precisa-se dialogar sobre esta referida complexidade para poder-se superá-la. Assim, destaca-se que neste diálogo, uma idéia mais uma idéia, não é igual a duas idéias, mas uma nova idéia. E, neste sentido, fica óbvio que precisamos partir da idéia de (re)significação do ECS. Desta forma, sugere-se uma agenda aglutinadora para este diálogo: 1º) O estágio deve ser um espaço de vivência e investigação; e, 2) É preciso pensar o estágio a partir dos projetos formativos das instituições e contextos envolvidos. A partir daí, o ECS poderá ser visto com novos olhos, em novas dimensões, e assim ser palco de (re)significações. Neste direcionamento de idéia, Pimenta e Lima (2004) destacam que em levantamento realizado com os acadêmicos ao final do estágio, considerando os desafios e as dificuldades nele vividas consideram urgente a necessidade de uma parceria mais viva e eficaz entre a universidade e a escola e de reestruturação do estágio como disciplina dos cursos de Licenciatura.
Para finalizar, sugere-se a realização de investigações mais aprofundadas sobre a formação inicial dos professores de Educação Física e em particular sobre o Estágio Curricular Supervisionado, pois este momento é muito importante para uma formação de qualidade.
Referências
ALARCÃO, I.; TAVARES, I. Supervisão da prática pedagógica: uma perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Livraria Almedina, 1987.
ARAÚJO, T.M. Diferenciais de gênero no trabalho docente e repercussões sobre a saúde. Ciência. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.11, 2005.
AQUINO, J.R.G. Apresentação. In: AQUINO, J.R.G. (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. p.7-8.
BARDIN, L. Tradução de Luis Antero Neto e Augusto Pinheiro. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BERNARDI, A.P.; CRISTINO, A.P. da R.; IVO, A.A.; ILHA, F.R. da S.; KRUG, H.N. Formação inicial: a disciplina de Prática de Ensino como meio de experimentar a Educação Física Escolar. In: KRUG, H.N.; KRÜGER, L.G.; CRISTINO, A.P. da R. (Orgs.). Os professores de Educação Física em formação. 1. ed. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2008a. p.14-21. (Coleção Formação de Professores de Educação Física; v.4).
BERNARDI, A.P.; CRISTINO, A.P. da R.; IVO, A.A.; ILHA, F.R. da S.; KRUG, H.N. A Prática de Ensino no processo de formação inicial em Educação Física. In: KRUG, H.N.; KRÜGER, L.G.; CRISTINO, A.P. da R. (Orgs.). Os professores de Educação Física em formação. 1. ed. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2008b. p.28-31. (Coleção Formação de Professores de Educação Física; v.4).
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 01, de 18 de fevereiro de 2002. Instituiu as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores de educação básica em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF, 18 de fevereiro de 2002a.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 02, de 19 de fevereiro de 2002. Instituiu a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da educação básica em nível superior. Brasília, DF, 19 de fevereiro de 2002b.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES Nº 07, de 31 de março de 2004. Instituiu as diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Brasília, DF, 31 de março de 2004a.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 02, de 27 de agosto de 2004. Adiantamento do prazo previsto no Art. N°15 da Resolução CNE/CP N° 01/2002, que instituiu as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF, 27 de agosto de 2004b.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
BRANCHER, E.A.; NASCIMENTO, J.V. do. Estruturação da prática pedagógica dos professores do curso de graduação em Educação Física: um estudo de caso. In: NASCIMENTO, J.V. do; LOPES, A.S. (Orgs.) Investigação em Educação Física: primeiros passos, novos horizontes. Londrina: Midiograf, 2003.
CANFIELD, M. de S. Planejamento das aulas de Educação Física: é necessário? In: CANFIELD, M. de S. (Org.). Isto é Educação Física! Santa Maria: JtC Editor, 1996. p.21-32.
CAVALHEIRO, L.; CONTREIRA, C.B.; FLORES, P.P.; KRÜGER, L.G.; KRUG, H.N. Formação inicial: a opinião dos acadêmicos sobre alguns elementos da prática pedagógica vivenciados na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado. Boletim Brasileiro de Educação Física, Brasília, n.73, p.1-8, fev./mar., 2009.
CEFD. Projeto político-pedagógico. Disponível em http://www.ufsm.br/cefd. 2005.
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CUNHA, M.I. O bom professor e sua prática. 2 ed. Campinas: Papirus, 1992.
DARIDO, S. C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.18, n.1, p.61-80, jan./mar. 2004.
FARIAS, G.O.; SHIGUNOV, V.; NASCIMENTO, J.V. Formação e desenvolvimento profissional de professores de Educação Física. In: SHIGUNOV NETO, V. (Org.). A formação profissional e a prática pedagógica: ênfase nos professores de Educação Física. Londrina: O Autor, 2001. p. 9-23.
