efdeportes.com

Analise do comportamento médio do duplo produto de acordo com

o perfil dermatoglífico em mulheres hipertensas antes, durante

e após sessões de exercício aeróbico em cicloergômetro

Análisis del comportamiento promedio del doble producto de acuerdo con el perrfil dermatoglífico en 

mujeres hipertensas antes, durante y después de sesiones de ejercicio aeróbico en cicloergómetro

Analyze the average behavior of doubled-product according to the dermatoglyphic profile in 

hypertensive women before, during and after sessions of aerobic exercise on a cycle ergometer

 

*Pós-graduando em Fisiologia do Exercício (Faculdade de Anicuns, GO)

*Licenciado Pleno em Educação Física (UEPA, Campus Santarém, PA)

*Acadêmico de Fisioterapia (UEPA, Campus Santarém, PA)

**Mestrando em Ciência da Motricidade Humana (UCB, RJ)

***Médico cardiologista

**** Professor Titular do Programa Stricto Sensu em

Ciência da Motricidade Humana, UCB, RJ

(Brasil)

Ronivaldo Lameira Dias**

Diego Sarmento de Sousa*

Walcir Júlio de Matos Costa***

Luiz Carlos Rabelo Vieira*

Jone Luiz Queiroz de Oliveira**

PhD. José Fernandes Filho****

prof_roni@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Analisar o comportamento médio do duplo produto (DP) de acordo com o perfil dermatoglífico em mulheres hipertensas antes, durante e após 07 sessões de exercício aeróbico em cicloergômetro. Metodologia: A amostra foi composta de 18 mulheres hipertensas com média de idade de 45.0±1.7 anos. Foram mensuradas a frequência cardíaca e a pressão arterial de repouso antes dos exercícios, nos períodos de 03, 30 e 60 min durante as sessões e 10 min e 4 h após o término das mesmas. Os exercícios eram conduzidos de modo a manter a intensidade entre 40% e 70% da frequência cardíaca máxima das voluntárias. Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva, mediante utilização dos programas Excel (Office 2007), para Windows. Posteriormente, alguns dados foram transferidos para o aplicativo Bioestat® 5.0, de modo a estabelecer a diferença entre variáveis do estudo, através da aplicação do teste ANOVA (dois critérios), seguida do teste post-hoc de t de Student, com p<0.05. Resultados: Segundo os dados da analise do comportamento médio do DP observamos que o grupo Verticilo foi o que obteve os menores valores do DP nos períodos de repouso e após o exercício (DPrep.=8755±478 mmHg.bpm; DP10min=9320±838 mmHg.bpm; DP4h=8466±656 mmHg.bpm), e também os maiores durante as mesmas (DP3min = 16718±343 mmHg.bpm; DP30min= 17679±557 mmHg.bpm; DP60min=16475±426 mmHg.bpm). Além disso, o grupo Verticilo obteve a maior variação do DP nos primeiros 3min de exercício (p=0.0011) e 10min após o mesmo (p=0.0194). Para o grupo Arco, notamos uma elevação significativa do DP até os primeiros 30 min (DPrep.=11188±819 mmHg.bpm; DP3min=15023±1638 mmHg.bpm; DP30min= 16671±988 mmHg.bpm, p=0.0427). Durante o exercício, observamos que o grupo Presilha apresentou os menores valores do DP (DP3min =15347±388 mmHg.bpm; DP30min=15393±357 mmHg.bpm; DP60min=15062±297 mmHg.bpm). Comparando os valores do DP entre o período pré e pós-exercício, notou-se que o grupo Arco foi o que apresentou a maior queda dessa variável (6,5%; p=0.0376), seguido dos grupos Presilha (5,2%; p=0.0412) e Verticilo (3,3%; p=0.0421). Observaram-se diferenças estatísticas entre os grupos, porém não foram significativas (p=0.1738). Conclusão: Concluímos que 07 sessões de exercício de aeróbico em cicloergômetro promoveram reduções significativas nos valores do PD em todas as mulheres hipertensas com marcadores genéticos Arco (A), Presilha (L) e Verticilo (W), principalmente no período pós-exercício. Ressaltamos que apesar dos resultados não apresentarem diferenças significativas entre os grupos, observou-se que em certos aspectos, o DP apresenta padrões de comportamento distintos para cada perfil dermatoglífico, mostrando que essa variável pode ser levada em consideração durante a prescrição de exercícios físicos para indivíduos hipertensos.

