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Esporte e sociedade: a construção de valores 

na prática esportiva em projetos sociais

Deporte y sociedad: la construcción de valores en la práctica deportiva en proyectos sociales

 

*Licenciatura em Educação Física Unisinos

Especialista em Psicologia do Esporte e do Exercício Físico

**Psicólogo do Esporte. Doutor em Salud

y Deporte Universidad de Cádiz

***Psicóloga. Doutora em Psicologia PUCRS

Professora do Mestrado em Inclusão Social e Acessibilidade

Curso de Especialização em Psicologia do Esporte e do Exercício Físico

Universidade Feevale

Esp. Éderson Alexandro Bickel*

Prof. Dr. Márcio Geller Marques**

Profa. Dra. Geraldine Alves dos Santos***

geraldinesantos@feevale.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Na sociedade atual, a sociabilização entre pessoas de todas as partes do mundo gera a ocorrência de diversos valores, tanto bons quanto ruins. Tais valores são também vivenciados no esporte e transferidos para a sociedade. O presente estudo aborda a construção de valores na prática do esporte no Programa Segundo Tempo. Método: Pesquisa de delineamento qualitativo realizado com 10 professores integrantes do Programa Segundo Tempo, através de entrevista semiestruturada. A Análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin, a partir da qual elaboraram-se as categorias: Valores do Esporte para a sociedade, diferentes formas de trabalhar os valores no esporte e o modo como o governo se apropria do esporte na construção da sociedade. Resultados: Valores vivenciados no esporte são transmitidos para a sociedade, como o trabalho em grupo, a inclusão, o respeito às regras, através de conversas e reflexões sobre as vivências das aulas. Deste modo, o governo deve proporcionar projetos e programas sociais que sejam realizados a longo prazo, fazendo com que, todos tenham a oportunidade de participar. Considerações finais: A construção de valores continua sendo fundamental para uma sociedade mais justa e fraterna, oportunizando que crianças e jovens possam vislumbrar um futuro melhor e mais digno, sendo participantes da sociedade brasileira e não apenas expectadores.

          Unitermos: Valores. Sociedade. Esporte. Programa social.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    No cotidiano, nos mais diferentes pontos de encontro de sociabilidade dos espaços esportivos, tanto públicos (escolas, parques, praças) quanto privados (academias, escolinhas de esportes, ginásios), a prática esportiva produz uma série de valores no seu contexto. Liderança, trabalho em equipe, respeito às regras, são alguns exemplos de valores que são vivenciados, muitas vezes indiretamente, quando há a intervenção de algum profissional de Educação Física, com a intenção de provocar a produção destes valores nos participantes da atividade física.

    Neste contexto, os programas e projetos sociais são fundamentais na construção da cidadania, da criação de oportunidades para crianças e jovens excluídos, criando assim, uma perspectiva de futuro melhor. Possibilitar que crianças e jovens vivenciem atividades esportivas, pedagógicas, alimentação balanceada, e, acima de tudo, o direito de poder brincar e se divertir, se sociabilizar com demais crianças, criar vínculos de amizade, afastando-as e as conscientizando do perigo das drogas, são alguns dos objetivos dos projetos sociais oferecidos por governos e instituições.

    A pesquisa abordou um tema complexo, que é a discussão dos valores na sociedade e na educação. Um tema subjetivo, com alta relevância, principalmente para a educação, que, juntamente com a família e instituições religiosas são responsáveis pela formação de nossas crianças, do caráter, da percepção de valores na sociedade. Através de entrevista semiestruturada com professores do Programa Segundo Tempo da cidade de Taquara realizou-se um estudo de delineamento qualitativo, com o objetivo de compreender como são percebidos os valores no esporte e na Educação Física na visão destes professores.

A contribuição do esporte na sociedade

    O esporte possui um grande potencial de socializar indivíduos das mais diferentes classes, religiões, gêneros, entre tantas outras diferenças presentes na nossa sociedade. Através de uma partida de futebol na rua, de um jogo de vôlei na escola, um jogo de basquete na praça, pessoas se relacionam, fortalecem amizades, criam vínculos mesmo sem nunca terem se visto. A importância da prática esportiva em nossa sociedade vai além dos benefícios na saúde física do homem. “É possível perceber-se o desenvolvimento das relações socioafetivas, a comunicabilidade, a sociabilidade, ajustando socialmente esse homem ao meio que vive” (BURITI, 2001, p.49). Não importa se for uma competição, uma brincadeira ou parte da aula de Educação Física, a socialização com os demais está intimamente ligada ao jogo. Mesmo sendo um esporte individual, o praticante se relacionará, competirá com outros participantes, dividirá tristezas e alegrias.