FAZENDA, I. (Org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989.
FENSTERSEIFER, A. Avaliação da aprendizagem no ensino superior. Florianópolis, Editora UFSC, 1998.
FERREIRA, F.F.; KRUG, H.N. A reflexão na Prática de Ensino em Educação Física. In: KRUG, H.N. (Org.). Formação de professores reflexivos: ensaios e experiências. Santa Maria: O Autor, 2001. p. 33-42.
GODOY, A.S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.35, n.3, p.20-29, mai./jun. 1995.
GOODE, L.; HATT, K. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968.
ILHA, F.R. da S. O curso de Licenciatura em Educação Física e os desafios da formação profissional: o processo de ensinar e aprender a docência, 2010. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010.
ILHA, F.R.S.; CRISTINO, A.P.R.; KRÜGER, L.G. A evasão dos alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física. Biomotriz, Cruz Alta, n.4, p.15-31, 2006.
ILHA, F.R. da S.; KRUG, H.N. Os dilemas da docência de professores iniciantes de educação Física Escolar. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE PROFESSORES PRINCIPIANTES E INSERCIÓN PROFESIONAL A LA DOCÊNCIA, III, 2012, Santiago. Anais, Santiago (Chile), 2012. p. 1-7.
IVO, A.A.; KRUG, H.N. O Estágio Curricular Supervisionado e a formação do futuro professor de Educação Física. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.13, n.127, p.1-18, diciembre, 2008. http://www.efdeportes.com/efd127/a-formacao-do-futuro-professor-de-educacao-fisica.htm
JESUS, S.N. de. Como prevenir e resolver o stress dos professores e a indisciplina dos alunos? Lisboa: ASA, 1999.
KOLINSKI, G. da S.; KRUG, H.N. Os Estágios Curriculares Supervisionados I-II-III da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM: um relato de experiência docente. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.15, n.154, p.1-13, marzo, 2011. http://www.efdeportes.com/efd154/os-estagios-curriculares-supervisionados-experiencia-docente.htm
KRUG, H.N. A reflexão na prática pedagógica do professor de Educação Física, 1996. Dissertação (Mestrado em Ciência do Movimento Humano) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1996.
KRUG, H.N. Ensino reflexivo: uma alternativa para a Prática de Ensino e para a formação profissional em Educação Física. In: KRUG, H.N. (Org.). Formação de professores reflexivos: ensaios e experiências. Santa Maria: O Autor, 2001. p.33-42.
KRUG, H.N. Rede de auto-formação participada como forma de desenvolvimento do profissional de Educação Física, 2004. Tese (Doutorado em Ciência do Movimento Humano) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.
KRUG, H.N. Dilemas e perspectivas do Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física. In: Palestra proferida no I Seminário de Educação Física Escolar (SEFE), realizado em Santa Maria, 2008.
KRUG, H.N. Os fatos marcantes do Estágio Curricular Supervisionado na percepção dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.14, n.142, p.1-15, marzo, 2010a. http://www.efdeportes.com/efd142/estagio-curricular-supervisionado-na-percepcao-dos-academicos.htm
KRUG, H.N. Os percursos de transformações de licenciandos em Educação Física do CEFD/UFSM: as percepções sobre as fases do Estágio Curricular Supervisionado, 2010. Relatório de Pesquisa (Artigo Não Divulgado) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010b.
KRUG, H.N. A estruturação organizacional da Educação Física nas escolas com Estágio Curricular Supervisionado I-II-III da Licenciatura do CEFD/UFSM: um diagnóstico da realidade dos acadêmicos-estagiários. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.15, n.149, p.1-12, octubre, 2010c. http://www.efdeportes.com/efd149/educacao-fisica-nas-escolas-com-estagio-curricular-supervisionado.htm
KRUG, H.N. Os problemas/dificuldades na prática pedagógica nos Estágios Curriculares Supervisionados I-II-III na percepção dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.16, n.158, p.1-11, julio, 2011. http://www.efdeportes.com/efd158/os-problemas-na-pratica-pedagogica-em-educacao-fisica.htm
LAVE, J.; WENGE, E. Situated learning: Legitimate peripheral participation. Cambridge University Press, 1991.
LOURENCETTI, G. do C.; MIZUKAMI, M. do G.N. Dilemas de professores em práticas cotidianas. In: MIZUKAMI, M. da G.N.; REALI, A.M. de M.R. (Orgs.). Aprendizagem profissional da docência: saberes, contextos e práticas. São Carlos: EdUECar, 2002. p.49-59.
