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Orientações para um estilo de vida ativo

Orientaciones para un estilo de vida activo

 

Graduado em Educação Física pela

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Técnico Nível Superior. Secretaria Nacional de

Esporte de Alto Rendimento, SNEAR, ME

Wagner Barbosa Matias

wagneruesb@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          A prática de exercícios físicos constitui um comportamento fundamental para a melhoria da saúde em qualquer faixa etária, indivíduos fisicamente ativos tendem a apresentar menos mortalidade e morbidade pelas doenças degenerativas. O estilo de vida ativo produz uma série de benefícios para os indivíduos. Assim, o objetivo deste estudo foi refletir acerca da produção científica entorno do estilo de vida ativo e as orientações para a prática regular dos exercícios físicos. Ao final deste estudo acredita-se que a atividade física orientada por um professor de educação física associada a outros comportamentos positivos podem prevenir uma série de doenças.

          Unitermos: Exercícios físicos. Estilo de vida ativo. Prevenção

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

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Introdução

    Percebe-se nos últimos anos que a sociedade passou por uma série de modificações, advindas do avanço tecnológico substituiu o trabalho humano por máquinas, sacrificando algumas formas de movimento do homem, causando assim, uma diminuição no gasto energético das atividades do cotidiano dos indivíduos.

    Pitanga (2004) confirma que na contemporaneidade está ocorrendo uma redução na morbidade e mortalidade por doenças infecciosas, sendo segundo ele, fruto dos benefícios da revolução tecnológica, mas essa transformação tem levado a um estilo de vida menos ativo, ou seja, as pessoas estão com maior risco para terem doenças crônico-degenerativas devido aos comportamentos assumidos com a nova era industrial.

    Concomitantemente com isso percebe-se atualmente nas pessoas um interesse maior pelas atividades físico-esportivas nos momentos de lazer. Vê-se uma crescente mobilização da comunidade em busca de espaços livres-parques, ruas, avenidas...). A prática de atividade física constitui um comportamento fundamental para a melhoria da saúde em qualquer faixa etária, indivíduos fisicamente ativos tendem a apresentar menos mortalidade e morbidade pelas doenças degenerativas (SILVA apud CDC, 1996). O sedentarismo que já é considerado uma questão de saúde pública não está associado apenas com doenças, mas também com alto custo econômico para o Estado.

    A atividade física pode ser diferenciada de exercício físico definindo-se a primeira mais como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior que os níveis de repouso (CASPERSEN et al apud GUISELINI, 2004), e exercícios como uma subcategoria atividade física-repetitiva, planejada e estruturada, que tem como objetivo a manutenção e melhoria de um ou mais componentes da aptidão física (CASPERSEN et al apud FECHIO, 1997). Neste trabalho estaremos utilizando esses conceitos indistintamente.

    Diversos estudos publicados na área têm confirmado a necessidade de adotar um estilo de vida fisicamente ativo para combater problemas tão comuns nos dias hoje, como: obesidade, hipertensão arterial, câncer de colo, osteoporose, coronariopatia, asma entre outras. Com isso empresas, governos e indivíduos estão buscando desenvolver programas para modificar comportamentos em relação à atividade física.

Estilo de vida ativo

    Nos comportamentos diários das pessoas percebem-se hábitos positivos e negativos que afetam diretamente a saúde. Os comportamentos negativos estão estreitamente relacionados às principais causas de morte da atual sociedade, a hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e o câncer (NAHAS, 2003; FARIAS JUNIOR, 2004).

    CDC apud MATSUDO et al (2002) aponta que “mais de dois milhões de mortes por ano podem ser atribuídas a inatividade física, em função da sua repercussão no incremento de doenças crônicas não transmissíveis”. Percebe-se que apesar de estarmos vivendo um momento de acréscimo na expectativa de vida, encontra-se nos bastidores um aumento das DCNT's e outras doenças vindas das condutas nocivas a saúde. Com isso, confirma-se que o estilo de vida sedentário pode proporcionar danos para o indivíduo e conseqüentemente para a saúde.

    Considera-se um indivíduo sedentário aquele que tenha um estilo de vida com um mínimo de atividade física, equivalente a um gasto energético inferior a 500 kcal por semana (NAHAS, 2003: 34). Somente nestas ultimas décadas que estudos epidemiológicos vêm confirmando a associação benéfica entre um estilo de vida ativo e um melhor padrão de saúde, tanto para o ser individual como para o social-isso porque a pratica da atividade física pode representar investimentos do Estado em outros setores deficitários.

    Podemos destacar dentre os fatores de risco elencados acima, os que mais vem influenciando as DCNT's e/ou a mortes no mundo são os fatores que podem ser modificados. Como coloca NAHAS (2003:21) “[...] os maiores riscos para a saúde e o bem estar, tem origem no próprio comportamento individual”.