    A sociabilidade, ou seja, a troca de vivências, enriquece nossa vida, nos faz enxergar para além de nós mesmos. Ajudar um companheiro, desafiarmos nossos limites, superar obstáculos, são alguns dos acontecimentos vivenciados durante a prática esportiva. Mas, infelizmente, em muitos centros urbanos estas vivências estão cada vez mais raras, por diversos fatores: violência, falta de espaços adequados, trabalho infantil ou na adolescência, como também, a presença do mundo virtual na sociedade de hoje, que afasta as crianças de atividades esportivas para deixá-las horas em frente ao computador em jogos, redes sociais e sites de relacionamento. “Nos tempos de crises culturais a imagem do homem é a primeira a ficar abalada. O homem sente-se perdido e em perigo” (SANTIN, 1993, p. 20).

    Mas esta realidade não pertence somente às crianças e aos adolescentes. Os adultos também, na sua grande maioria, leva uma vida sedentária, sem tempo para o esporte. Divide-se o tempo com a família, o trabalho, tarefas domésticas, enfim, uma infinidade de obstáculos para a inserção do esporte na vida das pessoas. Até mesmo as amizades e as famílias são prejudicadas neste estilo de vida. As pessoas possuem pouco tempo para conversar, para brincar, se conhecerem melhor, se divertirem juntas. Como refere Santin (1993) nesse contexto de conflitos, de correrias, de falta de tempo e de perplexidades diante de si mesmo, o homem inicia uma reflexão sobre os valores na sua vida. As pessoas passaram a conviver mais com seus colegas de trabalho do que com sua própria família. É normal encontrarmos famílias em que a criança passa o dia na escola ou na creche, os pais trabalham o dia inteiro, muitas vezes, até a noite, almoçam e jantam fora, fazendo de sua casa uma pousada, onde a visitam somente para dormir, e no outro dia, começam a rotina novamente. Para se viver nesta desgastante sociedade moderna, Buriti (2001) ressalta a importância da atividade física e do lazer para aliviar as tensões do cotidiano, pois promovem diversos benefícios, favorecendo tanto a saúde física, como mental.

    E todas estas atividades e compromissos presentes no dia a dia do ser humano influenciam extremamente sua vida, tendo como consequência o trabalho e seus colegas como, em muitas situações, sua primeira casa e família. Bauman (2001) relata que os compromissos, as tarefas e o trabalho de hoje, são obstáculos para as oportunidades de amanhã, o agora é a palavra chave, o imediatismo dita a velocidade do mundo. Não se dá mais o tempo necessário para os resultados aparecerem, eles devem ser imediatos, raramente existe a fase do amadurecimento. No esporte esta realidade também está presente, como na profissão de treinador de alguma equipe, nos atletas de rendimento, nas categorias de base de clubes, entre tantos outros exemplos.

    O esporte em nossa sociedade se manifesta de diferentes formas e em diferentes espaços. Para compreendermos melhor o fenômeno esportivo e de que forma ele é praticado nos dias de hoje, Tubino (1996) classificou-o nas seguintes dimensões: esporte-educação, esporte-lazer e esporte de rendimento. Através das dimensões acima citadas, o esporte é capaz de produzir a socialização de seus participantes que aprenderão, e consequentemente, reproduzirão valores e desvalores na sua prática. O esporte-lazer, como coloca Tubino (1996) é diferente do esporte educacional ou de rendimento. Ele é autônomo, livre, sem a obrigatoriedade da participação do indivíduo ou do dever de cumprir metas e títulos. Sua participação não será avaliada com notas, números, recordes, classificação ou risco de eliminação ou nenhuma outra forma de pressão ao participante. O esporte acontece de forma despretensiosa, com o único intuito de lazer, de prazer pela atividade física, por objetivos próprios, e não postos por outros, como o professor, o treinador ou a torcida. O esportista por lazer é o seu próprio treinador, o seu próprio professor e torcida. Ele dita as regras de qual esporte realizará hoje, de como será sua performance, sendo ele também o criador de suas metas e objetivos.