LUCKESI, C.C. Planejamento em geral e planejamento de ensino. Revista da FAEEBA, n.2, p.147-152, 1993.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
LUFT, C.P. MiniDicionário Luft. São Paulo: Ática/Scipione, 2000.
MARCONDES, M.I. O papel pedagógico político do professor: dimensões de uma prática reflexiva. Revista da Educação ABC, n.104, p.35-44, 1997.
MATTOS, A.M. de A.; MATTOS, C.M. de A. O trabalho docente: reflexões sobre a profissão professor. Revista Presença Pedagógica, Belo Horizonte, v.7, n.41, p.69-73, set./out., 2001.
MONTIEL, F.C. Os Estágios Curriculares Supervisionados nos cursos de Licenciatura em Educação Física do Rio Grande do Sul: impacto das 400 horas, 2010. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010.
NEUENFELDT, D.J. Educação Física Escolar: expectativas e formação dos acadêmicos do curso de Educação Física da UFSM, 1996. Relatório de Pesquisa (Estágio Profissionalizante em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1996.
OLIVEIRA, M.O.; LAMPERT, J. O estágio curricular como campo de conhecimento e suas especificidades no ensino das artes visuais. In: FREITAS, D. S.; GIORDANI, E. M.; CORRÊA, G. C. Ações educativas e Estágios Curriculares Supervisionados. Santa Maria: Editora da UFSM, 2007. p.13-31.
ONOFRE, M.S.; FIALHO, M. Diagnóstico dos problemas da prática pedagógica em Educação Física: o caso dos professores estagiários. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO DESPORTO DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA, IV, 1995, Coimbra. Anais, Coimbra: Universidade de Coimbra, 1995. p.EF-45.
PANIZ, C.M. O diário da prática pedagógica e a construção da reflexividade na formação inicial de professores de Ciências Biológicas da UFSM, 2006. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2006.
PEREIRA, R.S.; MOREIRA, E.C.; NISTA-PICOLO, V.L. O impacto das novas diretrizes curriculares nacionais na formação de professores de Educação Física. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a. 12, n. 110, p. 1-10, 2007. http://www.efdeportes.com/efd110/formacao-dos-professores-de-educacao-fisica.htm
PIMENTA, S.G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
PIMENTA, S.G.; LIMA, M.S.L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004.
PINTO, F.M.A. Prática de Ensino nos cursos de formação de professores de Educação Física. In: VAZ, A.F.; SAYÃO, D.T.; PINTO, F.M. (Orgs.). Educação do corpo e formação de professores: reflexões sobre a Prática de Ensino. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. p. 13-44.
PILETTI, C. Didática geral. 19. ed. São Paulo: Àtica, 1995
SANTOS, H.M. O estágio curricular na formação de professores: diversos olhares. 28ª Reunião Anual da ANPED, Caxambu, MG, 2005.
SANTOS JÚNIOR, S.L. dos; KRUG, H.N. Professor universitário de Educação Física: discutindo suas características científico-pedagógicas e formativas. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.15, n.152, p.1-11, febrero, 2011. http://www.efdeportes.com/efd153/professor-universitario-de-educacao-fisica.htm
SALGADO, J. Os estágios e o processo de construção da ética e da cidadania. In: ENCONTRO ESTADUAL DE ESTÁGIOS, II, 1993, Curitiba. Anais, Curitiba: Coordenadoria Geral de Estágios/Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1993.
SIEDENTOP, D. Developing teaching skills Physical Education. Ohio: Mayfield Publish Company, 1983.
SILVA, M.S. da; KRUG, H.N. Os sentimentos satisfação e insatisfação dos professores de Educação Física. Revista Digital Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, a.12, n.115, p.1-8, diciembre, 2007. http://www.efdeportes.com/efd115/satisfacao-e-insatisfacao-dos-professores-de-educacao-fisica.htm
SOUZA, N. P. de. A educação física escolar no Estado de Goiás e a formação continuada de professores-realidade e perspectiva. Campinas, SP: UNICAMP, 2003. Dissertação de Mestrado em Educação Física - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2003.
TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VIEIRA, F. Supervisão: uma prática reflexiva de formação de professores. Rio Tinto (Portugal): Edições ASA, 1993.
ZEICHNER, K. Repensando as conexões entre a formação na universidade e as experiências de campo na formação de professores em faculdades e universidades. Revista Educação, Santa Maria, v.35, n.3, p.479-504, set./dez., 2010.
WORTMANN, M.L.C. As diferentes direções e dimensões da Prática de Ensino nos currículos das licenciaturas. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, VIII, 1996, Florianópolis. Anais - Volume I, Florianópolis: UFSC/UDESC, 1996. p. 351-353.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires,
Agosto de 2012 |