          Unitermos: Dermatoglifia. Hipertensão arterial sistêmica. Duplo produto

 

Abstract

          Objective: Analyze the average behavior of the double-product (DP) according to the dermatoglyphic profile in hypertensive women before, during and after 07 sessions of aerobic exercise on a cycle ergometer. Methodology: The sample been consisted of 18 women with mean age in 45.0 ± 1.7 years. We measured heart rate and blood pressure at rest before exercise, during periods of 03, 30 and 60 min during sessions and 10 min and 4 h after the end of the same. The exercises were conducted in order to keep the intensity between 40% and 70% of maximum heart rate of volunteers. The results were processed using descriptive statistical methods, by using the program Excel (Office 2007) for Windows. Later, some data were transferred to the application Bioestat ® 5.0, in order to establish the difference between the study variables by applying the ANOVA test (two criteria), followed by post-hoc Student t test, p <0.05. Results: According to data from the analysis of average behavior of DP observed that the group Whorl was the one that had the lowest values of DP during periods of rest and after exercise (DPrest=8755±478 mmHg.bpm; DP10min=9320±838 mmHg.bpm; DP4h=8466±656 mmHg.bpm), and also the highest during the same (DP3min = 16718±343 mmHg.bpm; DP30min= 17679±557 mmHg.bpm; DP60min=16475±426 mmHg.bpm). In addition, the group obtained the highest Whorl variation of DP in the first 3 min of exercise (p = 0.0011) and 10 min after it (p = 0.0194). For the group Arco, we noticed a significant increase of DP to the first 30 min (DPrest=11188±819 mmHg.bpm; DP3min=15023±1638 mmHg.bpm; DP30min= 16671±988 mmHg.bpm, p=0.0427). During the exercice, we observed that the Loop group had the lowest values of DP (DP3min =15347±388 mmHg.bpm; DP30min=15393±357 mmHg.bpm; DP60min=15062±297 mmHg.bpm). Comparing the values of DP between the pre and post-exercise, it was noted that the Arch group showed the largest decrease of this variable (6.5%, p = 0.0376), followed by groups Loop (5.2% p = 0.0412) and Whorl (3.3%, p = 0.0421). Observed statistical differences between the groups, but were not significant (p = 0.1738). Conclusion: From the results of this research, we concluded that 07 sessions of aerobic exercise on a cycle ergometer promoted significant reductions in the values of PD in all hypertensive women with genetic markers Arch (A), Loop (L) and Whorl (W), mainly in post-exercise. We emphasize that although the results did not differ significantly between groups, we observed that in some respects, the DP has distinct patterns of behavior for each dermatoglyphic profile, showing that this variable can be taken into consideration during the exercise prescription for individual’s hypertensive.

          Keywords: Dermatoglyphics. Arterial hypertension systemic. Doubled-product

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

1 / 1


Introdução

    A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a elevação crônica e assintomática da pressão arterial, com manutenção dos níveis pressóricos sistólico ≥140 mmHg e/ou do diastólico ≥90 mmHg (CHOBANIAN et al., 2003; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007). Configura, por conta disso, um dos principais fatores de risco para a elevação da taxa de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares no mundo (ACSM, 2004; CORRÊA et al., 2005; CHRISTOFARO et al., 2008; JOBIM, 2008; GROVER; COUPAL; LOWENSTEYN, 2008; BAKHAI, 2008). No Brasil, embora exista uma carência de estudos epidemiológicos a respeito do assunto, inquéritos de base populacional realizados em algumas cidades estimam uma prevalência entre 22% a 44% na população, sendo que 40% destes indivíduos morrem em decorrência dessa doença (CORRÊA et al., 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).

    Quando não tratada e controlada adequadamente, a HAS favorece o aparecimento de lesões nos vasos sanguíneos e órgãos-alvo (DINARDI; ALMEIDA; FIGUEIREDO, 2003). No coração, a pressão elevada, durante períodos prolongados, resulta em uma hipertrofia patogênica ou dilatação do ventrículo esquerdo (BRANDÄO et al., 1984; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007). Essa alteração pode determinar o aparecimento de arritmias e insuficiência cardíaca, sendo esta ultima a principal causa de hospitalização entre as doenças cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).

    De acordo com Monteiro e Sobral Filho (2004), o exercício físico promove uma cadeia de respostas fisiológicas no organismo, resultantes de adaptações autonômicas e hemodinâmicas, que vão influenciar o sistema cardiovascular. Para indivíduos hipertensos essas adaptações hemodinâmicas devem ser sistematicamente monitorizadas. Deverão ser aferidos antes, durante e depois da sessão de treinamento, os níveis de pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e duplo produto (DP) (PITANGA, 2004).