    No esporte educacional, a ação deve proporcionar aos seus participantes, bem-estar e interesse pela atividade. Somente a obrigatoriedade de participar da aula ou do treino, não trará efeito educativo para seu praticante. Desde as aulas na escola, nos projetos sociais, o esporte deve proporcionar a construção de valores, do caráter dos alunos, de respeito às individualidades dos demais participantes. Se o professor não percebe esta importância, pode ele ser responsável por tornar a Educação Física um verdadeiro trauma para alunos que tenham algum problema de convívio social, ou até mesmo, criar algum empecilho. Direção, equipe pedagógica e professores têm nas mãos a responsabilidade de fazer com que o aluno sinta-se acolhido na sua escola, em sua turma. Os professores de Educação Física ainda trabalham com questões relacionadas ao convívio em grupo, respeito às regras, resolução de atritos e desentendimentos durante jogos e atividades coletivas, limites dos outros e os seus, solidariedade, trabalho em grupo, desafios, disputas, etc.

    Muitas vezes, os professores precisam tomar atitudes que são de responsabilidade da família, uma educação de moral, de princípios, de valores, que deveriam ser responsabilidade da família, mas como muitas vezes ela se encontra ausente ou descomprometida com a educação, professores precisam fazer o papel de pai e mãe na escola. “À Educação escolar têm sido atribuídas funções complementares na sociedade, que lhe retiram sua essencialidade e a transformam em instrumento de múltiplas funções, impedindo-a de compor sua tarefa central” (RODRIGUES, 1992, p. 55). Quando a missão de construir valores não é exercida pela família, cabe à escola preencher este vazio nas crianças. “A família pode ser considerada um dos principais responsáveis pela iniciação da criança na prática esportiva. Porém, ela pode servir tanto como elemento facilitador quanto complicador para a permanência nessa prática” (MARQUES, KURODA, 2000, p.130). Existem pais que apoiam seus filhos, entendem suas limitações e seu tempo de amadurecimento no esporte, mas também há pais que não reconhecem o esporte como aprendizado, reclamam da performance de seu filho, xingam o juiz, questionam o professor ou treinador. Se os pais tomarem o exemplo dos pais compreensivos, Marques (2000) afirma que a família contribui para o desenvolvimento de motivações, autoestima e construção de valores, e auxilia no processo de construção de identidade da criança.

    Outro grande problema é a questão da competição envolvendo jogos escolares. Os professores precisam entender que os jogos são uma forma de socializar os estudantes, que são momentos de diversão e, principalmente, de aprendizado. Caso isso não aconteça, corremos o risco de tornarmos estas competições em legítimos campos de batalha, ambientes de exclusão, de supervalorização da vitória, do vexame de uma derrota por não saber perder, da humilhação, assim por diante. Neste sentido, Marques (2003) comenta que os campeões são os mais bajulados, já os derrotados, mesmo que tenham conseguido a segunda colocação, ficam somente com aquilo que sobrou de prestígio. Situação pior ainda sofre aquele que sequer foi relacionado para a equipe. Este se torna invisível, motivo de brincadeira para a turma ou excluído para outras atividades, pois somente os melhores, os mais habilidosos fazem parte das equipes. Relacionando as equipes profissionais com as equipes escolares, Santin (1993) comenta que as delegações de equipes esportivas só são reconhecidas quando voltam com medalhas. Devemos nos perguntar até quando a minha felicidade é saudável vendo o adversário derrotado, humilhado ou desiludido por se achar perdedor. Será que não conseguimos encontrar formas que todos saiam vitoriosos ou pelo menos ninguém saia com o sentimento de derrota? Será que precisamos ter sempre vencedores e perdedores ou podemos valorizar prioritariamente a integração e a participação de todos? Assim como uma vitória pode marcar a vida de um jovem para o resto de sua vida, uma derrota, um erro, uma eliminação pode ser causa de um trauma para o resto da vida deste jovem, bem como um afastamento para sempre do esporte.

A educação de valores

    O esporte pode intervir na realidade da sociedade ao demonstrar que, durante um jogo ou uma aula, todos são iguais. Existe a autoridade no jogo, o juiz ou o professor que faz cumprir as regras e, no restante, todos os participantes são iguais, ganhando aquele que souber ser mais habilidoso, mais inteligente, o que treinou com mais dedicação e não por ter alguma vantagem fora do jogo, tornando o jogo desigual. Rubio (2001) comenta que na Europa e nos Estados Unidos o esporte está sendo reconhecido, não só como uma atividade saudável para quem compete, mas principalmente porque o esporte está sendo visto como uma oportunidade de engajamento das pessoas na reflexão e na discussão sobre os valores e as relações sociais.