    O estilo de vida é algo bastante amplo que engloba desde a alimentação das pessoas, até as suas escolhas pessoais: profissão, consumo de cigarros, drogas ilícitas, bebidas alcóolicas, condições de trabalho..., como forte influência das decisões pessoais, o indivíduo possui grande responsabilidade sobre o seu bem estar.

    A atividade física regular moderada é uma das formas mais simples para interferir no estado de saúde do indivíduo e para mantê-la em um bom estado. Ela- atividade física- ajuda a prevenir e controlar as DCNT’s. O nosso organismo necessita de um mínimo de esforço para manter bem suas funções, a prática de atividades físicas é um grande mecanismo de combate aos males dos avanços tecnológicos. Um estilo de vida ativo exerce uma forte influencia no estado de saúde das pessoas, e isso só depende delas. Os hábitos saudáveis precisam ser buscados e conquistados no dia-a-dia pela população, tornando cada vez mais ativos fisicamente e politicamente para cobrar políticas publicas decentes que visem possibilitar estilos de vida saudáveis.

Exercícios físicos e parâmetros de prescrição

    Para que a realização dos exercícios se torne eficaz independente do meio onde realiza deve se ter em mente alguns pressupostos que deveram auxiliar a tomada de decisões quanto a freqüência semanal, a duração e a intensidade dos exercícios , pois todo individuo tem objetivos, características e condicionamento físico próprios. Estudos da ACSM tem sido utilizado mundialmente como parâmetro de prescrição levando em consideração os requisitos citados acima presentes nas sessões de treinamento.

    Com relação ao componente freqüência semanal é recomendado a realização de exercícios físicos entre 3 à 5 dias na semana, pois pesquisas tem demonstrado que a pratica de exercício em freqüência semanal maior que cinco dias tem mostrado benefícios mínimo e também pode elevar a incidência de lesões osteo-articulares nas extremidades inferiores. Já os indivíduos que exercitam em um número menor que três dias por semana podem não ser suficientes para promover alterações significativas com relação a promoção de saúde exceto seja pessoas com capacidades funcionais inferiores a 3 mets ou pacientes pós ambulatório (ACSM, 2003).

    No que se refere a duração o American College of Sports indica que em relação as atividades aeróbicas as sessões deve transcorrer entre 20 a 60 minutos de forma continua ou se preferir intermitentes através de sessões mínimas de 10 minutos. A duração do exercício deve ser aumentada continuamente com passar do tempo até que objetivo seja alcançado. O aumento na duração dele deve ser feita a medida que o individuo se adapta ao treinamento.

    Para prescrição da intensidade dos exercícios deve ser utilizado como parâmetro a freqüência cardíaca máxima ou consumo Maximo de oxigênio (VO2 máx).A intensidade dos exercícios segundo Pitanga (2004) deve está entre 40 à 85 do VO2 máx ou 60 à 90 da freqüência cardíaca máxima. Os exercícios numa intensidade maior podem causar lesões osteo-articulares e cardíacas em caso contrario (intensidade abaixo da faixa recomendado) retardar o alcance dos benefícios ou até mesmo não se alcançar alteração alguma ocasionada pela prática de exercício. As intensidades destes exercícios aeróbicos deverão ser prescritas com base na duração das sessões devido as mesmas serem inversamente relacionada durante um trabalho de endurance portanto quando a atividade é de baixa intensidade a duração deverá ser aumentada e quando for de maior intensidade menor será a duração.

Considerações finais

    Portanto, constitui-se como importante atitude a adoção de um estilo de vida ativo para uma melhor qualidade de vida e para a manutenção do corpo saudável. Afinal, estudos vêm confirmando que indivíduos fisicamente ativos são mais saudáveis protegidos das DCNT's, além de impedir que elas agravem.

    Para tanto, é necessário conhecimento das normas para a prática de exercícios físicos. Atentar para fatores como duração da atividade, os níveis de vo2 e/ou da freqüência cardíaca e a quantidade de dias da semana. Por isso, a orientação de um professor de Educação física é fundamental para a obtenção de bons resultados.

Referências bibliográficas

  • FARIAS JUNIOR, José Cazuza de. LOPES, Adair da Silva. Comportamentos de Risco relacionados a saúde em adolescentes. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. V.12, nº 1, março, 2004.

  • GUISELINI, Mauro. Aptidão Física, Saúde, Bem-Estar: Fundamentos Teóricos e Exercícios Práticos. São Paulo: Phorte, 2004.

  • MATSUDO, Sandra Mahecha et al. Nível de atividade Física da População do Estado de São Paulo: Analise de acordo com gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. V.10, nº 4, outubro, 2001.

  • NAHAS, Markus, V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativam. 3ºed. Londrina: Midiograf, 2003.

  • PITANGA, F.J.G. Teste, medidas e avaliações em educação física e esportes. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2004.

  • SILVA, Rosane Rosendo da; Malina, Robert M. Nível de Atividade Física em adolescentes do município de Niterói. Cadernos de Saúde Publica, V.16,nº4, 2000.

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