    Especificamente no coração, exercício físico provoca o aumento do trabalho cardíaco e estimula a vasodilatação das artérias coronárias que carreiam sangue suficiente para suprir a demanda de oxigênio (O2) do miocárdio. De acordo com Farinatti e Assis (2000), DP é uma ótima estimativa de mensuração do trabalho do cardíaco. O DP resulta da multiplicação da frequência cardíaca pela pressão arterial sistólica e, além de ser considerado um importante parâmetro na avaliação da função ventricular (MERRIL JUNIOR et al., 1975; GOBEL et al., 1978), permite verificar qual atividade conduz a maior sobrecarga de esforço no sistema cardiovascular e, com isso, a maiores riscos (FARINATTI; ASSIS, 2000; MIRANDA et al., 2005).

    Muitos estudos a respeito das respostas fisiológicas no pós-exercício estão sendo realizados por diversos pesquisadores e profissionais da saúde, a fim de elaborarem métodos mais eficazes no tratamento e combate à HAS (ACSM, 2004; SIMÃO et al., 2005).

    A Dermatoglifia, por outro lado, é um método que usa as impressões digitais (IDs), encontradas nos dez dedos da mão e são considerados marcadores genéticos de amplo espectro para serem utilizados em associação com as qualidades físicas básicas dos indivíduos (ABRAMOVA; NIKITINA; OZOLIN, 1995; DANTAS; FERNANDES FILHO, 2002). Existem três grupos de desenhos ou dermatóglifos: arco (A), presilha (L) e, conjuntamente, o verticilo e S – desenho (W), conforme a figura 01.

Figura 01. Quatro principais desenhos dermatroglíficos e a localização dos respectivos deltas.

    As digitais podem ser analisadas de acordo pela frequência relativa de dermatoglífos, pelos tipos de fórmulas digitais (AL, ALW, 10L, L>W, W>L, 10W), pela quantidade de linhas de cada um dos dedos (QL), pela somatória da quantidade total de linhas (SQTL) e pelo índice de deltas (D10) (ABRAMOVA; NIKITINA; CHAFRANOVA, 1995). À presença de arcos (A) estão associadas às qualidades físicas de força pura com os baixos níveis de resistência e coordenação motora; à presença de presinhas (L) estão associadas à velocidade e a força explosiva com os baixos níveis de resistência; já à presença de verticilo (W) estão associadas à coordenação complexa e resistência aeróbica com baixos níveis de força pura (ABRAMOVA; NIKITINA; OZOLIN, 1996; MEDEIROS; ROCHA; FERNANDES FILHO, 2005; CUNHA JÚNIOR et al., 2006).

    No Brasil, vários estudos utilizando a Dermatoglifia são realizados com intuito de identificar modelos de atletas em diversas modalidades esportivas (NOGUEIRA et al., 2005; CUNHA JÚNIOR et al. 2006; FONSECA et al., 2008). No entanto, ainda são poucas as pesquisa que relacionam a Dermatoglifia com respostas fisiológicas ao exercício em indivíduos com hipertensão arterial.

    Sendo assim, a pesquisa tem por objetivo analisar o comportamento médio do duplo produto de acordo com o perfil dermatoglífico em mulheres hipertensas antes, durante e após 07 sessões de exercício de aeróbico em cicloergômetro.

Metodologia

    A amostra foi composta de 18 mulheres com média de idade de 45.0±1.7 anos, sendo que destas, 06 apresentavam a predominância do desenho Arco, 06 do desenho Presilha e 06 do Verticilo. Para analise do Perfil Dermatoglífico foi utilizada uma ficha de avaliação para a coleta de dados gerais e um coletor de impressão digital (PRINTMATIC CATNOPM-283PIP). Para tanto, foram seguidas as recomendações de Cummins e Midlo (1961).

    Para participar da pesquisa, os sujeitos deveriam: ser do gênero feminino; apresentar hipertensão arterial previamente diagnosticada e controlada (PA< 140/90 mmHg) com o uso de medicação anti-hipertensiva; ter entre 40 e 50 anos de idade; assinar o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE); apresentar liberação médica para a prática do exercício de aeróbico; realizar o teste de esforço máximo em esteira, como medida de segurança, para verificação problemas cardíacos.

    As sessões de exercício aeróbico foram elaboradas por uma equipe técnica composta por profissionais de Educação Física e um Médico Cardiologista, com direcionamento no CEE&CMH (Centro de Excelência em Educação e Ciência do Movimento Humano), localizado na cidade Santarém, Pará. Os aparelhos usados nas medições e nos treinos foram: 06 cicloergômetros (HOUSTON BCE1), 18 monitores cardíacos (OREGON HR102), 18 monitores de pressão arterial por oscilometria digital (MORE FITNESS MF-368HD). Para possíveis intercorrências durante o estudo, sempre estiveram à disposição um desfibrilador cardíaco portátil (SCHILLER FRED EASY 3) e um médico especialista.