    Dentro da quadra todos estão igualados em condições. Devemos ensinar que é saudável competir, querer ser melhor, mais veloz, mas também é importante ajudar o outro a criar possibilidades para ele também ser o melhor, mais habilidoso e ainda, que juntos possam ser melhores. “Desse modo, o esporte não só proporciona formação social e educacional como também contribui para a formação do caráter” (MARQUES, 2003, p. 24). Devemos instigar nos nossos alunos, a cooperação, o trabalho em grupo, para que, assim como existe o desejo de ser melhor, que também exista o desejo de ajudar o outro a ser melhor. Na história da sociedade, Beresford (1999) relata que até o final da Filosofia antiga, o termo valor é associado à ideia do bem, porque se considerava que o conhecimento da verdade levava à virtude. Com o passar do tempo, valor é associado à ideia de Deus, como o supremo ou Sagrado Bem, onde todos os outros valores se encontram ou emanam, como, dentre todos os demais, a verdade, a beleza, etc. Nos dias atuais, o termo valor possui o seguinte significado:

    ¿Qué son los valores humanos? Son los principios que fundamentan la conciencia humana. Están presentes en todas las religiones y filosofías, independientemente de raza, sexo y cultura. Son inherentes a la condición humana. Los valores humanos dignifican la conducta humana y amplían la capacidad de percepción del ser como conciencia luminosa que tiene, en el pensamiento y en los sentimientos, su manifestación palpable y verificable. Unifican y liberan a las personas, de la pequeñez del individualismo, enaltecen la condición humana disolviendo prejuicios y diferencias. (MARTINELLI, 2004, p. 16).

    A preocupação de promover uma educação para valores, rejeitando qualquer ato que leve a uma situação de desconstrução dos seus alunos como seres humanos deve ser prioridade para qualquer educador ou órgãos e empresas que tem como objetivo a educação. “Os valores morais são a base de uma determinada sociedade e se radicam nos mores ou normas que a sociedade estabeleceu” (MOSQUERA, STOBÄUS, 1984, p. 59). Um exemplo desta preocupação se percebe no regulamento dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Sul (JERGS) de 2011, onde a Secretaria de Educação do estado apresenta a seguinte justificativa para os jogos:

    Justifica-se a execução dos JERGS, por proporcionarmos aos alunos da rede pública escolar a prática do desporto educacional e, com esta prática, reforçamos a sua cidadania, direcionando-os à construção de um mundo melhor, livres de qualquer tipo de discriminação e dentro do espírito de compreensão mútua, fraternidade, solidariedade e cultura da paz, dando continuidade ao processo pedagógico vivenciado nas escolas. Com os JERGS, pretende-se levar a todos os participantes a construção de valores, conceitos, respeito a si próprio e ao outro e, principalmente, a vivência de realidades diferentes daquelas de seu cotidiano (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2011, p. 1).

    Através do esporte podemos trabalhar o relacionamento do aluno com os demais do seu time, do time adversário, trabalhar como reagir após uma vitória ou uma derrota, ensinando o aluno a respeitar o sofrimento dos jogadores adversários, bem como o direito do outro time de festejar sua vitória. Podemos refletir a importância do trabalho em grupo, do pensar no coletivo, não somente em si. Como diz Beresford (1999), os valores são qualidades subjetivas e ideais que correspondem a tudo aquilo que for apropriado a satisfazer as necessidades humanas. Trabalhar a dedicação pela sua equipe, o respeito às regras, o jogo limpo, um universo dentro do esporte que o aluno pode levar para sua vida fora da escola o que ele aprendeu na aula ou no jogo vivenciado.

    Estes valores podem construir como podem desconstruir o ser humano para a vida em sociedade. Beresford (1999) lembra que a mesma coisa, a mesma situação pode ser boa para uma pessoa e ruim para outra. Desejar possessivamente uma vitória, prejudicar o outro para ter vantagem no jogo, mentir para ganhar uma jogada, são situações que vão construindo uma série de desvalores como a desonestidade, a ganância, o individualismo. Desvalores que acabam desvirtuando os alunos para o mundo. Ao perceberem que ganham uma vantagem por serem desonestos, violentos ou individualistas, aplicarão consequentemente estes mesmos métodos nas suas vidas sociais. Mesmo que a princípio não ganharemos nada a mais em sermos honestos em um lance, não sendo violentos em um jogo, “sabemos que deve-se fazer o bem, ainda que com desvantagem” (BERESFORD, 1999, p. 50). Somente assim daremos sentido às nossas palavras quanto aos valores, quando incorporarmos eles em nossas vidas, quando eles fizerem parte do meu ser, dentro e fora da escola. Aí teremos êxito na educação de nossos alunos frente aos valores que norteiam a sociedade e o mundo como um todo.