    Durante a pesquisa foram realizadas 07 sessões exercício aeróbico, com duração de 60 minutos. Antes de iniciar o experimento cada voluntária aguardava sentada num ambiente calmo durante um período de 10 minutos para a aferição da frequência cardíaca e pressão arterial de repouso. Durante as sessões, foi feito o monitoramento das variáveis acima citadas nos períodos de 3 minutos, 30 minutos, e 60 minutos. Após as sessões, continuou-se o acompanhamento das variáveis nos períodos de 10 minutos, 04 horas. . Os exercícios eram conduzidos de modo a manter a intensidade entre 40% e 70% da frequência cardíaca máxima das voluntárias.

    Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva (média e desvio-padrão), mediante utilização do programa Excel, componente do Office Versão 2007, para Windows. Posteriormente, alguns dados foram transferidos para o aplicativo Bioestat® 5.0, de modo a estabelecer a diferença entre variáveis do estudo, através da aplicação do teste ANOVA (dois critérios), seguida do teste post-hoc de t de Student, com adoção de p<0.05 para a significância estatística.

Resultados

    A tabela 01 apresenta os resultados das características dermatoglíficas (SQTL e D10) e cardiorrespiratórias (FCrep., FCmáx., Zona Alvo de Treinamento e VO2máx. no teste de esteira) nos grupos Arco, Presilha e Verticilo antes do treinamento. Os resultados referentes ao SQTL e o D10 apresentaram os menores valores para o grupo Arco (SQTL=24.3±12.9 e D10=2.8±2.3) em comparação ao grupo Presilha (SQTL=111.0±13.8 e D10=10.0±2.2) e Verticilo (SQTL=119.7±10.5 e D10=16.3±1.4). Foram percebidas diferenças estatísticas nos resultados de SQTL e D10 entre os grupos (p=0.0025 e p=0.0017, respectivamente). Para as variáveis cardiorrespiratórias, o grupo Verticilo foi o que apresentou os maiores valores para a Frequência cardíaca de repouso e Zona Alvo de Treinamento (FCrep.=68±6.0 bpm; Zona Alvo: Linf. 40%=110±1.0 bpm; Lsup. 70%=143±1.0 bpm), seguido do Arco (FCrep.=63±8.0 bpm; Zona alvo: Linf. 40%=108±2.0 bpm; Lsup. 70%=140±2.0 bpm) e Presilha (FCrep.=62±5.0 bpm; Zona alvo: Linf. 40%=107±2.0 bpm; Lsup. 70%=139±2.0 bpm). A frequência cardíaca máxima foi a mesma para os três grupos (FCmáx.= 175 bpm). O grupo Verticilo também foi o que apresentou maiores valores para o volume máximo de oxigênio (VO2máx.=30.5±1.5 ml.[kg.min]-1), seguido dos grupos Presilha (VO2máx.=29.6±1.1 ml.[kg.min]-1) e Verticilo (VO2máx.=29.3±1.2 ml.[kg.min]-1). Observou-se diferença estatística entre os grupos, porém não foram significativas (p=0.7830).

    O gráfico 01 descreve o comportamento médio da freqüência cardíaca (FC) dos três grupos antes, durante e após as 07 sessões de exercício aeróbico em cicloergômetro. Os dados mostram que o grupo Presilha apresentou a menor variação na FC, elevando-se nos primeiros três minutos de atividade (FCrep=88±2 bpm e FC3min=113±5 bpm, p=0.0495), estabilizou-se durante o exercício (FC30min e 60min=116±2 bpm), decaindo para os mesmos níveis de repouso no período pós-exercício (FC10min=90±3 bpm e FC4h=88±1 bpm). Já o grupo Verticilo apresentou a maior variação da FC, principalmente nos primeiros 3 min (FCrep=70±1 bpm e FC3min=124±3 bpm, p=0.0094) e 10 min após o exercício (FC10min=78 bpm). Para o grupo Arco, observaram-se uma elevação quase que linear da frequência cardíaca até os primeiros 30 min (FCrep=90±4 bpm; FC3min=112±2 bpm e FC30min=126±3 bpm, p=0.0173), mantendo-se na casa dos 124±3 bpm até o final da sessão e decaindo significativamente no pós-exercício (FC10min=93±5 bpm e FC4h=86±2 bpm, p=0.0366). Notaram-se diferenças estatísticas no comportamento médio da FC entre os grupos, no entanto não foram significativas (p=0.0822).

    Ao observarmos o comportamento médio do DP no grupo Arco (gráfico 02), notamos até a 4ª sessão de exercício, uma elevação acentuada dos DP até o período de 30 min, seguindo de queda quase que linearmente até 10 min após o mesmo. Já nas ultimas sessões, o comportamento do DP ficou mais parecido com os apresentados pelos grupos Presilha e Verticilo. Na 1ª sessão foram percebidos os maiores valores do DP, principalmente no período de repouso e durante o exercício (DPrep=12093±841 mmHg.bpm; DP3min=16786±2040 mmHg.bpm; DP30min=17732±1600 mmHg.bpm). Foram percebidas diferenças estatísticas entre o DPrep e DP3min (p=0.00439). Nas sessões consecutivas foi observado um significativo decréscimo nos valores do DP, principalmente nos primeiros 3 min (4ª sessão: DP3min=14750±1737 mmHg.bpm; 7ª sessão: DP3min=12783±1675 mmHg.bpm; p=0.0029) e 30 min de exercício (4ª sessão: DP30min=17336±2796 mmHg.bpm; 7ª sessão: DP30min=16426±276 mmHg.bpm; p=0.0137). No pós-exercício, houve também uma queda estatística nos valores do DP no período de 10 min (4ª sessão: DP10min=11328±662 mmHg.bpm; 7ª sessão: DP10min=10268±794 mmHg.bpm; p=0.0218). Comparando os valores do DP em repouso e 4 h após as atividades, percebeu-se uma queda de aproximadamente 6,5% (p=0.0376). Foram também percebidas, para o grupo Arco, diferenças estatísticas significativas no comportamento médio do DP entre as sessões (p=0.0410).

    No gráfico 03 os valores do DP para o grupo Presilha apresentaram um padrão de comportamento diferente, comparado ao grupo Arco, principalmente nas primeiras 04 sessões de exercício. Para esse perfil dermatoglífico, o DP tende a aumentar bruscamente nos primeiros 3 min, mantém-se durante o exercício e decai no pó-exercício. Os resultados também mostraram que a 4ª sessão foi a que apresentou os maiores valores, sobretudo em repouso, nos primeiros 3min de exercício e 4h após o mesmo (DPrep.=11718±1521mmHg.bpm; DP3min=15678±1130 mmHg.bpm; DP4h=11052±1238 mmHg.bpm). Foram percebidas diferenças estatísticas entre o DPrep. e DP3min (p=0.0013). No pós-exercício, houve também uma queda significativa nos valores do DP no período de 10min (p=0.0489). Comparando os valores do DP em repouso e 4 horas após as atividades, percebeu-se uma queda no DP de aproximadamente 5,2% (p=0.0412). Observaram-se, para o grupo Presilha, diferenças estatísticas no comportamento médio do DP entre as sessões, porém não foram significativas (p=0.0727).

    Analisando o comportamento médio do DP no grupo Verticilo (gráfico 04), notou-se um padrão de desempenho semelhante ao encontrado no grupo Presilha, porém os valores durante o exercício foram mais elevados, principalmente durante a 7ª sessão (DP3min=17032±964 mmHg. bpm; DP30min=18032±928 mmHg.bpm; DP60min=16732±1146 mmHg.bpm). Foram percebidas diferenças estatísticas entre o DPrep. e DP3min (p=0.0001). No pós-exercício houve também uma queda significativa nos valores do DP no período de 10 min (p=0.0419). Comparando os valores do DP em repouso e 4h após o exercício, percebeu-se uma queda no DP de aproximadamente 3,3% (p=0.0421). Notaram-se também, para o grupo Verticilo, diferenças estatísticas no comportamento médio do DP entre as sessões, porém não foram significativas (p=0.6836).

    Segundo os resultados da comparação entre o comportamento médio do DP, apresentados no gráfico 05, o grupo Verticilo foi o que obteve, durante as sessões de exercício aeróbico em cicloergômetro, os menores valores do DP nos períodos de repouso e após o exercício (DPrep.=8755±478 mmHg.bpm; DP10min=9320±838 mmHg.bpm; DP4h=8466±656 mmHg.bpm), e também os maiores durante as mesmas (DP3min = 16718±343 mmHg.bpm; DP30min= 17679±557 mmHg.bpm; DP60min=16475±426 mmHg.bpm). Além disso, o grupo Verticilo obteve a maior variação do DP nos primeiros 3min de exercício (p=0.0011) e 10min após o mesmo (p=0.0194). Para o grupo Arco, notamos uma elevação significativa do DP até os primeiros 30 min (DPrep.=11188±819 mmHg.bpm; DP3min=15023±1638 mmHg.bpm; DP30min= 16671±988 mmHg.bpm, p=0.0427). Durante o exercício, observamos que o grupo Presilha apresentou os menores valores do DP (DP3min =15347±388 mmHg.bpm; DP30min=15393±357 mmHg.bpm; DP60min=15062±297 mmHg.bpm). Comparando os valores do DP entre o período pré e pós-exercício, notou-se que o grupo Arco foi o que apresentou a maior queda dessa variável (6,5%; p=0.0376), seguido dos grupos Presilha (5,2%; p=0.0412) e Verticilo (3,3%; p=0.0421). Observaram-se diferenças estatísticas entre os grupos, porém não foram significativas (p=0.1738).