    Muitas vezes os professores incentivam seus alunos ou a torcida incentiva os atletas a serem desonestos, violentos durante o jogo, ou xinga-se o juiz quando ele marca corretamente um lance contra nosso time. Estamos contaminados pela busca incessante pela vitória, pelo prêmio, pelo título. Santin (1993) diz que as premiações, a medalha e o troféu viciam as pessoas. Muito mais, a premiação pode desvirtuar toda e qualquer atividade humana, não só escolar. “Assim, a competição leva a criança a invejar os vencedores, a desprezar os perdedores e a suspeitar de todas as pessoas” (MARQUES, 2003, p. 25).

    Tudo passa a ser pensado em função do prêmio ou da recompensa. Para consolidar este pensamento, comenta Brandão: “Sob esse enfoque, o professor de Educação Física tende a conferir maior atenção aos alunos considerados talentosos e, em alguma medida, exclui aqueles que não se enquadram nesse padrão” (BRANDÃO, 2003, p. 23). Esta exclusão e preconceito sofrido por muitos alunos considerados ruins ou não talentosos causam reações e mudanças de comportamento dentro e fora da escola. Baixa autoestima, falta de confiança em si mesmo e isolamento são algumas das consequências de atitudes que desmoralizam o aluno. Assim também acontece quando o aluno traz situações de exclusão, de preconceitos ou de frustrações vividas fora da atividade física. Na hora de realizar a atividade, ele se sentirá menos confiante, menos capaz de realizar as tarefas, assim também, pode-se perceber um descontrole emocional. Daolio (2001) comenta que é neste sentido que se tem proposto uma Educação Física Plural, defendendo que ela esteja ao alcance de todos, sem discriminar os menos hábeis, os baixinhos, os que usam óculos ou as meninas.

Método

    O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa de delineamento qualitativo e descritivo. Minayo (2001) nos relata que a pesquisa qualitativa responde às questões particulares e significativas. Ela trabalha com uma realidade que não pode ser quantificada ou transformada em números. A pesquisa se preocupa com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um ponto mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

    Foi realizada uma entrevista semiestruturada com 10 (dez) professores do Programa Segundo Tempo da cidade de Taquara, Rio Grande do Sul. Conforme o site do Ministério do Esporte:

    O Segundo Tempo, como programa estratégico do governo federal, tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2012, p.1).

    Este programa se constitui em oferecer às crianças de 07 (sete) aos 17 (dezessete) anos, atividades esportivas e pedagógicas no turno inverso da escola, 3 (três) vezes por semana. O questionário foi entregue em dezembro de 2011, último mês do programa na cidade de Taquara. Todos os professores foram informados previamente sobre os objetivos do estudo, leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Apresentação e análise dos resultados

    Segundo o método, a análise de conteúdo “aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2003, p. 38). A autora evidencia que o método “funciona por operações de desmembramento do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos analógicos” (p. 153). Nesse processo da análise de conteúdo de Bardin, depois de sucessivas leituras (leitura flutuante), as categorias foram levantadas, elaboradas e elencadas com base no referencial teórico, emergindo três categorias: Valores do esporte para a sociedade, diferentes formas de trabalhar os valores no esporte e o modo como o governo se apropria do esporte na construção da sociedade.

Valores do esporte para a sociedade

    Atualmente, a grande maioria dos professores concorda que o esporte pode ser uma ferramenta importante para transformar a sociedade. “É quase incalculável o benefício que o esporte proporciona à sociedade”, como diz um professor entrevistado para este estudo, enquanto que outro relata que “crianças ocupadas e longe da violência e da drogadição, o esporte vira uma ferramenta muito importante”. Na realidade em que vivemos nos dias atuais, realizar uma atividade esportiva contribui para esquecermos os problemas, nos afastar dos vícios, bem como, melhorar nossa saúde. Como dizem Tubino e Costa, “[...] o esporte como lazer mostra-se como uma atividade utilitária, capaz de transformar as tensões cotidianas da vida urbana, não assimiláveis pelo organismo, em situações de bem estar, melhorando as condições de saúde” (TUBINO, COSTA, 1995, p. 33).