Discussão

    Os resultados do presente estudo demonstraram que o DP segue um padrão de comportamento muito semelhante ao da FC de cada perfil dermatoglífico. A elevação brusca do DP, em virtude da intensidade do exercício representada pelo aumento frequência cardíaca, foram observadas em todos os grupos, principalmente nos primeiros 03 minutos de exercício. Sendo que o grupo Verticilo foi o que apresentou maior variação significativa nos valores de DP e FC nesse período (DP3min: p=0.0011; FC3min: p=0.0094).

    Objetivando verificar o comportamento do DP durante a condução de exercícios de força e de resistência aeróbia em cicloergômetro, Farinatti e Assis (2000), observaram que o DP em exercício aeróbio associou-se mais a intensidade do que a duração da atividade. Segundo os autores, o DP tende a aumentar durante as atividades físicas, mas seu comportamento depende do tipo de exercício, a intensidade e as condições ambientais sob as quais o trabalho foi realizado.

    Ao observarmos os valores do DP para o grupo Arco (A) verificamos um padrão de comportamento distinto, comparado aos grupos Presilha e Verticilo. Nas primeiras 04 sessões o DP se elevou bruscamente nos primeiros 03 minutos de exercício, continuando aumentar até o período de 30 minutos, começando a decair quase que linearmente até 10 minutos após o exercício, alcançando valores abaixo aos de repouso no período de 04 horas.

    De acordo com Abramova, Nikitina e Ozolin (1996) e Cunha Júnior et al. (2006) esse tipo de comportamento do DP se deve as características de força pura associado a baixos níveis de resistência e coordenação motora em indivíduos com perfil dermatoglífico Arco .Esse aumento do DP até o período de 30 minutos demonstra que, para indivíduos com perfil dermatoglífico Arco, o exercício aeróbico em cicloergômetro provocou uma maior sobrecarga de esforço no miocárdio durante esse período. Por esse motivo, a diferença entre os valores do DP em repouso e 04 horas após as atividades foram as mais altas (6,5% menor; p=0.0376).

    Já para o grupo Presilha, os valores do DP apresentaram um padrão de comportamento parecido com a do grupo Verticilo, porém, obtiveram-se valores mais elevados do DP em repouso. Durante o exercício notou-se pouca variação nos valores do DP entre as sessões de treinamento, principalmente nos minutos finas. Observou-se que esse último grupo foi o que apresentou menor aumento do DP no início do exercício. Isto se deve às características de velocidade, força explosiva associadas aos baixos níveis de resistência que o perfil dermatoglífico Presilha possui (ABRAMOVA; NIKITINA; OZOLIN, 1996; CUNHA JÚNIOR et al., 2006). Observou-se que o exercício aeróbico em cicloergômetro provocou uma sobrecarga de esforço no sistema cardiovascular, notando-se em algumas sessões, uma redução ainda na primeira metade do período da atividade, atingindo valores menores que os de repouso (5,2% menor; p=0.0412).

    Para o grupo Verticilo foi observado um comportamento mais regular nos resultados do DP entre as 07 sessões de treinamento, havendo um aumento nos valores do DP nos primeiros minutos de exercício, estabilizando-se entre 16000-18000 mmHg.bpm durante o mesmo, decaindo para 10000 mmHg.bpm no pós-exercício e alcançando valores abaixo dos de repouso (3,3% menor; p=0.0421). Como esse grupo era de indivíduos com a predisposição genética para atividades aeróbicas e de coordenação complexa (ABRAMOVA; NIKITINA; OZOLIN, 1996; CUNHA JÚNIOR et al., 2006), o exercício promoveu uma menor sobrecarga em seu sistema cardiovascular, comparados ao arco e presilha.

    Como podemos observar, houve uma redução significativa nos valores do DP em todos os indivíduos com marcadores genéticos Arco (A), Presilha (L) e Verticilo (W), principalmente no período pós-exercício.

    Avaliando as respostas cardiovasculares (duplo produto e pressão arterial diastólica) em três tipos de exercícios (cicloergômetro, esteira e musculação), Lopes, Gonçalves e Resende (2006) também encontraram diferenças significativas quando comparados os valores pré e pós-esforço.