    As crianças e os adolescentes são influenciados de diversas formas na sociedade, pela internet, televisão, amigos, família, religião, entre tantas outras formas que contribuem para a formação de seu caráter, de sua índole, assim “também o esporte moderno pode ser interpretado como instituição ‘disciplinadora’ do corpo” (BRACHT, 2005, p. 46). Corroborando com a ideia de que vários fatores influenciam na construção do ser humano, Chaves (2004) ressalta a importância de ficarmos atentos com os valores transmitidos para os nossos jovens. Devemos proporcionar-lhes uma reflexão crítica sobre aquilo que lhes é passado, pois os valores são introjetados e podem contribuir para a construção de sua identidade, personalidade e do cidadão crítico ou alienado e passivo na sociedade, ou seja, um sujeito participativo ou um mero expectador da sociedade em que vive.

    Porém, para que o esporte possa ser utilizado como meio de intervenção social, os participantes da pesquisa ressaltam que os projetos precisam ocorrer de forma integral, devem ser à longo prazo, e não uma política que mude à cada troca de governo. Ressalta-se também o envolvimento da escola aliada ao esporte, trabalhando valores, questões como o cumprimento de regras, a sociabilização dos envolvidos, bem como a inclusão social através do esporte. Segundo Chaves (2004) a escola deve adotar uma posição crítica e reflexiva em relação aos valores que são transmitidos aos seus alunos, seja de forma explícita ou implicitamente, visando sempre os aspectos construtivos e positivos ao invés de desvalores que ferem a moral, a ética e a estética.

    Um dos maiores benefícios que o esporte proporciona é a transmissão das experiências de dentro do esporte para a sociedade. Como diz um dos professores entrevistados: “Os valores ajudam as pessoas. O perder e ganhar, trabalho em equipe, respeito com os demais”. Outro participante ressaltou que os valores são transmitidos, tanto os positivos como os negativos. Bracht (1997) comenta que a socialização das pessoas se dá através da internalização de valores e das normas e regras de conduta da sociedade em que pertence e convive com os demais integrantes.

    Tanto nas grandes cidades como nas pequenas, é comum vermos pessoas de todas as faixas etárias praticando esportes em diversos locais, sejam calçadões, parques, campinhos de terra, e até mesmo a rua vira palco de esporte, como o futebol e o skate. A grande maioria dos professores entrevistados acredita que deveria haver mais espaços esportivos, conforme o relato: “Não tem espaço suficiente, pois as crianças precisam do esporte no seu dia a dia, para a melhoria da saúde, dentro da escola e até em projetos sociais, como o Segundo Tempo”. Deste modo podemos questionar: Quais são os interesses que movem o Estado a promover a organização esportiva? “Os motivos são: ‘integração nacional’, ‘educação cívica’, ‘preservação da saúde da população’, ‘melhora da qualidade de vida’, ‘oferecimento de oportunidades de lazer’, etc.” (BRACHT, 2005, p. 70).

    Ocorrem casos também em nossas cidades de haver bons espaços para a prática esportiva, mas não se disponibilizar alguém que possa dar uma boa orientação, o que acaba sendo também um risco. Pessoas utilizam academias ao ar livre, praticam corrida, pedalam, criam escolinhas de futebol, tudo sem orientação de um profissional de Educação Física. Um dos professores entrevistados corrobora com esta ideia ao fazer a seguinte colocação: “Acredito ser o suficiente, basta ter bons gestores e professores além de capacitados, também interessados na causa social”.

Diferentes formas de trabalhar os valores no esporte

    Para que os valores sejam respeitados e vivenciados na nossa sociedade, eles devem ser instigados pelos agentes formadores: pais, professores, autoridades. Na escola, em específico, nas aulas de Educação Física ou em projetos esportivos, bastante utilizado é o trabalho em grupo, a inclusão, a conversa depois das atividades, feedback, até mesmo a construção de cartaz pelos alunos, conforme o relato do professor entrevistado. Chaves faz uma bela reflexão ao questionar e responder o papel da Educação Física na formação de seus alunos.

    Como a Educação Física pode colaborar na conscientização dos alunos frente aos contravalores inseridos no contexto social? No papel de educadores devemos atentar para a formação de uma atitude crítica por parte dos alunos visando à reflexão frente aos valores que nos são oferecidos ou impostos. Devemos ser agentes dessa função no sentido de não reproduzirmos um sistema que aliena e aniquila o indivíduo, sob a égide da competitividade e do individualismo (CHAVES, 2004, p. 1).

    Outro professor comenta como trabalha a questão dos valores em suas aulas: “Sim, são trabalhadas situações de ajuda mútua, participação, respeito, disciplina, tudo para criar um bom cidadão”. A resposta deste entrevistado remete à transferência dos valores no esporte para a sociedade, uma vez que, através das aulas deste professor, as atividades são realizadas “[...] para criar um bom cidadão”. Seguindo o raciocínio de criarmos bons cidadãos, Chaves (2004) nos alerta para o perigo dos contravalores (ou desvalores):

    A violência, os preconceitos, as desigualdades, as discriminações e, enfim, os contravalores estão presentes no cotidiano e são amplamente divulgados pela mídia. Porém cabe a escola a função precípua de resistir e mostrar os valores realmente positivos que devem ser introjetados pelos alunos na construção de cidadãos críticos e participativos na sociedade (CHAVES, 2004, p. 3).

    A educação de valores tem como papel fundamental, formar o seu aluno para as diversas situações de sua vida. Através da Educação Física, pode-se trabalhar questões no esporte, na participação de atividades e brincadeiras que arremeterão para questões sociais. A honestidade em uma saída de bola, saber brincar sem roubar, jogar sem violência, são pontos que podem ser trabalhados pelo professor e, desta forma, relacionar estas situações que ocorrem durante a atividade com a vida de cada um. Chaves (2004) alerta que se a escola não se manifestar de forma antagônica a determinados desvalores passados aos alunos e ficar submissa e submetida à outros interesses que não tenham cunhos educativos, desvia-se da sua função prioritária de formar o cidadão íntegro, ético e consciente de suas ações. Do mesmo modo que o professor deve instigar seus alunos para a construção de valores que contribuirão para uma vida em sociedade de seus alunos, ele deve também estar atento quando desvalores começam a aparecer nas atividades durante sua aula. Chaves (2004) diz que frente à crise de valores, a escola se encontra em uma árdua tarefa de contestar essa situação caótica, trabalhando a vivência dos valores e das boas atitudes, por muitas vezes, na contramão da realidade social na qual vivemos. Caso se perceba que um aluno está tentando enganar o juiz, sendo violento ou sendo individualista, cabe ao professor intervir na atividade e apontar o modo certo de agir.

    O jogo em si, é uma ótima estratégia para se refletir as combinações, o respeito aos interesses do grande grupo, do agir dentro de uma equipe. Brandão salienta que: “para que haja o jogo, é preciso respeitar as regras, e respeitá-las significa atender ao que é permitido e ao que é proibido” (BRANDÃO, 2003, p. 36). Para poder participar da atividade, o indivíduo deve entender que precisa respeitar as regras que organizam o jogo, necessariamente precisa ouvir os demais participantes, como também, entender que não está sozinho, ele é somente mais um dentro do jogo.

    Quando um indivíduo faz parte de um grupo ou turma, é normal ocorrer opiniões diferentes e diversas formas de agir, podendo ocasionar atritos ou choques de opinião. “Uma escola democrática é aquela que compreende e permite o conflito, e que é capaz de administrá-lo. Nesse sentido, não se desenvolve nela atos que abafam ou eliminam as diferenças existentes” (RODRIGUES, 1992, p. 61). A escola, os programas e projetos sociais devem proporcionar as discussões, as disputas, deve ensinar aos seus alunos a convivência com as diferenças do outro. Os alunos devem saber que são ao mesmo tempo, iguais e diferentes uns dos outros, e que, estas diferenças contribuem para a nossa sociedade, pois teremos alguns melhores no esporte, outros em diferentes áreas, e assim, formaremos nossas famílias, nossos locais de trabalho, nossos grupos de amigos, nossas escolas.

    Um cuidado que devemos ter, principalmente nas equipes esportivas, é a preocupação com a exclusão de alunos que não são os melhores, ou os aptos a fazerem parte do time, da turma ou da escolinha. Muitas vezes, priorizamos aqueles que jogam melhor, os que são escolhidos por primeiro e acabamos ajudando ainda mais na exclusão destes alunos chamados ruins que, já sabem que são inferiores aos outros, são escolhidos por último e, ainda por cima, o professor não se preocupa com estes sentimentos.