    Convém destacarmos que o condicionamento cardiorrespiratório (VO2máx.) adquirido antes da pesquisa, também pode ter influencia no comportamento do DP, visto que para essa variável, os resultados não apresentaram diferença significativa entre os diferentes perfis dermatoglíficos na amostra estudada.

Conclusão

    Concluímos que 07 sessões de exercício de aeróbico em cicloergômetro promoveram reduções significativas nos valores do PD em todas as mulheres hipertensas com marcadores genéticos Arco (A), Presilha (L) e Verticilo (W), principalmente no período pós-exercício. Além disso, é importante destacar que não ocorreu nenhum efeito adverso durante as sessões, o que demonstrou a segurança desse tipo de exercício físico para indivíduos hipertensos.

    Ressaltamos que apesar dos resultados não apresentarem diferenças significativas entre os grupos, observou-se que em certos aspectos, o DP apresenta padrões de comportamento distintos para cada perfil dermatoglífico, mostrando que essa variável pode ser levada em consideração durante a prescrição de exercícios físicos para indivíduos hipertensos.

    Recomenda-se, assim, a realização de estudos similares comparando outros métodos de treinamento que utilizem a Dermatoglifia como um parâmetro para o tratamento e prescrição de exercício físico em indivíduos hipertensos.

Referências

  • ABRAMOVA, T.F.; NIKITINA T.M.; CHAFRANOVA, A.J. Impressões dermatoglíficas: marcas genéticas na seleção nos tipos de esporte. Atualidades na preparação de atletas nos esportes cíclicos: Coletânea de artigos científicos. Volvograd, cap. 2, p. 86-91, 1995.

  • ABRAMOVA, T.F.; NIKITINA T.M.; OZOLIN, N.N. Possibilidades de utilização das impressões dermatoglíficas na seleção desportiva. Teoria e Prática da Cultura Física, n. 3, p. 10-15, 1995.

  • ABRAMOVA T.F.; NIKITINA, T.M.; OZOLIN, N.N. Impressões Dermatoglíficas. Marcas genéticas no potencial energético do homem. Anais. 1995. Moscou, p. 3-13. 1996.

  • AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Exercise and hypertension. Med. Sci. Sports Exerc. v.36, n.3, p.533-553, 2004.

  • BAKHAI, A. How to cost cardiovascular care. Heart. v.94, n.5, p.549-551, 2008.

  • BRANDÄO, A.P; OIGMAN, W; ALBANESI FILHO, F.M.; FRANCISCHETTI, E.A. Consequências da hipertensão arterial sobre o coração. Rev. Bras. Clín. Ter. v.13, n.5, p.183-186, 1984.

  • CHRISTOFARO, D.G.D.; CASONATTO, J.; FERNANDES, R.A.; CUCATO, G.G.; GONÇALVES, C.G.S.; OLIVEIRA, A.R.; POLITO, M.D. Efeito da duração do exercício aeróbio sobre as respostas hipotensivas agudas pós-exercício. Rev. SOCERJ. v.21, n.6, p.404-408, 2008.

  • CHOBANIAN, A. V.; BAKRIS, G. L.; BLACK, H. R.; et al. The seventh report of the joint national committee on prevention, detection, evaluation, and treatment of high blood pressure. J. Am. Med. Assoc., v. 289, n. 19, p. 2560-2572, 2003.

  • CORRÊA, T.D.; NAMURA, J.J.; SILVA, C.A.P.; CASTRO, M.G.; MENEGHINI, A.; FERREIRA, C. Hipertensão arterial sistêmica: atualidades sobre sua epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Arq. Med. ABC. v.31, n.2, p.91-101, 2005.

  • CUMMINS, H.; MIDLO, CH. Palmar and plantar dermatoglyphics in primates. Philadelphia. 1961.

  • CUNHA JÚNIOR, A. T.; CUNHA, A. C. P. T.; SCHENEIDER, A. T.; DANTAS, P. M. S. Características dermatoglíficas, somatotípicas, psicológicas e fisiológicas da seleção brasileira feminina adulta de handebol. Fit. & Perf. Jou., v. 5, n. 2, p. 81-86, 2006.

  • DANTAS P.M.S, FERNANDES FILHO, J. Identificação dos perfis, genético, de aptidão física e somatotípico que caracterizam atletas masculinos, de alto rendimento, participantes do futsal adulto, no Brasil Fit. & Perf. Jou. v.1, n.1, p. 28-36, 2002

  • DINARDI, R.R.; ALMEIDA, F.V.; FIGUEIREDO, A.P. Benefícios dos exercícios contra-resistidos no combate à hipertensão artéria. Rev. Ethos. v.1, n.1, p.14-20, 2003.