    Assim, diante do estabelecimento de padrões de sucesso como alvo maior, por exemplo, os alunos considerados “não-talentosos” e, conseqüentemente, excluídos das aulas de Educação Física, tornam-se muitas vezes reconhecidos pelos jargões pejorativos, transformando-se em motivo de piada. Esses jovens viram alvo de chacota dos demais colegas, e isso faz da Educação Física um fardo pesado para eles, gerando desinteresse pela prática de qualquer atividade física, tanto no presente, como no futuro (BRANDÃO, 2003, p. 23).

    Podemos entender o porquê de muitas vezes, pessoas não procurarem realizar alguma atividade física na sua vida adulta, ou terem dificuldade para participar de algum jogo coletivo. Durante anos na escola, foram motivo de reclamações, xingamentos, piadas e risos por jogarem durante as aulas ou nos recreios da escola. Eram escolhidos por último por falta de opção e sentem-se oprimidos por ter que participar da atividade e assim, perdem a vontade de participar para brincar ou para se divertir, pois a atividade tornou-se para eles, motivo de sofrimento e constrangimento.

O modo como o governo se apropria do esporte na construção da sociedade

    Na opinião de alguns professores entrevistados, o Governo não está fazendo o suficiente, ou se está, o faz à curto prazo. Um entrevistado relatou que “no papel eles garantem tudo perfeitamente, mas na prática, os projetos elaborados por eles não funcionam corretamente”. Outro foi mais enfático ao dizer que “o governo está sempre em débito com a sociedade”. Já alguns professores relataram que o governo está fazendo o suficiente, através de programas como o Segundo Tempo, Mais Educação, entre outros, mas que também depende dos gestores destes programas. Na opinião de outro professor, “o Governo está fazendo e fará muito mais”, relatando uma boa perspectiva quanto à programas que tem o foco na área social.

    Unanimidade entre as respostas dos professores entrevistados, o Programa Segundo Tempo é construtor de valores. Como diz um deles: “O encaminhamento a ser dado é a permanência destas políticas com o objetivo de, além de construir, fazer com que estes valores sejam ainda mais internalizados pelos praticantes, a fim de incorporar pelo aluno estes valores para a sociedade brasileira”. Santin (1993) relata que todo esforço para se construir um mundo novo e mais justo só terá êxito se conhecer o seu sistema de valores que o inspira e, para haver mudança, precisa-se construir uma nova proposta de sistema de valores. Somente assim se passará do discurso para a prática.

    Um dos entrevistados aponta que: “[...] o empenho, cobrança, fiscalização e a cooperação é falha demais. O Governo Federal monta bons projetos, mas as cidades que decidem empregar esses projetos pensam mais na verba do que nos valores que podem ser passados para os alunos”. Outro entrevistado lembra-se do compromisso do professor: “O Programa é bem estruturado na sua organização física. Porém, como sempre, cabe aos profissionais atuantes diretamente com as crianças saber inserir estes conteúdos atitudinais em suas aulas.” Como refere Silva (1988), já está mais do que na hora de nos preocuparmos com os valores em nossa prática educativa.

Considerações finais

    Através da pesquisa realizada podemos concluir que o esporte, tanto para alunos, atletas, praticantes por lazer, quanto para professores e técnicos, influencia a vida de cada praticante positivamente pelo bem social, psicológico e pela saúde física. Os aprendizados vivenciados no esporte são transferidos para a sociedade, com o incentivo do Governo através de programas federais que utilizam o esporte para incluir crianças e jovens na sociedade, exercendo sua cidadania, trabalhando valores, assim como, políticas públicas que utilizam o esporte como meio de intervenção social.

    A partir de uma boa elaboração da aula, o professor ou treinador, pode dar atenção especial através da intencionalidade educativa à contribuição social da atividade esportiva para seus alunos e atletas. Através da reflexão de todos que praticam atividades físicas, seja na escola, no lazer ou em competições, pode-se valorizar aspectos que favoreçam o bom convívio entre os participantes do esporte. Para isso, professores e gestores de programas educativos devem estar atentos à suas aulas, seus projetos, para que garantam que uma boa educação seja elaborada.

    Sociabilizar crianças e jovens, incluí-los na sociedade, construir uma consciência sobre o perigo e os malefícios das drogas, promover a construção de valores na vida destes alunos, são tarefas importantes de professores na busca de um futuro melhor para nossas crianças. Através de programas, projetos à longo prazo, bem gerenciados e fiscalizados, podemos construir uma sociedade mais justa e fraterna, com o empenho de professores que se dediquem pela causa social, assim como os gestores destes programas, com a participação de nossos governantes.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires, Agosto de 2012  
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