  • FARINATTI, P.T.V.; ASSIS, B.F.C.B. Estudo da Freqüência Cardíaca, Pressão Arterial e Duplo-Produto em Exercícios Contra-Resistência e Aeróbio Contínuo. Rev. Bras. Ativ. & Saú. v.5, n.2, p. 5-16. 2000.

  • FONSECA, C.L.T.; DANTAS, P.M.S.; FERNANDES, P.R.; FERNANDES, FILHO J. Perfil dermatoglífico, somatotípico e da força explosiva de atletas da seleção brasileira de voleibol feminino. Fit. & Perf. Jou. v.7, n.1, p. 35 – 40. 2008.

  • GOBEL, F. L.; NORDSTRON, L. A.; NELSON, R. R.; JORGENSEN, C. R.; WANG, Y. The rate-pressure product as an index of myocardial oxygen consumption during exercise in patients with angina pectoris. Circulation, v. 57, p. 549-556, 1978.

  • GROVER, S.A.; COUPAL, L.; LOWENSTEYN, I. Determining the cost-effectiveness of preventing cardiovascular disease: are estimates calculated over the duration of a clinical trial adequate? Can. J. Cardiol. v.24, n.4, p.261-266, 2008.

  • JOBIM, E.F.C. Hipertensão Arterial no Idoso: Classificação e Peculiaridades. Rev. Bras. Clin. Med. v.6, n.6, p.250-253, 2008.

  • CUNHA JUNIOR, A.T.; CUNHA, A.C.P.T.; SCHENEIDER, A.T.; DANTAS, P.M.S. Características dermatoglíficas, somatotípicas, psicológicas e fisiológicas da seleção brasileira feminina adulta de handebol. Fit. & Perf. Jou. v. 5, nº 2, p. 81 - 86, 2006.

  • LOPES, L.T.P.; GONÇALVES, A.; RESENDE, E.S. Resposta do duplo produto e pressão arterial diastólica em exercício de esteira, bicicleta estacionária e circuito na musculação. Rev. Bras. Cinean. Desen. Hum. v.8, n.2, p.53-58. 2006.

  • MEDEIROS, H. J.; ROCHA, V. M.; FERNANDES FILHO, J. Dermatoglifia e maturação. Atividade física e ciências da saúde. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

  • MERRIL JÚNIOR, A. J.; THOMAS, C.; SCHECHTER, E.; CLINE, R.; ARMSTRONG, R.; STANFORD, W. Coronary bypass surgery: value of maximal exercise testing in assessing of results. Circulation, v. 52, Supl.: p. 173-177, 1975.

  • MIRANDA, H.; RANGEL, F.; GUIMARÃES, D.; DANTAS, E.H.M.; NOVAES, J.; SIMÃO, R. Análise da freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em diferentes posições corporais nos exercícios resistidos. Rev. Bras. Med. Esp. v.11, n.5, p. 295-298. 2005.

  • MONTEIRO, M.F.; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício físico e o controle da pressão arterial. Rev. Bras. Med. Esp. v.10, n.6, p. 513-516. 2004.

  • NOGUEIRA, T. N.; CUNHA JUNIOR, A. T.; DANTAS, P. M. S.; FILHO, J. F.; Perfil Somatotípico, Dermatoglífico e das Qualidades Físicas da Seleção Brasileira de Handebol Feminino Adulto por posição de jogo. Fit. & Perf. Jou. v. 4, n. 4, p. 236 – 241. 2005.

  • PITANGA, F. J. G. Epidemiologia da atividade física, exercício físico e saúde. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2004.

  • POLITO, D.M.; SIMÃO, R.; SENNA, W.G.; FARINATTI, V.T.P. Efeito hipotensivo do exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. Rev. Bras. Med. Esp. v. 9, n.2, p. 69-73. 2003.

  • SANTARÉM, J.M. Atualização em exercício resistido: exercícios com pesos e saúde cardiovascular. Rev. Âmb. Med. Desp. v.4, n.41, p.33-35, 1998.

  • SIMÃO, R.; FLECK, S.J.; POLITO, M.D.; et al. Effects ofresistance training intensity, volume, and session format on the post exercise hypotensive response. J. Strength Cond. Res. v.19, n.4, p.152-156. 2005.

  • SIXT, S.; KORFF, N.; SCHULER, G.; NIEBAUER, J. Opções terapêuticas atuais para diabetes mellitus tipo 2 e doença arterial coronariana: prevenção secundária intensiva focada no treinamento físico versus revascularização percutânea ou cirúrgica. Rev. Bras.Med. Esp. v.10, n.3, p. 220-223, 2004.

  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol. v.89, n.3, p.25-79, 2007.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

revista digital · Año 15 · N° 143 | Buenos Aires, Abril de 2010  
© 1997-2010 Derechos reservados